O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 8
Pensão cheiro de lótus


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/347317/chapter/8

– Ótimo tiro meu filho. – A voz da sua mãe o pegou de surpresa, por um instante ele sentiu que era apenas ele e o monstro ali na rua. – Achei que seria necessário eu lançar uma segunda flecha, seus ombros estavam tensos, mas você os relaxou e atirou perfeitamente.

Ele a olhou, ele conhecia aquela mulher, mas não a conhecia. A mãe dele não sabia nada sobre arco e flecha, e certamente a mãe dele não era uma dríade. Ele suspirou e assentiu enquanto forçava esses pensamentos para longe.

– Agora, voltando, vamos para Detroit de trem, de lá vamos pegar um ônibus para Cincinnatti, onde eu vou comprar um carro e vamos para a Filadélfia. – Ela disse e ele franziu a testa na palavra “carro”.

– Como vamos comprar um carro, não temos dinheiro. – Ele disse e ela ergueu uma sobrancelha.

– Quem disse?

A expressão dele virou de confusão.

– Temos dinheiro?

Ela assentiu e ele pensou rapidamente.

– Se é assim poderíamos ir de avião, e ir diretamente para a Filadélfia. – Disse.

Ela sacudiu a cabeça em negação.

– Ártemis não quis confiar você a um avião, o pai dela é o senhor dos céus, saberia que você é um semideus, e se questionaria quem é seu parente olimpiano, por isso é mais seguro você vir comigo por terra.

Caleb suspirou, isso ia ser difícil.

– Tudo bem então. – Disse.

– Temos que ir para a estação, nosso trem sai em vinte minutos. – Ela falou e o puxou pela mão.


****



Eles chegaram bem a tempo de embarcar no trem e se acomodar no último vagão.


– Você precisa comer. – Ela falou e empurrou para ele um prato com um pedaço de lasanha.

O estomago dele roncou e ele atacou a lasanha no mesmo instante. Depois de algum tempo ele notou que sua mãe olhava distraidamente para a paisagem que passava pela janela, ela parecia triste e com saudade de algo.

– Em que está pensando? – Ele disse e ela o olhou com um sorriso triste nos lábios.

– Que sinto falta das minhas companheiras Caçadoras. – Ela falou e sorriu para ele. – Mas isso não quer dizer que não gosto de estar com você, você é meu filho, mas eu escolhi a Caçada, e estar com Ártemis, combatendo monstros é simplesmente incrível.

– Imagino que deva ser mesmo. – Ele disse pensando como seria correr com a deusa por aí, enfrentando todo o tipo de monstros.

– Caleb, você não pode negligenciar seus estudos com mitologia, existe muito mais para você aprender. – Ela disse interrompendo os pensamentos dele. – Os mitos que você aprende não são apenas mitos e você sabe.

Ele concordou com a cabeça.

– Estou cansado, posso dormir um pouco? – Ele disse se acomodando na cadeira o mais confortável possível e fechando os olhos.

Assim que adormeceu uma imagem veio a sua mente, Ártemis, no meio de um bando de garotas, vestidas em jeans e parcas prateadas, a deusa parecia feliz e claramente aquela cena dizia que ela amava cada uma daquelas garotas.

A cena escureceu e um homem de preto apareceu, ele conversava com alguma coisa no escuro e estava de costas, e Caleb não conseguiu ver quem era que estava no escuro, apenas ouviu sua voz e foi o suficiente para gelar seu sangue.

– Eles não podem destruir você meu senhor. – O homem de preto disse.

– Apenas treze crianças semideusas nascidas de promessas quebradas têm esse poder... – A voz disse parecendo muito satisfeita com o que dizia. – Ah, mas que pena que os deuses não possuem essas crianças não é mesmo?

Caleb viu pela postura do homem que ele não concordava totalmente com aquilo.

– Eles não possuem filhos de promessas quebradas, não houve nenhuma promessa recente entre eles e sei disso graças a você, meu servo fiel. – A voz era fria como gelo e dava calafrios em Caleb.

– E quanto à Ártemis, Hera e Héstia meu senhor? – O homem disse com um tremor na voz.

– Bah! – A voz disse com irritação. – Ártemis e Héstia são muito puritanas para terem filhos ou até mesmo violarem seus votos de castidade, Hera não trairia Zeus nem mesmo se isso significasse a salvação do Olimpo, não querido servo, elas não são um risco para nós.

O homem assentiu.

– Espero que esteja certo meu senhor. – Ele disse e Caleb sentiu uma mão em seu ombro, o empurrando para frente e para trás.

– Caleb, acorda! – Era a voz de sua mãe e ela parecia preocupada.

Ele abriu os olhos e fitou seus olhos castanhos.

– O que houve? – Disse com a voz grogue de sono e se ajeitando no banco do trem.

