Hail The Rebels escrita por dothewindything


Capítulo 4
Capítulo 3 - Quem sabe




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Hail The Rebels

Capítulo 3 - Quem sabe

 

Equius cerrou os punhos e os afundou contra a mesa que por sorte, não se partiu em duas. Não, isso não podia ser possível. Ele estava de volta? Não, absolutamente não. Ele deveria estar morto. E mesmo assim Nepeta comunicou que ele estava não só vivo, mas de volta ao Reino. Quanta ousadia. Mesmo depois de tudo ele havia retornado. E ainda, para piorar a situação, ele sabia que o dito cujo estaria protegido sobre o manto da Condescência. Certamente não havia muito que fazer para impedi-lo.

“Equius, eu só... Por favor, não vá fazer nenhuma bobagem...” Nepeta sussurrou. “Eu tenho certeza de que nada vai acontecer!” ela se esforçou para sorrir, mas seu rosto mostrava evidente preocupação e desespero.

“Nepeta não!” ele gritou e Nepeta pode jurar que nunca esteve tão assustada em tanto tempo “Eu não posso estragar as coisas de novo! Eu não posso arriscar que ele faça algo com você de novo Nepeta, que eu falhe em minha missão de te proteger!” Equius gritou e depois permaneceu em silêncio, gerando uma atmosfera desconfortável.

Ela suspirou e lutou contra si mesma para não começar a chorar “Equius, eu só te avisei. Eu sei o quanto você se preocupa e eu quero me preocupar com você também. Eu não quero que se machuque de novo!” ela o abraçou “Vai ficar tudo bem. Nós só precisamos nos afastar dele. E além do mais, iremos sempre proteger um ao outro não? Nós somos um time certo?” ela fungou e sorriu genuinamente. Equius suspirou, era verdade o que ela dizia. Não importava o que acontecesse eles sempre seriam um time, certo? Mesmo nas dificuldades, um sempre ajudaria o outro. “É uma promessa, não é?” ela estendeu o dedo mindinho. “Sempre será”.

(Alguns dias no futuro, mas nem tantos...)

"Bom dia Fef" Eridan sorriu ao encontrar com a garota no corredor. Ela no entanto, não se deu ao luxo de responder. Continuou caminhando e não ousou trocar um olhar sequer, observando apenas o chão enquanto andava. Ela ainda estava abalada com os recentes acontecimentos. Aquilo tudo era demais para ela. Claramente podia sentir suas alegrias e esperanças esvaindo dela com muita facilidade. Isso não podia ter acontecido, não agora. Ela estava tão feliz quando ouviu Karkat discursando sobre ideias de um futuro melhor. Quem sabe isso não teria funcionado de verdade se eles realmente não tivessem tentado? Mas ainda havia muitas coisas a incomodando com tal ideia. De fato, a vida que ela tinha era simplesmente maravilhosa, boa demais para ser verdade. Certamente, ela estava ciente de que a vida de outros fora dos portões do Palácio não eram tão gentis quanto a dela, mas nunca que ela iria imaginar que seriam tão drásticas. Mesmo assim.... Céus, quanto egoísmo. Nunca que ela iria querer abandonar uma vida tão confortável. Embora fosse extremamente infantil, ela beliscou seu próprio braço para se repreender por tal pensamento. 

"Oh sinto muito senhorita Feferi, não foi minha intenção fazer com que você caísse. Está bem?" o rapaz estendeu a mão e ela se levantou. "Oh não se preocupe Equius, estou bem" ela forçou a sorrir. Equius não pôde deixar de reparar o quão mal mentirosa a princesa era mas no final não se importou. "Bem, eu estava a sua procura" ele disse e estendeu um pequeno papel. Uma mensagem? Que incomum. Feferi não se espantou tanto - ela e Equius eram amigos muito próximos quando eram menores. Porém, ao crescer e ter a vida atribulada com afazeres da realeza, eles tiveram que se afastar. No entanto, ela sabia que ele era uma pessoa extremamente confiável. Claro, não tão confiável a ponto de desabafar tudo que sentia e as saídas escondida, mas confiável o suficiente para entrega de mensagens. Feferi escorregou o papel para dentro da manga de seu vestido, assim demonstrando que leria mais tarde. Equius assentiu e seguiu seu caminho. 

Ela entrou em seu quarto e sentou-se na escrivaninha, em mãos uma caneta de cor rósea. Retirou o papel de sua manga e começou a ler. Ela não pôde evitar de sorrir um pouco quando reconheceu as pequeninas letras redondas.

"AC: :33 < feferi! sentimos todos a sua falta por aqui. o que aconteceu? se for por causa do karkitty nós entendemos mais purr favor vamos voltar a nos ver, certo?"

Feferi sentiu sua respiração ficar mais pesadas. As palavras formavam um nó que sufocavam sua garganta - uma dor insuportável. Começou a sentir lágrimas caindo. E não ligou tanto. Começou a soluçar alto, e não ligou tanto. Tudo que ela queria era chorar mais um pouco. Agarrou o papel próximo dela, que começou a ficar úmido e amassado. Segurou ele próximo a seu peito, agarrada a ele como se fosse sua última esperança, o último resquício de vida. Porque para ser honesta, aquilo era tudo que lhe sobrava mesmo.

