O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 32
Finalmente Recebo Meu Premio


Notas iniciais do capítulo

Nota: Eu achei isso meio confuso. Só meio. Obrigado por quem está comentando... e quem não está também, desisto! Mas posso fazer propaganda: Leiam Herdeiros e o Filho do Lorde! Minha fic. Harry Potter!



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Enquanto eles discutiam sobre a guerra e as possibilidades de defesa eu sai de fininho pela sacada onde antes Ártemis e Apolo conversavam. Conversar sobre guerras nunca foi meu forte, planejar manobras, sim, mas falar sobre...

Eu não sabia exatamente aonde ir então fui até a fenda onde toda aquela confusão começou.

Sem a proteção de Erebus era difícil não ver a enorme fenda negra à beira do caminho. Eu podia sentir o poder sendo emanado dali. Em pensar quantos titãs, monstros e outras coisas estavam presos naquele lugar... Um arrepio passou por minha coluna.

Meu corpo ainda doía, meu pé latejava. Nunca senti tanta vontade de me vingar de alguém como tive naquele momento. O abismo pareceu rosnar para mim ameaçadoramente, eu rosnei de volta fazendo meu peito doer.

– Eu sinto muito pelo que aconteceu – disse uma voz do meu lado.

Soltei um grito e saltei para trás.

Hades olhava o Tártaro com o ombro praticamente encostado no meu. Pela primeira vez percebi o quanto seus olhos eram enlouquecidos, febris e negros, como os meus, como os de ninguém no Olimpo, mas eu não conseguia ter medo dele como os outros tinham. Como poderia se ele era meu pai, de algum jeito?

Olhei para cima e vi o vulto de varias pessoas levantando vários jarros de água ao mesmo tempo e despejando a água em alguma coisa.

Por que os Campos de Punição me parecem tão atrativos?, pensei.

Vox respondeu com uma mistura de gemido e grunhido.

Sem comentários, Vox.

Voltei a encarar o buraco me esforçando para ficar de pé.

– Sabe? – perguntei, ele negou com a cabeça divagar, não pude evitar o riso. Será possível que ele não conhecia uma pergunta retórica? – Ele soube exatamente onde atingir, ele sabia o que aquilo significava.

“Por toda minha vida eu fui humilhado e maltratado por quem ele usou para me torturar lá em baixo. Quando Martins e os outros me diminuíam em sala eu me sentia tão insignificante e inútil. Eu não podia fazer nada contra eles senão eu seria expulso e não veria meus amigos com tanta freqüência. Tudo que eu podia fazer era fingir que não significava nada, mas significava me mostrava quem eu verdadeiramente era: nada.

“Martins gostava de me ver sofrer e eu odiava ver aquele ar superior e feliz dela. Então ele a colocou me torturando. Isso simplesmente multiplicou meu sofrimento. Ele sabia. Ele viu. Eu permiti que ele entrasse em minha mente e usasse tudo o que eu mais odiava para conseguir o que queria. Atingiu-me, me usou”

Olhei para Hades já chorando um pouco e percebi que o deus me olhava atentamente sem nem piscar. Realmente prestando atenção no que eu falava.

– Depois de usar a imagem dos meus professores para me torturar, Erebus, usou minha mente para me fazer sentir a dor de quando quebrei o pé multiplicada por mil. Ele sabia que eu não agüentaria por muito tempo aquilo, ele sabia que eu era fraco demais para resistir a uma dor insignificante como aquela.

“Quando quebrei o pé, alguns minutos depois, para falar a verdade eu parei de resistir desmaiei de dor, é um alivio enorme. Coisa que ele não me permitiu ter. Mesmo se eu desmaiasse, ele estava na minha mente. Dentro de mim. Erebus usou minha mente para ver meus pontos fracos e eu não consegui fazer nada. Há algumas semanas ele vem entrando em minha mente e manipulando meus sonhos. Eu vejo meus amigos sofrendo meus pais pedindo minha ajuda, vejo minha Amanda morrer.”, Ofeguei sentindo meu peito doer, “Acho que isso é o pior de tudo: Amanda.

“Eu era uma criança e, no começo, eu nem sequer entendia direito o que eu tinha feito para merecer tudo aquilo, me senti vulnerável, impotente e lá estava ela: Amanda. Ela me apoiou, me mostrou o que estava errado e o certo. Foi minha bússola, eu a amo tanto...

“Há semanas eu estava me martirizando por Amanda, me sentindo culpado por sua morte, me odiando. Eu estava percebendo que na verdade era o que mais odiava no mundo: um herói. Ele a usou. Mostrou-me como ela devia me odiar eu nunca pensei que a ouvindo dizer aquilo que eu estava percebendo há semanas era mil vezes pior. O que ele me falou por meio da imagem dela, o que ele me mostrou... No fundo ele está certo: eu sou um fraco.

“Não pude proteger a uma única pessoa que precisou de mim e sou o semideus que vai mudar o rumo da historia. Não é possível. Eu devia ter morrido, devia ter morrido salvando quem mais importava. Não estaríamos passando por isso agora se eu estivesse morto.

“Quanto mais eu penso, mais eu sei: sou um fraco inútil e estúpido. Não mereço a confiança olimpiana, seja lá o que isso for. Amanda merecia mais de mim e eu não posso dar e agora ela esta morta, eu não posso pedir-lhe perdão ou deixar com que a verdadeira ela me fale isso.

“Eu quero morrer, acabar com tudo. Não vale a pena depois de saber quem sou. Essa é a verdade sou tão fraco que não consigo nem mais agüentar outra. Eu nem sei do que ele estava falando, não fiz nada daquilo. Não sou um traidor não sou perigoso, nem para ele nem para ninguém”.

Eu estava com raiva, medo e dor. Meu pé realmente incomodava me remexi procurando uma posição aceitável, mas não agüentei.

– Cara eu odeio seu pai! – explodi depois de alguns minutos lagrimejando ainda mais.

– Você não é o único – afirmou indiferente –, mas por que isso?

– Eu acho que pisei em uma poça de sangue dele, porque eu pisei e tropecei numa coisa viscosa antes de realmente cair e Hyperion falou alguma coisa sobre Cronos. Isso é muito nojento. Aquele piolho infeliz tem um sangue corrosivo!

Piolho? Sinceramente já vi xingamentos mais ofensivos – ele fez uma pausa – Pelo menos foi criativo – só que não... Hades sorriu passou o braço por cima dos meus ombros, normalmente eu ficaria em êxtase por isso. (O Senhor dos Mortos!) Mas eu não consegui sentir mais nada, na verdade nada é o termo certo porque meu corpo ficou entorpecido por alguns segundos, meus olhos começaram a se fechar, meus joelhos ameaçaram vergar e ele me abraçou.

Encostei minha cabeça em seu peito e escondi o rosto úmido no manto negro.

– Ele só esta fazendo com que você se sinta fraco. Você não é fraco, filho – levantei meus olhos para ele – Você é nosso filho, Jack. E você sobreviveu a tudo isso, ao Tártaro. Ninguém sai como entrou do Tártaro, mas você é um mortal e saiu inteiro do pior lugar do mundo. Garoto, ele não é páreo para você.

– Isso eu posso garantir – disse a mesma voz fria que me ajudou a expulsar Erebus da minha mente.

Eu nem me movi sabia exatamente quem era. Hades se virou ainda com as mãos firmes em minhas costas. Não pude deixar de estranhar a posição protetora.

– Nix, por tudo que é mais sagrado! – rugiu ele – Deixe o menino em paz! Não acha que ele sofreu de mais por um dia?

– Não se meta Hades! Não se esqueça que...

– Eu não vou me esquecer que é culpa sua Erebus ter me dado tratamento especial – interrompi. Afastei-me de Hades um pouco relutante, ele não resistiu; continuava olhando Nix, mas manteve as mãos firmes em meus ombros – O que você quer?

Hades apertou meu ombro como se quisesse me advertir para ter cuidado. Eu não queria ter cuidado, eu tinha acabado de sair do inferno e praticamente nada me importava agora.

Lembrei do que disse no Conselho dos Deuses: “Dês de pequeno eu me apeguei com a idéia da minha morte, e até gostei dela e ansiei por ela algumas vezes” aquele foi um dos momentos em que eu anseie por minha morte.

