Bella narrando

Eu passei a noite toda relembrando os bons momentos, os momentos de quando eu estava com ele, o nosso primeiro beijo, e também o último.

Lembrei da noite que tive com Edward, de quando ele partiu, de quando descobri sobre Antony, de quando eu ficava imaginando se Tony seria parecido com seu pai, a cor dos cabelos, se beberia sangue, se iria dormir, se correria na velocidade da luz, se seria forte, mas agora acabou, eu nunca poderei descobrir como ele seria, porque ele foi, que nem seu pai, só que ele morreu.

Pensar em tudo isso me dava vontade de chorar, eu já estava soluçando constantemente, descontroladamente, mas agora nem mesmo uma misera lágrima sairia de meus olhos.

Ah se ele estivesse aqui... Ele assumiria seu filho?

Saudades.

Saudades do amor da minha vida.

Saudades de meu filho.

A noite passou se arrastando, e eu relembrei uma conversa com minha mãe, eu tinha apenas 12 anos, mas foi nesse dia que descobri tudo que sei sobre esses seres desconhecidos aos humanos.

Flashback On

Estávamos todos sentados na sala, eu Renée e Phil.

- Bella querida, eu sei que o que nós vamos te falar agora parece loucura ok, mas é verdade, você só tem de prometer que jamais contará a alguém.

- Tudo bem, não vou contar, mas me falem por favor, agora estou ansiosa.

- Tudo bem, lá vai. Nós dois somos bruxos. Há dois tipos de bruxas, as Witch e as Imperious Witch. Eu sou uma Imperious Witch, e Phil um Witch. Nós éramos todos Witchers, até que uma bruxa criou um animal, como um lobisomem, só que quase da altura de um humano, e essas criaturas se transformavam em humanos. Isso foi a quase cinco milênios atrás, e quando as bruxas superiores descobriram, fizeram suas próprias criações, para que destruíssem os lobisomens, que ficaram conhecidos por transmorfos, já que podiam se transformar. A criação das superiores era diferente, era sempre da forma humana, mas era parecido conosco, duros, frios, fortes, rápidos, alguns possuíam dons, não dormiam, mas tinham suas diferenças, brilhavam pouco mais fracos que nós a luz do sol e não podem controlar seu brilho, se alimentam de sangue e não comida humana, não podiam fazer feitiços, não podiam gerar filhos, pois a ideia inicial era haver apenas alguns para destruir os transmorfos, estes possuíam veneno, do qual usufruíam para transformar outros em sua espécie, mas as bruxas são imunes ao veneno, apenas durante o primeiro minuto inteiro que sentimos a dor que qualquer ouro sente na transformação, é o tempo que nosso corpo leva para combater o veneno. Houve uma guerra que durou por trezentos anos, até que as criaturas dos superiores, que foram denominados vampiros venceram, pois assim que introduziam seu veneno nos transmorfos eles morriam infectados. Mas ainda existem tanto transmorfos quanto vampiros, apesar de haver vampiros em uma quantidade pouco maior, sempre que vampiros e transmorfos se encontram eles brigam por serem inimigos naturais, mas não sabem o porque, eles se odeiam, o cheiro dos vampiros é doce demais para os transmorfos, e os mesmos são fedorentos demais aos vampiros – Renée parou de falar, e como se tivessem combinado, Phil continuou.

- Na verdade nenhum deles sabem o porque, mas sempre que se encontram há uma guerra, nunca até agora houve uma situação onde não se atacaram.

- E porque a separação de espécies de bruxas em dois tipos? – eu estava mesmo prestando atenção e fiquei curiosa. Ah, eu acreditava mesmo em tudo isso.

- Bem, depois que a guerra acabou eles continuaram a fabricar suas espécies, continuaram a se odiar, e, a partir daí foi como uma herança de poderes, você só podia e só sabia fabricar uma das espécies, e, como os vampiros eram criação das bruxas superiores, se você soubesse fazer deles você era considerado um Imperious Witch, caso soubesse fazer transmorfos, era considerado um Witch.

