Pov Peeta    

            Desde quando essa garota chegou aqui eu não tenho paz, parece que ela esta em todo lugar. E quer saber? Ela pode ser irritante cabeça dura e amar me chamar de arrogante presunçoso e idiota  mas não sai da minha cabeça, e eu gosto disso, algo nela me chama atenção , ontem quando estava na lanchonete eu notei que ela ficou algum tempo olhando pra mim antes de ser grossa, e quando o idiota do gale chegou ela parecia desesperada, ela realmente ama o seu irmão, ela é diferente das outras garotas, principalmente da FoxFace  , eu não aguento ela o tempo todo me sufocando, parece que ela não tem vida própria, no começo era legal ter alguém pra  fazer algumas coisas pra mim, só que depois isso se tonou uma coisa muito fora do controle, a everdeen  não parecia ser assim, ele teria coragem suficiente pra me dizer o que fosse necessário sem papas na língua, hoje de manha no café ela deixou isso bem claro, e por mais que tenha sido objetiva no seu pedido eu simplesmente não quero  deixar vida dela em paz, algo me diz que o que eu senti ao vê-la não vai passar. É pensando nisso que estou sentado no refeitório imaginando onde ela deve esta, FoxFace esta sentada ao meu lado gritando por atenção. Prim está do outro lado olhando para mesa de Gale. Como ela ainda pode gostar dele Depois  de tudo o que ele fez?. Ele a fez  sofrer de mais ,minha amiga, única amiga de verdade, não aguentou o que ele estava fazendo ele passou dos limites com ela, ate era meu amigo mas o cara começou a agir  como idiota com todo mundo e quando a prim terminou com ele, tudo piorou ele começou a beber e fazer coisas idiotas o tempo todo  acho que aquele Haymitch Abernathy tem muito haver com isso  eu tentei avisar e foi ai que virmos inimigos.

            Estava preso em meus pensamentos quando a porta do refeitório abriu e pude ver cato e kat entrando. O que ele esta fazendo com ela? Eu sei que eles tem umas aulas juntos mas ,nada justifica isso. Eu posso jurar que ela esta sendo simpática com ele. Coisa que nunca a vi fazer desde que chegou.  Ela sorria e por algum motivo ache que os dois falavam de mim.

- e olha se vamos passar algum tempo juntos que o ele seja assunto proibido ou amizade finalizada por aqui.- ela estava sorrindo enquanto falava. Amizade ? que amizade eles tem?

 - a tá bom kat! Não falo mais. você é esquentadinha em!?- não acredito ele chamou ela de esquentadinha! Quem ele acha que é pra fazer isso? Mas pra minha surpresa ela não ameaçou mata-lo ao contrario sorrio e fingiu dar um empurrão nele.

- é sou esquentadinha mesmo Cato. Se não quer se queimar que não brinque com fogo – como assim ela gosta de ser chamada assim?

- tá bom... já disse assunto vetado senhora esquentadinha – ele passou a mão sobre o ombro dela e ela pareceu gostar. Os dois  foram pra uma mesa ao lado da nossa. E obvio que eu não ficaria ali olhando o meu “amigo” da em cima dela daquele jeito não sei por que mas isso me irritava . Fui ate a mesa.

- Aê Cato!?

- oi Peeta acho que vocês já se conhecem ne!?

- sim cato eu conheço a kat, ela mora na minha casa- eu tentei demonstrar que não me importava com isso. Mas ela olhou pra mim com um olhar mortal

- fala serio você só pode esta de perseguição comigo ne!? Garoto vive a sua vida, me deixa em paz!-

Ela realmente  era irritante quando queria e eu não ia deixar isso passar mesmo ela sendo linda  eu não deixaria de responder a altura

- sinto muito lhe informar senhora everdeen mas minha vida não gira em torna de você!  O cato é meu amigo e eu tenho direito de falar com ele. – ela parecia surpresa  simplesmente levantou e foi embora batendo o pé de irritação e eu não estava nem ai pra isso estava satisfeito  tinha finalmente conseguido tirar cato de perto dela sem que ela percebesse que essa era minha intenção .

- cara fala serio  o que foi isso ? deixa a garota em paz tá vendo que ela tá irritada com você?

- tô , vi sim e vi também você dando em cima dela cato?

- qual é Peeta deixa de ser idiota eu não dei em cima dela, ela é muito legal sim e agente se deu muito bem mas não!  nada esta acontecendo! - eu não confiava nele mas ele era meu amigo não podia brigar com ele por causa da esquentadinha que eu mal conhecia

- ok tá certo se você diz...

Saímos dali e fomos andar pelo colégio. Eu tentava juro que tentava mais a esquentadinha não saia da  minha mente .

