Hail The Rebels escrita por dothewindything


Capítulo 3
Capítulo 2 - Aqueles que Não Seguem as Regras




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Hail The Rebels

Capítulo 2 - Aqueles que Não Seguem as Regras

Todos ficaram calados por alguns minutos. O que Karkat estava pensando? Isso era loucura, impensável, impossível. O que eles, plebeus, poderiam fazer contra centenas de aristocratas armados além da imaginação? Bem, não é como se eles estivessem em total desvantagem, os possíveis rebeldes estavam em maior número mas ainda assim, o poderio que eles tinham não era suficiente. Também não era como se as armas que eles possuíam fossem completamente arcaicas - Sollux havia aprimorado uma tecnologia e mecânica única, sem dúvidas, as criações bélicas dele compensavam a alta procura e valor no Mercado Negro de Alternia. Ele mesmo às vezes se perguntava se era um simples cavaleiro ou o mais sucedido comerciante e desenvolvedor em armas que um dia já pisou no Reino de Alternia. Entretanto, ao comparar com o depósito bélico da aristocracia, todo o desenvolvimento e esforço do garoto era como nada. Novamente, a ideia de uma rebelião funcionar estava próxima de ser algo impossível.

"Olha Karkat, eu sei que tudo o que vem acontecido é principalmente minha culpa e eu realmente sinto muito, sinto tanto que eu faria qualquer coisa para reverter tudo isso" Aradia quebrou o silêncio, palavras que lhe atraíram tanto a atenção quanto a dor do nó em sua garganta "Mas mesmo assim... Mesmo assim não podemos fazer isso! Eu não sei o que a Damara lhe falou naquele dia mas por favor, pare com isso!". "Aradia eu nunca disse que era culpa sua tá? E essa merda já vem acontecendo há muito tempo, não podemos mais ficar parados com as cabeças baixas vendo tudo isso acontecer e não fazer porra nenhuma! Se continuarmos nesse ritmo, todos nós vamos morrer um por um!" Karkat gritou, sua voz ecoando por todo o estabelecimento. "Ei cara, fica calmo!" Sollux disse mas suas palavras aparentemente não fizeram o menor efeito. "Não podemos fazer isso! Eu sinto muito por seu irmão mas ainda assim, não podemos arriscar a vida de muitos outros inocentes por causa disso!" Aradia se aproximou do garoto e segurou as mãos dele, lutando para não derramar lágrimas "Por favor, pare com isso!". Ele olhou para outro lado, tentando evitar de encontrar olhares com qualquer outro ali presente "Nós não podemos! Não podemos mais ficar aqui parados, precisamos lutar!". Aradia não conseguiu se conter e saiu correndo em direção ao andar de cima do local, seguida por Sollux. "Merda..." ele suspirou. "Escute, já chega por hoje, está bem?" Kanaya se aproximou e o abraçou. Embora poucos soubessem, Karkat e seu irmão sempre viveram juntos com Kanaya e sua irmã. Depois que Kankri foi executado, Kanaya tornou-se como uma mãe para o garoto, mesmo que tivessem pouca diferença de idade, ela era como a mãe que ele não recordava ter. "Vamos esquecer isso por ora, certo?" Kanaya suspirou mas quando menos esperava ele se afastou do "abraço maternal", empurrando-a levemente para o lado. "Kanaya você não entende! Nenhum de vocês entende! Não podemos esquecer isso! Vocês tem a vaga noção de que tem pessoas lá fora morrendo? Por causa dessa merda de racionamento, não temos recebido quase metade do suprimento de comida. E quando alguém vai fazer algo aí fode tudo e são todos mortos! Eu não posso, eu não vou deixar isso acontecer!" ele gritou, seus olhos castanhos-avermelhados faiscando violentamente. "Karkitty, ela está certa, todos sabemos como é mas não p--" Nepeta se aproximou, tentando confortá-lo mas Feferi a interrompeu antes que as palavras a sufocassem por dentro "Não Nepeta, ele está certo! Eu posso não entender perfeitamente tudo o que está acontecendo mas ainda assim... Eu não posso deixar que pessoas morram diante dos meus olhos!" ela levantou o olhar e novamente todos se calaram, um silêncio desconfortável pairando no ar. "M-me desculpem eu... eu vou embora..." Feferi jogou o capuz por cima de sua cabeça e empurrou com uma certa violência as portas do local. "Sen-- Feferi, espere! Eu vou com você!" Kanaya gritou enquanto Feferi corria e se afastava cada vez mais do lugar "N-não se preocupe Kanaya, eu sei ir sozinha!" ela gritou antes de sua voz e sua figura sumirem nas ruas escuras da Grande Praça.

