A Sereia escrita por Santori T


Capítulo 19
Capítulo 19 (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem-vindos!! Hoje estou melancólica, porque meu conto está no fim =( É um pouco triste encerrar uma história a qual você realmente se apegou, teve aquele satisfação em escrever, DO INÍCIO AO FIM, o que é difícil, né? =) Eu espero que tenham aproveitado tanto quanto eu, se divertido tanto quanto eu. Esse conto me fez fazer doces amizades, as quais espero levar para contos futuros. Hoje postarei as duas partes do capítulo 19, então, sintam-se à vontade para comentar. Um beijo!



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A chuva intensificou do lado de fora, transformando-se numa barulhenta tempestade. Do lado de dentro do chalé, sob o fogo crepitante que ardia na lareira, eu analisava uma grande ferida no peito de Yen. O furo perfeito vertia sangue, que escorria por seu corpo e tingia o sofá de rubro. A ponta talvez estivesse presa em suas costas, mas a questão não era, de todo, o lugar onde ela estava, e sim como faria para retirá-la sem causar dor, ou ainda, a morte de Yen.

-Quando mais preciso, Jade não está – Resmunguei cobrindo o peito de meu amigo com compressas quentes, enquanto tentava virá-lo. – Ela saberia o que fazer.

Lá estava ela, a ponta de prata, reluzindo sob a luz da sala, me desafiando a tentar tirá-la, me dizendo em silêncio que em breve eu selaria meu destino.

-Yen – Eu afaguei seus cabelos, com tristeza. – Está me ouvindo, não está?

Ele resmungou alguma coisa, muito fraco.

-Não quero machucar você, mas isso vai doer – Expliquei, com medo. – Antes, eu preciso saber se... Eu preciso ter certeza de que vai aguentar, Yen. Certeza de que vai sobreviver.

-Tire! – Reagiu ele, entre os dentes.

Mordi meu lábio, apreensiva. Enrolei uma compressa quente numa das mãos e respirei fundo e devagar. Segurei a ponta da flecha e Yen urrou de dor. Eu podia sentir a dor dele em mim mesma, percorrendo meu corpo, me enlouquecendo, tentando me fazer parar. Era aquele o efeito da flecha dourada, era aquele seu propósito. Contudo, mesmo sob as dores, sob a tontura, eu agarrei com força e puxei o resto da flecha que ainda se prendia ao corpo de Yen.

A ponta da flecha voou de minhas mãos, bateu contra a parede e virou pó. Me larguei no chão, cansada, enjoada e tremendo. Meu corpo ainda reagia às influências dela, numa dose mais branda.

-Yen – Aproximei-me do sofá, cobrindo suas costas com mais compressas. Eu o virei para cima e nossos olhares se encontraram, para meu alívio. – Como se sente?

-Doente – Respondeu ele, fechando os olhos e respirando com dificuldade. – Vou ficar bem.

-O que aconteceu? – Perguntei, segurando suas mãos. Meu corpo ainda tremia e o medo não fora embora totalmente. – Por que voltou?

-O Conselho, Aleerah – Murmurou ele, inclinando a cabeça para me olhar. – Apesar de todos os meus argumentos, eles disseram não.

-Disseram não? – Sufoquei o ar dentro da boca, petrificada. – Eles... Eles querem que ela morra?

-Sinto muito – Yen parecia desolado. – Eu fiz de tudo para convencê-los. E quando a decisão foi tomada, por pouco não me acusaram de traição, também. Fui preso, mas consegui escapar. Precisava avisá-la – Ele apertou minhas mãos, nervoso. – E então meus próprios soldados se voltaram contra mim. O resto – Ele apontou o peito cheio de bandagens e compressas. – Você pode imaginar.

Baixei a cabeça, desesperançosa, perdida como nunca antes. Não podia ser certo apenas sentar e observar uma armada de Sirens invadirem Raven e levarem Jade para a morte.

-Escute – Yen segurou meu queixo, elevando meu rosto. – Talvez exista uma chance... Uma chance mínima, e não há garantias de êxito.

-Fale – Pedi, fria. – Eu farei qualquer coisa.

-Vá até o Conselho e apele à única pessoa que poderia ajudar você – Respondeu Yen, resoluto. – Seu avô, Belzeckiel. Somente ele terá força para convencer os demais a mudarem de ideia.

-E você acha que ele vai me ouvir? – Eu o fitei com incredulidade. – Você esqueceu que foi ele quem me baniu, Yen?

-Ele te poupou de um destino muito pior, Aleerah – Explicou Yen, calmamente. – Se não fosse ele, você não estaria aqui, viva. Ele salvou você.

Fiquei quieta, sem argumentos. Não sabia que meu avô, um dos líderes do Conselho, interferira por mim no passado. Aquilo me fez sentir certo afeto por ele.

-Você não tem muito tempo – Yen ficou sério. – Alguém virá em breve para dar fim à menina. Precisa chegar em casa antes disso.

-Não posso te deixar aqui, desse jeito – Eu segurei seu rosto entre minhas mãos, sentindo o calor febril que emanava de seu corpo.

-Não se preocupe comigo – Disse ele, seguro. – Sei que Jade vai aparecer aqui logo pela manhã. Mais um pequeno curto na cabecinha dela e não fará perguntas – Ele piscou, maldoso. – Ela pode me ajudar, enquanto estiver fora. Mas precisa partir agora! Se quiser salvar a vida da menina, essa é sua única chance.

Eu engoli, assustada. Tentei apaziguar meu coração alarmado respirando calma e profundamente. A possibilidade de voltar pra casa, de rever parentes e amigos. Há muito tempo eu desejava voltar. E agora, algo muito maior me motivava a arriscar a vida indo até meu clã.


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Notas finais do capítulo

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