Bella narrando

– Ele não sobreviveu – disse soluçando compulsivamente.

– Shhh... – Edward me balbuciava ao seu lado – Acalme-se Bella, eu estou aqui, com você, pra sempre, e nada nem ninguém irá nos separar. Por que eu te amo.

[...]

Me levantei em um rompante assim que ele disse aquelas três palavras que a muito tempo eu desejei que ele dissesse. Mas agora é tarde demais, eu nem ao menos tenho certeza de suas palavras.

– Jura Edward – disse, eu estava de frente a ele, que ainda estava sentado – Tem certeza do que fala? Acho que já é tarde demais, não? – ele pegou uma de minhas mãos e ficou de joelhos a minha frente.

– Não Bella, eu... Por favor, me perdoe – o olhei ceticamente, acho que ele entendeu o recado – Tudo bem, mas me dê um tempo, me deixe ao menos tentar Bella, por favor.

– Acho que está tarde demais até mesmo para isso, não? – suspirei pesadamente – Você não entende Edward... – murmurei e virei meu rosto, fixando um ponto qualquer – Você não sabe tudo que passei... Todos os sentimentos que senti... Perda, raiva, dor, ódio, rancor, saudades, arrependimento, mas o pior de tudo foi sentir o amor que ainda sentia por você todos os dias, mesmo sabendo que você não voltaria. Tentei de tudo, fiz de tudo, na verdade, eu vivi de tudo. Não tem como você pedir que eu ignore tudo isso e volte a te aceitar de volta na minha vida, não dá.

Após terminar o meu monólogo aproveitei que ele estava estático com minhas palavras e usufrui de minha mágica.

– Adeus Edward – disse e então estalei meus dedos ao mesmo tempo em que dizia as palavras – lanuae Magicae ad tuguriolum Anne [tele transportar para o casebre da Anne].

No segundo seguinte eu me encontrava em frente ao casebre da tia Anne. Abri a porta e logo a fechei. Estava me dirigindo à meu quarto, mas no caminho eu parei na cozinha, afinal, fazia um mês e dois dias que não comia.

Fui para o quarto e lá encontrei Amanda sentada à cama, em seu rosto era mais que visível sua expressão preocupada.

Edward narrando

Ainda estava absorto pelas palavras de Bella, pois mesmo sem querer, elas me machucaram. Mas acho que não tenho o direito de julga-la por isso, afinal, as palavras que lhe disse ao abandona-la foram mil vezes piores. Pelo lado bom, ela em momento algum negou que me amava, mas em momento algum me perdoou, e também em não me deixou explicar as coisas. Fui tirado de minha linha de raciocínio pelas palavras de Bella.

– Adeus Edward – ela disse e então estalou os dedos ao mesmo tempo em que dizia as palavras – lanuae Magicae ad tuguriolum Anne – cujas palavras eu não sei o que significa.

Eu tentei segurá-la ou segui-la, mas antes que eu movesse um musculo se quer ela havia sumido. Ótimo! Ela havia usado magia.

Voltei para casa em silêncio, ainda pensando em suas palavras. Assim que cheguei todos se voltaram a mim e antes que qualquer um pudesse abrir a boca e perguntar algo, Kate já havia se pronunciado e se encontrava em pé a minha frente.

– Onde está minha sobrinha? – perguntou raivosa.

– Não sei... – sussurrei, ela me lançou um olhar fulminante e tratei logo de me explicar – Quer dizer, ela estalou os dedos e falou algumas palavras e então simplesmente sumiu.

– Acho que já sei onde encontra-la. – deu uma pausa, fiquei aliviado por ela não ter me esgoelado.

– Vou com você – disse Tanya.

A fuzilei com o olhar, como ela quer visitar Bella se foi por causa dela que quase morremos?

– Como? – perguntei cético.

– Algum problema Edward? – questionou-me Kate com seu olhar matador.

– Por que Tanya iria visita-la? Foi ela que causou tudo isso!

– Se soubesse desde o início que Bella era seu amor eu não teria interferido – disse com o olhar baixo. Essa era nova, Tanya Denali se arrependendo.

– Vem Tan, Bella deve estar com saudades. Você vem Irina? – ela assentiu e então as três partiram.

Eu tentei segui-las, mas logo um Emmett se postou a minha frente.

– Cai fora Emm – disse tentando driblá-lo, mas ele me segurou pelas costas enquanto eu tentava sair.

– Pelo que eu saiba Bella não quer te ver – afirmou – Então a dê um tempo, talvez ela volte, talvez não... – terminou a frase num sussurro.

Bella narrando

– Oi – sussurrei.

– Bella! – exclamou enquanto levantava num rompante e vinha me abraçar.

Ficamos um tempo assim, até que ela me puxou para sua cama e me fez sentar.

– Por onde andou? Você sumiu por três dias, não sabe como fiquei preocupada.

– Calma Amanda, eu... Bem, eu tentei de novo – sussurrei, sabendo que ela entenderia. Dito e feito, sua expressão rapidamente se transformou em uma expressão de pavor – Calma, Alice me encontrou – não expliquei quem era Alice, ela já sabia sobre todos os Cullen – Então enquanto conversávamos ela teve uma visão, onde Edward estava indo aos Volturi – assim que disse o tal nome ela tremeu involuntariamente – Ela até tentou me impedir, mas eu insisti em ir junto com ela para salvá-lo [...] – contei a ela tudo o que houve na Itália e minha surpresa quando voltamos, minha conversa com Edward, tudo com os mínimos detalhes – E então eu usei magia para vir até aqui, e aqui estou. – finalizei meu relato.

