A Filha Do Sol escrita por Let B Aguiar, Taty B


Capítulo 2
Descubro quem realmente sou


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Aqui é a Taty, e venho primeiramente agradecer a todos que leram o primeiro capítulo da fic, mesmo aqueles que não comentaram. Como prometido, aqui está o capítulo 2, e esperamos que vocês gostem! xx



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Meus olhos pesavam uma tonelada e foi quase impossível abri-los. A claridade que entrava por algum lugar distorcia minha visão e fazia meus olhos lacrimejarem. Quando pude enxergar nitidamente, percebi que estava em meu quarto, deitada em minha cama. Foi fácil reconhecer, pois a parede em frente a minha cama tem um pôster do AC/ DC. Senti olhos me encarando e notei uma pessoa na porta. Esse alguém estava encostado no batente dando um sorriso que dizia silenciosamente “Eu sou demais”.
– Pensei que iria ser a nova Bela Adormecida. – zombou. Ele veio caminhando até a cama e sentou-se. O cabelo loiro arrumado perfeitamente, os olhos azuis que faziam você querer se jogar de um precipício, e o sorriso... Ah, o sorriso, que fazia mulheres de todas as idades caírem de joelhos por ele.
– O que aconteceu?
– O que aconteceu? Você ficou desmaiada por uma hora! Eu e sua mãe pensamos que você tinha tido um AVC.
– Uau. – foi tudo o que respondi. Minha cabeça estava girando. Como eu desmaiei? Por que eu desmaiei? O que me fez desmaiar? Todos acontecimentos anteriores embaralhavam-se na minha mente e eu tinha uma vaga lembrança de ter enfrentado uma coisa que se parecia com um vampiro-bode. E se não me engano, essa coisa era Linda.
– Como você está se sentindo? – perguntou, preocupado. – Você se lembra de alguma coisa?
– Eu não sei...- fui sincera, sentindo o mundo girar. – Tudo está muito confuso.
Fred olhou para mim, esperando que eu continuasse. Esperando que eu lhe questionasse sobre o que aconteceu e o que vi.
– Eu me lembro de ter ido para o camarim depois do musical. Lá, Linda começou a me provocar. Então, ela virou uma coisa horrível, e se não estou errada, ela falou que era um empouso... alguma coisa assim. Depois me atacou e você chegou e a matou. Com um arco e flecha.
Todos os acontecimentos me ocorreram como um raio enquanto eu tentava me lembrar. Agora, eu lembrava o que acontecera e o que eu realmente vi. Se eu contasse essa história para alguma outra pessoa, era certo que ela sairia correndo, gritando que sou louca. Porém, Fred pareceu tão tranquilo ao escutar isso que fiquei assustada
– Você acredita em mim? Sabe o que era aquilo? Você viu o que eu vi?
– Sim, Pattie. Eu acredito em você, e pode ter certeza que não está ficando louca. O nome daquela coisa é empousai. – corrigiu-me. - E aquilo é um demônio. Ela te atacou porque...
– Porque eu sou uma semideusa. Foi isso o que ela disse. – Fred assentiu, e eu continuei – Ela se desintegrou em pó. Vão me expulsar da escola, não vão? Vão dizer que eu matei Linda.
– Não, Pattie! Isso não vai acontecer com você... As pessoas, quer dizer, os mort... 
Quando ele ia continuar, minha mãe entrou no quarto como um furacão. 
– Querida, você acordou! Vem, você precisa comer alguma coisa. – mamãe interrompeu Fred e olhou para ele censurando-o, como se estivesse dizendo “Se você falar mais, eu te esgano”. Fred não protestou, e me ajudou a levantar da cama. Eu já me sentia melhor, mas minha mente parecia um quebra-cabeça completamente embaralhado, esperando para ser resolvido. O que Fred iria falar de tão importante, a ponto de fazer mamãe interrompê-lo? Ao explicar sobre aquela empousai, soou tão normal e espontâneo que tive  a impressão de que já tinha enfrentado umas cem delas. Quando chegamos à cozinha, me deparei com um garoto e uma garota, que aparentavam ter entre dezoito e dezenove anos, sentados à mesa. Apesar de não conhecê-los, dei um aceno com a cabeça, mas só a menina acenou de volta, porque o garoto se encontrava muito ocupado devorando um cookie preparado por mamãe. A garota parecia simpática e tinha um olhar bondoso, mas ao mesmo tempo rígido. Os cabelos louros cacheados estavam soltos e ela vestia uma regata amarela com uma calça jeans, e não usava nenhuma maquiagem... Fato que não interferia em sua beleza. 