Depois da aula disse a meu pai que iria  para a casa de cato mais não fui. Corri direto pra o meu único refugio, único lugar meu, só meu,  a floresta. Um lugar onde só eu conhecia. Ficava bem longe de tudo . Por trás da minha casa, Do meu quarto onde agora dormem kat e Clover, eu tinha a visão desse lugar até perder de vista. Eu guardava aqui todas as minhas lembranças, lembranças da minha mãe, do meu passado, da minha família antes de tudo acontecer, antes da minha mãe e meu irmão morrerem em um acidente , eu guardava fotos, recortes de jornais e tudo que pude apanhar sobre minha mãe ali gostava de rever essas fotos  e isso me  ajudava a lidar com a falta dela.  Toda vez que olhava as fotos lembrava dela cantando pra que eu e meu irmão, sua voz sua presença ,seu toque, como  eu sentia falta dela!

Fui chegando perto do lugar que apelidei de  gruta, um lugar de pedras que fazia sobra e onde guardava minha caixa de recordações quando levei um susto.

- Mellark? O que você faz aqui?- eu quase gritei de susto o que everdeen estava fazendo aqui?

- everdeen ? Eu que pergunto o que você faz aqui?- ela parecia gostar da situação, começou a ri desesperadamente. – para com isso não tem graça você não deveria esta aqui!

- calma garoto eu achei esse lugar por acaso. Eu não sabia que era seu tá!

- e o que você viu? – eu não  suportava a ideia que alguém que mal me conhecia pudesse ter visto minha fraqueza, minha única fraqueza: minhas lembranças.

- eu vi muita coisa Peeta, inclusive as fotos, mas garanto que eu não sabia que era seu eu só soube agora que você apareceu- ótimo eu era o culpado de ela saber de tudo. Bela ideia de vir aqui hoje a minha!

- é acho que te devo algumas explicações.

- só as que você quiser me dar Peeta.

- não é serio senta ai! Já que você viu por que não ouvi?- eu não queria falar sobre isso mas deixar duvidas sobre mim na cabeça de everdeen  não iria melhorar em nada nossa convivência.

Pov kat

            Depois do showzinho proporcionado por  Peeta no refeitório , a aula passou rápido, apenas algumas conversas com cato tiram minha atenção do garoto dos alhos azuis. Por que ele não sai da minha mente?   

Logo vamos pra casa, Peeta não quis ir disse a Cinna que iria pra casa de cato. O que é estranho já que cato me disse que ira pra casa do pai hoje que fica, pelo que sei , bem longe, preferi não argumenta sobre o assunto. Ao  chegar resolvi cumprir minha promessa de ontem e fui dar uma olhada na floresta que se estendia em minha janela. Fiquei surpresa ao encontrar uma trilha e comecei a segui-la durante um bom tempo, nada de novo aparecia ate que de longe vi uma pequena “caverna” de pedras fui ate lá, imaginei que o lugar estaria vazio, mas não estava ali havia o que classifiquei como sinal de vida. algumas latas de refrigerante um casaco velho e uma caixa, estava determinada a ir embora mas a curiosidade me venceu olhei ao redor e não vi ninguém. Ninguém saberia então por que não olhar aquela caixa?

Abri a caixa e logo vi se tratar de uma caixa de recordações,  dentro havia fotos, quase todas da mesma mulher cercadas por dois garotos bem pequenos, um ainda de colo na maior parte das fotos e outro mais velho, além das fotos havia dois recortes de jornais um falando do sucesso de tal mulher, pelo que li ela era fotografa e fez uma grande exposição, o outro recorte falava da sua morte em acidente, estava para ler o artigo quando escuto passos se aproximando fecho rapidamente a caixa e me escondo entre as arvores esperando por qualquer tipo de pessoas, quando tenho uma surpresa quem se aproxima é Peeta e parece que ele conhece muito bem o caminho.

-Mellark? O que você faz aqui?- eu estava surpresa, mas ele quase desmaiou de susto, sua cara de pânico era a coisa mas engraçada e linda que já havia visto!

- everdeen? Eu que pergunto o que você faz aqui?- eu morria de rir nesse momento. – para com isso não tem graça você não deveria esta aqui!- sua voz era áspera.

- calma garoto eu achei esse lugar por acaso. Eu não sabia que era seu tá!?- eu agora estava com medo de ele se irritar comigo.

- e o que você viu? – eu não tinha resposta pronta pra isso eu não sabia o que tinha visto.

- eu vi muita coisa Peeta, inclusive as fotos, mas garanto que eu não sabia que era seu eu só soube agora que você apareceu-  ele parecia mais agitado

- é acho que te devo algumas explicações.- ele já estava sentando no chão perto da gruta

- só as que você quiser me dar Peeta.- eu sentei ao seu lado de uma maneira suave.