Feferi não demorou para chegar no Palácio Real. Com a graça dos Céus, ele não era nem um pouco distante da taverna. Ela sorrateiramente se esgueirou por uma "passagem secreta" como ela costumava chamar e logo estava dentro dos domínios territoriais da aristocracia de Alternia. Com passos silenciosos ela se locomoveu, qualquer deslize certamente poderia acordar alguém. Quando ela menos esperou lá estava ela, na praça da Fonte Norte, tal percepção que fez com que ela soltasse um suspiro, aliviada. Lá estava o gigantesco Bloco da Realeza, e não muito fora de visão ali estava a janela do quarto dela. Feferi tomou um pouco menos de precaução mas ainda assim seus passos permaneciam silenciosos. Encostou-se na parede, logo ali estava o arbusto onde caíra confortavelmente mais cedo.

Entretanto, antes que chegasse ali, ela sentiu algo agarrando sua mão. No mesmo instante seu coração acelerou e sua respiração ficou mais pesada. Ela podia jurar que sua face estava branca de medo. "Fef, é você? O que está fazendo aqui fora essa hora?" ela virou-se e o rapaz agora a encarava com uma severa expressão, mantendo os braços cruzados. "E-Eridan!" Feferi lutou para não gritar de espanto. "Você ainda não respondeu minha pergunta. Além disso, porque está vestida... assim?" ele indagou, sua expressão agora parecia mais de desgosto do que de desconfiança. Eridan Ampora era quase como um "príncipe" de Alternia. Assim como Feferi, ele vivia no Bloco da Realeza. A única coisa que não fazia dele parte da Família Real era provavelmente sua cor de sangue - ao invés do fúcsia puxado para um rosa escuro da família Peixes, seu sangue possuía um tom violeta - e seu nome de família, a renomada e importantíssima família Ampora. Feferi possuía sentimentos confusos em relação a ele - se questionada não saberia dizer o que achava do rapaz. Sem dúvidas ele era charmoso, olhos azuis tão profundos que pareciam possuir uma cor violeta e cabelos com um castanho-escuro, com uma mecha lilás. No entanto, embora pudesse ser extremamente dócil e gentil, muitas vezes ele se portava de uma maneira desprezível e arrogante, muito para o desgosto da jovem. "N-não te interessa o que eu fiz ou deixei de fazer, Eridan, você também não me parece fazer nada mais que... que vadiar por aí!" ela bradou, tomando cautela para não deixar sua voz muito alta. Ele apenas sorriu vitoriosamente. "Também, você disse, Fef? Creio que minha audição não esteja me falhando desta vez". Droga. "Eu não disse nada disso! Me deixe em paz, eu preciso ir!" ela virou-se e caminhou, emburrada, mas Eridan a segurou pelo pulso. "Fef, você não precisa esconder algo que eu já sei" o seu tom de voz era malicioso, causando um calafrio na espinha da jovem. "Eu sei que você anda se encontrando com aqueles plebeus, Fef. E se eu fosse você, iria sugerir que você parasse com isso. Eu sei tão bem quanto você que você não deseja que eles se machuquem". "Você não ousaria!" ela apontou para o rosto dele, e Eridan não pôde deixar de gargalhar um pouco da face dela, ela ainda permanecia tão bonita mesmo quase ao ponto de cometer um assassinato. "Quem sabe, quem sabe... Tudo depende de você Fef. É só não se encontrar mais com os lowbloods e tudo vai estar bem, eu acredito". Ela não podia acreditar nas palavras que ouvia. Não, não, não era possível! Ele não poderia fazer isso! Ele soltou o pulso da garota e ela rapidamente escalou as paredes e alcançou a janela. Antes de sumir no quarto ela lançou um olhar de fúria para Eridan. Este não reagiu, apenas sorriu enquanto caminhava para a direção oposta.

Com passos mais sutis ainda, Feferi fechou a janela e as cortinas. Tomou um banho rápido e vestiu uma camisola branca, com desenhos de peixes na barra. Ela jogou-se na cama e puxou os lençóis para mais perto. Tentou adormecer. Virou de um lado, puxou os lençóis, virou de outro lado, chutou violentamente os lençóis para longe. "Droga, droga, droga...." ela apertou com força um animal de pelúcia contra seu peito. "Porque justo agora...?" ela murmurou enquanto lágrimas escorriam quentes de seu rosto. Fechou os olhos e rezou, rezou para que tudo ficasse bem, mesmo que ela não estivesse muito esperançosa. Uma última lágrima brotou em seus olhos antes que ela adormecesse no meio de suas orações.

