Sonhos Roubados escrita por Kátia


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

:)



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- Deixa que eu levo. – Ele pegou no guidon da bicicleta e foi guiando enquanto eu pulava com um pé só. – Você acha que consegue ir pulando o caminho todo? Aliás você mora longe?

- Bem, eu moro há uns 15 minutos daqui. – Falei o endereço. – E eu dou conta de pular sim. – Falei timidamente.

- Façamos assim. Está vendo aquele banco? – ele apontou para o banco da praça. – Sente ali e me espera. Vou deixar a bicicleta na minha casa. E depois levo na sua casa. Pode ser?

- Tudo bem. – O que ia adiantar? Eu ainda ia pulando.

Ele deu um aceno e foi caminhando em outra direção com minha bicicleta. Enquanto ele ia andando eu fiquei pensando. Eu não me recordava de Evan em nenhum momento. E estávamos na mesma série. A simpatia dele me deixou abalada, aliás, não é sempre que um garoto que você mal conhece aceita te levar para casa. Também pensei em Colin e no que ele estava fazendo comigo. Ele praticamente jogou o menino para cima de mim. Thomas e Mike também não fizeram nada para impedir, traidores.

Demorou cerca de 7 minutos para que ele retornasse. Ele veio sorrindo o que era estranho.

- Tudo bem agora. Vamos. – Ele me estendeu a mão e me ajudou a levantar, já tinha me familiarizado com esse gesto dele.

Levantei-me e apoiei no seu ombro. Ele me surpreendeu pondo uma das mãos nas minhas costas e a outra na dobra do meu joelho. O choque me paralisou e me fez corar. Ele estava me pegando no colo.

- Tudo bem ai? – Ele olhou em meus olhos que estavam a uma proximidade considerável. Desviei meus olhos dos deles e tentei me soltar. – Não, fica quieta. Não vou deixar você ir andando.

- Mas eu posso andar. Por favor, me solte. – Falei devagar.

Ele riu e meu corpo sacudiu junto com o dele. Aquela proximidade estava me deixando sonsa.

- Por favor. – Supliquei.

- Não.  – Falou rigidamente.

- Vou gritar e você será preso. – Falei entre dentes tentando me soltar novamente.

- Para de ser teimosa. Você não pode ficar forçando esse joelho por ai. – Ele disse me segurando mais firme.

- Porque você se importa? Eu posso ir pulando. Muito melhor. – Falei olhando para os lados para ver se alguém estava olhando. Para minha sorte não tinha ninguém ali.

- Já entendi tudo. Você está nervosa porque estamos bastante próximos. – Falou ele com um sorriso no rosto e me apertando mais contra si.

- Claro. Eu nem conheço você.

- Finja que eu sou o Colin. – Ele disse sorrindo mais.

- Não existe essa opção. Desculpe. Sentiria melhor se você me colocasse no chão. – Falei tentando parecer o mais firme possível, mas minha voz me traiu, pois falhou na maior parte da última frase.

- Desculpe, Jess. – Ele começou a caminhar.

- Eu odeio você. – Falei com raiva.

- Na verdade você está atraída por mim. – Ele falou presunçoso.

- O quê? – Perguntei realmente confusa. Eu não estava atraída por ele. Tudo bem que ele era bonito, alto, cheiroso, simpático, mas isso não significa nada. Garotos são tão... Bem, garotos.

- Pode falar, eu não ficaria surpreso. – Deu uma risada alta.

- Estou com saudades do Evan legal e nada presunçoso. – Como ele se transformou nesse idiota em tão pouco tempo?

- Olha que bom, ainda tenho chances. – Ele olhou para mim e viu minha expressão de poucos amigos e acrescentou: - Ah, para eu só estava brincando.

- hahahaha – ri sem nenhum humor transparecendo – Muito engraçado. Já pensou em entrar para algum show de comédia?

- Pensei que você fosse mais divertida. – Reclamou ele.

- Existe uma diferença entre divertida e fácil. – Ou melhor, uma diferença entre divertida e Lolla. – Quantas garotas já caíram nesse seu truquezinho barato de garoto legal e prestativo?

- Contando com você? – Tentei protestar, mas ele me lançou um olhar de advertência. – Pois bem, devo dizer que foi exatamente 1 pessoa.

Fiquei calada. Ele estava mentindo, claro.

- Ponto para mim. – Sorriu ele.

- Não se sinta tão feliz. Ali, - apontei – Aquela é a minha casa.

- Que pena que já chegamos. – falou fingindo tristeza.

Revirei os olhos.

Ele só me pôs no chão quando estávamos na soleira da porta. Remexi minha bolsa até achar a chave.

- Você precisa de mais alguma coisa? – Perguntou ele no modo Evan Prestativo.

- Não, obrigada. Posso me virar daqui. E muito obrigada por ter me ajudado, durante o dia todo. – Falei olhando para baixo. Normalmente eu não era intimidada por ninguém, mas com esse garoto eu me sentia extremamente vulnerável.

- Sendo assim, vou indo. Te vejo amanha na escola? – Perguntou com um sorriso de lado.

- Provavelmente. Mas por favor, seja esse Evan e não o outro que eu tive que me segurar para não socá-lo. – Falei sorrindo também.

- Devo dizer que estou extremamente tentando a receber um soco seu.

- Mas não deveria.

- Então tchau. – Ele deu um passo à frente e me surpreendeu com um beijo na testa. – Vê se olha por onde anda.

Ele se virou e saiu andando tranquilamente virando algumas vezes para me lançar um sorriso. E eu fiquei na soleira da porta. Não iria entrar em casa naquele horário. O relógio na parede apesar de já ter sido limpo milhares de vezes ainda me dava a sensação de haver sangue em seus ponteiros. O carpete próximo à escada, a essa hora estava molhado de sangue. E meu rosto de contorcia em uma expressão de dor. Era 13h da tarde. E eu só conseguiria atravessar a sala de estar quando o ponteiro anunciasse 15h. Meu estado melhorava vagarosamente. E minhas tardes nunca seriam as mesmas.

Peguei meu celular e disquei o número de Colin, ele atendeu no segundo toque.

- Desculpe, estou indo para ai. Estou levando almoço. Fique na varanda. – Disse ele me alertando de mim mesma.

- Obrigada. – Disse e desliguei o telefone. E me dirigi à cadeira de balanço na varanda, enquanto esperava Colin. 


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Notas finais do capítulo

Haha. Gostaram do capítulo? E o que estão achando do Evan?



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