- não é serio senta ai! Já que você viu por que não ouvi?- eu não sabia por que, mais eu queria ouvir a historia do Peeta.

- olha a mulher nas fotos era minha mãe esquentadinha.- senti uma ponta de irritação- ela era fotografa assim como meu pai, eles se conheceram no trabalho e logo se apaixonaram eu nasci apenas dois anos depois- sua voz estava quase chorosa mas seu olho almejava o além.- nos éramos uma família realmente feliz,  quando eu tinha quatro anos meu irmão nasceu e tudo só melhorava, minha mãe era a pessoa mais maravilhosa de todo o mundo, eu a amava muito, ai certo dia ela e meu pai tiveram  que viajar eu e meu irmão fomos com eles estávamos em uma curva quando louco bateu de frente com o nosso carro meu pai apagou e minha mãe me tirou de lá de dentro o mais rápido do que se pode imaginar, meu pai rastejou pra fora do carro assim que acordou, meio atordoado  mas minha mãe voltou pra buscar o meu irmão e foi ai que o carro explodiu com eles dentro. Minha mãe morreu na hora tentando salvar meu irmão e  só restaram eu e meu pai.

Peeta estava com os olhos cheios de lagrimas e os meus também estavam. Eu odeio a Effie mas nunca pensei em nunca mais poder vê-la . como Peeta poderia aguentar tudo aquilo sozinho. Agora eu entendia a raiva dele por Gale ,que mesmo tendo sua mãe por perto lhe tirava a atenção do único que lhe restara. Seu pai. Eu não tive outra reação se não abraça-lo ali, naquele momento, com lagrimas nos olhos e toda a minha força.

- Peeta! Eu não sabia...- ele não demorou a corresponder meu abraço e ficamos assim por não sei quando tempo. Ate que começou a chover e eu comecei a rir.

- chuva idiota! É melhor voltarmos pra casa everdeen.

- kat! Pode me chamar de kat!-  eu não odiava-o como antes.

- não, prefiro everdeen, tome bote a minha jaqueta tem algum  tempo ate chegarmos em casa .- não neguei, peguei a jaqueta e coloquei na cabeça pra aparar meu rosto. Já não estava vendo nada com a chuva grossa que caia. Peeta se aproximou  e passou a mã na minha cintura pra se amparar embaixo da jaqueta e assim seguimos ate em casa algumas vezes eu quase cai na lama mais Peeta  me segurava, firme como uma rocha. Estávamos quase no fim da floresta quando vi um pássaro perto de uma arvore.

Parei para parecia-lo ,não era uma atitude inteligente mas eu precisava olha-lo - que pássaro é aquele?-

- um tordo everdeen- como ele amava chamar meu sobrenome. – eles me fazem lembrar você ?

-por que? Eles bisbilhotam a vida dos outros e caem na lama? – eu tentei ser irônica.

- não, eles são lindos, fortes e sabem agir no momento certo.- eu estava perplexa com o que ele havia dito. Foi um elogio ? linda? Forte? Decidida? Como ele poderia dizer isso

- como assim no momento certo? Você não me viu agindo caro Mellark- eu admito que sorri com as palavras dele.

- mas posso ver- nesse momento a  chuva aumentou ,mas eu me senti quente, Peeta se aproximou e em um estante aquela imensidão azul de seus olhos se aproximavam de mim eu estava parada, embriagada por seus olhos. Então percebi que ele me beijava e não demorei a corresponder. Senti a jaqueta ir ao chão mas não estava nem ai pra ela. Quando o ar se fez necessário Peeta nos separou bruscamente

- desculpa! – sua voz transmitia nervosismo e apreensão.

- não tem que se desculpar Mellark eu é que passei dos limites. Vamos voltar pra casa e esquecer o que aconteceu hoje !  ele apanhou sua jaqueta e saímos calados, separados e na chuva, ate chegar em casa. Quando chegamos já era mais de sete e meia entramos encharcados e fomos bombardeados por perguntas. Peeta tinha uma desculpa pra cada uma delas . Como ele era experiente em fazer isso!  Se não estivesse com ele, eu mesmo poderia acreditar no que ele dizia. Depois disso subi pra o quarto tomei um banho e me deitei torcendo pra ninguém me perguntar nada, não sou tão boa quanto Peeta, depois do jantar gale chegou em casa e dessa vez ele estava ao menos caminhando sozinho. Eu fui me deitar realmente estava exausta, mas de uma lado para outro da cama aquele beijo não me deixava dormi, refiz aquela cena um milhão de vezes em minha mente. E não achava explicações pra o que havia acontecido. Fiz isso ate cair no sono e sonhar com aquele olhos azuis que agora eu entendia tão bem o que estava por traz.

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