Killer X escrita por Jhay


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Hohoho... Voltei, voltei. Me afastei porque não tava muito animada para escrever, porque ninguém mandava comentários e tal, e to achando que a fic nem tá tão boa... Mas continuarei mesmo assim :D



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 Duas portas, vinte celas, pessoas andando ou correndo de um lado para o outro. Era nisso que se resumia aquele lugar. As celas tinham grades na vertical e na horizontal até chegar ao teto. Algumas pessoas estavam simplesmente deitadas no chão em posição fetal, outras se masturbavam e gemiam alto, outros falavam com as paredes, outros transavam, alguns agrediam e mordiam outros. Aquilo era loucura, insanidade pura. Como passaria por lá? Não queria matar aquela gente, por mais que matar fosse uma forma de piedade para com elas. Olhou para o lado, para o outro, e finalmente viu algo quando olhou para o teto. Era uma barra de ferro plana com cerca de vinte centímetros de largura, ia até o outro lado, onde havia uma porta. Não sabia se a porta estava aberta ou não, mas tinha que tentar. Não tinha alternativas. Ela poderia escalar a primeira cela e depois pular para a plataforma, seria bem arriscado, pois não tinha garantias de que aquilo ia funcionar. Bem, é tentar ou morrer. Deu de ombros. Começou a escalar a cela, o que não foi muito complicado. Seu pé escorregou quando já estava lá em cima, quase chegando a ultima barra.

  – Ah, droga! – exclamou.

 Sentiu uma vibração na grade. Olhou para baixo e viu que um homem de boca aberta, babando e olhos revirados, tentava subir também, sem muito sucesso.

  – Ah não, merda! Filho da puta, não sobe aqui! – disse apressando-se.

 Finalmente chegou onde queria. Respirou fundo e concentrou suas forças nas pernas e nos braços. Sentiu outra vibração na grade. Era o homem novamente, estava ainda perto do chão, e havia chamado à atenção dos outros. Pareciam zumbis em busca de comida...

  – Se eu cair já era. Morro na certa! – murmurou.

 Concentrou. Não posso errar, no way! Respirou fundo mais uma vez. Flexionou os joelhos e pulou. No meio do trajeto girou o corpo para ficar de frente para a plataforma. Bateu a barriga no ferro gelado, agarrou-se na chapa com os braços esticados. Agora estava pendurada. Bufou pelo impacto, e sentiu sua respiração ficar mais rápida. Controle-se Laura! Controle-se! Com muito esforço, e alguns hematomas no braço, conseguiu subir a plataforma e ficou de pé com os braços estendidos dos lados para dar maios equilíbrio. Olhou para baixo. As pessoas tinham parado com o que estavam fazendo para tentar pegá-la, ou simplesmente esperar até que ela desequilibrasse e caísse. Um passo de cada vez, foi assim que andou para chegar ao outro lado. Vez por outra se distraia com os barulhos que os outros faziam. Essas distrações quase lhe custaram à vida. Finalmente chegou perto da porta. Agora era saber se ela estava destrancada ou não. Mas como faria aquilo? Ao lado da porta tinha um daqueles negócios de digitar a senha. Na tela estava escrito OPEN. Seu maior problema, no entanto, era fazer os outros se afastarem para que ela tivesse chances de escapar ilesa, ou quase ilesa. As únicas coisas que tinha eram: um revolver, um cartucho cheio e duas facas. O que poderia fazer? Franziu o cenho. Uma luzinha acendeu em seu cérebro e ela deu um meio sorriso.  Pegou uma das facas e mirou naquele negócio de digitar a senha ao lado da porta. Anos de prática deveriam ajuda-la a acertar aquela bosta. Deveria! Sentiu a respiração ficar lenta e se concentrou o máximo possível, se esquecendo dos barulhos e vozes que vinham lá de baixo. Lançou a faca com a força que achou ser necessária para danificar o aparelho, se acertasse. O momento de tensão durou poucos segundos, mas pareceram minutos para ela. Finalmente a faca encontrou seu destino. O aparelho fez um barulhinho e depois explodiu. Não foi uma explosão cinematográfica de tirar o folego, só foi uma pequena explosão que fez Puff, saiu algumas fagulhas e depois uma fumaça que cheirava a plástico queimado. Imediatamente as pessoas lá de baixo começaram a se deslocar para onde tinham ouvido o barulho. A grande maioria foi. Somente uns quatro ficaram no mesmo lugar, sem se importar com o “acidente”. Sem perder tempo, Laura pulou lá de cima já com a faca que sobrara nas mãos. Os quatro foram para cima dela, mas ela era mais rápida e esperta. Cortou a garganta de um, furou a barriga de outro enquanto chutava alguém para longe e socava a cara do mais próximo. Enfiou impiedosamente a faca na garganta do que tinha dado um soco no rosto, fazendo a faca transpassar o rosto, chegando perto do crânio. Pulou em cima do tinha chutado para longe e sacou a arma.

