Alice narrando

E lá estávamos nós, mas uma vez em um tédio total logo no início da manhã. Estávamos jogando conversa fora quando de repente uma Kate feliz entra em casa.

– Nossa Kate, de onde veio toda essa animação hein, arranjou alguém é? – perguntou Rose.

– Bem que podia, mas não. Estava com minha sobrinha.

– Sobrinha? – perguntamos os Cullen ali presentes, eu, Jazz, Rose, Emm e Esme.

– É, sobrinha – respondeu Tanya, seca – ela descobriu a localização da sobrinha e desde então sai quase toda a noite para paparica-la. Se eu não a conhecesse juraria que era um menino, não, menino não, um homem. Um homem bom de cama.

– Vira essa boca pra lá e a respeite Tanya Denali – disse Kate em tom autoritário. Ela nunca chamava Tanya pelo nome inteiro, o que deve significar que ela protege muito essa tal sobrinha.

Ela subiu e então continuamos ali conversando ou assistindo. Ela fim da tarde já quando tive uma visão. Mas não era uma visão qualquer, era uma visão com a Bella.

Bella estava em meu as árvores, e seguia até um espaço aberto. Segundos depois ela levantava as mãos ao lado do corpo em sua frente até a altura da cintura, quase.

Então do nada começou a sair chamas e mais chamas de fogo de suas mãos, elas estavam se arrastando sobre seus braços lentamente, até ela levanta-los um pouco mais, e as chamas esconderem minha visão.

Voltei ao mundo com Jazz me chacoalhando.

– Hey, Allie, o que você viu amor, fale pra mim? Allie? – balancei a cabeça algumas vezes tentando esquecer o que vi, mas era impossível.

– Eu, eu vi a Bella, foi repentino, mas eu a vi. Ela, ela estava sozinha, não havia ninguém por perto. E então de repente ela estava pegando fogo.

– O que? Ela estava tentando se matar? – perguntou Rose.

– Eu não sei Rose, ela estava com as mãos vazias, e ninguém estava por perto, apenas ela.

– E podemos impedi-la? – perguntou Emm.

– Eu não faço ideia de onde ela esteja. Não conheço esse lugar.

– Droga, ela não pode fazer isso, não tem o direito.

– Ah, fala sério, a vida é dela e ela pode muito bem se matar se quiser. E como vocês mesmo já disseram essa não é a primeira vez, não? – perguntou Tanya, não podia ser outra.

– Cala a boca Tanya – esbravejou Emmett.

Ela então deu as costas e seguiu pra fora, pelo menos não teremos de aturar aquela azeda de voz irritante.

Eu me concentrava o tempo todo, tentando vez Bella mais uma vez, descobrir onde ela esta. Mas de repente uma garota aparece em minhas visões.

Bella estava com a palma das mãos pra cima, as chamas começando a se formar. Mas de repente aparece uma loira de olhos azuis, ela põe as mãos nos braços de Bella e os abaixa. Fazendo com que o fogo suma de suas palmas.

– Amanda, me deixe em paz! – Bella esbraveja contra a garota. Amanda.

– Em paz... – diz com ironia – em paz Bella? Fala sério, até parece que se matando você estaria em paz, os sonhos do passado nos atormentam pra sempre, até que sejam desvendados. Não adianta a morte quando Edward esta costurado em seu coração. E Anthony também.

Bella parece ouvir as palavras da amiga, não tenho certeza, e desiste.

– Allie, Allie o que foi dessa vez?

– Ela não conseguiu – um sorriso triste brotou em meus lábios – uma amiga a impediu, falou algo que a convenceu – dei uma pausa, relembrando as palavras de Amanda, e as repeti – “Não adianta a morte quando Edward esta costurado em seu coração. E Anthony também.” – dei um tempo para que ele entendesse o que eu queria desvendar – só não sei quem é Anthony.

– Tudo bem Allie, ela esta bem, é isso o que importa no momento.

Nos abraçamos e ficamos assim por uns dez minutos.

– Tem ideia de onde ela esteja? Poderíamos procura-la, o que acha?

Mas não deu de eu responde-lo, pois outra visão inundou minha mente.