– Sinto muito Bella, sei que deve estar sendo difícil pra você, que ainda o ama. Mas acho que não deveria voltar com ele enquanto não ter certeza sobre o que ele sente por você, mas acima disso, primeiro tem de perdoa-lo e confiar nele, mas faça isso quando achar certo. – me aconselhou.

– Obrigada Amanda – disse segurando suas mãos – Obrigada por me ouvir, obrigada por me compreender, e obrigada por me apoiar e me aconselhar – disse sincera.

– De nada Bells, você é minha melhor amiga e mesmo quando estava carregando seus problemas, você também me ajudou.

– De nada Manda – usei seu apelido.

Toc! Toc! Toc!

Ouvimos alguém batendo na porta, e como de costume, nos concentramos no cheiro. Afinal, era comum que todos fizessem isso. Procurávamos conhecer o cheiro, e aquele que conhecesse iria abrir a porta e receber sua visita.

Imediatamente reconheci os cheiros, Kate, Tanya e Irina.

Corri em velocidade bruxesca até a porta, para recebe-las.

– Oi.

– Olá – responderam.

– O que fazem aqui?

– Viemos te ver. – disse Tanya – Preciso também confessar algo.

– Tudo bem, entrem. Vamos ao meu quarto. – elas me seguiram até o quarto que dividia com Amanda.

– Meninas, essa é Amanda, minha melhor amiga e colega de quarto. Amanda, essa é minha madrinha, Kate, e suas ‘irmãs’, Tanya e Irina – disse gesticulando com as mãos.

– Olá – disseram as Denali.

– Oi, sejam bem vindas – respondeu Amanda – Se quiserem conversar eu posso sair.

– Não precisa Amanda, você sabe da história.

– Ok.

Sentamo-nos em um círculo no tapete do chão.

– Bella... – começou Tanya – Me desculpe – a olhei confusa – Quando os Cullen apareceram tudo que fiz foi dar em cima de Edward, ele me rejeitava todas as vezes, e dizia que estava apaixonado pela Bella, mas eu não sabia que essa Bella, era você – explicou-se baixando os olhos.

– Tudo bem Tanya, pra começar ele me largou, não tínhamos nem temos mais nada, ele é livre, assim como eu – respondi.

– Não é só isso. Quando Alice teve aquela visão de você se matando, fui eu quem ligou pro Edward e disse aquilo, mas eu não sabia da outra visão de Alice, onde alguém lhe impedia.

– Tudo bem Tan, já disse que não é culpa sua, quer dizer, você não devia ter feito isso, era errado. Antes eu dos Cullen ligasse, esse assunto era deles, mas você só estava obcecada e queria que ele deixasse de pensar em mim, eu entendo.

– Obrigada Bella, mas eu não merecia.

– Não se julgue Tan, ele nada tinha a ver comigo, foi ele que me largou.

– Sobre isso que eu gostaria de falar com você Bells – disse Irina – ele disse que só te largou pois era o certo a fazer. Ele queria que você fosse feliz ao lado da pessoa certa, que pudesse construir uma família com você, que não a colocasse em risco todos os dias te trazendo ao nosso mundo.

– Entenda querida, ele só estava sendo protetor – terminou Kate.

– Protetor demais até – julgou Amanda – Ele devia ter explicado a situação a Bella, e decidido junto a ela. Devia ter exposto sua opinião sobre isso e perguntar a dela.

– Amanda está certa – disse Irina.

– Talvez se ele não tivesse agido por extrema conta própria isso não teria acontecido. – disse Kate.

– Pois é, agora vocês provavelmente estariam deitados sobre a cama de casal dele no quarto dele lá em Forks com ele fazendo carinho em sua barriga e a beijando – disse Tan.

– É Tan, mas eles também poderiam estar fazendo outra coisa na cama – disse Irina com um sorriso malicioso. Eu peguei uma almofada e taquei nela.

– Ai – resmungou.

– Você anda meio estressada, acho que tá precisando de uma boa foda – devolvi. Dessa vez foi ela que me tacou uma almofada.

– Ei – reclamei.

– Ninguém mandou me provocar.

– Você que começou. – devolvi.

– Chega – exclamou Kate – A propósito, foi você que começou Irina. – logo em seguida levou uma almofadada da mesma.

– Pra mim foi a Bellinha que começou – provocou Amanda. Essa levou uma almofada na cara.

– E você Tan, quem você acha que começou? – questionei, ela estava indecisa, afinal, eu e Irina estávamos com as almofadas à posta.

– Eu... Acho que foi a Iris – usou o apelido, e antes que pudesse levar uma almofadada também ela levantou-se num rompante.

– Valeu Tan. – exclamei. – Não estava a fim de bater em você mesmo.

Nós conversamos mais um pouco sobre Kate, Iris e Tan. Mas logo elas tiveram de ir embora.

– Voltem outro dia – dissemos eu e Amanda enquanto nos abraçávamos do lado de fora do casebre, nos despedindo.

– Vocês também têm de nos visitarem. – disse Irina.

– Claro - falou Amanda – Até mais Tan, Kate, Iris, foi bom conhecê-las.

– Igualmente – disse Kate a abraçando.

– Tchau dinda, Tan e Iris, apareçam as abracei.

– Ok, tchau Bella, Manda – acenaram.

– lanuae Magicae ad domum Denali. [tele transportar para a casa dos Denali]. – repeti enquanto elas estalavam os dedos.

E então com uma nuvem de fumaça elas se foram