A Maldição Do Titã - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi! Demorei muito? Como foi o feriado?



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Agarrei-me com força nos bancos da van. Harmony parecia uma louca dirigindo, umas três vezes eu achei que ia morrer. Ela não dirigia a menos de 120km/h, o que estava me deixando nervosa.

Vi Quinn lançar alguns olhares para Rachel no banco de trás. A morena abraçava o irmão fortemente, agarrada a uma parte dos bancos. O garoto tinha os braços ao redor da cintura da irmã e mantinha os olhos cerrados.

- Você gosta dela! – falei no ouvido de Quinn.

- O quê? – ela disse voltando os olhos para mim – De quem?

- Rachel.

- Não sei do que está falando.

- Ora Quinn, eu te conheço a tempo suficiente para saber quando você gosta muito de alguém. Não olha assim nem para Santana, a menina que passou sabe lá quanto tempo junto de você. – retruquei – Q está apaixonada...

- Cale a boca, B. – ela rosnou.

- No dia em que você ficar com ela, eu juro que paro. E você vai olhar para mim e dizer que eu estava certa. Estou até vendo...

- Você precisa de uma noite com a latina ali pra ver se para de falar tanta bobagem. – ela disse me fazendo corar – Já disse uma vez, e te digo novamente, assim que chegarmos a qualquer lugar decente para dormirmos, eu arrumo um quarto pra vocês duas.

Desviei meu rosto vermelho do olhar de Quinn e fitei a expressão de Santana. Ela estava pálida e agarrada ao banco, murmurando alguma coisa com os olhos fechados. Ela estava mais branca do que eu, mas não podia culpa-la. Do jeito que Harmony dirigia, eu não iria estranhar se alguém tivesse uma crise de choro e começasse a rezar pela própria vida.

- Harmony! – Rachel gritou – Entre no estacionamento!

A caçadora obedeceu e fez uma curva fechada, lançando-me para cima de Santana. Quinn abriu um sorrisinho ao me ver em cima da latina. Corei ainda mais, se é que isso era possível. Às vezes eu realmente queria atirar Quinn pela janela.

Descemos da van e corremos atrás de Rachel, descendo um lance de escadas. Assim que chegamos ao último degrau, pude ver a estação de metrô antiga, com algumas pessoas circulando. Compramos bilhetes para Alexandria e entramos nos vagões, sãos e salvos.

- Eu e Blaine passamos por aqui no verão passado. Eu me lembro de ter ficado bastante surpresa em vê-la, porque não estava lá quando nós moramos na capital. – Rachel disse, quebrando o silêncio.

- Mas a estação parece bem velha... – Comentei me aconchegando nos braços de Santana.

- Eu acho – Rachel disse. – Mas confiem em mim, no tempo em que moramos aqui quando criancinhas, não havia metrô.

Santana ajeitou-se para frente.

– Espere um minuto. Nada de metrô? – A latina perguntou

Blaine assentiu.

Eu não sabia nada sobre Washington, mas pelo que vi no sistema de metrô, não me parecia com menos de doze anos.

- Rachel – disse Santana. – Há quanto tempo atrás...

A voz dela esmoreceu. O barulho do helicóptero estava ficando mais alto de novo.

- Precisamos trocar de trem – eu disse. – Próxima estação.

Durante a próxima meia hora, tudo no que pensávamos era escapar em segurança.

Trocamos de trem duas vezes. Eu não tinha ideia para onde estávamos indo, mas depois de um tempo despistamos o helicóptero.

Infelizmente, quando finalmente saímos do trem nos encontrávamos no fim da linha, em uma área industrial com nada além de armazéns e trilhos de ferrovias. E neve. Muita neve.

Aparentava estar mais frio aqui. Eu estava contente pelo meu novo casaco de pele de leão.

Vagamos pelo pátio da ferrovia, pensando que poderia haver outro trem de viagem em algum lugar, mas havia apenas fileiras e fileiras de carros de carregamento, a maioria coberta de neve, como se não tivessem se mexido em anos.

Um sem-teto estava junto a uma fogueira acesa em uma lata de lixo. Nós devemos ter parecido bem patéticos, porque ele nos deu um sorriso banguela e disse:

 - Tão precisando se aquecer? Venham pra cá!

Nos amontoamos ao redor do fogo, ficando o mais próximos que podíamos. Tirei meu casaco e abracei Santana, colocando o casaco ao redor dos nossos corpos.

- Sabe, - o sem-teto disse, - você nunca está completamente sem amigos.

Seu rosto estava encardido e sua barba emaranhada, mas sua expressão parecia amigável.

- Vocês crianças precisam de um trem que vai para oeste?

- Sim, senhor, - eu disse. - Você sabe de algum?