  – Foi bom te conhecer também! – sorriu e atirou.

 Viu que o tiro atraiu os outros, que correram. Ela se apressou em abrir a porta, que a ajudou. Fechou-a atrás de si e pode ouvir e sentir as pessoas lá de dentro batendo com força contra a porta fechada. Ela encostou as costas na porta e apoiou a cabeça no metal frio. Suspirou. Finalmente observou o lugar onde estava. Era uma sala com camas de solteiro, divisórias improvisadas separavam cada uma delas. Ouviu um gemido baixo. Ficou curiosa e com medo de descobrir o que estava fazendo aquele som. Ouviu outro gemido baixo. Mordeu o lábio inferior de leve e a curiosidade venceu o medo. Guardou a faca ensanguentada em seu devido lugar e ficou alerta com o revolver armado. O barulho vinha de trás de uma das divisórias, só não sabia qual delas. Foi andando silenciosamente. Ainda bem que tinha escolhido usar aquele all star. Santo All Star que não fazia um barulho grotesco!

 O gemido de antes agora era um tosse seca. Passou uma, duas, três, quatro, na quinta divisória viu que a cama estava ocupada. Primeiro viu os pés descalços, os tornozelos presos por tiras de couro grosso e forte, depois a calça jeans cinza desbotada e rasgada nos joelhos, depois a camisa de uma banda qualquer acompanhada por braços que tinham os pulsos presos pela mesma tira de couro que prendia os tornozelos e finalmente viu o rosto que pertencia ao corpo. Ele estava desnorteado, piscava os olhos lentamente e parecia estar meio drogue. Um sorriso de alivio acompanhou o suspiro ao reconhecer ele. Era o mesmo garoto de olhos castanhos, cabelo negro repicado com uma mecha branca que tinha abalado seus sentimentos na última semana.

  – Andrey – ela não pode evitar sussurrar.

 O garoto olhou em direção a voz e, depois de meio minuto, conseguiu focar a figura. Sua expressão se tornou uma mescla de desespero e alivio.

  – Laura – ele sussurrou e tossiu dolorosamente em seguida.

  – O que fizeram com você? – conseguiu perguntar.

  – Eles – ele tossiu mais um pouco – Eles me pegaram na minha casa e me trouxeram pra esse lugar – sua voz arranhava na garganta e quase não conseguia sair.

  – Tudo bem, tudo bem. Não precisa falar mais nada. Eu vou tirar você daqui agora mesmo e a gente vai embora – ela começou a tentar tirar as mordaças que o prendia.

  – Não Laura, não! Vai embora, me deixa aqui! Eu só vou te atrapalhar! – disse em meio a uma crise de tosse.

  – Grrr – rosnou – Para de falar seu idiota! Eu vou tirar você daqui sim, não adianta ficar relutante! – pegou a faca e começou a cortar o couro.

  – Laura, por que você está fazendo isso por mim? – ele perguntou, fazendo-a parar por um momento.

  – Pare de falar Andrey! Sua voz está péssima, só vai pior mais – murmurou tentando mudar de assunto e voltou ao trabalho.

