O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 28
Fazendo um novo amigo


Notas iniciais do capítulo

leiam as notas finais, please



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POV: Iole

Enquanto andavam pelo acampamento Iole se sentia cada vez mais fascinada, o lugar era incrível, Caleb guiou Steve e ela por quase todos os lugares do acampamento, e os três atraíam uma porção de olhares por onde quer que passassem, muitos apontavam para a garota e se afastavam aos cochichos.

Mas ela achou difícil se concentrar completamente no passeio não pelo fato de ser motivo de fofoca e sim ao lembrar de Alícia na enfermaria da Casa Grande. Iole sabia que a garota estava apenas em choque, o susto que o corpo tomou só foi assimilado pela mente naquele momento, porque alguma coisa fez com que houvesse o estalo.

Então ela lembrou de quando se afastou deles, do olhar magoado que Caleb lançou a ela, como se ela estivesse fazendo algo errado.

Iole se sentiu péssima por partir, mas era preciso. Queria ter certeza se havia mesmo se formado um elo entre Alícia e ela.

Ela sabia que os garotos não ouviram uma das condições para a pulseira sair da filha de Hermes.

As palavras se repetiram em sua mente a medida que ela andava pelo acampamento e via as construções em estilo grego, uma arena, estábulos, um arsenal, etc.

A nova guardiã, para ser merecedora, deve fazer um sacrifício. Sua alma deve ser ligada por um período de tempo aquela cujo sangue precisa ser derramado. Caso não aceite, o corpo será consumido lentamente. Mas há um aviso: ao ligarem-se ambas as almas, cada uma, tanto guardiã quanto a ex-usuária, saberão exatamente pensamentos e sentimentos a partir da união. Decida.

Iole havia hesitado, temia dividir o que sentia por Caleb com outra garota que obviamente nutria o mesmo sentimento. Porém Caleb esperava que ela salvasse a semideusa e isso valia à pena a invasão que sofreria em seus pensamentos. Então optou por salvar Alícia.

- E aqui ficam os chalés. – Ela ouviu Caleb falando enquanto fitava um conjunto de construções estranhas que ficavam distribuídas em formato de ômega (Ω) em uma grande área comum.

Iole não sabia o que era, mas sentia um desconforto em algum canto de sua mente. Então entendeu, era a parte de sua alma que buscava os pensamentos de Alícia. Ela lutou contra aquilo, não queria saber o que estava acontecendo apesar de ter concordado em unir ambas as almas.

Pescou no bolso da jaqueta o pequeno saquinho aveludado que sua mãe lhe dera e o fitou por alguns instantes, antes de guardar novamente.

- Qual é o seu chalé? – Ela perguntou tentando se distrair dos pensamentos perturbadores.

- O número 8. – O garoto respondeu e apontou para um dos chalés, mas Iole não conseguiu distinguir qual. – Venham comigo. Vou mostrar a vocês.

*****

Enquanto passavam por diversos chalés diferentes, Caleb os apontava e dizia qual deus era o patrono, e Iole conteve um sorriso, pois o tom que ele usava era como se estivesse revendo velhos amigos ao passar por cada construção.

- Aquele é o de Hécate. E aquele é o de Hipnos. – E muitos outros se seguiram.

Andaram por mais alguns chalés e então chegaram a um chalé com a fachada feita de prata e desenhos de luas, arcos e ursas caçando, entalhados a ouro. Havia pequenos degraus de madeira até a porta do chalé, com ramos de árvores enroscados entre os degraus. A porta entreaberta do chalé também era feita de madeira, com a cara de uma ursa entalhada a prata na porta.

Iole espiou para dentro, havia uma pequena sala de estar, com uma lareira, algumas poltronas que pareciam feitas de pele de urso e um tapete de pele de tigre no chão. Ao lado da chaminé da lareira havia intercaladas peles raras e cabeças de animais empalhados. No canto mais afastado havia uma grande estante com vários livros e mais peles de animais. Próxima aos livros havia uma escada que levava ao segundo andar, embora do lado de fora não parecesse que havia um.

Então um suspiro baixo retirou sua atenção do chalé. Ela olhou para Caleb.

- Na verdade minha mãe criou esse chalé com todo conforto para as Caçadoras, que são como filhas para ela, mas como ela me reclamou e sou filho dela, tenho direito de usar o chalé. – Caleb explicou em voz baixa. – Embora alguns campistas não tenham gostado muito disso.

Iole viu Steve concordar com a cabeça como se entendesse.

- Mas vamos deixar de enrolação, vou levá-los aos seus chalés, o jantar começa daqui a vinte minutos. – Disse o filho de Ártemis virando as costas para o chalé e recomeçando a andar.

Passaram por um chalé com a imagem de uma coruja na porta.

- Chalé de Atena. – Caleb falou sem outros comentários, mas seu tom estava tranquilo e seguiram adiante. – Aqui está, chalé 4, Deméter.

