A Chave Do Segredo - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey!!!
*escondendo-me atrás de algo para fugir das pedradas* Eu sei... Foram três semanas sem postar, mas espero que vocês possam desculpar-me. Digamos que foram loooooooooooongas semanas. Eu estava estudando (e ainda estou, minhas provas começam na quinta-feira e ainda não me sinto preparada, e se eu ficar de recuperação... Aí que eu não posto nunca mais, porque vou morrer de chorar - não, isso não é drama. É sério mesmo, sou muuuuuito preocupada com minhas notas, mas enfim...), e ainda nem respondi os reviews. Mas já li todos e os amei, viram?! xD
Bem, sem mais delongas, vamos ao sexto capítulo. Espero que gostem.



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Capítulo 6



Londres, Inglaterra.

Dias atuais.

Derek.


Ele estava carregando a pessoa mais preciosa de sua vida. Mas também a pessoa a quem devia estar matando.

Derek balançou a cabeça negativamente, ele não podia fazer isso com ela. Lauren. Claro, fora sua intenção matá-la naquele acidente, e mais a tardar com as sombras, mas não conseguia pensar nela fria e lívida, largada no chão da floresta ou no fundo daquele rio.

Teria que pagar pelas consequências de seus atos. Lógico, só se houvesse, de fato alguma consequência, pois a garota parecia sem vida nos seus braços. Mas ele não ia desistir. Levar-lhe-ia para um hospital mais próximo para que ela tivesse alguma chance.

Derek também sabia que as aparências enganavam. Lauren podia estar mesmo morta, apenas por enquanto. Ela devia estar com elas agora. Devia estar com que os separava um do outro. A Morte.

O garoto suspirou. O destino dela agora estava com Death, Life e Brooke. Ele só podia cuidar para que o corpo ficasse em segurança até ser dada a sentença: a alma de Lauren ficaria entre os vivos ou entre os mortos.

A parte nobre dele pedia a primeira opção, mas a parte sombria dele - aquela que o fazia parecer presunçoso, a que o fazia se importar mais consigo mesmo - clamava para que tudo tivesse um fim.

E essa mesma parte o tentava convencer que seria o melhor. Que ele não teria mais ninguém para amar, que ele podia ser feliz, esbaldando-se com sua vida. Vida que enfim, seria dele.

Já a outra parte dizia a ele que não seria feliz sem a garota que segurando como se já fosse sua, parecendo uma boneca de porcelana. Derek tinha certeza que esta parte estava certa, mas queria empurrá-la para as profundezas de sua consciência.

Ao invés de pensar nela, concentrou-se em levar Laury para o hospital. Felizmente, logo chegaram e ele entrou correndo pela porta, com o corpo inerte da menina ainda acolhida perto de si.

Rapidamente foi à enfermeira que estava na triagem, e falou com o último fio de voz que lhe restava.

— Ajude-a. Por favor. - sua voz estava baixa, e implorava para que salvasse sua alma gêmea.

Mesmo Lauren não sabendo do sentimento que havia entre os dois, ele a amava. Com toda a sua força a amava, e queria protegê-la. O que Derek falara na primeira noite em que ela teve contato com ele era verdade: ele queria amá-la e a fazê-la feliz.

Ao mesmo tempo não podia. Não podia por causa da Morte. Mas, se Lauren sobrevivesse, quem sabe a Morte não poderia ser desafiada...

Bem, tudo teria que esperar. O importante agora era que ela voltasse a seu corpo.

— Claro. Vou pegar uma maca. - falou a enfermeira, gritando para outros para ajudarem com a garota.

Derek não sabia se alguém tinha percebido o pânico em seu olhar ao ter que se desvencilhar de seu amor, mas o fez. Mesmo que isso partisse seu coração.

Pelo menos conseguiu acompanhar até a sala de emergência, apertando sua mão, e tentando passar alguma sensação de calor para sua pele gelada.