 Conseguiu cortar as tiras do tornozelo e passou para as do pulso. O couro realmente era resistente... Ouviu-o ofegar. Depois de um minuto a última tira foi cortada. Soltou o ar que tinha prendido por causa da tensão. Olhou para ele. Estava ofegando e suando. Colocou as costas da mão na testa dele e sentiu que ele suava frio. Os lábios começaram a tremer involuntariamente.

  – Ai nossa, Andrey, você está com uma puta febre! – quase gritou.

 Tirou o sobretudo e com um pouco de esforço conseguiu vesti-lo em Andrey. Ele parecia piorar a cada momento.

  – Vamos, agora você precisa me ajudar um pouco – disse enquanto colocava ele sentado na cama.

  – Não faça isso Laura – sussurrou quase inaudível.

  – Ah, cale a boca! – brigou – Você tem que fazer um esforça pra me ajudar a te tirar daqui, não dá pra te carregar sozinha.

 Ela se sentou ao lado dele, colocou o braço esquerdo dele em seu pescoço e laçou sua cintura. Colocou-o em pé. Era pesado, mas nem tanto. Lembrou-se do treinamento que Angel aplicara nela... Tinha que carregar um saco enorme de 60 kg durante três horas, só depois que fizesse aquilo estaria liberada para fazer outra coisa. Ela tinha ficado o dia inteiro tentando sem parar, e só conseguiu fazer aquilo quando já era noite. Lembrava-se que depois daquilo ficou no quintal, deitada na grama, durante horas tentando recobrar as forças, e Angel a levou para dentro de casa no colo. Laura sorriu com a lembrança e balançou a cabeça, voltando para a realidade. Aquilo fora há uns cinco anos atrás. Agora era estava mais forte, então não seria tanto problema carregar Andrey para fora dali. No máximo ele teria uns 75 kg, chutou. Carregou-o até a porta que dava para algum lugar, que torceu para ser a saída, ou pelo menos a direção para ela. Andrey continuava ofegante ao seu lado, se esforçando para pelo menos ficar de pé, enquanto seu peso era jogado para Laura.

 A porta era dubla, e estava aberta, para alivio de Laura. Andava olhando para Andrey, tentando perceber qualquer piora considerável. Só no meio da sala que finalmente ergueu o olhar e parou com os olhos arregalados. Na parede à direita, onde se encontrava a única porta da sala, estavam cinco homens de plantão, olhando para ela como cães esfomeados olhavam para uma presa. Um deles, o do meio, sorriu ao ver a expressão dela.

  – Laura, quanto tempo, não? – a voz era carregada com muito sarcasmo e desprezo.

  – Louis – murmurou ainda surpresa.

  – Tentando ajudar o amigo querida? Que pena que os dois morreram aqui.

  – No way! – disse enquanto colocava Andrey deitado no chão cuidadosamente.

 Ele pegou sua mão e olhou fundo em seus olhos.

  – Não faça isso.

  – Eu preciso salvar você – disse com dificuldade – espera só um pouco.

 Não conseguiu mais sustentar aquele olhar. Soltou a mão dele e ficou em pé olhando para Louis e o resto.

  – Ah, olhem isso, ela vai lutar pelo namoradinho! Que fofo da sua parte, minha querida! – riu e os outros o acompanhou.

  – Pare de embromação, se for preciso matar vocês cinco para sair daqui, eu mato.

  – Você acha mesmo que conseguiria passar por cima dos cinco caras mais bem treinados da OPF?

  – Acho que ela está delirando – disse um dos homens que Laura não sabia quem era.

  – Ah, por favor, calem a boca. A voz de vozes me dá ânsia de vomito – fez uma careta de nojo.

  – Sua... – ele disse e se interrompeu – Peguem ela!

 Eles correram para cima dela, os quatro. Louis continuou na mesma posição, rindo com a situação. Ela se preparou, respirou e se concentrou. Nada a pararia ali. NADA!


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