– Sente-se querida, eu fiz alguns cookies. – mamãe falou e foi buscar mais alguns cookies no forno. Fred sentou-se ao meu lado, de modo que ficamos de frente para o casal.
– Oi, eu sou Annabeth. Prazer em conhecê-la. – Annabeth estendeu a mão direita para mim e eu cumprimentei-a. Bem, se ela esteve na minha casa durante todo o tempo em que fiquei desmaiada, certamente já sabia meu nome, então não me apresentei. 
Annabeth deu uma cotovelada no menino e ele parou de comer. 
– Oi, eu sou Percy... Percy Jackson. Prazer em conhecê-la. – Percy me deu a mão e eu a apertei, apesar de estar suja de cookie. Ele era um garoto muito bonito, uma mistura de surfista com skatista. Tinha o cabelo bem preto e todo bagunçado, os olhos eram verdes da cor do mar e usava uma camiseta azul. 
Mamãe voltou da cozinha com os cookies e Percy quase babou em cima deles. Eu entendo, porque cheiravam muito bem, e os cookies da minha mãe são os melhores. 
– Quer mais, Percy? – ela perguntou, colocando mais três cookies no prato dele. 
– Sim, por favor, Sra. Veloso. 
– E você, Annabeth, quer alguns? 
– Ah...não, Sra. Veloso, obrigada. – Annabeth respondeu. Era claro que ela estava morrendo de vergonha porque o namorado (ou amigo, não sei) comia os cookies como se não visse alguma comida por um bom tempo. 
Mamãe deixou os cookies na mesa e sentou ao meu lado. Quando ela ia começar falar, alguma coisa, digo, uma pessoa, surgiu na cozinha comendo uma latinha de refrigerante. 
– Kye? – perguntei assustada. – Que diabos você está fazendo? Eu desmaio e você come latinha de refrigerante? 
– Bééé. – ele fez um barulho igual ao de um bode, tapou a boca e saiu correndo para sala. Ele foi tropeçando, e seu jeito de andar parecia bastante com o trote de um cavalo.
Virei-me para minha mãe e ela não expressava nada. 
–Por favor, diga que o Kye não estava comendo uma latinha de refrigerante. – falei. Ela não respondeu. Na verdade, ninguém o fez. – Parem de me enrolar, o que está acontecendo? Vocês precisam me explicar o que foi aquilo lá na escola! Eu estou muito confusa e se vocês não me responderem... 
– Olha Pattie, o que nós vamos te contar agora vai tirar todas suas dúvidas sobre aquele monstro na escola e sobre o Kye comer latinha de refrigerante. – Fred me interrompeu. - Mas você precisa prestar atenção no que nós vamos falar e, por favor, não pense que nós somos loucos. 
– Está bem... apesar de eu não ter motivo algum para achar que vocês são loucos. 
– Você vai querer mandar todo mundo para o hospício quando souber de tudo. – Percy disse. Ele ainda comia o cookie, o que fez com que algumas migalhas voassem de sua boca. Annabeth repreendeu-o. 
– Então...- continuei. 
–Percy e Annabeth, vocês podem nos dar licença, por favor? – Fred falou para o casal. Annabeth pareceu meio frustrada, mas assentiu. 
– Claro..er...hãm...desculpe. – gaguejou e levantou-se. Percy pegou mais alguns cookies e os dois foram para a sala. 
Fred voltou a se dirigir para mim e prosseguiu: 
– Pattie... você se lembra de quando estudou mitologia grega? 
– Lembro...-respondi.- Mas bem pouco, por que? 
– Você lembra o nome dos deuses? – ele perguntou. Fred parecia medir todas as palavras que saiam de sua boca, como se não quisesse me assustar ou me machucar. 
– Bem, eu lembro de Zeus, que é o deus do céu...ou alguma coisa assim. Também sei daquele...Dinízio, que é...se eu não me engano, o deus do vinho. E...lembro de Afrodite, a deusa da beleza, e de Atena. Mas não me lembro do que Atena é deusa. 
Fred olhou para minha mãe, que balançou a cabeça como se dissesse para ele prosseguir. 
– Já é um bom começo. – Fred murmurou. – Você só errou o nome do deus do vinho, que é Dionísio. E Atena é a deusa da sabedoria e da estratégia. 
Não consegui evitar, e acabei rindo. Como assim agora o Fred se interessava por mitologia grega? Tantos assuntos históricos pelos quais você pode interessar-se e ele se interessa por mitologia grega? 
– Já começou fazer algum documentário no History Channel sobre mitologia grega, Fred? – zombei. – Como vai ser o nome? “Olimpianos: A história verdadeira”?
