Edward narrando

– O QUE? – foi o que saiu de meus lábios assim que Bella pronunciou tais palavras.

As quatro se viraram para mim no mesmo instante, mas só o que pude fazer foi encarar os olhos de Bella.

– Edward... É complicado... – ela hesitou.

Tentei ler a mente de Kate, mas nada, tentei Tanya e Irina, mas novamente, nada. As escarei, com a dúvida estampada em meus olhos. Lembrei-me do escudo de Bella, e a encarei novamente.

– Por que esta escondendo o pensamento delas? – perguntei mais calmo.

– Só prefiro que saiba por mim mesma. Vamos entrar? Assim eu explico tudo a vocês com calma – apenas assenti.

Seguimos todos para a sala, em um dos sofás, ficamos eu, Bella no meio e Jate em seu outro lado. No outro sofá ficaram Eleazar, Carmem e Esme, e Carlisle ficou em pé ao seu lado. Tanya e Irina sentaram nas duas poltronas a nossa frente. E a frente Jasper, Alice, Rosalie e Emmett ficaram em pé.

– Bem, acho que os outros não sabem que sou uma bruxa, não é? - perguntou como se perguntasse sobre o clima.

Eleazar, Carmem, Carlisle, Esme, Emm, Rose e Jazz abriram a boca em um “O”.

– Bem – continuou ela – Minha mãe também é uma bruxa, como já sabe – disse olhando pra mim – E também já sabe sobre algumas coisas sobre minha espécie, como o fato de criarmos vampiros, certo? – assenti – Bem, Renée já criou alguns, mas muitos destes morriam logo pelos lobisomens mais sábios, e alguns ficaram. Quando estava grávida de oito meses, depois do episódio com Aro, minha mãe criou uma vampira loira, e a chamou de Katrina. – meus olhos vagaram automaticamente para Kate.

– No início eu queria ir embora, pois às vezes acabava cedendo à tentação e mordendo Renée, e vê-la ali, se contorcendo, ainda mais que estava grávida, mas foram apenas três vezes. Em pouco tempo nos tornamos amigas, grandes amigas, como que irmãs. Quando Isabella nasceu, ela me escolheu como sua madrinha, pois sabia que eu jamais iria machuca-la. – Kate parou por um momento, parecia perdida em lembranças, então Bella terminou.

– Mas quando eu tinha seis anos, meus pais se separaram, Charlie ficou em Forks, e Renée foi para Phoenix, e eu fui junto. Desde então eu quase não via Kate, ela só aparecia de meses em meses, mas era por pouco tempo, por causa do sol. – ela parou por um momento, refletindo - Quando eu tinha oito anos Kate levou mais duas mulheres junto com ela, e disse que essas agora eram suas “irmãs”, sua nova “família”. Elas foram legais comigo, eu também as entendia, apesar de ser nova, eu era uma garotinha esperta e inteligente demais, eu já sabia que elas eram vampiras, já sabia que minha mãe podia fazer coisas que qualquer outro julgaria algo absurdo. Mas sempre mantive tudo em segredo, nem mesmo Charlie sabe sobre esse mundo místico em que vivemos.

– Então quer dizer que Kate é sua madrinha? – ela assentiu.

Estranhei algo. As mulheres de que falava, as “irmãs” de Kate, só podiam ser Tanya e Irina, mas ela disse que elas se deram bem, e era difícil imaginar Tanya se dando bem com alguém, mas fazer o que.

– Uns cinco meses depois que vocês vieram pra cá, Renée ligou. Disse que Bella se transformou antes do tempo, quer disser, a transformação normal sempre acontece pouco antes de fazer 19 anos, mas ela se transformou antes do tempo, e isso só acontece quando a pessoa esta sofrendo por dois motivos diferentes. Renée estava muito preocupada e pediu que eu fosse falar com Bella, afinal ela estava em uma cabana aqui no Alasca.

