A Filha Do Sol escrita por Let B Aguiar, Taty B


Capítulo 1
A escova de cabelo voadora


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Esse capítulo é o carro-chefe da nossa primeira fanfic. Eu e minha irmã estamos muito felizes de finalmente poder postar essa história, e esperamos que vocês gostem tanto dela, quanto nós gostamos. Por favor, deixem reviews! Estas são muito importantes para nós sabermos como está o andamento da história, se falta algo ou se está boa. Não precisa apenas elogiar, podem criticar também, afinal, toda crítica é construtiva. Agora chega de blá blá blá e vamos a leitura! Aproveitem, semideuses.



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Me apresentar na frente da escola inteira é uma maravilha, certo? Errado.
Faltavam só alguns minutos para subir ao palco e me apresentar na frente de toda a escola e o que eu mais queria no momento era calma. Minhas unhas recém-feitas já estavam destruídas pelo nervosismo que me dominava e para ajudar, os outros chegavam a mim e falavam na tentativa de me acalmar : “Vai dar tudo certo” ou “Você vai arrasar” . Na verdade, isso só me deixava mais nervosa e ansiosa.
Sentei na frente de um espelho e me arrependi de tê-lo feito ao observar meu reflexo. Toda a maquiagem exagerada derretia por conta do suor e nem a base e o pó compacto, que deveriam dar um pouco de cor a minha pele alva escondiam minha palidez. Meus olhos azuis claramente denunciavam meu desespero, e meus cabelos castanhos que deveriam estar tão arrumados quanto os de uma Barbie dentro da caixa, estavam bagunçados de tanto passar a mão por eles. Eu, definitivamente, não podia subir naquele palco, ainda mais com o salto plataforma que calçava. Era certo que eu iria cair ou tropeçar no primeiro passo que desse, e tudo o que eu menos precisava era de um tombo memorável.
–Cara, eu nunca me senti tão nervoso em toda minha vida. – Nicholas murmurou ao meu lado. Ele, assim como eu, suava e tremia. Seus olhos castanhos estavam vagos, o cabelo liso e castanho jazia jogado para o lado e as pontas pareciam molhadas por causa do suor. O sorriso que fazia todas as meninas do colégio suspirarem estava bem longe de aparecer.
– Eu já trenei tanto minha voz, mas ainda acho que falta alguma coisa...
–Nick, não se preocupe. Nós vamos nos sair bem. – menti. Como eu podia dizer isso pra ele sendo que eu não me sentia nem um pouco calma e confiante? Não sabia responder.
– Você não está ajudando. – resmungou.
–Eu sei. – bufei, frustrada. – Onde os outros estão?
– Chris está aquecendo a voz e tentando decorar a letra de Stereo Hearts. Cole estava refazendo uns passos de dança e, na última vez que o vi, ele estava arrumando o topete no espelho. DeeAnn estava sendo abanada pelo pessoal, porque ela começou a passar mal. E Linda praticava seus agudo em frente ao espelho.
Olha, eu sei que é errado sentir raiva e desprezo por alguém. Porém, era inevitável não sentir tudo isso por Linda Cole. Ela era a personificação perfeita da patricinha vadia. Capitã das líderes de torcidas, popular dentro e fora do colégio, amada por todos os professores e alunos (exceto por mim e DeeAnn)... Desde que entrei na escola no começo do ano letivo, ela fez de minha vida um verdadeiro inferno. Linda derrubava coisas em mim, me humilhava na frente da escola inteira e me zombava por ter Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade e Dislexia.­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­ Juro que se pudesse, encheria Linda de pescotapas. Ela merecia.
A gritaria atrás de mim só me deixava mais atormentada e enjoada. E você provavelmente deve estar na mesma situação que eu, já que não está entendendo nada disso. Então, vou te explicar: a escola decidiu fazer, no começo do ano, um musical a ser apresentado no último dia de aula. Nesse musical, estariam inclusos o grupo do coral da escola, os estudantes de música e o pessoal da dança. Eu, no caso, participo do grupo de música e do coral, e não faço isso só porque é obrigatório ter Atividades Complementares no histórico escolar. Faço porque eu realmente gosto de cantar e me interesso de verdade por música. Então, assim que soube que estavam abertas as inscrições para os testes, me alistei e esperei até o dia das audições. Esse com toda certeza foi o segundo dia mais embaraçoso de toda minha vida, já que o primeiro foi o dia da apresentação. Vários alunos que também estavam ali para se apresentar sentaram nas poltronas do anfiteatro da escola e para piorar a minha situação, a bancada que tinha a sra. Geene, professora de teatro, sr. Owen, professor de música, a sra. Walhoper, professora do coral, e a sra. Simpson, professora de dança, encontrava-se bem em frente ao palco. Digo, bem em frente ao palco mesmo. Na hora eu pensei que desmaiaria e só acabaria saindo da escola de ambulância, mas olhei para os assentos e lá estavam meus melhores amigos: DeeAnn e Kye, o que me fez ficar mais confiante. No final, acabei cantando No Light, No Light em versão acústica, do Florence and The Machine. DeeAnn também tinha se inscrito, pois ela fazia aulas comigo, e cantou maravilhosamente bem It Will Rain, do Bruno Mars. Kye não fazia nenhuma Atividade Complementar porque possuía um atestado no qual alegava que sofria de um problema nas pernas e não estava autorizado a praticar nenhum esporte. E como sua voz era péssima e não era inteligente, decidiu não ingressar em nenhum grupo que envolvia música ou xadrez. Resumindo: não se encaixava em nenhum clube ou grêmio. Por conta desse problema, ele andava de muletas e nunca usava bermudas, nem quando a temperatura em Los Angeles atingia 40°C. Eu o entendia, porque Kye já me contara que nasceu com uma deformidade nas pernas e que isso não é uma coisa muito agradável de se ver. Uma semana depois, os resultados dos testes saíram e para minha felicidade e constrangimento, eu tinha sido selecionada, assim como DeeAnn. Ela, ao contrário de mim, estava radiante e não parou de falar um minuto sequer de como se sentia “ansiosa para mostrar a estrela que é” até o último período acabar. Desde então, vínhamos treinando praticamente todos os dias e decorando letras de músicas como loucos. O tema do musical era o mundo de hoje, ou seja, só iríamos cantar músicas que tocavam nas rádios e hits que todo mundo sabe a letra de cor. O título do musical conseguia ser mais tosco que o tema: “We Are Young: The Musical”. Só o nomearam assim porque We Are Young, do Fun. é a principal música da peça e é com ela que vamos encerrar a apresentação. Eu, particularmente, não queria que o tema e o título fossem tão banais. Gostaria que fosse um musical em que nós cantássemos músicas antigas, dos tempos de nossos pais, porque creio que assim o público ficaria mais interessado e animado com a apresentação. Infelizmente nada aconteceu da forma que eu e mais umas dez pessoas queríamos, e sim do jeito que Linda e sua gangue de Barbies desejaram. É incrível como essa menina consegue influenciar as pessoas e manipular as decisões delas, até finalmente concordarem com tudo que ela diz e sempre atenderem a seus desejos. Juro que se bruxos existissem, diria que Linda era uma bruxa, pois o que fazia com as pessoas não era normal. Os ensaios eram puxados, principalmente para os cantores, sendo eles eu, DeeAnn, Linda, Cole, Nick e Chris. Também era puxado para os dançarinos, que eram aproximadamente quinze. A setlist foi escolhida com cautela e ia de rap a pop, e algumas músicas escolhidas foram: Call Me Maybe, Moves Like Jagger, Beauty And A Beat, What Makes You Beautiful e We Are Never Ever Getting Back Together.
Acordei do meu transe com alguém me cutucando e essa pessoa era quem eu mais gostaria de ver no momento.
– Oi mãe.
– Como você está se sentindo? – ela perguntou. Minha mãe estava linda, modéstia a parte. O cabelo castanho ondulado caia pelos ombros e os olhos castanhos possuíam uma camada fina de rímel. Sua pele era perfeita e não precisava de nenhuma base ou corretivo para esconder imperfeições, porque ela não as tinha, a não ser por algumas pouquíssimas rugas de expressão nos cantos dos olhos. Mamãe ostentava um sorriso orgulhoso no rosto e seus dentes brancos brilhavam. Usava uma roupa simples: calça jeans, um salto não muito alto, blusa rosa e um blazer branco por cima. Ela, com certeza, era a mãe mais bonita e jovem ali.
– Eu estou me sentindo enjoada.
– Olha, Pattie, eu sei que você está nervosa. – mamãe pegou na minha mão. – Mas eu também sei que você vai arrasar em cima daquele palco e vai me deixar mais orgulhosa de você do que eu já sou.
– Obrigada, mamãe. – abracei-a. Isso era tudo o que eu precisava ouvir. Escutar palavras positivas de alguém que você ama é uma das melhores coisas do mundo. Seu abraço me fez ficar mais confiante e sorrir como eu nunca sorri antes. – Fred está aí?
– Sim! Ele está quase morrendo de ansiedade e não para de reclamar da demora. Está na mesma situação que você.
– Consigo imaginar. O anfiteatro está muito cheio?
– Eu gostaria de dizer que tem uma quantidade razoável de pessoas. – lamentou-se. – Mas eu não posso mentir pra você. Está muito lotado, todos os assentos já foram ocupados e as pessoas que chegam estão tendo que sentar nos degraus das escadas.
– Uau. Agora eu definitivamente vou vomitar. – resmunguei. Naquela hora, toda a confiança foi embora e o pânico tomou conta de mim. De novo.
– Filha, você precisa se acalmar! – ela exclamou. – Você está linda, já sabe de cor todas as letras das músicas e está com a voz perfeitamente aquecida. Você não tem o que temer! As pessoas vão lhe aplaudir de pé, querida. Você vai ver.
Forcei um sorriso e a confiança voltava a dar as caras. Quando ia agradecer minha mãe, a sra. Geene pigarreou e chamou a atenção de todos. Ela tinha subido em cima de uma cadeira para que todos pudessem vê-la e gesticulou com as mãos para que nos aproximássemos. Sra. Geene era uma cinquentona com cabelo loiro cor de gema e corpo roliço. O sorriso dela conseguia ser mais falso que uma nota de três dólares e seus olhos verdes eram tão frios quanto uma geleira. As roupas dela eram tão bregas e coloridas que me aumentavam minha ânsia. Naquele dia, ela vestia uma coisa que se parecia com um poncho, tão rosa que meus olhos quase imploraram para ser arrancados das órbitas. A peça de roupa tinha três florzinhas artificiais presas com um broche na altura do seu seio direito e ela usava uma calça legging preta com um salto amarelo, da cor de seu cabelo. Sra. Geene tinha exagerado muito na maquiagem, principalmente no blush, que estava carregado demais. Nos olhos passara uma sombra azul, mas quase não se notava porque os óculos fundo-de-garrafa impediam a nossa visão. O cabelo cor de gema estava preso por uma piranha de oncinha e ela usava brincos de flores gigantes. A velha parecia um elefante rosa e minha visão já começava a doer.
– Sra. Veloso, pode nos dar licença, por favor? – a mulher conseguiu falar com a voz e o sorriso mais falsos do mundo.
– Claro, sra. Geene. Desculpe. – mamãe se virou para mim e sussurrou. – Eu e Fred estamos na décima fileira, bem no meio. Nós estaremos filmando tudo, ok? Eu te amo, você vai conseguir.
Assenti e sussurrei um “ eu te amo” de volta. A Sra. Geene pigarreou impaciente e mamãe me deu um beijo na testa, então se foi.
– Ótimo! – exclamou. – Todos se aproximem, por favor. – falou, olhando bem em minha direção. Levantei de minha cadeira e fiquei ao lado de DeeAnn, que tinha um sorriso gigante nos lábios.
– Essa é a hora, crianças. Daqui dez minutos o show começa. Tudo depende de vocês. Se fizerem uma boa apresentação, ganharão nota máxima. Lembrando que qualquer erro de execução vai diminuir as suas notas e, consequentemente, alguns de vocês podem repetir o ano. Bom, deem um espetáculo e não estraguem tudo. Boa sorte a todos e quebrem a perna!
Bufei impaciente. Como esse cruzamento de hipopótamo com pavão tinha coragem de falar isso quando faltavam apenas dez míseros minutos para o momento mais embaraçoso de toda minha vida? Essa mulher era muito abusada. E ruim também.
– Palavras animadoras, huh? – DeeAnn me cutucou. Minha amiga parecia uma princesa. Os cabelos castanhos lisos e sedosos brilhavam como nunca. Os olhos castanhos tinham sido delineados com muito rímel e o batom vermelho deixava seus lábios mais volumosos.
– Pois é. – reclamei. – Essa hipovão deixou minha confiança no inferno.
DeeAnn riu.
– Hipovão?
– É, a junção de “hipopótamo” com “pavão”. – expliquei.
Depois disso, ficamos em silêncio. Acho que nós duas estávamos tão nervosas que nem conseguíamos puxar um assunto. Bem frustrante. O pessoal da banda e os dançarinos tinham ido para o palco ficar se posicionar, e aí a ficha caiu. Era agora. Não tinha jeito. Eu tinha que fazer isso. Com a maioria das pessoas no palco, o camarim ficou bem mais vazio. Nele só se encontravam os cantores e os professores. Linda fazia uns barulhos estranhos com a boca e cuspia muito ao fazê-los. Uma palavra: nojento. O cabelo loiro estava preso num penteado exagerado típico dela e a maquiagem era igualmente assustadora. O vestido que usava tinha tanto brilho e era tão rosa que enjoava. Os garotos aqueciam a voz e refaziam alguns passos de dança. Todos, como de costume, estavam lindos e perfeitamente arrumados em roupas estilosas.
Dei uma última aquecida na voz e treinei o rap de Beauty And A Beat. Fazer um rap da Nicki Minaj não era muito meu estilo, mas como eu era a única das meninas que estava disposta a cantar essa parte, fui obrigada a fazer.
Quando Cole, Chris e Nick subiram ao palco cantando Stereo Hearts, o público enlouqueceu. Começar um musical com três garotos rimando é uma boa maneira de fazer com que o resto da apresentação seja empolgante. A música já acabava e a próxima seria We Are Never Ever Getting Back Together, meu primeiro ato. Tentei deixar o nervosismo de lado e assim que escutei as pessoas aplaudindo e assoviando para os meninos, me dei conta de que minha vez de subir ao palco se aproximava. Olhei para DeeAnn, apavorada, e ela apenas me desejou boa sorte.
– Boa sorte, perdedora. – Linda provocou. Ah, se eu pudesse dar um soco na cara dela e de quebra arrebentar seu nariz...
Os garotos passaram pela cortina que separava o camarim do palco e sorriam como nunca. Desejaram-me boa sorte e eu entrei. O palco estava escuro, mas consegui me localizar e me posicionar a frente dos dançarinos, conforme o ensaiado. O anfiteatro estava lotado, e ao meu ver parecia um show de uma banda famosa num estádio gigantesco. Eu não parava de tremer, minhas mãos e meus pés suavam, mas não tinha jeito de voltar. A música começou e o palco se iluminou, colocando-me nos holofotes. Assim que comecei cantar, todo o nervosismo e ansiedade sumiram e a felicidade tomou conta de meu corpo. A voz saia pelas minhas cordas vocais sem o menor esforço e a música até parecia ser feita para mim. Enquanto cantava e andava pelo palco fazendo alguns passos de dança, avistei minha mãe e Fred sentados onde disseram que estariam. Mamãe sorria e ao mesmo tempo chorava, e Fred sorria movimentando a cabeça no ritmo da música. No final da apresentação, todos bateram palmas, assoviaram e alguns até levantaram dos assentos para aplaudir de pé. Meus olhos encheram-se de lágrimas e sem que percebesse, um sorriso de orelha a orelha estampava meu rosto. Essa era, com absoluta certeza, a melhor sensação de toda minha vida.
Deixei o palco e foi a vez de DeeAnn dar um show. No decorrer da peça, o nervosismo se esvaiu e toda vez que entrava no palco, deixava a música me levar. As outras músicas levantaram o público de um jeito impressionante. Quando os meninos cantaram What Makes You Beautiful, escutava-se um coral de pais e familiares cantando junto. Em Call Me Maybe, por incrível que pareça, Linda animou o público cantando do seu jeito exagerado, mas interativo. Quando foi a vez de Cole e eu cantarmos Beauty And A Beat, todo mundo enlouqueceu. Primeiro, porque Cole fazia os trejeitos idênticos aos do Bieber, e segundo, porque todo o pessoal da dança, Cole e eu fizemos a coreografia idêntica a que o Bieber faz em seus shows. Todos se surpreenderam quando eu apareci no palco fazendo o rap da música, mas mesmo assim aplaudiram demais. Depois de mais umas duas músicas, tinha chegado a hora de encerrar a peça. Todos nós, cantores, subimos juntos ao palco e o coral tomou o lugar dos dançarinos. Cantar We Are Young foi o ápice da apresentação, talvez porque era a última música ou porque a cantamos em conjunto, de modo que a música ficou bem mais bonita. No final da música, o elenco inteiro se reuniu no palco e fizemos uma reverência como agradecimento. O público aplaudiu de pé e bateram palmas por quase cinco minutos. Mamãe estava aos prantos e Fred gritava algumas palavras que eu não entendia por conta dos aplausos. A cortina abaixou-se e demos um abraço coletivo. Todos diziam um para o outro o quão incrível foram tocando, dançando ou cantando, transformando o camarim num lugar muito agradável. Dei um abraço em meus amigos e elogiamos uns aos outros. Cumprimentei todos, exceto por Linda, que também não me cumprimentou, mas fez questão de lançar alguma crítica contra mim.
Minutos depois, o camarim estava praticamente vazio. Havia apenas algumas pessoas arrumando seus pertences e se trocando. Mamãe e Fred ainda não tinham vindo me cumprimentar, talvez porque a Sra. Geene não os deixara entrar, pois era contra as regras. Enquanto arrumava minhas coisas, vi o reflexo de uma coisa loira com um sorriso maléfico no rosto.
– Bem, preciso admitir que você se saiu muito bem hoje, Pattie. Pena que você nunca mais vai poder fazer um musical de novo... – Linda falou, mas de repente, aquela não parecia mais sua voz. Uma voz aguda e monstruosa falava no lugar da verdadeira Linda.
–Como assim?
– Ah, vamos, menina estúpida. Pare de fazer-se de desentendida. – rosnou, aproximando-se de mim.
– Eu não estou entendo. Linda, você está bem?
– Você está entendendo, semideusa! – Linda exclamou. Agora, definitivamente, sua voz não soou normal. Suas feições mudaram e ela já não era a Linda estonteante. Um monstro parecido com um vampiro horrível tomou seu lugar. Ela continuava com a mesma roupa, mas uma de suas pernas parecia a perna de um bode e a outra assumiu uma forma mecânica. Sua expressão assassina me assustava e seus dentes gigantes mais ainda.
– O que você é? Quem é você? – gritei. Peguei uma escova de cabelo que estava ao lado de minha mão e segurei-a firme. Como se uma escova fosse me defender de um monstro horrendo e faminto!
– Eu sou uma empousai e vou te devorar agora!
O monstro veio para cima de mim e atirei a escova de cabelo nos olhos daquela criatura. Eu não sabia o que aquilo era, ou o quê estava acontecendo, mas sabia que precisava lutar com aquela coisa senão acabaria morta. A empousai fez um barulho agudo estridente por causa da escova no olho e insistiu em me atacar. Ela me jogou no chão e subiu em cima de mim, tentando me devorar. Eu não podia ficar em desvantagem, então a chutei para longe e ela bateu com tudo contra um espelho. Foi muito instintivo. Corri para a saída e me deparei com mamãe e Fred entrando no camarim.
– Não! Vocês não podem entrar! Tem uma coisa horrível lá! Um monstro está tentando me matar! – o meu desespero afetava meus nervos e minha voz.
– Nós sabemos, querida. – mamãe falou, afoita. Fred correu para dentro e nós o seguimos.
A empousai levantou-se e assim que viu Fred, congelou. Segundos depois, deu um sorriso nojento, mostrando todos seus dentes compridos e podres.
– O que o Senhor Apolo faz em Los Angeles? Procurando uma nova namorada? – o monstro perguntou para Fred. Ei, por que essa coisa chamou-o de Apolo? O nome dele é Frederick, não Apolo.
– Eu que lhe pergunto isso, empousai. Afinal, você vive no Tártaro, não? Então creio que está na hora de voltar para o lugar de onde você nunca deveria ter saído. