O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 27
De volta ao lar


Notas iniciais do capítulo

gente, oi, hoje eu venho com o que julgo ser uma boa notícia para vocês... eu vou postar alguns caps a mais na fic, talvez apenas mais três, mas já é alguma coisa, não? Parece que no final dessa história me veio uma senhora inspiração e percebi que tem alguns pontos que não seriam bem explicados se eu acabasse agora. Sem mais enrolação, boa leitura.



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Não houve muita conversa enquanto saíam do avião e pegavam suas coisas, mas Caleb queria saber como Alícia estava, do que ela se lembrava o mais rápido possível, mas ela parecia distante e reservada.

Alícia sentia algo diferente em Caleb. Não era apenas o modo de falar, mais confiante, que a fazia perceber que ele havia mudado. Seus olhos, antes tranquilos e gentis, agora demonstravam uma dor e tristeza tão grandes que a faziam um tanto receosa de tentar se aproximar dele.

Ela se manteve em silencio, refletindo sobre a conversa que teve com Steve enquanto Caleb dormia.

Quando abriu os olhos e viu o filho de Ártemis com os olhos fechados soltou um grito, que foi logo abafado por uma mão forte sobre seus lábios.

- Ele está bem. – Uma voz sussurrou urgentemente em seu ouvido, ela reconheceu, era a mesma voz que ouviu antes de desmaiar. – Só está descansando, agora, eu vou retirar a minha mão de seus lábios, por favor, não grite.

Estranhamente, assim que o garoto libertou seus lábios ela fez o que ele pediu e não gritou. Alícia se virou rapidamente para olhá-lo. O garoto era bonito e aparentava ser vários centímetros mais alto, ela não sabia dizer, pois ele estava sentado, e talvez tinha a idade dela, 16, no máximo 17 anos. Ela se afastou dele o máximo que o assento permitia enquanto levava a mão à cintura em reflexo involuntário.

- Quem é você? – Perguntou desconfiada e analisando o local ao redor, ao que pareciam estavam no interior de um avião.

O garoto suspirou, mas se manteve olhando para ela, como se decidisse o que ia dizer.

- Realmente não se lembra de mim? Sou Steve Lopez, filho de Deméter, fui capturado algumas semanas antes de você.

Alícia forçou a memória, mas sua cabeça doeu. Realmente lembrava vagamente de um garoto semideus que foi capturado antes, mas ela não se importou em saber quem era.

- Me desculpe. – Ela murmurou. – Não lembro de muita coisa.

O garoto assentiu como se já esperasse aquela resposta, mas seus olhos analisavam cada gesto que ela fazia, não por cautela, ou assim parecia.

- Entendo. E como você se sente?

- Como se tivesse sustentado o céu nas costas. – Ela falou e se acomodou na poltrona.

- Então descanse Alícia. – Ela o ouviu dizer antes de apagar.

- Alícia? – Era a voz de Caleb trazendo-a de volta. – Alícia, você está bem?

Ela assentiu com a cabeça e sorriu para ele. Seu coração deu um salto, o garoto parecia mais musculoso, os cabelos ruivos mais compridos. Em resumo, Caleb estava muito mais bonito.

Porém parecia mais distante, e isso a incomodava. Ela franziu a testa enquanto saíam do aeroporto e paravam próximo a um ponto de táxi.

- Porque você não chama um táxi? – Ela perguntou, mas sua voz saiu baixa.

- Steve. – Caleb olhou para o garoto. – Ainda temos dinheiro daquele que Iole nos deixou?

Alícia arrepiou-se ao som daquele nome. Como se aquela pessoa estivesse conectada a lembranças desagradáveis.

- Quem é essa? – Alícia perguntou e sentiu uma fisgada do pulso até o braço. – Ai!

- Alícia! – Os dois garotos disseram ao mesmo tempo, mas Caleb foi mais rápido na hora de ampará-la antes que caísse no chão.

Steve e Caleb olharam ao redor, havia um táxi chegando. Eles correram até ele e acabaram assustando o casal de passageiros que saía do carro, mas Caleb não se importou. Viu que Steve jogou duas notas de 100 no colo do motorista e disse o destino apressadamente.

- Precisamos chegar em menos tempo possível! Pode ficar com o troco! – Exclamou assim que Steve o ajudou a acomodar a garota desmaiada dentro do táxi. Então o motorista disparou, costurando entre os carros numa velocidade alucinante.

Depois de quinze minutos dentro do táxi, Caleb pensou que preferia pegar outra carona com Zeus. Cinco minutos depois ele começou a reconhecer a paisagem que os cercava, as placas que diziam “colha seus próprios morangos”.

- Aqui está ótimo. – Caleb falou ao avistar o grande pinheiro a poucos metros de distância.

- Mas não há nada aqui. Você tem certeza? – O motorista perguntou.

Caleb apenas concordou com a cabeça e fez Steve sair primeiro, para que ele pudesse carregar a filha de Hermes.

Eles esperaram o táxi sumir na curva da estrada para que começassem a subir a colina. De repente Caleb lembrou uma pergunta justa que Steve fez quando se conheceram: Muito bem, quem é o parente Olimpiano de vocês?