– Fui eu? – perguntei receoso. – Sofreu muito por mim, não é? – perguntei de cabeça baixa.

– Um dos motivos, sim – sua voz não passava de um sussurro.

– O QUE? – desta vez foi Kate quem gritou – Não acredito, foi ele? E é o p... – Kate não pode terminar, pois Bella rapidamente tapou sua boca com as mãos.

– Foi. – Bella apenas murmurou.

– Mas... Nunca me disse que era um vampiro, afinal, nunca mencionou nenhum nome...

– Eu sabia que se você descobrisse iria até o ínfero atrás dele.

– Queria que eu não fosse? – disse Kate se exaltando – Queria que eu não fosse atrás dele? Que eu não o matasse depois de tudo que ele fez? – ela já começava a gritar – BELLA, ELE TE DEIXOU, TE ABANDONOU E AINDA POR CIMA GRÁV... – acho que Kate percebeu o que ia dizer, pois no mesmo instante se calou.

– O que? – perguntei querendo que ela continuasse.

– Não foi nada demais, só me exaltei demais, acontece que sou muito protetora quando se trata de minha sobrinha. – assenti, mesmo sabendo que ela iria dizer algo muito importante.

– Tudo Bem, mas posso saber qual foi o outro? – ela permaneceu quieta, mas parecia estar soluçando. Kate lhe abraçava os ombros, acho que sabia o que era.

– Agora não Edward – respondeu Kate, é, ela sabia – Acho melhor vocês dois irem conversar lá fora. – Bella assentiu, parando de soluçar.

– Vem Edward – disse Bella me estendendo a mão.

Segurei em sua mão e a segui. Quando parou pude perceber que estávamos ao alto de uma montanha.

– Sente-se. Preciso te contar o que houve comigo desde que partiu.

– Bella, se não quiser contar, não precisa, eu entendo.

– Não é isso Edward, você TEM que saber, você querendo ou não faz parte nisso – respondeu.

Mesmo sem entender nada me sentei ao seu lado e esperei pacientemente que ela começasse.

– Quando você se foi, no início eu fiquei mal, muito mal. Eu não saia de casa, não comia nem bebia nada. Mas depois de uma semana, comecei a passar mal, e Charlie me levou ao hospital. Fiquei alguns dias internada. Pude perceber que me ver assim magoava Charlie, por mais que ele tentasse não demonstrar. Quando recebi alta eu decidi que iria voltar a minha rotina. Um mês se passou, eu ia à aula, me alimentava, cuidava da casa, porém eu parecia no modo automático, afinal, a mágoa, tristeza e acima de tudo a dor, ainda estavam ali. Estava cansada de todos os dias segurar as lágrimas ou chorar em qualquer canto. Estava cansada de deitar-me todas as noites e sentir falta de seu corpo frio ali, de acordar a mim e a Charlie com meus gritos. Naquele momento a morte parecia a melhor solução. Eu já havia planejado tudo. Iria pegar a arma de Charlie, já que ultimamente ele não estava levando ao trabalho, e simplesmente me matar. Mas naquele dia, exatamente naquele dia, Charlie havia levado a arma – assim que ela revelou isso, soltei um suspiro de alívio – Mas estava disposta e encontrar com a morte o quanto antes. Escrevi uma carta e segui até sua casa. Estava em seu quarto. Estava com uma faca na mão com os pulsos cortados, só faltava meu pescoço, mas Emm por conta do destino estava lá e me levou para o hospital a tempo. Prometi não tentar mais nada do gênero. Mais dois meses se passaram depois disso, e eu comecei a me sentir mal novamente, às vezes vomitava, cheguei a desmaiar uma vez. Preocupada, decidi fazer um exame, mas a notícia, ao invés de ruim, era boa, boa demais até, foi uma notícia que me deu forças para continuar naquele inferno de vida, pois agora eu não estava sozinha. – ela já soluçava intensamente, passei meu braço por seus ombros, a fim de deixa-la mais confortável, ela então pegou minha outra mão e entrelaçou a sua – Edward, eu não estava mais sozinha, por que eu tinha Antony – ela disse e então guiou minha mão e soltou-a a sua e colocou-a sobre sua barriga – Nosso menino.