Minha mãe não conseguiu segurar a risada e nós três começamos rir. 
– Aprendeu comigo, não foi, rockeirinha? – ele brincou. Gargalhei e Fred riu também. – Digamos que... eu me interesso por mitologia grega e sei bastante coisa. 
– Beleza, professor Fred. Pode continuar sua explicação. – brinquei com ele de novo. 
– Como você já deve saber, existe um deus para tudo. Há Poseidon, que é o deus do mar, Hades, que é o deus do Mundo Inferior, e muitos outros. –explicou. – Antigamente, quando os deuses saiam do Olimpo e viviam entre a civilização, eles tinham casos com os mortais e acabavam tendo filhos com essas pessoas. O nome certo para o filho ou filha de um deus com um mortal é semideus. Os semideuses mais poderosos são os filhos dos três grandes, que são... 
– Zeus, Poseidon e Hades. – completei. –Não me pergunte como eu sei disso... eu só sei. 
– Exato. Os deuses são imortais, sendo assim, eles ainda existem. – continuou. – Mesmo depois de tanto tempo e tantas batalhas, os deuses continuam tendo filhos com mortais, até mesmo os Três Grandes, que antes da Segunda Guerra Mundial tinham jurado que não teriam mais filhos com mortais. 
– E por que eles fizeram esse pacto? 
– Porque ser filho de um dos Três Grandes é estar sempre em perigo. Essa criança é mais poderosa do que os outros semideuses. Então Zeus, Poseidon e Hades decidiram fazer esse pacto para proteger os filhos que eles sabiam que teriam e para não haver tantas desavenças entre os deuses. 
– Entendi. – disse. Ainda estava um pouco confusa, mas decidi deixar Fred terminar a sua explicação para depois tirar minhas dúvidas, que eram muitas. 
– Os deuses já se estabeleceram em vários lugares, porque o Olimpo se desloca para onde a civilização está. O que eu estou tentando dizer é que... os deuses de fato existem, e que o Olimpo fica aqui nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova York. 
– E... Por que você está me dizendo tudo isso? –indaguei. – Digo... quando você começou acreditar que os deuses realmente existem? Como você pode ter tanta certeza disso? 
Fred ficou em silêncio por algum tempo, como se medisse suas palavras. Ou como se eu tivesse acertado- o com um soco bem no estômago. 
– Eu tenho certeza por que...- pigarreou. – Porque eu sou um deus. 
Quando ele disse isso, meu mundo virou de ponta cabeça. Como isso é possível? Fred parece tão normal, tão... jovem. Eu nem ao menos consigo imaginar ele sentado num trono imenso no Olimpo, falando sobre algum assunto sério com todos os outros deuses. Se isso for realmente verdade, por que ele nunca me contou antes? Por que só agora? 
Fred, ou quem quer que ele seja, percebeu minha surpresa e tentou continuar explicando, mas mamãe interrompeu-o. 
– Querida, lembra-se quando eu lhe disse como eu conheci seu pai? – ela perguntou. Lembro que tinha dez anos quando minha mãe contou-me como conheceu meu pai. Segundo ela, eles se conheceram num restaurante, quando ela tinha vinte e poucos anos. Mamãe sempre dizia que meu pai era um homem muito charmoso e que tinha uma beleza excepcional. Até que um belo dia ela descobriu que estava grávida e meu pai ficou aterrorizado. Papai acompanhou toda sua gestação e sempre foi muito atencioso com o bebê que ela carregava na barriga, e nunca deixou nada faltar-lhe. Minha mãe contou que uma semana antes do dia previsto para o meu nascimento, ela voltou para o Brasil, pois queria ter a primeira filha no seu país de origem e perto de sua família. Segundo ela, meu pai não a acompanhou, pois era médico e não podia faltar no serviço. Quando eu tinha poucos meses de vida, nós voltamos para Los Angeles, mas meu pai não apareceu no apartamento para me ver. Apenas deixou um recado dizendo que teve de se mudar e que não tinha nos abandonado. Ela ficou arrasada, então me criou sozinha durante todo esse tempo. 
– Sim. – respondi. 
– Não foi exatamente daquele jeito que eu o conheci. – falou apreensiva e olhou para Fred, desesperada.  
– Então... como foi? 