Caleb limpou a garganta nervosamente.

- Então, Steve. – Ele começou e o outro garoto olhou para ele.

- O que foi?

- É sobre a pergunta que você fez quando nos conhecemos. Sobre quem é meu parente Olimpiano. – Ele hesitou por um momento e sentiu o olhar do outro garoto em seu rosto antes de murmurar. – Minha mãe é Ártemis.

Steve reagiu como ele esperava, surpreso e totalmente confuso e até mesmo levemente irritado. Então ele pareceu superar esses sentimentos rapidamente e assentiu levemente.

- E Iole? – Foi a única coisa que ele falou.

- Hera. – Caleb respondeu simplesmente.

- Entendo. – Ele falou em um tom de voz contido e nesse momento eles chegaram ao topo da colina onde viram um garoto alimentando o dragão que estava enrolado no enorme pinheiro.

O semideus quando os viu, tirou algo do cinto, Caleb logo percebeu que era uma trompa, parecida com as que sua mãe usava na caçada. Deu o alarme e se aproximou lentamente de Caleb e de Steve. E Caleb agradeceu aos deuses por ser um filho de Apolo no topo da colina.

O garoto era familiar, tinha cabelos louros, o porte de um modelo como todos os filhos de Apolo e carregava um arco consigo, se Caleb não estivesse enganado, seu nome era Jonny. Ele olhou para o filho de Ártemis parecendo bastante irritado, então olhou para Steve.

- O que ela tem? – O garoto perguntou para o filho de Deméter, embora não o conhecesse.

- Não sabemos. – Steve respondeu e lançou um olhar desconfortável e solidário para Caleb, que retribuiu com uma careta.

Steve logo começou a contar algumas coisas sobre o que poderia ser então o filho de Apolo colocou uma das mãos na testa de Alícia e começou a cantar baixinho.

Poucos segundos depois Caleb viu Quíron chegar trotando com vários campistas atrás dele. Por um instante Caleb pensou ter visto expectativa frustrada no olhar do centauro, mas logo mudou de ideia quando o mesmo sorriu para ele.

- Bem vindo de volta Caleb! – Então seu olhar recaiu em Steve que carregava Alícia. – E quem é esse? O que houve com ela?

Caleb hesitou por um instante, então alguns campistas começaram a murmurar entre si e apontar para o céu, logo todos os semideuses olhavam e apontavam para cima.

Segundos depois uma forma alada e castanha pousava perante eles e em cima dela:

- Iole! – Caleb falou e a ajudou a descer ignorando os olhares que recebia. Olhou para Quíron, suplicando silenciosamente. – Será que podemos conversar dentro da Casa Grande?

Caleb viu Quíron olhar para cada um deles como se considerasse a situação.

- Levem Alícia para a enfermaria. – Ele disse calmamente. – Caleb, traga seus amigos.

****

Eles passaram meia hora sentados no sofá do escritório de Quíron contando os acontecimentos dos últimos dias. Quíron apenas escutava, sem interferir, e a cada poucos segundos seus olhos iam de Caleb para Iole e depois para Steve.

Quando Caleb parou de falar Quíron parecia bastante preocupado.

- Então esta mocinha é filha de Hera?

Os três semideuses apenas assentiram enquanto bebiam alguns goles de néctar.

Caleb não sabia que gostos Iole e Steve sentiam ao beber, mas ele sentia o sabor dos maravilhosos bolinhos que sua mãe costumava preparar.

Então ele olhou para Quíron.

- O que você vai fazer? – Ele perguntou receoso de que o diretor de atividades expulsasse a garota.

- Irei alojá-la no chalé dois. – O centauro respondeu simplesmente. – Se o que vocês me dizem é verdade, e Zeus não ordenou que fossem mortos, não vejo razão para que ela não fique aqui, a menos que seja da vontade dela.

Caleb olhou para a garota que sorriu levemente.

- Irei ficar. – Ela falou com firmeza e Quíron assentiu, mas seus olhos estavam enigmáticos.

Ele olhou para Steve.

- Chalé quatro para você. Se quiser ficar, claro. – Ele falou.

Steve assentiu.

- Vou ficar. Eu já estava a caminho daqui antes de encontrar Alícia, Caleb e Iole.

- Muito bem, Caleb, os leve para um rápido passeio no acampamento, depois cada um siga para seu devido chalé, o jantar será em poucos minutos. – Quíron disse e Caleb entendeu que estava na hora de saírem.

- Será que Alícia vai ficar bem? – Steve perguntou quando os três estavam parados próximos à quadra de vôlei.

Caleb assentiu.

- Ela vai ser bem tratada pelos filhos de Apolo. E vai se recuperar mais rápido por estar de volta ao lar. – Ele falou, pensando que também se sentia melhor por estar de volta ao acampamento. – O que importa é que estamos todos bem, pelo menos por hora.

Iole e Steve assentiram.

- Você tem razão.

- Agora que tal vocês conhecerem o novo lar de vocês? – Caleb falou com um largo sorriso.


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Notas finais do capítulo

gostaram? digam nos reviews.



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