– Chegamos em Detroit. – Ela disse e ele olhou para fora, a cidade era enorme e ele se encolheu mentalmente ao pensar em andar por ali.

– Precisamos chegar à rodoviária. – Então ela olhou para o céu e praguejou em grego antigo. – Talvez tenhamos que fazer isso amanhã.

Caleb olhou para o céu e gemeu internamente, já estava escuro. Definitivamente eles não andariam por ali durante a noite.

Ele olhou para o rosto da mãe por um momento.

– Vamos para uma pensão. – Ele disse.

– Tudo bem.

Pegaram as mochilas e saíram do trem. Andaram por algumas ruas até que encontraram uma pensão que tinha uma flor entalhada em madeira, Caleb tentou ler, mas por cauda da dislexia viu apenas: OSENPÃ IHCEOR ED ÓSLUT.

– Pensão cheiro de lótus. – Sua mãe traduziu e ele fez uma careta. – Talvez possamos passar uma noite aí e depois damos o fora.

Ele pensou que aquele lugar parecia errado ali e notou a incerteza na voz da sua mãe, ela também parecia desconfiar do lugar, mas a barriga de ambos roncou e a perspectiva de dormir em uma cama de verdade derrubou o seu instinto.

– Talvez não faça mal. – Ele disse e sua mãe assentiu enquanto ambos se dirigiam para a porta da pensão.

Assim que entraram um cheiro maravilhoso fez com que eles se dirigissem para a sala principal, que estava cheia de gente comendo e se divertindo.

– Bem-vindos à minha pensão, todos os viajantes são acolhidos por ela! – Um homem disse e Caleb se virou rapidamente, ele era baixo e usava uma camisa branca simples e sorria como se eles fossem seus clientes há muito tempo. – Tomem, essa é a chave do quarto de vocês e essa é a do quarto de jogos, bom descanso.

Eles pegaram os cartões e viram o número do quarto, 1653.

– Esse lugar parece ser enorme. – Ele comentou e a mãe dele assentiu.

– Vamos para o quarto. – Ela falou e ele a seguiu, encontraram o quarto e se acomodaram em um sofá por uns quinze minutos até que a curiosidade dele de ver a sala de jogos foi mais forte que qualquer coisa.

– Vou para a sala de jogos. – Ele disse se pondo de pé.

– Vou com você. – Ela disse e eles andaram pelo corredor e encontraram uma porta com letras cursivas que sua mãe disse ser a sala de jogos.

Eles entraram e prenderam o fôlego, tinha todos os tipos de jogos que se podia imaginar, mas um detalhe chamou a atenção de Caleb, um rapaz, talvez uns quatro anos mais velho que ele o olhava intensamente, então ele ouviu sua mãe arquejar e puxar o braço dele para fora da sala de jogos.

– Precisamos ir embora daqui! – Ela disse voltando para o quarto para recuperar as mochilas. Mal entrou, pegou as duas e jogou uma para ele.

Ele não falou nada até que estavam no hall de entrada, o mesmo homem sorria para eles, mas o sorriso dele foi sumindo ao perceber que eles iriam embora.

– Já vão? – Ele disse com a expressão triste, mas a mãe dele assentiu ignorando o homem e passando por ele rapidamente puxando o garoto pelo braço.

Foi nessa hora que Caleb ouviu uma voz que o fez parar no lugar.

– Ei! Me esperem! – Era a voz de um rapaz e Caleb olhou para trás antes de ter o braço bruscamente puxado e ele gemeu de dor.

– Caleb, vamos! – A voz da mãe dele o fez voltar a si. – Não o escute!

Caleb olhou para o rapaz e viu uma expressão de confusão passar por seu rosto antes dele começar a segui-los, logo ele e a mãe estavam na rua, ela o arrastou até um beco e os escondeu atrás de algumas latas de lixo.

– O que...? – Ele disse, mas ela o silenciou com um olhar, em seguida ele ouviu passos no beco.

– Eu sei que vocês estão aí, não se preocupem, não vou fazer mal para vocês. – A voz disse e Caleb notou que era a mesma voz que o fez ficar parado na pensão, ele olhou para a mãe dele e viu que ela se levantava, com o arco pronto.

– Fique parado aí. – Ela disse ameaçadoramente para o rapaz.

– Calma, está tudo bem, meu nome é Klint, eu sou um sátiro. – Ele disse e Caleb arregalou os olhos ao ouvir as palavras dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews??

aqui é a Marina, gente, eu gostaria de pedir que vocês dessem uma olhada nessas fics que eu vou colocar aqui, bjos

http://fanfiction.com.br/historia/230721/O_Conto_Dos_Semideuses

http://fanfiction.com.br/historia/171364/Aprendendo_A_Ser_Semideus

por favor, sou co-autora dessas duas histórias, deem uma olhada ok?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Filho De Ártemis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.