O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 31
Entro Em Uma Guerra Honrando Meus Ancestrais


Notas iniciais do capítulo

olá! chegando ao fim... logo.... acho que eu vou chorar.... nao!



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Quando abri meus olhos meu corpo inteiro ainda doía. O que já estava ficando monótono.

Meu peito estava dormente (exceto quando eu respirava, ai doía pros infernos), minhas pernas doíam como eu tivesse corrido quilômetros, meu rosto ardia, meus braços latejavam e minha cabeça parecia estar prestes a explodir (doeria menos se ela explodisse).

Eu devia ter ficado inconsciente, valia mais a pena.

Olhei em volta gemendo baixinho (me mexer fazia doer mais). Eu estava em um quarto escuro com moveis pretos, uma enorme janela com uma sacada parecida com a do Olimpo e não tinha teto apenas uma cobertura muito distante de pedras negras.

Mundo Inferior, pensei.

É, gemeu Vox.

Você esta bem?

Sim. Apenas levei a maior surra da minha vida.

Obrigado por apanhar por mim, por me defender, pensei inseguro, e sinto muito por isso, hã, procure descansar.

Valeu, irmão.

Somos irmãos agora?

Sempre fomos irmãos, Jackie. Eu terei que explicar algumas coisas, imagino.

Não me deve nenhuma explicação.

Levantei-me tremendo e com a visão turva. Cambaleei até um espelho grande no canto do quarto. De novo minhas roupas tinham desaparecido e eu só estava de cueca. Aparentemente os deuses gostavam de tirar minhas roupas.

Se eu estava horrível depois de enfrentar o Píton depois de Erebus eu parecia ter morrido e não sabia.

Minhas olheiras estavam mais escuras que o normal; meus cabelos estavam desgrenhados e agora, alem das mexas brancas, ele tinha partes negras por entre o vermelho; descendo da sobrancelha até o queixo outra cicatriz descia do lado oposto à que Ares fez, eu me lembrava vagamente de como a tinha conseguido; meu peito estava marcado a fogo no nome Nix; meus membros e rosto estavam com listas roxas feitas pelo cinto do mal e doía!

Olhei para o canto e vi uma coisa que pareceu o resto de uma meia muita antiga. Um líquido verde viscoso saia de destro dela e corroia o tecido aos poucos. Era minha meia, o liquido viscoso devia ser do pedaço de Cronos onde eu tropecei.

– Que nojo! – exclamei recuando um pouco – Que... Argh.

Meu pé estava doendo um pouco, amaldiçoei o Senhor do Tempo com todas as forças que me restavam.

Minhas roupas estavam em cima do criado mudo. Minha blusa não estava rasgada, meu casaco mais puído que nunca e minha calça como sempre, só que parecia mais larga como se alguém tivesse aumentado seu tamanho com magia.

Minhas armas e os presentes estavam em fileira em cima das roupas. Kroboros estava na forma de calculadora e a pulseira não estava mais quebrada. Resolvi deixar tudo em seu lugar, por enquanto.

Andei até a sacada pensando no que tinha visto e ouvido no Tártaro. Tudo aquilo só podia significar uma coisa: o Olimpo estava em guerra. Se o Olimpo estava em guerra, os semideuses também estavam em guerra. E, se assim fosse, eu estava em guerra.

Na minha frente estavam os Elíseos. Os antigos heróis comemorando e bebendo. Muitos fizeram suas historias e mereceram estar ali por causa de uma guerra: Tróia versus Grécia. Perguntei-me se meus amigos também mereceriam aquela posição depois daquela guerra. Uma perguntinha infeliz, aqui cá entre nós.

Sinceramente eu estava tentando afastar tudo o que tinha ouvido da falsa Amanda de minha mente, mas era tudo verdade, no fundo era. Cada palavra cruel era verdade, eu só tinha visto de um ângulo um pouco mais delicado.

– Então, você esta bem? – perguntou a voz de Apolo.

Eu dei um salto dolorido e olhei para a porta atrás de mim xingando baixinho. Não tinha ninguém comigo.

Concentrei-me e ouvi a resposta vinda do andar de baixo:

– Estou, é claro que estou. Por que não estaria?

Era a voz de Ártemis.

Estiquei-me sobre o parapeito tentado manter meu braço entre a pedra e minhas costelas quebradas, e os vi conversando na sacada em baixo da minha.

– Não parece – disse ele tentado parecer displicente, mas era obvio que estava muito preocupado com a irmã.

Ela suspirou e olhou para os Elísios como se procurasse alguém. Normalmente eu pensaria que alguma de suas Caçadoras poderia estar ali, mas me lembrei que quem ela realmente estava procurando não tinha vindo para o Mundo Inferior. Órion estava nas estrelas, caçando eternamente um coelho e fugindo de um escorpião gigante.

Eu me ajoelhei e encostei minha cabeça nas pequenas colonas que sustentavam o parapeito para ouvir melhor.

– Ele é meu filho, Apolo – disse ela baixinho –, e eu não sei nem o que sentir. Nunca me senti tão presa a alguém, tanta vontade de ficar perto de um mortal. Sinto como se ele fosse parte de mim. Que preciso protegê-lo. Dói pensar no que pode ter acontecido com ele lá em baixo, o que Erebus pode ter feito com ele. A dor que ele pode estar sentindo agora mesmo. Eu não consigo para de pensar em como fazer a dor dele passar. Não posso protegê-lo

– Ou seja – disse outra voz sem emoção –, você ama seu filho.

Ártemis soltou uma bufada de desprezo, eu fazia isso do mesmo jeito com Catarina e Thor.

– Do que esta falando, Afrodite?

– Você nunca entendeu o amor, Ártemis, muito menos seus vários modos de demonstração. Provavelmente é a primeira vez que eu te vejo amar alguém. Parabéns, você é uma mãe e ama seu filho. Ele também te ama posso sentir isso, não compreendo como, mas posso sentir. É um bom menino e você amá-lo é apenas o que ele merece.

Ártemis saiu pisando forte e eu a ouvi se sentar em uma cadeira que rangeu alto. Apolo suspirou e sorriu baixinho.

– Vou ver se Jack acordou.

Eu pensei por alguns segundos no que Afrodite e Artemis falaram depois voltei para a cama mais feliz que nunca. Aquilo parece fazer tudo que eu estava sentindo de ruim desaparecer. Minha mãe me amava, por que pareceu tão surreal? Eu não devia me sentir assim é a coisa mais normal do mundo. Minha mãe me amava.

Dois minutos depois Apolo abriu a porta devagar e, quando viu que eu estava acordado, abriu um sorriso que iluminou o quarto.

– Que bom que acordou – cantarolou como um bobo – Estava ficando preocupado. Eu nunca tinha trado alguém que saiu do Tártaro, então não sabia exatamente o que fazer. Sinto muito pela cicatriz do peito fiz de tudo para apagá-la, mas parece que a própria Nix gostou dela ai. O que posso fazer?... Como se sente?

– Como se o primogênito de Caos tivesse acabado de me espancar – ele fez uma careta e começou a me examinar. Ri – Mas isso não importa agora.

– Como assim não importa? – exclamou pressionando com muita força uma das minhas costelas quebradas – Você acaba de sair do Tártaro!

– É espero que Erebus não esteja irritado quando sair também – retruquei entre gemidos.

Ele parou e me olhou como se eu estivesse louco, como se eu nunca tivesse sido... Assenti bem devagar e meu corpo inteiro doeu quando ele caiu sentado boquiaberto sobre as cobertas negras. Delicado como um coice...

– Ele não... É impossível, Jack.

– Nem tanto! Você não sabe o que eu ouvi lá em baixo, Apolo – então olhando para a cama murmurei baixinho – O que eu passei.

Eu me levantei, sobe o olhar estupefato de Apolo, me vesti e coloquei todos os acessórios em seus lugares e sai do quarto sem falar nada. Apolo me seguiu de perto. Talvez ele achasse que eu sairia rolando escada a baixo, mas meu corpo estava bem melhor.

Parei na base da escada. Os deuses me olharam e se levantaram. Era um salão enorme com uma lareira de cinco metros com um imenso fogo verde (que não aquecia coisa alguma), uma mesa circular enorme e cadeiras espalhadas por todo canto.

Ártemis se aproximou me encarando como se fosse me bater e me levar de volta para cima. Imaginei que seria vergonhoso que isso acontecesse então levantei as mãos com as palmas para frente em desistência.

– Estou bem, mamãe – afirmei – Preciso falar com vocês, é realmente urgente. É sobre uma guerra... Que pode destruir vocês.

Ela insistiu em me ajudar a sentar em um sofá de couro negro, é claro que eu não ia negar.

– Jack, o que Erebus falou? – perguntou Ariadne no canto mais distante da sala, estranhei a preocupação em sua voz e, aparentemente, Dionísio também – Porque ele fez isso com você, q... querido?

– Por casa de Nix– respondi com a voz mais suave olhando-a atentamente e tentando assimilar o “querido” – Porque eu sou um risco à seu plano – todos franziram a testa inclusive Hestia que estava sentada longe do fogo com jeito de que não gostava do fogo verde e frio – Ele deseja sair do Tártaro e destruir vocês.

“Ele me convidou a me juntar à causa. Não aceitei, é obvio, por isso ele fez isso comigo. Disse que quando seu irmão acordar, ou seja, Tártaros acordar, nós vamos estar em guerra. Ele vai atrás dos semideuses e vai destruir o Olimpo, o colégio, vai libertar os monstros e titãs que estiverem ao seu lado...

