Paradoxo Temporal: A Origem De Ginmaru escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 21
Separação




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Um silêncio pesado tomou conta da sala por um bom tempo, bem como havia uma aura negra por cima dos três homens e do garoto. Gintoki foi o primeiro a se pronunciar ainda com pavor em sua voz:

- Q-Que fique bem clara uma coisa aqui... E-Eu... Eu não sou um terrorista...! Eu saí do Joui há anos...! Não posso ser preso...! E tenho um filho pra criar...!

- O seu passado te condena, Gintoki. – Katsura disse em tom sombrio.

- Ei! Que negócio é esse? – Shinpachi protestou. – Assim fica parecendo que o Gin-san é realmente um criminoso!

De repente, tudo ficou escuro. E, claro, Gintoki deu um berro de pavor.

- O que aconteceu, Gin-san? – Shinpachi perguntou em meio ao breu total do ambiente.

- Pra ter esse apagão, a alma penada daquele velhote só pode estar dando as caras por aqui, e vai comer as nossas almas!!

- Que mané alma penada o quê! Não acha que tá muito grandinho pra ter messes medos bobos? Olha só o exemplo que você pode dar pro seu filho!

- Sensei, eu não sou o meu pai. – Ginmaru disse. – Eu não tenho medo disso, eu já vi filme de terror escondido.

- Quer dizer que você andou me desobedecendo, é, moleque? – Gintoki protestou enquanto tentava encontrar seu filho em meio ao escuro para dar-lhe umas palmadas.

Porém, a confusão parou logo que ouviram a porta sendo arrombada mais uma vez. Pra variar, o Yorozuya soltou o verbo assim que sentiu uma lufada de vento gelado vinda de fora:

- EI, SERÁ QUE TODA VEZ QUE VOCÊS VIEREM CAÇAR O ZURA VAI SER ASSIM, É? EU JÁ TÔ DEVENDO O PAGAMENTO DE TRÊS PORTAS NOVAS PRA VELHA!

- Não é Zura, é Katsura. – não fora o dono do bordão a responder. – E não é o Shinsengumi quem acabou de chegar. Esqueceu que eles estão em greve?

Nisso, a energia elétrica voltou em toda a cidade – e também ali na Yorozuya. Os invasores eram seres de fardas brancas bem alinhadas, sendo Amantos. Não havia nenhum humano ali para se deduzir que era do Mimawarigumi.

- Então eu vou cobrar do Governo Central pela porta destruída! – Gintoki se aproximou e ficou cara a cara com o líder daquele grupo. – Vai ter que me indenizar pelos danos materiais e morais! Como podem invadir a casa de um cidadão ainda convalescente? – fez questão de dar uma generosa fungada para evitar que o muco saísse pelo nariz ainda com coriza.

Não teve resposta e sentiu suas mãos serem algemadas. Isso, definitivamente, não era bom. Odiava as tais algemas, pois graças a elas, se metera em várias furadas. E estava prestes a se meter em mais uma.

- EI! – protestou. – O que é que você tá fazendo?

- Você está preso por terrorismo. – o Amanto com cara de tigre, líder daquele pelotão, disse.

- QUANTAS VEZES EU TENHO QUE DIZER QUE NÃO SOU UM TERRORISTA?

- Nós sabemos todo o seu histórico, Sakata Gintoki. Você já fez parte do Joui.

- Você disse bem, “eu fiz parte”. Nunca fui terrorista! Está conjugado no pretérito perfeito, tá no passado! Eu não sou terrorista!

O som de outra algema se fez ouvir.

- Capitão Algh – era outro cara de tigre que chamava a atenção daquele que algemara o Yorozuya. – Olhe o que encontramos.

- Ora, ora, se não é o famoso Katsura Kotarou... Anda tendo ligações perigosas, hein, Sakata-san?

- Só porque eu sou o amigo de infância do Zura, é? – o albino ficava cada vez mais enervado.

- Não é Zura, é Katsura! – o líder Joui o corrigiu.

Contrastando com a resignação de Katsura, Gintoki se debatia para se soltar dali, enquanto os soldados vestidos de branco arrastavam os dois amigos algemados para fora. Ginmaru conseguiu se refazer do choque no qual estivera e percebeu o que estava acontecendo ali.

- Parem aí mesmo, seus idiotas...! – o garoto rugiu.

Algh olhou para trás e encarou os olhos vermelhos do garoto enquanto segurava com força o impulsivo homem de cabelos prateados. Deu um sorriso sarcástico e perguntou:

- O que você quer, menininho?

O garoto não se fez de rogado e, num movimento rápido, pegou a bokutou do pai, que estava encostada no sofá e partiu para o ataque.

- DEIXA O MEU PAI EM PAZ!!

Antes que Gintoki soltasse um “Ginmaru, não!”, o garoto foi desarmado por Algh, que mandou a bokutou para longe. Com velocidade, o capitão dos soldados do Governo Central contra-atacou. O Yorozuya, que via aquilo estarrecido e tentando se soltar para proteger de qualquer maneira seu rebento, fechou os olhos prevendo o pior.

Mas, ao abrir seus olhos, viu que o pior não aconteceu.

Shinpachi alcançara a bokutou e bloqueara o ataque que certamente iria ferir gravemente o garoto, que estava paralisado. Aquela fora por muito, muito pouco. Assim que se recuperou do susto, o garoto fez menção de agir novamente.

- Ginmaru... – o Shimura ordenou. – Não saia de perto de mim...!

- Mas, Sensei...! E o meu pai? E o Zura?

- Nada de “mas”! Se você se arriscar de novo, vai apenas deixar seu pai mais preocupado ainda!

Ginmaru procurou segurar suas lágrimas em vão, enquanto via seu pai sendo arrastado enquanto se debatia em vão, tentando se libertar sem sucesso. Gintoki parou de se esforçar para tentar fugir. Não adiantava. As lágrimas de Ginmaru começavam a lhe cortar o coração. Se havia algo que o desestabilizava, era ver seu filho mal daquele jeito.

Os olhos entristecidos de Gintoki encontravam os olhos chorosos de Ginmaru. Os dois olhares pareciam conversar como se fossem cúmplices. Era como se Gintoki dissesse a Ginmaru um “se cuida”. O garoto procurava engolir o choro e assentia, parecendo entender a mensagem.

Shinpachi nada podia fazer diante de Algh e dos outros soldados. Era perigoso demais se arriscar a um ataque, só ele e Ginmaru. Claro que lhe doía ver seus dois amigos serem levados daquela maneira – sobretudo aquele cara a quem considerava como seu irmão mais velho – mas certamente o albino não iria querer ser salvo vendo a vida do filho em risco.

O Shimura só podia agora deixar, resignado, aquele bando de branco levar Gintoki e Katsura para fosse qual fosse o local de destino deles. E foi o que fizeram, deixando a sós ele e Ginmaru, que não aguentou mais e desabou, começando a chorar muito... Afinal, ele era apenas uma criança.

Enquanto o deixava chorar tudo a que tinha direito, Shinpachi lhe disse enquanto o abraçava de forma protetora:

- Seu pai vai ficar bem, Ginmaru. Ele vai conseguir sair dessa.


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