POV Thalia Grace

— Luke?! — imitava o filho de Hermes com uma mistura de sarcasmo e fúria. — Depois da merda que você me faz é isso que tem a dizer?!

Eu o encarava incrédulo, realmente não sabia o que havia feito a ele. Me sentia um pouco triste e magoada também. — O que eu te fiz, Luke? — minha voz saíra mais desesperada do que eu havia imaginado.

— A CULPA É TODA SUA! — a voz de Luke esbanjava ódio. — VOCÊ induziu a Annabeth terminar comigo! VOCÊ enviou ela para a missão para que ela possa morrer e você fique com o prêmio! — suas frases eram como tapas na cara; só que com a dor aumentada em mil vezes. — Isso é normal, não é?! Para pessoas como você, filha de Zeus! Quer tudo no mundo apenas para você, quer liderança, tudo!

Eu não estava acreditando no que ele estava me dizendo. Não Luke, o meu Luke. O meu amigo de infância, que me ajudara a ficar salva depois que fugi da casa da minha mãe, o que escutou todas as minhas tristezas, segredos, tudo que eu tinha para dizer. E agora estava falando desse modo comigo, como se o que tivéssemos era apenas nada. — Você ouviu o que disse, Luke?! — pergunto a ele olhando em seus olhos. Minha voz estava instável e eu estava prestes a chorar. — Por que eu faria isso com ela? Ela é a minha melhor amiga, você sabe disso!

O loiro balançava a cabeça em negação. — Por que você ainda não me esqueceu! Eu sei disso, eu vejo isso em seus olhos! Então pare de confundir a Annabeth!

Cada vez que ele falava algo, eu ficava mais em choque. Eu fiquei estática. Em parte, era verdade. Não havia o esquecido completamente. No fundo, bem no fundo... Eu sentia um pouco de ressentimento e ciúmes vendo Annabeth com ele, aparentemente feliz. Mas eu sabia que não era verdade, ele não a fazia feliz. E isso não importava mais, tampouco. Eu já estava me apaixonando por Percy, agora eu via isso. — Annabeth é esperta o suficiente para não ser induzida a fazer nada que não queira! Não fale dela como se a minha amiga fosse tola! — grito para ele com a raiva subindo em meu peito. — E qual é o seu problema? Se eu realmente ainda sentisse algo por você, eu teria dito! — bem, isso era mentira.

— Ela só está confusa! Com a sua chegada, e a do Jackson... Vocês estragaram tudo! — ele sacava uma arma que não era mordecostas, obviamente, e ia em minha direção.

Estava tão chocada que não reagi ao ataque. Três metros, dois, um... Ele estava com a espada muito próxima ao meu pescoço, até que alguém defende o golpe que seria fatal.

— Há algum problema aqui? — era Nico. Sua voz era gélida, como a de seu pai. Seus olhos estavam pegando fogo de fúria, e eu me sentia grata por isso. Era realmente bom ter amigos de verdade, que se preocupavam de verdade comigo.

— NÃO! — berrava Luke e saia correndo de volta para o acampamento meio sangue.

Nico se virava para mim com uma expressão de fúria e curiosidade. — O que foi aquilo, Thalia?

Só de lembrar no acontecido de minutos atrás, minhas lágrimas escaparam sem minha permissão. — Ele... Ele... Ele... — mas eu não conseguia falar nada mais que isso.

Em questão de segundos, estava soluçando nos ombros de Nico. Ele afaga minha cabeça e me olha com simpatia. — Vai ficar tudo bem, Thalia. Quando voltarmos, daremos um jeito naquele filho da puta traidor. — Nico tira um lenço negro do bolso de sua calça jeans e me entrega.

Eu tento me recompor, e por pouco tempo já estava fisicamente normal. Mas emocionalmente, nunca. Não me entendam mal, estava super feliz e agradecida por Nico ter me ajudado, mas eu estava com um pouco de raiva por não ter sido Percy. Eu queria que tivesse sido ele que tirasse Luke de perto de mim, ele que me abraçasse enquanto chorava. Sabia que se fosse desse modo, eu não sentiria mais essa tristeza em meu coração.

Entrego uma das mochilas que Apolo me deu a Nico, e seguimos até o ponto marcado para encontrarmos Annabeth e Percy.

Chegando lá, vejo que ambos já estavam a nossa espera. Annabeth estava com uma expressão animada e parecia inquieta. Já Percy estava sonolento. Seus olhos mal abriam e eu poderia jurar que em questão de dez segundos ele cairia no chão. Não teve como não rir disso.

— Estão atrasados! — exclama Annabeth. — Pensei que estava marcado para as sete da manhã, vejam, são sete e quinze!

— Quem é o maluco que acorda às sete da madrugada? — resmunga Percy. — Isso é coisa de maluco. — ele fazia um bico engraçado e eu ria do desconforto dele.

— Não fui eu que pedi esse horário, foi o Quíron. — me defendo. Então entrego uma mochila para Percy e outra para Annabeth. — Tomem, cortesia de Apolo. — digo e depois conto sobre o nosso pequeno encontro em frente ao meu chalé.

— Interessante, Apolo deve estar maluco para ver Phyton morta novamente... — comenta Annabeth, absorta em pensamentos.

— Então? — pergunta Percy. — Você conseguiu achar alguém que possa nos dizer aonde está essa cascavel?

— Não é uma cascavel, é uma serpente. — corrige Annabeth e Percy bufa. — Mas sim, acho que sei quem poderá nos ajudar.