Quando a teve que deixar entrar, pressionou sua tez no vidro. Se tivesse alguma crença, estaria agora rezando para que ela voltasse.

Mesmo que isso representasse a sua morte. E sua escolha, então, já estava feita.

***

Mundo Sombrio.

Dias atuais.

Lauren.


Não prestei muita atenção às palavras das duas, embora estivesse curiosa - e preocupada - para saber sobre o que eu seria julgada. Mas seus rostos chamaram mais a minha atenção do que suas palavras. Assim fiquei observando-os.

A de capa negra tinha a pele muito pálida. Seus olhos eram negros, seus lábios eram de um rosa muito claro e suas sobrancelhas finas estavam arqueadas enquanto me estudava. Os cabelos eram negros e encaracolados, com cachos suaves e totalmente arrumados.

Ela emanava frieza e crueldade. Seus olhos e o jeito como sorria demonstravam isso.

Mas já a outra, de capa branca... Era totalmente diferente.

Sua pele era caucasiana, as bochechas coradas, com um vermelho vivo. Os olhos eram de um azul vívido e sereno, que demonstravam preocupação e solidariedade. Os cabelos, que emolduravam seu rosto, eram castanhos, também cacheados e intricados em uma grossa trança. Em sua tez, sobressaía-se uma coroa singela e delicada, com adornos de ouro, florais.

Engoli em seco, perguntando-me o que ambas fariam comigo, e que tipo de Julgamento era esse.

— Não se preocupe. - sussurrou a de branco para mim.

A de preto riu.

— Não se preocupar? - falou ela. - É claro que ela deve se preocupar.

— Quem... Quem são vocês? - minha voz falhou.

— Não se lembra de nós? - perguntou a de preto.

Olhei em seus olhos negros. Aparentemente eu já tinha as visto, mas onde?

Vasculhei minha mente, tentando achar a resposta, que depois de alguns minutos foi encontrada. O sonho. O sonho que eu tive poucas noites atrás.

— Life e Death? - minha voz não era mais nada, a não ser um sussurro.

As duas assentiram.

— Então o sonho era verdade? - perguntei.

— Sim. Era. - respondeu Life. - Não sabemos como, mas foi trazida até aqui enquanto dormia.

— Eu sei como. - uma nova voz falou.

Virei-me para trás e olhei em volta, tentando achar quem falara. Foi só quando meu olhar repousou no chão que eu descobri. Era Brooke.

Minha gatinha de pelos marrons avermelhados vinha a nós, calmamente.

— Eu a trouxe aqui, naquela noite. Queria que ela soubesse, ou tivesse uma ideia do seu futuro. - seu olhar afiado estava nas duas, mas depois passou para mim. - E, eu avisei para você não sair hoje. Avisei-a, mesmo que não com palavras.

— Eu... Eu não tinha ideia de que... - minha voz ficava cada vez mais baixa até que sumiu.

— Eu sei. - respondeu ela também em tom baixo.

Lágrimas escorriam por meu rosto. Pelas palavras ditas anteriormente por Brooke, eu podia crer que já estava sentenciada à morte.

— Shhhh... - Life silenciou meus soluços. - Não chore, minha criança.

— Não a adule. - respondeu Death, inflexível.

— Por quê? - perguntei de repente. - Por que me querem? Por que eu tenho que morrer?!

— Porque, para mim - disse Death. - você é mais valiosa morta. Quando eu silenciá-la de vez do Mundo dos Vivos, você irá entender melhor, mas juntas, conquistaremos tudo. Com você, eu terei o dom da Morte, na hora que quiser.

— Isso é tremendamente errado! - gritou Life. - Você não pode matar quem quiser e na hora que quiser. Precisa respeitar o dom da Vida também!

Death riu, uma risada que me fez estremecer.

— Não seja hipócrita. Você a quer pelos mesmos motivos, ou quase os mesmos. Você a quer para deixar quem quiser vivo, e bem, esta definição não está exatamente no topo de “respeitar o tempo”.

Life suspirou.

