Hail The Rebels escrita por dothewindything


Capítulo 2
Capítulo 1 - Introdução da Conspiração




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/348939/chapter/2

Hail the Rebels

Capítulo 1 - Introdução da Conspiração

O Sol refletia tão diretamente na janela de Feferi que mesmo com as cortinas rosa bebê cobrindo boa parte da superfície de vidro, o Sol quase a cegava. A verdade é que Feferi detestava manhãs, não importando o quão brilhantes e majestosas elas fossem. Bem diferente de sua grande amiga e servente Kanaya, que sempre fora uma fã incondicional de manhãs e Sol. Feferi achava que o Kanaya ficava esplendorosa quando o Sol refletia em seu rosto. Era quase como que sua pele brilhasse,como se pequenas estrelas grudassem no rosto dela e brilhassem apenas para o bem dela. “Bom dia” Kanaya sorriu e Feferi repetiu os cumprimentos. Ela não gostava de toda essa formalidade de quando elas conversavam, embora fosse necessário, porque as paredes do Palácio Real tinham ouvidos por demais aguçados. Era por isso que todos os assuntos confidenciais entre as duas eram escritos em um papel, e eram trocados por singelos bilhetes. Claro que as duas certificavam-se de quando trocassem bilhetes, elas estivessem em um lugar fora do alcance da visão de qualquer um. Todo o cuidado era pouco e ambas estavam cientes disso. “E então, sente-se bem hoje?” Kanaya perguntou, depositando a bandeja do café da manhã no colo da princesa. “Ah sim, parece que hoje vai ser um bom dia”, ela respondeu, mordendo um pedaço de uma torrada com creme de chocolate.  Kanaya tirou um papel do bolso e entregou a amiga com os seguintes dizeres “GA: Assim que terminar suas tarefas diárias, irei buscá-la na fonte norte. Por favor, não saia dali! Quase tivemos problemas da última vez!”. Feferi apenas acenou com a cabeça e assim Kanaya deixou o quarto, fazendo com que a princesa ficasse sozinha. Ela suspirou. Ela não gostava de ficar sozinha, mas sabia que sua amiga tinha outros afazeres. Afinal, era uma grande responsabilidade ser encarregada do setor de vestimentas do reino. E cada peça criada por Kanaya era simplesmente linda e incrível demais para ser desperdiçada! Todas as roupas de Feferi eram confeccionadas por ela, e Feferi poderia afirmar com toda a certeza de que nunca havia visto roupas mais belas e encantadoras quanto às dela. Assim que terminou um refrescante copo de suco de laranja, ela levantou-se em um salto da cama. Escolheu um vestido rosa claro e algumas joias de cor semelhante e começou a escovar lentamente seus compridos cabelos. Ela pensou muito sobre o que faria hoje, tantas coisas que faziam até ela sentir-se indecisa por onde começar! Mas a ordem em que as executava sempre era a mesma, fazendo com que ela tranquilizasse um pouco. Ouviu batidas em sua porta – era hora de ir. Calçou as sandálias e correu para o encontro de sua mãe.

As reuniões matinais não eram lá a coisa mais agradável a se fazer na opinião de Feferi, mas eram tão poucas as vezes em que ela encontrava-se com sua mãe que aquilo tornou-se até algo interessante e reconfortador. Ela tinha uma raiva descomunal sobre as atitudes que sua mãe tomava usando o nome de Condescência, mas não dava para odiá-la completamente. O grande coração da garota fazia com que qualquer sentimento de ódio sobre ela se esvaísse com muita facilidade. Logo que se aproximou do cômodo, ela observou uma figura familiar próxima da porta. Feferi correu e a abraçou, era sua irmã mais velha. “Meenah! Bom dia!” os encontros com sua irmã também não eram tão frequentes mas ainda assim elas tinham uma relação muito harmoniosa. “E aí, tampinha?” Meenah bagunçou o cabelo que Feferi tanto se preocupava em arrumar. Mas ela não ligava. Enquanto estivesse com a irmã, aquilo não fazia diferença alguma. “Conseguiu dormir hoje?” Feferi questionou, tentando andar na mesma velocidade que a irmã, embora fosse uma tarefa árdua. “Você sabe que não” Meenah jogou as tranças longas para trás, tentando esconder que ainda estava cansada. Há um bom tempo ela sofria de uma insônia, mas era algo que a mais nova não compreendia muito bem. “Espero que isso passe logo”, ela sussurrou.

Logo a conversa das duas foi interrompida pelo som da voz de sua mãe. A Imperiosa Condescência tinha uma voz forte, combinando com o a autoridade evidente que ela possuía. “Bem minhas meninas, espero que tenham um esplendoroso dia”. Poderia ter passado da época de pedir bênção aos pais, mas era um hábito que a família Peixes gostava de manter. Na verdade, era um hábito pessoal da Condescência, mas a palavra dela é lei, de qualquer forma. Logo que a grande Imperatriz terminou seu desjejum ela ordenou que as garotas fossem para suas atividades diárias. Feferi sempre se preocupava com o bem-estar de sua mãe que, embora fosse eficiente no que fazia, ela ainda tinha grandes olheiras por baixo de toda aquela maquiagem. Isso fazia com que a jovem ficasse triste. Mas o que a mais magoava era que, um dia, ela poderia se tornar assim. Claro, não é como se ela fosse efetivamente tornar-se a futura Imperiosa Condescência, mas as chances eram grandes. Ela não gostava de pensar que teria que, eventualmente, batalhar com sua irmã pela posse do trono. Ela desejava nunca ter nascido como uma herdeira. Quem sabe as coisas seriam diferentes e melhores se ela nunca fosse de uma classe alta?

As atividades diárias variavam dentre as mais simplórias até as que mais exigiam concentração da jovem. Para o engano de muitos, a vida de uma herdeira não era nada fácil. Todos os afazeres eram simplesmente cansativos demais! Mas com o cair da noite, os olhos de brilharam mais intensamente. Seu coração acelerava a cada minuto que se passava. Na última atividade ela já nem prestava mais atenção. Já estava na hora. Despediu-se da última assistente e correu para seu quarto. Tomou banho e colocou uma roupa bem simples, um conjunto de blusa e saia beges, com um singelo desenho de um símbolo no centro da blusa. Esperou que as luzes do lado de fora se apagassem. Do lado de fora já estava tudo escuro. Ela abriu as janelas com o máximo cuidado e pulou, caindo em um arbusto muito confortável, que havia crescido favoravelmente embaixo de sua janela. Correu, tentando fazer a menor quantia de barulho possível, até chegar na fonte em que Kanaya a esperava. Quando Kanaya notou a presença de sua amiga, um sorriso formou-se em seu rosto. “Vamos?”

Não demorou muito para que elas chegassem na Taverna Megido. Há alguns metros de distância já podia-se ouvir a música e a conversa das pessoas ao redor. Ah sim. De todo o reino aquele era, sem dúvidas, o lugar preferido de Feferi. Era um lugar tão cheio de vida e alegria que qualquer tristeza poderia ser superada. Na porta, já deu de cara com alguns de seus amigos. “E aí FF!” Sollux, um precioso amigo de Feferi a cumprimentou, bagunçando o cabelo da garota. “Olá Sollux!” ela respondeu, com um pouco de nervosismo na voz. A medida que se aproximava do local, os rostos tornavam-se mais familiares. Sentou-se a mesa que sempre ficava quando visitava o local, onde já se encontravam mais três amigos: Nepeta, Tavros e Karkat. Cumprimentaram-se e voltaram ao tópico da conversa antes da garota chegar: eles discutiam sobre qual era a melhor guloseima da taverna. Nepeta defendia arduamente que os bolinhos caramelados – os quais Aradia fazia em forma de gato para ela – eram os melhores. Já Tavros refutava totalmente a ideia, dizendo que o sorvete de canela não tinha comparação. E por fim Karkat reclamava o quão estúpida era aquela discussão, usando todo e qualquer tipo de palavreado baixo. Feferi apenas se deleitava com toda aquela discussão, contente por estar em um ambiente tão cheio de vida. Sollux e Aradia se aproximaram deles e logo percebendo o perfil da discussão, ele bradou que nada um dia seria capaz de superar as panquecas do mel. Ela deu um riso nervoso, um pouco envergonhada. Feferi olhou para trás e viu que eles estavam de mãos dadas. Era tão bonito ver que eles finalmente haviam se tornado oficialmente um casal. Com vidas tão complicadas, eles haviam encontrado um meio de superar as dificuldades juntos, e isso era um dos tópicos preferidos dela quando conversava sobre casais e histórias românticas junto de Nepeta e Kanaya. A festa seguiu, com eles – mesmo sendo menores de idade, de acordo com as Leis de Alternia – bebendo sem parar.

No final, quando quase todos – tirando o grupo – haviam deixado o bar, eles preparavam-se para partir, quando Karkat chamou a atenção deles. “Tem uma coisa muito importante que preciso discutir com vocês”. Sollux estava com uma piada pronta, mas ao reparar o tom de seriedade, ele controlou seu espírito irônico. “Todos vocês sabem o que houve com meu irmão, certo?” ele lançou uma pergunta retórica “Eu sei que pode parecer bobagem pra maioria de vocês, só que eu não aguento mais essa opressão dos highbloods sobre nós – sem ofensas, Feferi”. “E então?” Nepeta perguntou, um pouco confusa com o que estava ouvindo. “Eu...” ele hesitou “Eu quero começar uma rebelião...!”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!