– Quando eu vim morar em Los Angeles, um dos meus primeiros empregos foi como garçonete num restaurante, e foi nesse restaurante que eu conheci seu pai. É verdade que seu pai sempre foi um homem excepcionalmente bonito e muito charmoso, porém... ele não era médico. Quando nós conversamos, ele disse que estava na cidade só de passagem, pois era um viajante, e logo fiquei encantada. Não era sempre que se encontrava um homem tão bonito e aventureiro. Nós marcamos de sair e... acabamos passando a noite juntos. Até então, eu não sabia nada sobre ele. Quando descobri que estava grávida, eu e seu pai estávamos tendo um caso... e foi aí que ele me contou toda a verdade. 
– Que verdade? 
– A verdade. Que ele era um deus grego e que eu podia ver através da Névoa. No começo, é lógico que eu não acreditei, mas depois ele provou que era um deus, então fiquei desolada. Não menti quando disse que ele acompanhou toda minha gravidez. Nós... nós gostávamos de verdade um do outro, então começamos namorar, mas esse namoro só durou até você nascer. Depois do seu nascimento, ele não podia mais ficar comigo, como namorado, porque tinha seus deveres a cumprir. No entanto, nós ainda amávamos um ao outro e ele não me abandonou completamente. Ele vinha te visitar sempre que podia... desde quando você era um bebê. Seu pai, apesar de não morar comigo, foi muito presente, isso para os padrões de um deus. Até que você começou a crescer, e nós decidimos... que era melhor você pensar que seu pai tinha nos abandonado quando era um bebê. Na verdade, ele nunca nos abandonou, mas acompanhou toda sua infância, te viu crescer, e cuidou para que os outros deuses não descobrissem sobre você porque se isso acontecesse... eles iam te tirar de mim e te mandar para um acampamento todas as férias. Nós tentamos adiar sua ida para o acampamento, e cada vez que aparecia algum monstro tentando nos atacar, seu pai sempre nos protegia. Então, percebemos que a cada ano, se tornava mais perigoso para você viver sem ter treinamento nenhum, sem ter aprendido a se defender. Eu juro que ia lhe contar tudo isso amanhã, mas aquela empousai nos atrapalhou, e nós tivemos que adiar para hoje. 
Quando ela terminou de falar, meus olhos encheram-se de lágrimas e meu estômago revirou. Eu não podia acreditar que minha mãe tinha escondido toda a verdade de mim, durante todo esse tempo. 
– Eu não queria falar desse jeito, mas você precisava saber tudo. – ela continuou, com lágrimas nos olhos. – Por favor, Pattie, entenda que eu e seu pai fizemos tudo isso por amor e para lhe proteger. Você tem toda razão de ficar brava comigo, mas... por favor, entenda meu lado. Eu não queria correr o risco de te perder, achava que no acampamento você não estaria segura mas, na verdade, você nunca esteve segura comigo. Eu só não queria me separar de você, não queria te ver longe de mim. Você sabe como eu sou teimosa, filha. – nessa hora, Fred revirou os olhos, concordando com a colocação de minha mãe. 
Ainda estava muito atônita com toda essa declaração e foi inevitável não ficar com raiva dos dois. Mas decidi colocar-me no lugar dela e pensei como deve ter sido difícil me criar sozinha e ter que me proteger dos monstros. Ela arriscou sua vida tantas vezes tentando me proteger, tudo isso porque sempre quis o meu melhor. Na verdade, queria que eu levasse uma vida normal e não tivesse que me preocupar com monstros. Minha mãe fez tudo isso porque me amava e seria muito egoísta de minha parte sentir raiva dela. 
A
bracei-a e não consegui evitar algumas lágrimas. 
– Eu te amo, mãe. E sempre vou te amar. É verdade que eu tenho muitos motivos para ficar com raiva de você... mas eu não consigo. Se fosse eu no seu lugar, faria a mesma coisa. Você me protegeu todo esse tempo, me criou, me educou e eu só tenho que lhe agradecer. Você só queria que eu levasse uma vida normal. 
Quebrei o abraço e limpei algumas lágrimas que escorriam pelo seu rosto. 
– Só que agora eu acho justo você me falar quem é meu pai, certo? 
Ela assentiu. 
– Sim... seu pai...seu pai é o Fred. 
Essas palavras fizeram meu mundo e todas minhas vísceras darem cambalhotas. Tudo começou a fazer sentido. Fred me viu crescendo, me visitava todos os meses, sempre foi muito atencioso comigo e quando estava com ele, nada de perigoso me acontecia. Minha mãe apaixonou-se por um deus. Meu pai é um deus. Fred é um deus. E eu sou uma semideusa. 
– Você é meu...pai. – murmurei. Não consegui evitar o choro e abracei-o. Dessa vez foi um abraço diferente de todos os outros. Esse abraço foi cheio de saudade e com muito afeto. Um abraço de quem esperou a vida inteira para abraçar o pai e poder dizer que o ama. Não pensei se iria ser correspondida ou não, ou se deuses estavam acostumados a abraçar seus filhos semideuses, apenas fiz o que tive vontade. 