— Eu saberei como agir. E não, não a quero para deixar a todos vivos. Eu, diferente de você, sei respeitar o tempo que cada um tem. - ela cuspiu as palavras.

Eu olhava-as atordoada. Como assim eu era a chave de tudo? Da vida, ou da morte?

— Não... - pigarreei. - Não compreendo nada do que vocês dizem.

— Agora não. - disse Death. - Mas vai entender.

— Quando a hora final chegar. - completou Life. - E agora não é essa hora, temos que deixá-la viva.

— Bem, se não fosse a hora dela, ela não estaria aqui diante de nós. - falou Death.

— Lauren só está aqui porque você mandou Derek matá-la! - gritou Brooke. - Céus! Ela ainda é jovem, não está madura para entender tudo! Não pode levá-la da vida agora, não pode entregá-la a morte. Crua, como ela está, não é serventia para nada!

Derek? Então quem estava na mata era ele?

— Brooke tem razão! Vamos deixá-la viva! - implorou Life.

— Derek não me matou. - sussurrei.

Todos olharam para mim.

— Laury, foi ele que fez o caminhão bater em você e na sua família, foi ele que fez tudo passar despercebido. Ele tem poder para tais coisas. - disse Brooke.

— Ele me ajudou. - falei, balançando a cabeça. - Foi ele quem me ajudou a libertar-me daquelas sombras...

Minha voz perdeu-se em minhas lembranças. No quão gentil ele fora comigo, em como sua voz me deu forças para continuar e em seus braços fortes, segurando-me enquanto eu pedia ajuda em meu último suspiro...

Com espanto, percebi que era ele. Percebi que eu sabia que era ele. E também percebi, que de alguma forma, o estava protegendo das acusações de meu assassinato.

— Ele o quê?! - gritou Death, sua voz estava cheia de ódio. - Ele nunca faria isso!

— Talvez ele verdadeiramente a ame. - disse Life.

— Ele ama mais a si mesmo! - falou Death.

— Mas tenho certeza que ele a ama. - disse Brooke. - Derek não se arriscaria para salvá-la se não a amasse.

— Ele me ama? - perguntei insegura. - Nunca nos vimos antes.

— Você nunca o viu. Ele está perto, desde... Sempre! - minha gatinha falou.

— Mas como ele pode me amar? - perguntei novamente. - Se vocês falam, que ele tem que me matar... Derek não deveria me amar.

Todos me olhavam, e o silêncio reinava.

— Além do mais, não estou morta. Estou aqui. - ergui meu queixo. - E quero voltar.

Death riu, sua risada continuava a fazer com que eu estremecesse.

— Você está morta, querida. Onde pensou que estava? - perguntou ela, ainda rindo.

— Eu... Não sei. Mas se estou aqui...

A voz de Life me cortou.

— Estamos no Mundo dos Mortos. - sua voz estava cheia de asco, como se quisesse estar em outro lugar agora, um lugar mais familiar e sem a presença da Morte em pessoa. Bem, éramos duas.

Mas o peso de suas palavras me fez reagir e entender. Eu estava morta! De fato, estava morta. Provavelmente morrera nos braços de Derek, antes de qualquer socorro possível.

— Como assim estou morta?! - gritei desesperada.

Ergui-me da cadeira onde estava me sentando e me aproximei das duas.

— Eu não posso morrer! Não posso, tenho uma vida pela frente! Tenho que cuidar dela! - disse apontando para Brooke, que me olhava estranhamente, já que os papeis eram invertidos: ela que cuidava de mim. - Eu ainda tenho muitas coisas para fazer!

Meus olhos arderam e eu respirei fundo, para não despejar as lágrimas que estava represando.

— Vocês. Tem. Que. Me. Deixar. Viver. - pronunciei cada palavra lentamente.

— Você não estaria aqui se não fosse o seu destino. - falou Death, ignorando-me completamente.

— Deixe de ser hipócrita! - gritou Life. - Você interferiu no destino dela! Você e Derek a mataram!

— Porque este é o destino dela! Morrer, e servir a mim!

Não, este não era o meu destino, e eu não continuaria morta. De repente, uma saída se iluminou.

— Eu não estou morta! - gritei, mesmo que todas diziam o contrário. - Vocês disseram que haveria um julgamento, e acho que seria para julgar se eu ficarei viva ou morta. – continuei e meu tom de voz abrandou-se um pouco. - Então julguem.

Bem, era a única saída. Mesmo eu sabendo que tanto poderia ser julgada e condenada à morte quanto à vida. Só podia torcer para que a segunda opção me fosse sentenciada.

— Sim, vamos ao julgamento. - o sorriso de Death foi sarcástico.

Minha respiração estava entrecortada e eu sabia que estava pálida. Muito pálida.

— Ela está morta, e eu não vou abrir mão dela. - disse Death parecendo entediada.

— Mas ela só está morta porque você a matou. Antes da hora. - repetiu Life.

— Mesmo assim, seu corpo já vai estar morto, jogado em alguma parte da floresta. - Death falou.

Mordi o lábio, nervosa.

Derek não tinha me largado naquele lugar, ou tinha? Não, com certeza não. Ele me ajudara anteriormente, fazendo com que eu me livrasse das sombras, ele me protegeu, e me acolheu em seus braços fortes. Ele não poderia ter, simplesmente, me jogado de volta ao rio.

— O que tem que estar vivo é a alma, Death. - falou Brooke, tão preocupada quanto eu. - E, se o corpo dela está largado na floresta, ela simplesmente vai acordar e sair de lá.

— Não se o corpo estiver, digamos, em pedaços, por exemplo. - falou ela dando de ombros.

— O quê?! - gritei.

Em pedaços? Meu corpo poderia estar em pedaços? Derek havia me feito em pedaços? Não, não e não! Eu estaria inteira. Tinha que estar inteira.

— Você o mandou me fazer em pedaços?! - eu continuei gritando. - Ah, mas é claro! Quem sabe ele também não os tenha espalhado, não é mesmo?!

Eu estava sendo sarcástica, mas o olhar dela - o olhar que foi dirigido a mim - dava-me a impressão de que foi, exatamente, aquilo que ela o mandou fazer.

— Você é louca! - gritei entrando em parafuso.

Sabia que meus olhos estavam flamejantes, e eu tentava parecer alguma ameaça, enquanto me aproximava mais de sua figura sombria.

— Se você me manter aqui não vou ajudá-la. Além que vou arrumar um jeito de acabar com você, de te matar! - minha voz era um sussurro agora. Em um tom baixo, porém cheio de ódio.

Minha visão estava embaçada - por causa das lágrimas - e tingida de vermelho. Eu queria poder matá-la. Poder ver seu corpo jazido no chão de mármore frio desta sala. Queria ver o seu espírito deixando seu corpo, queria a ver morta, assim como vi a meus pais. Parecia um bom jeito de se obter vingança.

E ela riu. Riu de minha fúria.

— Não seja boba, e volte para o seu lugar. - falou rispidamente depois de dar sua gargalhada. - Não se pode matar o que já está morto.

— E você não está morta. - falei esperando estar certa. - Porque, se você estivesse morta, não poderia comandar esse seu mundinho subterrâneo!

— Mas você se esqueceu de que esse “meu mundinho subterrâneo” é o dos Mortos. Não é preciso se estar viva para reiná-lo, do contrário, eu a iria querer da mesma forma.

Subitamente, entendi. Ela me queria morta para ajudá-la - de alguma forma. E, se eu não estivesse presente apenas em espírito não poderia ficar aqui. Teria que ficar no outro lugar. No lugar adversário ao dela.

— Ainda assim, vou dar um jeito de acabar com você! - ameacei.

— Ninguém escapa da Morte. - ela falou, divertida. - Você não será uma exceção. Agora volte para sua cadeira, criança.

Ela ridicularizou a palavra. Sua voz estava sarcástica, e não doce, como a voz de Life quando disse aquela mesma palavra mais cedo.

— Vou te mostrar quem é a criança. - gritei.

Tomada pelo ódio, pulei em cima dela, querendo machucá-la. Mas apenas consegui dar um tapa em sua face antes que os seus “guardas” mortos-vivos me arrancassem de lá e me devolvessem para meu lugar.

— Menina insolente! - esbravejou ela, passando a mão pelo rosto.

Eu ainda estava furiosa, mas um sorriso brincava em meus lábios. Claro, um sorriso que não demonstrava qualquer alegria. Se os guardas me largassem, com certeza eu voltaria até ela e tentaria proporcionar-lhe mais dor. O ódio ainda não me deixara, tão pouco me acalmara.

Death também tinha ficado brava, e agora vinha até mim.

— Pensa que seu tapa doeu? - perguntou retoricamente. - Vou te mostrar o que é dor de verdade.

Ela ergueu a mão e a soltou. Fechei os olhos, esperando receber o castigo, mas nada aconteceu. Abri uma fenda, surpresa. Life havia se levantado de seu lugar e segurara a mão dela antes que sequer tocasse em meu rosto.

— Não vai bater nela! - gritou. Sua voz conseguiu me acalmar um pouco. - Não permitirei que a machuque.

Ela me bateu!

— Você mereceu. - disse Brooke baixinho.

Death lhe deu um olhar enviesado, mostrando que podia chutá-la para fora daquela sala.

— Voltemos aos nossos lugares. - falou Life rangendo os dentes.

Depois, olhou para mim com um pequeno sorriso.

— Larguem-na. Tenho certeza que não atentará mais sua Rainha. - disse, indicando Death. - Não é, Lauren?

Apenas assenti, e eles me soltaram. O sangue voltando aos meus braços deu-me uma sensação de dor.

Ambas retornaram aos seus tronos, mesmo eu sabendo que Death ainda queria bater-me, matar-me.

— E voltemos ao assunto. O Julgamento. - falou Brooke. - Vocês têm que dar logo a sentença.

— Por mim, ela morre.– Death enfatizou a última palavra.

— E de que isso serviria para você? - Brooke revirou os olhos. - Como eu disse antes, ela ainda está crua. Não entende o seu destino e não poderá fazê-lo. Você sairá perdendo se já a levar para seus confins.

— Lauren precisa viver. - disse Life.

— Para você a manipular? - perguntou Death sorrindo.

— Como disse Brooke, ela está crua. Não entende nada. Não é serventia para nenhuma de nós no momento. - e, lembrando-se da ofensa de Death, completou: - E quem manipula as pessoas, é você, não eu. Não me ofenda, comparando-me contigo.

Death ia responder, mas calou-se.

Tudo ficou no mais repleto silêncio. Olhei para todos os lados, tentando achar uma saída. Talvez, os guardas me dessem uma pequena brecha para escapar, e não me guilhotinassem com suas foices lustrosas. Meu olhar caiu nas outras “pessoas” que estavam sentadas e percebi que elas também me encaravam. Rapidamente desviei o olhar, voltando-o para as duas em minha frente.

Não sei quanto tempo demorou para que Death se decidisse (Life já estava certa de sua decisão: manter-me-ia viva). Mas finalmente, ela deu seu veredicto.

— Pois bem, ela continuará viva. - falou.

Suspirei de alívio. Em breve estaria viva. E suas palavras também significavam que meu corpo não estava em pedacinhos.

— O corpo dela... - ia perguntado Life, espelhando meus pensamentos, mas Brooke a interrompeu.

— Derek a levou para um hospital, Life. Não se preocupe.

Um pequeno sorriso brincou em meus lábios. Realmente, ele tinha me protegido.

— Ele aguentará as consequências mais tarde. - disse Death com sua frustração de volta.

— Não o machuque. - me vi falando. - Não o faça mal.