– Hades – murmurei, achei que ele não tinha me ouvido porque não tirou os olhos furiosos de Nix – Pai – seus olhos caíram em mim –, volte para o palácio eles já devem ter reparado que sumimos, logo virão nos procurar. Não deixe que Ártemis venha até aqui em hipótese alguma.

Ele me olhou por alguns segundos, preocupado, e caminhou de volta para se castelo feito a imagem do Olimpo. Foi um pouco mais lento do que deveria, mas depois de alguns segundo desapareceu em uma fumaça preta.

Olhei para Nix com desprezo.

– O que quer de mim? Já não basta ter me atraído para cá? Não que eu não goste do Mundo Inferior, mas é culpa sua que eu tenha vindo aqui agora, quando ele queria.

– Sei que acha que a culpa é minha – começou com uma voz calma, nem se deixou abalar pelas grosserias, não que fossem grosserias, como se não chegassem nem a seus pés – Mas não é. Não totalmente.

Eu senti uma vontade imensa de responder, gritar com ela, mas tinha tanta tristeza naqueles olhos densos e negros que eu não consegui me mover direito.

– Nos tempos antes de Gaia eu, meu pai, Caos, e meus irmãos, Erebus e Tártaros, vivíamos sozinhos e em paz, mas quando a evolução dos deuses começou, quando Gaia surgiu, Caos simplesmente desapareceu. Erebus dizia que ele havia nos abandonado.

“Por muitas eras vivemos aqui, no Mundo Inferior, em paz. Ajudamos na revolução de Cronos. Eu sempre soube a base da imortalidade, então a tirei de Urano e Cronos o cortou em vários pedacinhos.

“Na revolução de Zeus, eu o apoiei e fui obrigada a lançar meus irmãos no esquecimento. É claro que precisei esgotar a energia de Tártaros para fazê-lo dormir, assim o ciclo de monstros se definiu, os titãs foram presos e eu perdi meu Erebus.

“Prendi-o no Estige, mas ele é a escuridão deste lugar então pode estar em qualquer lugar, imagino que tenha se estabilizado no Tártaro utilizando sua pouca energia para tentar despertar o irmão. Prendi o que esta no abismo (Acho que não podemos chamar aquela forma enfraquecida de Erebus) exatamente onde está agora, vai demorar um pouco para que consiga agir, mas ele vai agir, cedo ou tarde.

“Antes disso, nós três forjamos uma Faca com onde concentramos os poderes que Caos nos dera. A Faca ficou muito poderosa. Ela tira a imortalidade, destrói a alma de um mortal, transfere poderes, mexe com o subconsciente das pessoas e deuses... Basicamente, ela tem todos os poderes, meus e deles.

“Fiquei incumbida de cuidar dela, isso não era necessário, é claro, qualquer um que a toque sem sua permissão ou do dono vira pó nem mesmo a alma sobrevive.

“Há muitos anos ela escolheu seu dono. Um mortal. Você tinha acabado de nascer, era tão pequeno, tão lindo e tão poderoso, armei meu plano. Deixei meus filhos em alerta, mas acabei chamando a atenção de Erebus para você. No fundo foi minha culpa, mas não tinha como eu saber que ele estava acordado. Sinto muito, Jack.”

– Não me importa, eu não quero a faca – respondi frio.

– Você poderia matar um imortal, como um deus – seus olhos me analisaram como se com fome ou coisa parecida, ela era bem parecida com Erebus – Destruiria a forma de um mortal juntamente com sua alma. Controlaria a energia de qualquer um. Seria a melhor arma para a guerra.

– Não quero matar deus algum. Eles são minha família e são necessários para o mundo, mesmo que sejam um saco de vez em quando. Você vai nos ajudar na guerra se não todos já estaríamos liquidados. Eu não quero a faca.

– Poderia usar o poder da Faca para ser imortal ou tornar qualquer um imortal. Invocar monstros e destruí-los, é claro que vou precisar controlar essa parte, não pode destruir um monstro único, mas... – ela deu de ombros.

– Não quero ser imortal – respondi tentando parecer ameaçador –, nem dar a imortalidade para alguém, dos monstros posso cuidar com Kroboros. Não quero sua maldita faca!

