Foi uma noite difícil para mim, não dormi nem um segundo. Fui ao telhado do prédio e encontrei James lá, o que não era muito bom para mim.

-Oi- eu disse.

-Ah, oi Carlie.

-Desculpe ter te golpeado.

-Tudo bem, eu exagerei. Não conseguiu dormir ?

-Nem um segundo, e parece que você também não.

Ele apenas concordou, e ficamos um longo tempo calados.

-Tudo o que consigo imaginar é em como será amanhã. O que não faz sentido algum, claro.

-Está tudo bem, mas eu nunca fiquei tendo ilusões sobre os jogos.

-Você poderia ter ilusões de como sobreviver.

-Não tenho esperanças de sobreviver, isso não está claro ?

Fiquei quieta depois do seu último comentário, afinal todos sabemos que apesar de James ser forte, ele não sabe usar essa força.

-Eu só não quero ser mais uma peça nos jogos deles, quero morrer como eu mesmo. Não quero que me transformem em um monstro.

-Quer dizer que não vai matar ninguém ?

-Não, claro que vou matar alguém. Mas não quero cair sem lutar.

Depois disso fui dormir, ou pelo menos eu tentei.

No outro dis acordei cedo, nos levaram até um aerodeslizador, lá nos prenderam, enjetaram um rastreador em nossos braços, e nos levaram até a arena. Antes disso, deram um tempo de dois minutos para que nossos estilistas colocassem nossos uniformes: uma blusa preta com faixas vermelhas na manga e o número do nosso distrito, uma calça meio bege, meio cinza, e uma jaqueta preta com algumas faixas vermelhas também e com um capuz, e botas pretas.

-Não posso dar votos, mas se pudesse escolher um vencedor, escolheria você- Maureen me disse. E então o relógio nos deu apenas 30 segundos.

Eu a abracei, e entrei em um tubo que me levaria até a plataforma.

Cheguei à plataforma, um minuto. John estava bem ao meu lado, James estava do outro lado. Pensei em tudo, a estratégia de pegar armas e suprimentos, os ''amantes desafortunados'' do Distrito 12, James apavorado, minha raiva com ele e com sua ex-namoradinha. Então fiz uma coisa idiota: olhei para James por uma fração de segundos, sem me dar conta que ja deveria estar pegando armas.

Corri, mas alcancei apenas uma mochila, mas a garota do 2, me atirou uma faca que defendi com a mochila. "Valeu" pensei, mas logo ela estava morta e John estava correndo na minha direção. Corremos o mais longe que poderíamos na floresta, fui checar o que havia na mochila: um saco de dormir, um cantil vazio, um pacote de biscoitos, uma corda e um arame. e uma caixa de fósforos.

-O que houve?- John me perguntou

-Me distraí. Não sei o que deu em mim. Pegou as armas ?

-Sim, pode dar uma olhada.- um arco com uma aljava de flechas, umas dez facas pequenas parecidas com a que a garota do 2 atirou em mim, e uma espada, talvez de noventa centímetros, perfeita.

-Vou ver o que caçar.- eu disse pegando umas facas.

-Não tem comida na mochila ? Eu tenho na minha.

-É melhor usarmos em caso de emergência, não morro hoje.

Então eu fui, enquanto ia, fui ouvindo sons de canhões, que indicavam um tributo morto. Dez..onze..doze. Doze mortos na Cornucópia. Por fim acho um coelho, o acerto com uma faca, limpo e levo em um saco que peguei de John, acendemos um fogo baixo, e comemos pouco, guardando o restante.

De noite, nós dormimos em uma árvore, nos sacos de dormir e presos nas cordas, enquanto tocava o hino e mostrava os mortos. James ainda está vivo. Assim como Lise e Cato.