Hail The Rebels escrita por dothewindything


Capítulo 5
Capítulo 4 - Riscos




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Hail The Rebels

Capítulo 4 - Riscos


"Meenah!" a garota cruzou os braços ao perceber a bagunça do quarto de sua amiga "Francamente... Quantas vezes preciso te dizer?". "Serks, fica calma. Depois vai vim uma empregada limpar isso de qualquer forma" Meenah abanou suas mãos no ar, com um gesto de desdém. "De qualquer maneira!" ela bufou "Você não deveria fazer isso só porque tem uma empregada!". "Blá-blá-blá, muito obrigada pelos valiosos conselhos de vida, Aranea" Meenah revirou os olhos. Aranea fechou a porta atrás dela e ajeitou o vestido antes de sentar em uma cadeira próxima "Meenah, isso não pode continuar assim. Será que você não pode me escutar pelo menos uma vez?". Meenah suspirou. Todos os dias eram assim, qualquer coisinha, por mais estúpida que fosse já era motivo para a Serket sair gritando e resmungando. Mesmo que fosse uma conselheira e tutora, que diferença fazia? Um dia Meenah estaria no topo e todas essas futilidades não fariam diferença nenhuma. Ela iria mandar em quem ela quisesse, fazer o que ela quisesse e mesmo assim todos iriam se ajoelhar e implorar por misericórdia aos seus pés.



"Sério, desse jeito você nunca vai arranjar um namorado ou qualquer coisa assim" Meenah sorriu e se controlou para não rir alto da reação espantada de Aranea, seu rosto completamente corado. Ela resmungou qualquer coisa baixo e se virou para Meenah, um tanto mais calma "Olha, é o seguinte. Provavelmente amanhã teremos aquela festa de chá para confraternização com o reino vizinho. Como sucessora vo--". "Como sucessora você deve se comportar igual um cachorro adestrado, muito obrigada". Aranea revirou os olhos e deixou escapar um longo e cansado suspiro "E de preferência... Não cause um estrago igual o da última vez, certo? Não será nada bom que você tenha uma nova briga com a senhorita Feferi por causa daquelas... razões. De qualquer forma, boa noite. Tente dormir, de preferência" ela fechou a porta e saiu. Meenah deixou cair o sorriso confiante e se jogou na cama. Ainda mais essa preocupação? Droga. E ainda ter de lidar com aquela... Aquela garotinha mimada. Ela respirou fundo. Ela não iria se alterar. Não agora.



Tavros abriu os olhos, completamente assustado pelo barulho vindo da cozinha. O som de vidro sendo estilhaçado fez com que seu coração quase pulasse para fora de seu peito. Mesmo com as pernas tremendo de medo, ele se esforçou para caminhar até o local de onde o barulho tinha vindo. "Uh, irmão?" ele chamou, a voz falhando quando ele mais precisava. Ouviu um novo barulho. Desta vez não conseguiu se conter para que corresse o mais rápido que podia até chegar no local. Encontrou seu irmão mais velho, Rufioh, deitado no chão, cacos de vidro cobrindo todo o seu corpo. "Rufioh!" Tavros gritou e ajoelhou-se perto dele "R-Rufioh?" sua voz começou a falhar. Rufioh começou a tossir e lentamente abriu os olhos, fazendo com que o garoto mais novo não conseguisse deixar de evitar um suspiro de alívio. "Ei Pupa, é você..." Rufioh esboçou um sorriso exausto, seguida por mais algumas tossidas.