Olhei-a e me assustei com a expressão mais calma e fascinada que já vi.

– Você é realmente perfeito – olho para um lado, para o outro. Medo – Não quero a morte de nenhum deus, mesmo que seja uma tentação de vez em quando... – seu sorriso era muito lindo, tanto que me fez gelar um pouco – Não quero que seja imortal nem que torne alguém imortal. Vou sim ajudar na guerra, mas você agiria melhor com ela. Você é... o cara certo, como os modernos falam.

Estendi a mão, desistindo.

– Mexa os dedos como se fosse segurar uma faca – ordenou ela vitoriosa.

Acho que não era uma ordem, mas aquele jeito de vizinha que é ex-professora má que mata seus bichinhos de estimação por diversão e ninguém acredita em você, me assustava então interpretei como uma ordem.

Movi os dedos da mão direita e a Faca negra com veias surgiu em minha mão. Ela esquentou minha palma como se para torná-la mais... confortável.

Olhei Nix como se perguntasse: feliz agora? Mas era obvio que ela não era feliz há muito tempo. Seus olhos eram frios e infelizes. Não consegui ficar com muita raiva dela.

– Ele insinuou que ainda te amava e queria voltar com você – murmurei tentando parecer indiferente, mas não fez muita diferença.

Ela sorriu.

– Eu sei. Isso não melhora as coisas – ela esticou a mão e pegou uma de minhas novas mexas pretas – Ele deixou sua marca. Como se não bastasse o que fez com seu rosto e peito. Ah, eu me esqueci disso, não deixei que Apolo removesse meu nome de seu peito porque achei que era um ótimo símbolo – porque não era a pele dela!

Ela tocou meu rosto com a ponta dos dedos. Sua pele era fina e gelada, pareceu esfriar meu rosto inteiro.

– Só para deixar marcado, você não é mais 80% deus é 90 por causa da faca, de mim e, bem, Erebus, agora ele deu um jeito de ser seu pai também e imagino que 92,5 na verdade porque... Bem não importa.”

– Que bom! É claro que não me importa – ironizei – Como eu carrego esse troço? E por que eu? Sinceramente meu azar não pode ser tão grande.

Você não consegue sentir?, perguntou Vox com a velha voz sarcástica e animada de sempre, É poderosa de mais! Como pode não querer ela?

Vox, bem-vindo de volta e vejo que voltou idiota como sempre, irmão. Como vou carregar a arma mais poderosa do Universo?

Sem comentários...

Meus dedos se mexeram instintivamente e a Faca desapareceu, voltei a invocá-la e funcionou.

– Ah! Não é tão incomodo!

– É claro que não! Sejamos sinceros; o que você seria sem... como você o chamou?... Vox? O que eu você seria sem Vox? Gostei do nome. Você é mais criativo do que parece – não mesmo...

– Obrigado. Espera, sabe de Vox? Como? O que isso tem haver com...?

– Tem tudo haver. Uma mente mortal mesmo que de um semideus, mesmo de alguém como você – um ser esquisito – não agüentaria o poder da Faca então a mente se bifurca. Gostei da teoria de Atena e é, em parte, verdade. Ele vai se unir a você quando precisar de todo o poder. Você e Vox.

– Emocionante! – murmurei desanimado, ainda tentando entender por que Erebus chamou Vox de Marca de Poder. Nix negou com a cabeça, como se disse que não era hora de explicar aquilo – Por que isso aqui não aparece em nenhuma historia antiga?

– Quantos mortais iam querer esse poder? Tantos deuses desejaram isso... Zeus achou melhor não me incomodar, sempre teve medo de mim – isso ele não falou –, então decretou que nenhum deus primordial, acordado ou não, poderia ser procurado por mortais ou deuses. Vivo só em meu palácio bem longe de todos, inclusive meus filhos e deste lugar – ela soltou os ombros parecendo mais infeliz do que antes – Cuide da Faca e de se mesmo, basicamente você e ela são tudo que tenho há muito tempo.

Ela sorriu e desapareceu. Simples e direta. Uma das deusas mais antigas e uma das menos sentimentalistas que eu já conheci. E eu a amo muito por isso.


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Notas finais do capítulo

Próximo tem Marcus e Lya e um pequena explicação.



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