Iole analisou rapidamente o lugar que Steve ia ficar. O chalé era feito de um mármore escuro e amarronzado, possuía vários tomateiros nas paredes e uma cobertura feita de grama de verdade. Árvores das mais variadas frutas circundavam o chalé, seus galhos entrando pelas janelas que estavam abertas.

Caleb parecia indeciso se batia na porta ou não, mas não precisou pensar muito no assunto, pois nesse momento um garoto estava saindo do chalé, era bem parecido com Steve, mas não seria possível confundi-los um com o outro, pois o novo garoto era alguns centímetros mais alto que Steve e seus olhos eram de um castanho profundo, além de ter uma grande cicatriz no braço direito. O rapaz usava jeans e uma camiseta laranja do acampamento idêntica à de Caleb.

- Oi Jhonnatan. – Caleb o saudou educadamente.

O semideus olhou para o garoto que falava com ele e depois sorriu completamente relaxado.

- Oi Caleb, como foi a missão?

Iole conteve a surpresa ao ver que o garoto não tratava Caleb com hostilidade.

O filho de Ártemis deu de ombros.

- Consegui cumprir a tempo, e ainda consegui trazer mais dois semideuses comigo. – Ele acenou para Iole e Steve. – Esse aqui é Steve, é seu irmão. – Então Caleb se voltou para o garoto de quem falava. – Esse é Jhonnatan, seu irmão e conselheiro.

Steve assentiu, embora parecesse um tanto confuso. Estendeu a mão para o outro filho de Deméter.

- Steve Lopez. – Se apresentou.

- Nossa! Faz tempo que a mamãe não manda alguém novo para cá! – Disse o outro rapaz olhando para Steve e retribuindo seu aperto de mão, então ele olhou para Iole e sorriu largamente. – E ela, quem é?

Caleb se mexeu desconfortável e Iole imitou seu movimento.

- Hum, esta é Iole Jones, filha de Hera. – Caleb falou rapidamente.

O garoto, Jhonnatan, apenas balançou a cabeça como se aquilo não o surpreendesse. Então fez algo que deixou Iole sem reação. Ele pegou a mão dela e beijou levemente, como os cavalheiros faziam nos tempos medievais.

- Encantado em conhecê-la srta. Iole. – Ele falou e sorriu para ela.

Iole estava completamente confusa, mas retribuiu o sorriso. Então algo se retorceu em sua mente e ela teve que se esforçar muito para não fazer careta. Alícia havia acordado e estava começando a perceber que seus pensamentos estavam conectados aos de outra pessoa.

- Digo o mesmo Jhonnatan. – Disse e sorriu mais largamente, tentando manter o foco no que estava fazendo. – Posso perguntar uma coisa?

O garoto fez um leve aceno com a cabeça.

- Como você consegue lidar com esses fatos tão calmamente? Com Caleb sendo filho de Ártemis e eu sendo uma filha de Hera.

O garoto considerou a pergunta por um momento antes de responder lentamente.

- Acho que eu, assim como meus irmãos e minha mãe, não me preocupo muito com o que aconteceu, e sim no agora. – Jhonnatan deu de ombros e sorriu novamente. – E agora você e o Caleb estão aqui. Ninguém pode mudar o fato de que vocês existem, mesmo que matem vocês. Sem falar que pelo que Caleb explicou do nascimento dele, o juramente de Ártemis se mantêm. – Ele deu de ombros novamente. – Porque não podemos acreditar que Hera também encontrou um meio? O Caleb é um bom amigo, e tenho certeza que você também pode ser, é só dar uma oportunidade.

Iole considerou a resposta e concordou com o garoto.

- Acho que você tem razão. – Disse sorrindo.

- Bem, eu tenho que levar Iole até o chalé de Hera. – Caleb falou e olhou para Jhonnatan. – Acomode Steve, ok?

O garoto assentiu.

- Nos vemos no jantar. – Então virou para Steve. – Acho que vou ter tempo de apresentar você rapidamente e arrumar uma cama antes de irmos para o refeitório, vem, tenho que chamar nossos irmãos.

Steve olhou rapidamente para trás e sorriu para Iole e Caleb, depois seguiu Jhonnatan para dentro do chalé de Deméter.

Dois sentimentos iniciaram uma batalha dentro de Iole assim que Steve passou pela porta do chalé. O alívio por ficar a sós com Caleb e o nervosismo por ficar a sós com Caleb.

O nervosismo estava levando a melhor.

- Então. – Ela começou hesitante e o garoto olhou para ela. – Pode me levar ao meu chalé?


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Notas finais do capítulo

bom, eu fiz pelo ponto de vista da Iole porque estamos chegando ao fim (falta pouco agora, de verdade), e ainda tenho que explicar algumas coisas do passado dela, me desculpem se esqueci algo, é que eu tenho que correr para poder retomar a outra fic. Opiniões são bem vindas, e leitores fantasmas, eu quero pedir encarecidamente que apareçam, por favor.
se gostaram digam nos reviews.



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