Era outro dia, era amanhã. Eu via um chalé ao fundo. E lá estava Bella, no mesmo lugar, só que eu via de um ângulo diferente, pois agora ela estava de costas para uma montanha, a qual eu via ao fundo. Ela estava novamente em chamas, mas desta vez ninguém a impediu.

Eu reconhecia aquela montanha, ficava aqui no Alasca. Mas o que Bella fazia aqui no Alasca?

Decidi sair e procura-la, pois agora eu tenho uma ideia depor onde poderei encontra-la.

Bella narrando

Eu estava sentada novamente no tronco, fui pra lá logo que meus treinos terminaram, era bom ir lá, eu ficava lá, sozinha, relembrando o passado.

Só tinha um problema, eu não aguentava mais, eu carregava essa tristeza comigo, a carregava o tempo todo, dentro de meu peito, dentro de meu coração. Mas eu tinha uma solução, uma solução mais do que prática. Queimar-me. Era uma boa opção.

Levantei-me e fui a passos humanos até um local aberto, que não incendiasse as árvores. Estava levantando minhas mãos, e de repente chamas de fogo se iniciaram. Elas subiam lentamente por meus braços. Levantei um pouco mais minhas mãos para que fosse mais rápido. Mas então sinto mãos em meus braços, os abaixando. Concentro-me em seu cheiro. Amanda.

– Amanda, me deixe em paz esbravejei contra ela.

– Em paz... – disse com ironia – em paz Bella? Fala sério, até parece que se matando você estaria em paz, os sonhos do passado nos atormentam pra sempre, até que sejam desvendados. Não adianta a morte quando Edward esta costurado em seu coração. E Anthony também.

Diante dessas palavras eu congelei. Lembrar-me deles ainda era uma tortura pra mim, esquece-los não será fácil. Não mesmo. Não depois de eu ter apostado todo um sentimento, toda uma vida neste jogo. Um jogo onde o perdedor sai ferido, acabado. E o perdedor disso tudo era eu.

Amanda me levou com ela até o quarto e passei a noite lá. Mas decidi que no dia seguinte eu acabaria com tudo, não queria ter de sofrer mais do que já sofro. E sei que nunca irei superar isso.

...

Amanda estava treinando, todos estavam treinando. Então tudo o que fiz foi ir lá fora, virei então de frente ao casebre de Anne, minha última lembrança. Estava com as mãos já em chamas escaldantes, começando a subir para meus braços. Mas então uma mão me impediu. Já iria gritar com Amanda por ela estar fazendo isso novamente, mas quando ia abrir a boca para retrucar uma voz me sobressaltou.

– Bella, Bella pare, não faça isso – por causa de meu choque repentino por reconhecer aquela voz de sinos, conseguiram abaixar meus braços, e com isso o fogo novamente se apagou.

Edward narrando

Eu estava novamente relembrando dos momentos que tive com Bella, de seus beijos, seus toques, sua pele, seu cheiro, sua maciez, suas palavras acolhedoras, de suas declarações, das vezes que disse “eu te amo”, das vezes que ficava corada com meus toques, com minhas palavras, meus toques. Da forma como correspondia meus beijos, de quando mordia meus lábios, me levando a loucura, de quando apoiava a cabeça em meu peito e dormia, de quando afagava meus cabelos, da forma que os agarrava e enroscava seus dedos ali durante nossos beijos, de seus carrinhos em minha nuca, de sua mão deslizando em meu corpo, me despindo lentamente. De quando fazia uma voz sexy, da qual me fazia perder a noção de meus atos das suas tentativas em avançar, da qual o único jeito era me fazendo perder a cabeça, da nossa primeira vez. Essa sim, essa foi especial. Me lembro da forma como ela tentava e de quando eu a impedia, de quando ela disse que dessistia pois eu não tinha jeito, de quando, depois de um tempo, me atacou de surpresa, sentou em meu colo e me agarrou, e foi assim que ela me fez seguir a diante.

Estava nadando em meu a essas lembranças quando meu telefone toca. Xingo mentalmente seja lá quem for por me interromper. Nem olho no visor pra ver quem esta me ligando, apenas atendo.

Continua...