- E eu irei ser uma bruxa também? E Charlie?

- - Bem, Charlie é um humano, e você é fruto de uma Imperious com um humano, então talvez você seja uma Imperious, talvez uma simples humana. Você irá descobrir isso aos seus dezoito anos, quando estiver perto de fazer dezenove, mas caso você sofra uma tristeza sobre outra poderá se transformar antes. Ou seja, se você já estiver muito triste por algo, e mais alguma coisa acontecer e te deixar mais triste ainda, você estará triste por duas coisas, estará triste e vai sofrer ao mesmo tempo por outra tristeza, então poderá se transformar antes do tempo.

Flashback Off

If You Can Afford Me - Katy Perry[http://www.youtube.com/watch?v=cwGSPFTo86Q]

[…]

If you want me

Se você me quiser

It takes more than a wink

É preciso mais do que uma piscada

More than a drink

Mais do que uma bebida

More than you think

Mais do que você imagina

[...]

Me lembrei de como éramos felizes, de como ele me conquistou, com um olhar, com um roçar de pele, com um toque, com um beijo.

[...]

If you wanna ride

Se quiser dar uma volta

Just name your price

Apenas dê o seu preço

Don’t play cheap with your heart

Não jogue barato com seu coração

Don’t make a bet if you can’t write the check

Não faça uma aposta se não puder preencher o cheque

(...)

Ele era um amor de pessoa, um amor de vampiro, ele era o cara da minha vida, o pai do meu filho, o cara que eu sempre quis, que eu sempre sonhei. Se ele dizia que me amava, por que se foi?

[…]

If you want me

Se você me quiser

I’m not a piece of ass

Não sou um pedaço de bunda

A one night stand

Uma ficada de uma noite

A storage shed

Uma lixeira emocional

I think you better walk by tonight

Acho melhor você “ir passear” hoje à noite

[...]

Then stop begging

Então pare de implorar

I don’t put out for charity

Eu não me mostro por caridade

[...]

I just want something real

Eu só quero algo verdadeiro

Cause nothing’s free

Porque nada é de graça

Except loving me

Exeto me amar

[...]

Quando me dei conta já era hora de levantar. Tomei um banho peguei as últimas coisas que ainda estavam no meu quarto e desci. Charlie estava sentado no sofá da sala, obviamente me esperando.

- Bom dia querida, já tomou o café?

- Bom dia pai, já tomei sim – mentira, mas não podia dizer “ah pai, eu não tomei café hoje porque eu sou uma bruxa e nós só comemos uma vez por mês”, não, isso estava fora de cogitação.

- Bom eu também, vamos?

- Claro.

O caminho até Port Angeles foi silencioso, tanto Charlie quanto eu não somos muito de falar. Apenas de vez em quando ele me perguntava se eu queria mesmo ir, e eu respondia que sim.

A viagem demorou algumas horas, enquanto isso eu ficava ouvindo músicas tristes e deprimentes no meu celular.

Quando desci do avião peguei minhas coisas e segui em direção a saída, minha mãe havia me passado o endereço, e agora eu pegaria uma taxi até lá.

Assim que chegamos paguei o taxista, peguei minhas coisas e me dirigi a porta, toquei a campainha e ouvi passos de alguém vindo em direção a porta. Assim que a mesma foi aberta uma mulher pouco mais baixa que eu, mas não tanto quanto Alice apareceu, cabelos loiros escuros lisos até a altura do ombro, olhos azuis como o céu ao fim da tarde, nariz empinado na ponta, lábios rosados, uma bata soltinha rosa bebê e uma bermuda até os joelhos em um tom de jeans comum, e sapatilhas node. Parecia ser simpática. A mesma me tirou a linha do pensamento.

- Bom dia, você deve ser Isabella, a filha se Renée.

Continua . . .