Fred partiu o abraço e falou: 
– Desculpe. Desculpe por nunca ter lhe dito que era seu pai, eu não podia. Ainda tem muita coisa que você precisa saber, mas por enquanto, é o bastante. 
– Está tudo bem...Fred. – falei, receosa. – Hã...qual o seu nome verdadeiro? Digo, você é deus do que? 
Fred, ou seja lá quem ele for, riu. 
– Você é a filha caçula do deus mais quente de todo o Olimpo, baby. – falou cheio de si. – Eu sou Apolo, deus do sol, da música, da profecia e da cura. 
– Eu não acredito...- falei, incrédula. – Tem...como...hum...você me mostrar algum dos seu poderes?
– Claro, baby. – Fred, vulgo Apolo, levantou-se foi até a gaveta em que guardávamos os talheres e pegou uma faca. 
– Apolo. – minha mãe repreendeu-o. Era óbvio que ele iria fazer alguma besteira, e se tem uma coisa que minha mãe odeia é que sujem a cozinha dela. 
– Relaxa, Olivia. –acalmou-a. – Eu só vou mostrar pra nossa filha um dos meus dons. – ele sentou-se ao meu lado de novo e me olhou com um sorriso brincalhão. – Cara, você não sabe como é bom poder finalmente te chamar de minha filha. 
Não pude evitar sorrir, apesar de ainda estar muito abalada e surpresa com todas essas revelações. Juro que eu estava quase pegando um papel e uma caneta para anotar todas as perguntas que tinha vontade de fazer, já que ia me esquecer de metade delas quando fosse perguntar. 
– Você tem aflição de sangue ou alguma coisa assim? 
– Não. 
– Ótimo. – meu pai pegou a faca e fez um corte imenso no braço dele. Parecia que não estava sentindo dor nenhuma, o que era bastante estranho. Fiquei com um pouco de nojo e imaginei que se fosse eu em seu lugar, estaria berrando de tanta dor. 
– Isso não dói? – perguntei, analisando o corte. Ele fez o corte na parte interior do braço e a faca, pelo visto, estava muito afiada devido à profundidade do mesmo. 
– Nah! Isso não dói nada, pelo menos não para mim. - respondeu. – Agora, presta atenção no que seu papaizinho aqui vai fazer. 
Ele colocou a mão em cima do corte, que instantaneamente parou de sangrar e aos poucos se cicatrizou. A minha expressão ao ver isso deve ter sido hilária, porque Apolo riu e minha mãe deu um sermão nele, dizendo que não era para repetir esse absurdo , pois não era obrigada a ver tamanha nojeira. Eu poderia dizer o mesmo, mas, sinceramente? Eu achei isso o máximo! 
– Uau! Todos os seus filhos tem esse poder? – indaguei, encantada. Devo ter parecido uma criança de cinco anos de idade. 
– Em geral, todos tem capacidade para curar. Porém, quando o pai é o deus de tantas coisas, os filhos acabam nascendo com dons, ou seja, são melhores em algo específico. – explicou. – Você, pelo o que vi hoje, e desde quando é criança, tem o dom da música. Não que você não possa curar. Como esse não é seu dom, será mais cansativo, e mesmo se for um machucado pequeno,irá esgotar toda sua força. 
Então quer dizer que se um amigo meu estivesse com um corte na barriga, eu não poderia cura-lo porque isso iria acabar com toda minha energia? Nossa! Belo poder. 
– Mas se tem uma coisa em que todos os meus filhos são bons, é arco e flecha. E também são todos bonitos. E quentes, como eu. – finalizou. Entendi a piadinha e dei risada só para não ficar chato.  
– Então...vocês dois ainda estão namorando? – perguntei para ambos. Minha mãe ficou vermelha como um tomate e meu pai riu.
– Hã...não...hum...nós não temos mais nada, filha. – mamãe gaguejou. – Nós só somos amigos. 
Eu sabia muito bem que eles eram mais que amigos, mas não quis comentar, para não deixar minha mãe mais vermelha e frustrada. 
– Tudo bem, então. – suspirei. – Vamos lá para a sala, eu quero saber por que o Kye estava comendo uma latinha de refrigerante. 


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do capítulo? Comentários são super bem-vindos! Escrevemos essa fanfiction com muito amor e dedicação, e temos esperança de que, aos poucos, ela conquiste o coraçãozinho de vocês rs. Até a próxima xx



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