Life e Brooke se entreolharam. Um olhar cheio de significado para as duas, embora que para mim, fosse um segredo total.

Mas Death me olhou com curiosidade.

— Ele te matou. Matou seus pais, e você ainda o quer bem?! - perguntou indignada.

— Sim. Não o machuque. - minha voz não tremeu, como eu imaginava que tremeria. Ela estava convicta e cheia de confiança. - Ele me protegeu. Ajudou-me e fez tudo aquilo porque você mandou.

Lembrei-me do sonho, mais uma vez, e também das palavras de Derek: “Deveria ter raiva da morte. Ela é a ameaça. Ela que nos separa.Pois deveria ter da Morte. É ela que nos separa.”

— Pena que eu posso não levar seu pedido em consideração. - falou Death quase docemente.

Dei-lhe um olhar cheio de ódio, mas não surtiu efeito nela. Life, porém, me deu outro olhar. Algo que me dizia para esquecer esse assunto, que tudo ficaria bem.

— Então vamos fazer voltá-la a vida! - Brooke disse rapidamente.

Life e Death assentiram, levantando-se do trono e vindo em minha direção.

— Mas antes, você precisa compreender uma coisa, Lauren. - falou Life afavelmente.

— O quê? - concentrei-me em seus olhos azuis.

— Você já recebeu o Beijo Sombrio. Já morreu uma vez. - continuou dizendo.

Apenas assenti, me preparando para mais.

— E agora receberá o Beijo da Vida novamente, porém, os dois Beijos, unidos em uma pessoa só, representa um poder. Um poder sutil de controlar as duas partes de nossa existência: a Vida e a Morte.

Seus olhos me estudaram, e pareceram gostar do que viram, mesmo eu estando totalmente confusa quanto àquela conversa.

— Em suma, você poderá controlar essas duas partes, poderá decidir se alguém irá viver ou partir. – sua testa franziu. – Poucas pessoas já receberam o mesmo dom, embora tenha havido, muitos séculos atrás.

Death olhou-a como se fosse para ela calar a boca. Hm... Algo para eu pensar.

— Claro, você não decidirá tudo sozinha. - falou Death a interrompendo. - Essa tarefa ainda é nossa, mas você terá o dom.

Olhei para Brooke, e ela assentiu.

— Tudo... Tudo bem. - falei baixinho.

As duas Rainhas se entreolharam e suspiraram. Depois, voltaram-se para mim, colocando uma de suas mãos em cada lado do meu rosto.

Senti-me desfalecendo. Os toques das duas surtiam efeito, um efeito calmante e equilibrado. A mão de Death era fria em meu rosto, enquanto a de Life, quente.

Então chegou uma hora em que não mais aguentei, deixei que meus olhos se fechassem, tendo um último pensamento enquanto escorregava para o sono.

Eu morri e revivi.

Mas, afinal, eu tinha selado meus lábios com a Morte. E ninguém pode beijá-la sem que ela não beije de volta.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?! Espero que tenham gostado. Eu sei que está beeeeeeem confuso, e acho que essa confusão só irá tornar-se pior. Talvez só no fim da trilogia (sim! Três livros para eu encher o saco de vocês!!!) todos os fatos sejam desvendados por completo. Veremos (até porque nem acabei de escrever essa temporada).
Não esqueçam de mandar reviews, ok? É muuuuuuito importante para a minha pessoa saber o que vocês estão pensando. Já disse que eu sou muito auto-crítica? Tô quase apagando a fic e a recomeçando... Novamente. Já nem sei quantas vezes eu tentei escrever e reescrever essa história. Nunca fica do meu gosto, mas preciso saber se está no de vocês.
Por isso, não tenham medo. Sejam verdadeiros, não importa o quanto vocês pensem que podem magoar-me. Na realidade, vocês estarão é me ajudando! :D
Enfim... É só isso. Nos vemos no capítulo 7, onde a segunda parte se inicia. Ah, aliás, nos vemos antes nos comentários, certo?
Beijinhos, Apple Pies! :*



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