A manhã não demorou muito para chegar, segundo a perspectiva de Aradia. Seus olhos lentamente se abriram, olhos castanhos-cor-de-avelã demorando para se acostumar com a claridade. Pousou as mãos sobre os olhos. Por que eles pareciam inchados? Lentamente as memórias do dia anterior voltaram à tona. Ah sim. Novamente havia adormecido em meio a prantos. A ideia de uma rebelião. A discussão com Karkat. As intrigas de Damara a respeito sobre os highbloods. Aradia sentiu uma estridente dor em sua cabeça. Deixou um suspiro escapar. Fazia tempo que não via Damara e as lembranças do último encontro não eram nem um pouco carismáticas. Lembranças. A última coisa que estaria em sua lista de prioridades eram lembranças. Lembranças, vozes, memórias impregnadas em sua cabeça que ela desejava ardentemente esquecer. O que estava acontecendo com ela? Desde quando tinha essas visões, essas vozes ecoando em sua cabeça com lendas dos mortos. Felizmente, seus pensamentos foram interrompidos quando fortes braços a puxaram para mais perto, fazendo que suas costas gélidas se aproximassem mais do peitoral cálido dele. "E aí AA, pensando muito?" Sollux murmurou - obviamente ele não estava disposto a manter uma conversa às 7 horas da manhã de um domingo. "Hm, nada em particular. Só estou um pouco preocupada" outro suspiro escapou dos lábios da jovem. "Relaxa, eu sei que aquele idiota vai logo perceber que ele está errado" Sollux sorriu . "Não é bem isso... Karkat não é o problema...." Aradia virou, agora encarando os olhos caramelados de Sollux. "É que... Estou preocupada com Damara... Eu não sei, eu só..." ela interrompeu as próprias palavras, não sabendo com certeza como explicar. "São as vozes e as visões" ele disse. Bingo. Aradia balançou a cabeça em modo afirmativo. Ele a abraçou mais forte, com a promessa de que tudo iria melhorar. Pelo menos ele esperava que sim.

"Bom dia senhor, o senhor me "perrmitiria" falar com o senhor Zahhak?". O guarda olhou para a garota, perguntando-se o que uma jovem faria ali em pleno domingo. Ela tinha olhos verde-oliva, provavelmente os pares de olhos mais brilhantes que ele observara em toda sua vida. Cabelos castanhos curtos, que tocavam levemente o ombro da garota. Ela usava um vestido cor-de-rosa e parecia bem formal para o que ele julgava ser uma lowblood. O guarda se afastou por alguns momentos, pediu para seu companheiro de guarda checar se a garota tinha permissão. Por mais estranho que parecesse, ela possuía sim a permissão. O guarda refletiu um pouco - quando fora a última vez que o senhor Zahhak havia recebido uma visita? Ele sinceramente não conseguia se lembrar com clareza. Provavelmente apenas a entrega das flores para o enterro do Executor, pai do jovem em questão. Tampouco lembrava-se daquela garota. Quantos anos ela tinha? Com certeza, a julgar pela face, menos de 15. Mas as aparências são enganosas. "Bem... Pode passar. Você sabe onde se localiza a casa do senhor Zahhak". "Muito obrigada! Com licença..." ela passou pelos portões. Sinceramente, o que aquela garotinha iria querer com um dos homens mais fortes de Alternia?

"E-qui-us!" a garota chamou assim que entrou no quarto. Equius estava distraído construindo o que aparentava ser uma prótese de pernas e a garota podia jurar que ele tinha levado um susto quando ouviu seu chamado. "Nepeta, você sabe que eu estou trabalhando agora" ele respondeu, mesmo assim levantou-se e sentou-se mais perto da garota. "É claro que eu sei! Mas bem, eu queria vê-lo!" ela sorriu "Sei que o dia de trabalho é só amanhã mas eu quis vir do mesmo jeito!". "E o que aconteceu dessa vez, se me permite questionar?" ele indagou e Nepeta não conseguiu deixar de revirar os olhos. "Pare de ser tão formal, meu Deus!" ela exclamou "E... Bem, teve uma pequena briga mas isso não 'impurrta!'" ela o abraçou e começou a caminhar pelo cômodo. "Sinceramente, acho que você paga meu serviço como empregada para nada!" ela admirou o quarto. Impecável, ela não encontrava um grão de sujeira. "Nepeta. Por favor, sem mais delongas, diga-me o que você precisa". Ela hesitou. Será que ele estava pronto para ouvir o que ela tinha a dizer?.

"Bem... Para ser sincera... O 'palhaço' está de volta....!"


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Notas finais do capítulo

8luh 8luh isso era para estar atualizado no sábado mas o Nyah apagou meu capítulo e ugggghghghghg
Enfim, recado não tão importante: Em relação as falas dos personagens, eu NÃO vou usar coisas como duplos "v" e "w" ou "8" no meio de palavras e nem pretendo fazer o lisp do Sollux. De qualquer forma, coisas como xingamentos do Karkat e pausas do Tavros SIM estarão presentes. E casos como fish e cat puns vão aparecer apenas quando fizer sentido e estiver apropriado ao momento, certo? 38/
E obrigada pelas reviews e likes e wweh! Estou tão tão feliz! Então é isso, espero vocês no próximo capítulo, hasta la pasta amgs!



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