Agora eu soluçava junto a ela, como assim, era impossível. Ela queria dizer que estava grávida, e de mim? Estava petrificado ao seu lado.

– Nosso menino? – perguntei hesitante.

– É Edward, nosso menino.

– Mas... Como? - disse alisando sua barriga. Que eu saiba deveria ter um volume ali, afinal, fazem quase seis meses que fui embora.

– Você me perguntou o segundo motivo para ter me transformado antes, não?

– O que? – disse agora em choque, quer dizer que ela perdeu o bebê?

– Quando descobri que era um menino, estava feliz, o único que sabia de minha gravides era Charlie, mas eu decidi contar a Ângela, lembra dela? – assenti, uma garota também tímida que estudava conosco – Bem, só não esperava que Mike Newton estivesse escondido ali perto e ouvindo tudo.

– Como? O que ele fez? – perguntei desesperado.

– Não sei como dizer, veja com seus próprios olhos. – disse, de início não entendi, mas assim que ouvi o som de sua mente sua frase fez sentido. Ao que parece ela consegue remover o escudo de si mesma.

– Obrigada Ângela, obrigada por entender o meu lado.

De repente, Mike Newton aparece do meio das árvores.

– O QUE? – ele grita em tom irritado – COMO ASSIM VOCÊ ESTA GRÁVIDA DE EDWARD CULLEN?

– Não grite com ela Mike, ela não pode ficar nervosa.– Ângela a defendeu.

– NÃO INTERRESA. COMO VOCÊ PODE TER UM FILHO COM AQUELE CULLEN? – ele disse segurando seus pulsos.

– Não é da sua conta Mike – Bella disse com a voz baixa.

– COMO ASSIM NÃO É DA MINHA CONTA, VOCÊ ERA PRA SER MINHA NAMORADA, SÓ MINHA...

– O QUE? Desde quando eu sou sua namorada Mike? NUNCA, eu nunca disse que seria sua, NUNCA – Bella estava ficando muito nervosa, o que não fazia bem ao bebê.

– Tchau Mike – disse Ângela a arrastando dali, Bella começou a perder o equilíbrio, então Ângela viu que ela estava sangrando – Oh meu Deus Bella... – ela disse apontando para o meio de suas pernas.

– Então... – disse incapaz de terminar uma frase.

– Ele não sobreviveu – ela disse soluçando compulsivamente.

– Shhh... – eu a balbuciava ao meu lado – Acalme-se Bella, eu estou aqui, com você, pra sempre, e nada nem ninguém irá nos separar. Por que eu te amo.

The Reason - Hoobastank

[http://www.youtube.com/watch?v=cCM5v4JASIU]

I’m not a perfect person

Eu não sou uma pessoa perfeita

There’s many things I wish I didn’t do

Há muitas coisas que eu gostaria de não ter feito

But I continue learning

Mas eu continuo aprendendo

I never meant to do those things to you

Eu nunca quis fazer aquelas coisas com você

And so, I have to say before I go

E então eu tenho que dizer antes de ir

That I just want you to know

Que eu apenas quero que você saiba

I’ve found out a reason for me

Eu encontrei uma razão pra mim

To change who I used to be

Pra mudar quem eu costumava ser

A reason to start over new

Uma razão pra começar de novo

And the reason is you

E a razão é você

I’m sorry that I hurt you

Eu sinto muito ter te magoado

It’s something I must live with everyday

É algo com que devo conviver todos os dias

All all the pain I put you through

E toda a dor que eu te fiz passar

I wish that I could take it all away

Eu gostaria de poder retirá-la completamente

And be the one who catches all your tears

E ser aquele que apanha todas as suas lágrimas

[...]

Continua...