Paradoxo Temporal: A Origem De Ginmaru escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 20
Essa, não! Mataram o velho!




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Abriu os olhos lentamente, retornando aos poucos à consciência. Logo reconheceu o teto do local onde estava. Ouviu passos se aproximarem, enquanto sentia que algumas partes do seu corpo estavam enfaixadas.

- Parece que você tomou uma surra, hein, Zura? – era a voz de Gintoki, que parou a alguns passos de distância.

- Não é Zura, é Katsura. Eu fui atacado. E vejo que você também.

- Pelo mesmo azulão ditador?

- Exatamente.

- Graças ao dedo-duro do Takasugi. Ah, se eu pego ele...! – o albino gesticulou sua intenção de estrangular o ex-companheiro dos tempos de Joui.

- Simplesmente matar o Takasugi não resolve nada.

- É. Eu não posso mais sair lutando como um louco como antes. – olhou para trás, onde viu Ginmaru.

- Na verdade, antes do Ginmaru você já não podia. – o amigo de longa data do Yorozuya sorriu.

- De toda forma – Gintoki disse. – Parece que estamos vivendo uma “caça aos terroristas”. Mas eu não sou um terrorista.

- Mas você já foi do Joui, e o Joui é considerado uma facção terrorista. Você já é “fichado”, por assim dizer.

- Eu sou apenas um “ex-samurai estúpido” e nada mais. Será que eu não tenho sossego pra ser um simples faz-tudo? – ele cutucava o nariz enquanto questionava. – Eu não vou ficar bancando o fugitivo igual você faz.

- Você é quem sabe, Gintoki. Mas tenha em mente que você corre os mesmos riscos que eu.

Uma voz interrompeu a conversa dos dois amigos de longa

- Paiê! A Ketsuno Ana tá na TV!

Logo que ouviu a voz de Ginmaru, Gintoki saiu disparado para a sala. Não se permitia perder um segundo da aparição de sua musa na TV, que no momento o fazia esquecer que ainda tinha um pouco de febre por conta da forte gripe que contraíra.

- Ketsuno, como está a situação aí no palácio do Governo Central? – o âncora do noticiário perguntou.

- Está bem tensa, em meio a esta nevasca que toma conta de Edo. – a repórter respondeu. – A nevasca não foi a única surpresa hoje. Recebemos a notícia de que o Shinsengumi acaba de entrar em greve. Todos os policiais estão de braços cruzados hoje e assim permanecerão por tempo indeterminado. A adesão à greve foi de 100%.

- E-Eu deveria comemorar isso, Gintoki... – Katsura sentiu um arrepio percorrer sua espinha. – Mas não sei por que, eu preferia que eles não fizessem isso.

- Pelo jeito o Mayora obrigou todos a aderirem para aumentar os suprimentos de maionese do Shinsengumi. Ou então ter mais bananas pro Comandante Gorila. – Gintoki limpava a cera do ouvido.

- Obrigado, Ketsuno. – o âncora do telejornal agradeceu. – E agora, nos nossos estúdios, estamos com o Superintendente do Shinsengumi, Matsudaira Katakuriko, para nos expor as razões da greve iniciada pela força policial de Edo. Superintendente, quais as razões que levaram o Shinsengumi a entrar em greve?

- Antes de tudo, boa noite. – o senhor idoso que não abandonava os óculos escuros imponentes e seu cigarro cumprimentava com seu tom de voz indolente. – Uma das razões para esta greve foi o não reconhecimento do novo governo por nós, já que não é legítimo e blá, blá, blá.

- E quais são as outras razões?

- Bem, as outras r—

Abruptamente, a fala do Superintendente Matsudaira foi interrompida por dois tiros. Um de uma arma, que o atingiu e outro, de sua própria arma, revidando em vão quem o baleara. O jornalista, mais do que assustado, tentou reanimar Matsudaira, mas não adiantara nada.

O velho já estava sem vida.

Ginmaru voltara à sala, dando de cara com Gintoki, Shinpachi e Katsura fortemente abraçados e com caras de pavor. A princípio, não entendeu aquela cena.

- Tá passando filme de terror agora? – o menino perguntou.

Nenhuma resposta do trio, que batia os dentes de medo. Não parecia que tinham assistido a um filme de terror, mas que tinham visto uma assombração. Olhou para a TV e viu apenas alguns homens retirarem da bancada do noticiário um velho desacordado e um jornalista completamente apavorado.

Mais uma vez, o garoto albino encarou os três homens apavorados e perguntou:

- O que é que aconteceu, pessoal?

Gintoki externou a razão do pavor dos três com um berro:

- ESSA NÃO! ELES MATARAM O VELHO!! ELES MATARAM O VELHO AO VIVO, AGORA ELE TÁ “AO MORTO”!

Claro que Ginmaru ficou boquiaberto com isso!

- A... Aquele velho da TV...? Tava morto...?

- Mortinho da silva! – Shinpachi disse.

Nisso, a tela do pequeno televisor ficou apenas com as faixas coloridas por conta do sinal cortado. Alguns segundos depois, a transmissão voltou. Porém, não aparecia o cenário do noticiário televisivo, mas uma sala onde um ser azul estava sentado de forma imponente.

Era Kasler. E sua aparição estava com cara de pronunciamento. E o pronunciamento, vindo daquele enjiliano, com certeza poderia não agradar. E realmente não ia agradar:

- Saudações. Eu, Lorde Kasler, como governante de Edo, venho a público dar minha declaração a respeito do Shinsengumi e de sua conduta reprovável. Não importa o que pensem a respeito do Governo Central, nada vai nos tirar do poder. Minha postura a respeito da greve do Shinsengumi já foi mostrada. Nomearei um interventor para assumir o cargo deixado vago por Matsudaira Katakuriko. Enquanto o Shinsengumi não volta às atividades, o Mimawarigumi e os soldados enjilianos do Governo Central ficarão encarregados da caça aos terroristas e ex-terroristas do Joui e do Kiheitai. Também continuaremos com a cobrança compulsiva de impostos, pois precisamos de fundos para nossa gestão. Aqueles que se negarem a contribuir serão devidamente punidos. Também anuncio aqui a decisão de fechar e desativar preventivamente o Terminal de Edo, a fim de evitar que nossos inimigos mortais, os darkenianos, nos atinjam com suas armas mortais. Todas essas medidas serão válidas por tempo indeterminado. Se alguém se colocar contra isso, será considerado terrorista e será punido como tal.

Após algumas reiterações de sua postura, Kasler encerrou seu pronunciamento e a programação na TV foi restabelecida. Os quatro telespectadores procuravam entender o que era aquela enxurrada de coisas que foram ditas pelo governante azul.

- Katsura-san... – Shinpachi quebrou o incômodo silêncio que pairava naquela sala. – Você tinha razão quando disse que preferia que o Shinsengumi não entrasse em greve.

- Agora a coisa ficou realmente séria...! – Katsura afirmou.


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