“Os mortais vão voltar para o estado de animais ou, usando as palavras de Erebus, vermes. Tudo o que vocês construíram vai acabar, o ocidente vai ruir. O mundo vai cair em caos. Resumindo bem a qestao...”

Contei tudo o que ele disse e fez, minha voz vacilou um pouco depois de certo ponto que parecia confuso, mas aparentemente eu comovi os deuses. Todos ficaram em silencio. Ártemis me olhava parecendo apavorada, não com a possibilidade de guerra, mas com o que eu passei. Hades me encarava como se esperasse mais alguma coisa. Hera me examinava minuciosamente. O poderoso Zeus parecia furioso. Atena, por outro lado, pareceu pensar um pouco naquilo.

– Precisamos mobilizar todos os exércitos – disse por fim.

E é isso que eu chamo de praticidade, pensei magoado.

É, respondeu Vox com um gemido.

Assim não dá! Anime-se, Vox! Eu preciso de uma voz irritante e ativa na minha cabeça.

Ai! Tudo dói! E eu nem tenho um tudo!

Iiiih! Agora vai questionar a própria existência?

Vou. Algum problema?

Vai fundo, colega. Mor apoio.

– Hades, você vai ser o mais atingido – continuou Atena –, o Tártaro fica aqui. Poseidon, você vai ser atacado também ele vai arrumar um aliado em água. E o exercito olimpiano precisa ficar em alerta total. Ares, você precisa informar Fobos, Deimos e Ênio. Seu exercito tem que se preparar para tudo. O meu também

– Pela primeira vez, Atena – murmurou Ares parecendo em êxtase total, ele era a única pessoa ali que parecia estar gostando daquela coisa toda –, você me diz alguma coisa que eu gosto.

– Temos que checar os titãs em seus castigos – disse Zeus ignorando a cara feia que Atena fez para Ares – Hefesto dobre a segurança da prisão de Tífao não precisamos dele para piorar a situação.

“Hades, Atena tem razão; seu reino vai ser destruído assim que Tártaro acordar então sua única opção é nos ajudar, vamos precisar ficar de olho no Tártaro.”

Hades deu de ombros ainda me olhando com atenção. Eu o encarei por alguns minutos ignorando o resto da sala, mas, quando ele já estava me assustando com aquilo, resolvi voltar a prestar atenção na conversa.

– Temos que procurar antigos aliados – disse Poseidon– Os monstros que ajudaram na Primeira Guerra. Fazer novos aliados. Posso mandar Tritão checar o buraco onde Oceano se enfiou. Tálassa vai nos ajudar com certeza. A mamãe, se pudermos encontrá-la, seria uma ajuda e tanto. Os deuses menores têm que saber disso o mais rápido possível.

– Eu cuido disso – disse Hermes prontamente soltando uma jarra de cerâmica com que estava brincando – Iris e eu podemos fazer a noticia correr como Éolo.

– Nix irá nos apoiar – disse Hefesto com os olhos indo de um lado para o outro como se pesasse em milhões de coisas ao mesmo tempo – Ela trouxe Jack, aqui, não foi? Tirou ele de lá, ela já é um apoio enorme e teremos um inimigo poderoso a menos para nos preocuparmos.

“Posso construir algumas maquinas para conter o exercito de monstros, Atena pode me ajudar a desenhar alguns monstros e armadilhas” impressionantemente Afrodite ficou emburrada com aquilo, como se fosse possível que Atena (uma das deusas virgens) fosse ter um caso com Hefesto “E vou ajudar na parte de espalhar a noticia; todos assistem ao Noticiário dos Céus.”

– Temos que ficar de olho em ameaças antigas – disse Ártemis que também me encarava (Hades continuava a me olhar sem nenhuma discrição) – Monstros poderosos, seres para sacrifício... Apolo, minhas caçadoras e eu podemos caçá-los antes de qualquer coisa.

– Temos que contatar Quíron – afirmou Perséfone batendo Hermes com um livro, fazendo com que ele largasse de vez o jarro, e tomou o objeto de suas mãos o abraçando – Ele precisa manter os semideuses a postos.

– Por quê? – me intrometi.

– Jack – disse Atena calmamente com se eu fosse uma bomba relógio –, os semideuses vão ser afetados, você mesmo disse que Erebus vai atacá-los. Vão ser os primeiros na verdade. Vocês, em guerras como essas, são muito necessários

– Mas eles são só crianças – argumentei.

– São semideuses, Jack – afirmou Deméter – Lutam com monstros dês de muito novos.

Fui obrigado a concordar, mas ainda me sentia incomodado com a necessidade dos meus irmãos lutarem em uma guerra que o Olimpo nunca travou antes.

– E Jack – disse Zeus num tom um pouco ameaçador –, é bom você aproveitar os anos de treinamento antes da guerra plena começar. Porque será a única coisa que vai fazer durante esses anos. E você é o semideus mais poderoso da era.

– Ah, maravilha!


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Notas finais do capítulo

ai esta!



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