Tavros o ajudou a levantar e ambos foram para a sala, onde Rufioh se sentou um tanto desconfortavelmente. Seu rosto estava todo ensanguentado, um sangue que se assemelhava a cor de bronze caindo lentamente. Embora estivesse machucado, Tavros sabia que ele estava bem. Ainda assim, não conseguia deixar de se preocupar"O-o que aconteceu?" Tavros gaguejou. Rufioh não conseguiu evitar e olhou para o lado, seu sorriso desaparecendo cada vez mais "Você sabe... Ela outra vez..." ele suspirou e vagarosamente apontou para uma mensagem escrita com a mesma cor de sangue na parede de sua sala, palavras escritas de uma maneira tão desleixadamente que era quase impossível de se ler. Mas ele sabia bem o que estava escrito

"O seu tempo está acabando"

"Equius?" Nepeta deu leves batidas na porta. Não pôde deixar de conter sua ansiedade, algo lhe dizia que havia alguma coisa errada. E os instintos dela nunca falharam. "Eeeeequius?" ela repetiu, um pouco mais melodicamente, ainda que sua voz ainda estivesse um pouco tremida. Esperou mais alguns segundos antes que o desespero tomasse conta dela. Puxou violentamente a maçaneta para descobrir que a porta estava trancada. Começou a bater os pés furiosamente no chão - algo definitivamente estava errado. Subitamente, algo clicou em sua mente. "A chave reserva, a chave reserva, a chave reserva..." ela murmurou enquanto procurava a chave em um lugar alcançável na entrada da casa do Zahhak. Mexeu no fundo de um vaso e suspirou aliviada. Apressadamente correu para destrancar a porta.

O clique da fechadura a fez deixar escapar um enorme sorriso. "Equius, Equius, Equius!" ela chamou, mas não houve resposta. O sorriso logo se desmanchou em sua face. "Não, não, não, não..." ela murmurou mais uma vez, palavras que a faziam engasgar. Nepeta começou a andar apressadamente pela casa - para onde ele teria ido? Ela violentamente abriu a porta do quarto e foi surpresa com um pequeno bilhete que estava em cima da cama, escrito com letras extremamente cuidadosas. Ela agarrou o bilhete, sentindo um nó formando em sua garganta. Nepeta pôde jurar que seu coração parou de bater

"CT: D --> Se você chegou a ler isso, só queria dizer que eu sinto muito Nepeta"

"Karkat, onde você vai?" Kanaya chamou, ao ter sua atenção desviada de um bom livro ao ver o garoto passando apressadamente. "Lugar nenhum Kanaya, depois a gente se vê" ele tropeçou em suas palavras e jogou o capuz em cima de sua cabeça antes de fechar a porta com um estrondo. Kanaya revirou os olhos e decidiu que não iria se preocupar com aquilo agora. Karkat olhou para o céu. Não quis admitir, mas sentiu seu coração batendo um pouco mais rápido. Correu cautelosamente, evitando chamar qualquer tipo de atenção. Estava certo de que naquela hora da noite poucos seriam os que estariam do lado de fora de suas casas, mas todo o cuidado é pouco quando se está em uma missão de risco. Principalmente quando você pode ser morto a qualquer minuto. Ele suspirou quando percebeu que estava em frente a Corte de Alternia. Só o nome do local já era suficiente para dar-lhe arrepios. Suas lembranças daquele local só faziam com que o ódio que ele possuía fervesse mais ardentemente. Ele havia jurado solenemente a seu "eu do passado" que não iria voltar aquele local sem um bom motivo. E havia honrado sua promessa. Porque seu motivo de agora era extremamente importante. Ele se esgueirou por pequenas passarelas e logo se encontrava dentro da Corte. Era um prédio amplo, com extensos corredores e paredes pintadas de branco. Certamente a juíza era uma mulher poderosa e rica, deixando nenhuma dúvida sobre o medo que ela passava aos bandidos e mal-feitores. Karkat jurava que a mente dela era projetada para encontrar e executar delinquentes e qualquer um que transpassasse suas leis. Quantas pessoas importantes ele já não viu morrer diante de seus olhos... Bem, agora não era hora de recordar de tais coisas. Ele se esforçou para não fazer um barulho sequer e seus esforços foram recompensados com uma caminhada particularmente inexistente. Segundo informações que ele comprou no Mercado Negro, ele deduziu que a porta da qual se aproximava era o quarto onde era guardado o Sagrado Livro das Leis de Alternia, o que Karkat poderia traduzir para "Livro de Bosta". Fora de fato um árduo trabalho para destrancar aquela porta, mas ele tinha seus truques. "Não foram 1000 boondollars jogados no lixo" ele murmurou quando avistou o tal tesouro por qual tanto procurava. Ninguém seria capaz de entender o quanto ele desprezava esse livro, o quanto ele queria jogá-lo ao fogo e assistir cada uma de suas páginas desaparecendo ao vigor das chamas de uma pitoresca fogueira. Mas ele tinha uma ideia muito melhor. Removeu o livro de um apoio cinzento e o agarrou firmemente.

Karkat deu um singelo sorriso de canto antes de partir. Provavelmente ele tinha feito o roubo da história. Quem diria que iria ser tão fácil roubar o livro com as leis do Reino? Se ele soubesse que seria tão fácil, já teria feito isso há muito, muito tempo. Jogou o livro dentro da bolsa marrom em estilo carteiro e se assegurou de que estava bem fechada, até porque a maior mancada que ele podia dar agora era perder o livro em um lugar qualquer. Com passos cautelosos ele pulou a janela e se agarrou a um largo cano metálico antes de subir no telhado. Há muito tempo ele havia aprendido a caminhar sobre telhados e isto era uma coisa que ele particularmente se orgulhava e tratava como uma habilidade especial. As telhas da Corte eram particularmente um tanto escorregadias, mas nada muito especial, ao ponto de que era possível facilmente correr nelas sem tropeçar ou cair, e céus, outra das coisas que estavam bem embaixo na sua lista de prioridades era sofrer uma queda. A Lua brilhava intensamente, juntamente com as pequeninas estrelas que formavam aquela bela paisagem noturna. Algo que irritou Karkat em sua caminhada era o fato do edifício da Corte ser extremamente comprido, o que levava um pouco de tempo para chegar às outras casas.

Subitamente, algo o empurrou e ele teve certeza de que por pouco quase algo que não estava ao topo de sua lista de prioridades iria acontecer. “Caralho, que porra foi essa?” Karkat sussurrou (alto) e olhou para trás. Diante dele estava uma garota que deveria ter mais ou menos sua idade, vestida com uma blusa e calça verde-água, com um grande capuz da mesma cor, que cobria parte de seus curtos cabelos ruivos. Ela também calçava sapatilhas cor-de-rosa. Por um motivo que Karkat não entendeu com clareza, ela usava um par de óculos vermelhos, que provavelmente eram os mais bizarros que ele já havia visto em toda sua vida. Ela também segurava algo que parecia um cajado branco. “Hmmm, parece que alguém andou tentando me roubar?” ela sorriu “Bem, eu sugiro que você me devolva, ou as coisas não podem terminar muito bem para você”. “Olha garota, eu não sei qual é a sua, mas nem ferrando que eu te entrego isso” ele colocou a mão em sua espada, pronto para atacar. Karkat não gostava de ter lutas com garotas, mas na hora isso não importava. Ela estava atrapalhando algo importante e nem hoje e nem nunca ele iria entregar o livro sem uma boa luta. Ele não iria abandonar a chance de vingar seu irmão por causa de uma bobagem como aquela. “Escuta, esse livro é tão importante pra mim quanto é pra você” ela suspirou, obviamente não esperando levar a conversa muito adiante “Ou você me devolve ou eu tiro de você a força. E eu não vou hesitar em tirá-lo de você, nem que eu precise rasgar a sua garganta e escutar você sangrar enquanto eu cheiro a sua morte”. Embora não quisesse admitir, Karkat sentiu um genuíno medo das palavras dela, fazendo com que um calafrio percorresse todo seu corpo. “Então vamos ver se você é capaz de fazer tudo que promete” ele retirou a espada da bainha e correu para confrontá-la. Por incrível que parecesse, ela se locomovia muito bem nas telhas. Talvez porque fosse criada naquele lugar ela teria se acostumado com isso, embora fosse incomum. E meu Deus, onde foi que ela aprendeu a lutar desse jeito? Nesse ponto ela iria realmente matá-lo. Karkat começou a recuar aos poucos. Era claro que aquela garota sabia todos os truques daquele território, o que o deixava em clara desvantagem. “Hm, ao que me parece alguém já se cansou” ela abafou uma risada. Ele aproveitou o momento em que ela estava de guarda baixa e a atacou, e que por muito pouco não feriu seriamente o rosto da garota, que no final acabou ficando com um arranhão profundo. Ela sussurrou algum xingamento e colocou a mão sobre o rosto. Ela ficou séria por alguns instantes, de cabeça baixa. Mas depois sorriu. Um sorriso macabro, de causar arrepios. Ela se movimentou mais rápido do que anteriormente e suas armas se chocavam com tanta rapidez que até emitiam pequenas faíscas. E por um momento – um espaço de segundos – ela vacilou. Seu pé escorregou em uma telha e por pouco ela não caiu do alto do edifício – se Karkat não a tivesse segurado. Ele mentalmente se repreendeu, não sabendo porque tinha feito isso. Na hora pareceu certo? Ela se mostrou um pouco nervosa, mas depois que ele a puxou de volta ela se acalmou. Os dois ficaram se encarando por alguns momentos até que ela puxou a bolsa do ombro dele “Muito obrigada” ela disse, e deu-lhe um singelo beijo na bochecha, e saiu correndo, com a bolsa firmemente agarrada ao peito. Antes de sumir na escuridão, ela olhou para trás e sorriu, agora um sorriso muito natural e até meigo. Karkat não conseguiu se mexer e pode sentir seu rosto quente. Ele não tinha a mínima ideia de quem era, mas tinha certeza que essa garota ainda iria lhe causar muitos problemas.

"Capitã, capitã!" um alto homem esmurrou a porta de madeira que dava ao quarto da capitã. "Meu Deus! Quantas vezes preciso dizer para não baterem assim na minha porta! Por acaso estão querendo morrer?" ela esbravejou e um calafrio percorreu a espinha do homem "Se tiver que dizer algo, diga logo, estou ocupada" ela bufou, fechando com violência um grande livro a sua frente. "Terra à vista capitã, terra à vista!" ele gritou, não conseguindo conter a emoção na voz. Já não era sem tempo, há quantos anos estavam vagando pelo mar, saqueando e sem ao menos parar em um local seguro? Ele se lembrou vagamente de quando a capitã comunicou que a próxima parada deles não seria para saquear, mas para um período de descanso em sua terra natal, e puxa, nunca havia ficado tão feliz desde então. Era novo na tripulação, mas já era bem-visto pelos homens e pela própria capitã, ao que ele acreditava. Embora não tivesse demonstrado, ele poderia jurar por tudo que lhe era mais sagrado que a capitã estava sorrindo, um sorriso bobo e genuíno, revelando um lado doce que ela não aparentava. Com um salto agarrou seu chapéu e correram até o ponto mais alto. De lá, o homem deu para a capitã um telescópio. Ela procurou abafar seu aparente sobressalto. Sua expressão ficou mais relaxada e ela sorriu vitoriosamente, deixando uma alta gargalhada escapar de seus lábios.

"Bem... Eu voltei, bando de idiotas... A Capitã Vriska Serket está de volta...!"


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Notas finais do capítulo

Theeeeeeeere you go. E com isso, todos os personagens foram introduzidos~
Ninguém entende o quanto eu queria escrever essa parte do Karkat e sdjfhifhjfh isso ficou muito Assassin's Creed na minha cabeça mas não sei escrever isso em palavras decentes omfg
Vou ser sincera, ultimamente eu tenho lido fanfics com um plot extremamente similar a minha e eu me sinto meio desistindo de continuar essa porque sabe?????? É meio estúpida????? Mas enfim, acho que vou continuar seguindo com essa. Eu tenho milhares de projetos novos mas vou pensar bem se quero postá-los ou não, porque não sei se são ideias boas e sighs 38T