Kanaya girou a chave e suspirou ao ouvir o clique da porta se abrindo. Céus, como ela estava cansada. E preocupada. Não faziam muitos dias desde o incidente na taverna e desde então ela percebeu em como Feferi começara a agir de uma maneira diferente que o usual. Ela comia pouco e sorria forçadamente. Kanaya estava certa de que isso tudo envolvia o episódio da suposta rebelião mas ainda assim, algo estava errado. Algo estava errado e ela não sabia dizer o quê com clareza. Tentou vasculhar vagas memórias, porém não se recordava de nada relevante. Mas por ora iria esquecer isto. Ela reclinou-se em uma cadeira e encostou a cabeça na mesa. Ela podia sentir que logo logo iria adormecer. Mas ainda havia tantas coisas a se fazer. Bem, ela não iria fazer nada se estivesse sozinha, certo? Não estava com fome e só queria uma boa noite de sono.

Estava quase caindo no sono quando ouviu um barulho vindo do quarto. "Porrim?" ela chamou, mas não teve resposta. Provavelmente Porrim estaria em mais uma noite de plantão na pequena enfermaria que ela tinha do lado sul do Reino. Com um grande suspiro ela se levantou e foi até seu quarto, com lentos passos. "Karkat?" ela bateu na porta e também não ouviu resposta. "Que seja, estou entrando". Assim que entrou descobriu o que havia feito o barulho quando viu um apoio de madeira no chão. Ele estava deitado, adormecido, e muitas folhas rabiscadas a seu redor. Kanaya pegou algumas folhas do chão e passou a lê-las. Inicialmente precisou forçar a vista para entender o que estava escrito - sem dúvidas a letra dele era a pior que ela já havia visto em toda sua vida. Mas logo que observou bem percebeu do que se tratava. E outro suspiro preencheu o ar. Aparentemente, ele estava mesmo levando a sério a tal ideia de rebelião, ao ponto de que estava rabiscando planos e coisas do gênero. "Francamente..." ela sussurrou "Parece uma criança...". Mais uma coisa a se preocupar, ao que parecia. Deixou as folhas no chão e saiu, fechando a porta atrás dela. Sentou-se novamente na cadeira. Parecia que iria perder mais uma noite de sono e isso era o que ela menos queria. Mesmo assim não pôde deixar de sorrir um pouco. Uma rebelião... Até que não seria uma ideia tão ruim assim... Quem sabe isso não seria tão impossível. Ela se debruçou sobre a mesa. Talvez pudesse dar certo. Quem sabe...

Pingos. Pingos, pingos e mais pingos caíam do telhado. Hm, além de tudo havia uma goteira ali, como se não bastasse a chuva do lado de fora. O cheiro de chuva trazia más lembranças. Qualquer coisa trazia-lhe más lembranças, coisas que atormentavam sua cabeça a cada dia que se passava. Podia jurar que estava perdendo completamente o resto de sanidade que havia lhe restado. Deitou-se na cama e puxou para si diversos objetos, alguns brinquedos e bebidas. Começou a jogar os brinquedos na parede, que em contato com esta, faziam barulhos por demais irritantes. Agarrou uma garrafa de refrigerante e a abriu, não esperando o barulho se dissipar para continuar bebendo. O gosto era horrível, mas ainda assim era a melhor coisa que tinha em mãos. "Milagres cara, milagres" ele suspirou. Jogou o resto do líquido em sua cabeça, molhando os embaraçados cabelos negros e os deixando com um aroma forte de frutas vermelhas. Revirou os olhos - quando foi a última vez que tinha saído de seu juízo perfeito? Com certeza há muito tempo atrás. Mas os tempos sombrios iriam passar. Ouviu batidas na porta. "Gamzee?" a pessoa chamou, e logo ele reconheceu como seu amigo - não, irmão - de longa data Eridan. Cara, ele pôde jurar que naquele momento sentiu falta de incomodar a vida do garoto a sua frente. "Bagunceiro como sempre" Eridan bufou. "Não insulte os milagres do quarto, Eribro. O Messias escuta tudo que você diz" ele começou a rir, uma risada alta e macabra. "Eribro cara, você pode se preparar" Gamzee sorriu. "E posso saber para que preciso me preparar?" Eridan cruzou os braços, mentalmente arrependido de ter ido checar o rapaz magricelo a sua frente. Gamzee suspirou, derramando um pouco mais de refrigerante em seus lábios. Limpou com a manga da blusa o rosto. "Os carnavais sombrios irão voltar" 


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Notas finais do capítulo

Eu estou particularmente mais animada com os próximos capítulos do que com esse hdsfgdqwashydfga provavelmente este será o último capítulo não-tão-relevante pra história, e a partir do próximo a coisa boa começa 38D
Ah, e como vocês devem ter percebido eu mudei um pouco a formatação, de forma que não fique TUDO muito junto. Não me agrada tanto mas parece que resolve uns problemas que eu tive ultimamente. Depois me digam se a formatação é melhor assim ou se preferem a antiga e wweh
E MEU DEUS OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS E FAVORITOS FJHBASIJFHGASJF ♥



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