Ele apontou uma mão sebosa.

De repente percebi um trem de carregamento, brilhando e sem neve. Era um daqueles trens que carregam automóveis, com cortinas de malha de aço e três andares de carros dentro. Ao lado do trem de carga dizia LINHAS SOL OESTE.

- Isso é... Conveniente, - disse Quinn. – Obrigado, hã...

Ela se virou para o homem sem-teto, mas ele tinha sumido. A lata de lixo à nossa frente estava fria e vazia, como se ele tivesse levado as chamas consigo.

Xxxxxxxxx

Eu estava em uma caverna. Nela, encontrei Finn caído no chão. Tentei correr para ajuda-lo, mas minhas pernas pareciam ser feitas de chumbo. Olhei para o lado e vi Artémis de joelhos no chão, parecendo que queria morrer. Ela carregava um grande peso em suas costas, parecia uma pedra. Um homem perto dela tinha um sorriso arreganhado nos lábios. Reconheci o Titã Atlas.

Acordei suando frio. O trem era barulhento, mas mesmo assim quase todos dormiam profundamente. Santana estava deitada comigo em um dos bancos de um carro qualquer, agarrada a própria camiseta. Beijei sua testa e desci do carro, pois precisava esfriar um pouco a cabeça. Encontrei Quinn em um dos carros, escutando uma rádio de rock.

- Posso...? – perguntei, batendo na janela.

A loira assentiu e destravou as portas, fazendo sinal para que eu me juntasse a ela. Sentei-me no banco ao seu lado e relaxei os ombros.

- Eu sei onde Finn e Artémis estão. – Murmurei.

- Onde? – A loira perguntou, trazendo os seus olhos para o meu rosto.

- Caverna de Atlas. Eles estão ferrados, Q.

- Então precisamos tirá-los de lá. E o faremos Britt, fique tranquila. Por que não está com a sua latina? O carro não é privado o suficiente pra vocês? Se bem que depois do que eu vi na van, duvido que se importem com privacidade...

- Por favor, pare com essas suas indiretas. – falei ficando vermelha. – Não acho graça nelas.

- Ora Brittany, eu só estou brincando. Sexo é uma coisa natural, não devia ter vergonha disso. A sua latina, com todo o respeito, é bem gostosa. Não entendo porque fica tão vermelha cada vez que eu toco no assunto...

- Nós não fizemos... – Murmurei.

- O quê? – Quinn retrucou.

- Não fizemos...

- O QUÊ? VAI ME DIZER QUE ESTÃO ENROLANDO ATÉ AGORA? – Quinn berrou.

A sorte é que o som estava ligado, o que abafava um pouco os berros de Quinn. Quanto a mim, bem... Eu não sabia onde enfiar a cara.

- Brittany! Três anos é tempo demais! Meus deuses, até entendo você enrolar tanto, mas a Santana? – Quinn disse, mas se corrigiu ao perceber o meu olhar – Ouu, quer dizer, a Santana é bem... É a Santana. Você me entendeu, não faz essa cara.

- E-eu não sei, Quinn. Só acho que não chegou a hora ainda... – falei envergonhada.

- Ei B, tudo bem. Não precisa ficar com vergonha. Quando vocês estiverem prontas, vai acontecer. – ela disse, me abraçando.

- Isso significa que você vai parar com as piadinhas? – perguntei esperançosa.

- O quê? Mas é claro que não!

Xxxxx

Voltei para o meu carro e encontrei Santana encolhida e tremendo. Tirei o meu casaco e depositei sobre seu corpo, abraçando sua cintura. Ela se remexeu e virou-se para mim, abrindo os olhos castanhos e um pequeno sorriso.

- Oi, Cabeça de Alga. – ela murmurou com a voz de sono.

- Oi, Sabidinha. – respondi abrindo um sorriso para ela.

Era bem desconfortável deitar no banco de trás, principalmente para mim. Eu era muito alta, então minhas pernas geralmente tinham que ficar dobradas e meu corpo encolhido no carro para que eu pudesse entrar. Santana já não tinha tantos problemas. A latina era mais baixa do que eu, então apenas dobrar as pernas já bastava para que ela se acomodasse. Devo dizer que tinha certa inveja do seu tamanho.

Sentei-me no carro e estava prestes a abraçar Santana, quando deparei-me com o sem-teto sentado bem na minha frente.

- Esperem! Sinto um Haicai vindo! – ele disse e pigarreou.

“Sonhos como um podcast

Fazendo download pelos meus ouvidos

Eles me contam coisas legais.”

O homem abriu um sorriso largo e pude ver um brilho dourado em seus olhos alegres.

- Apolo.


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Notas finais do capítulo

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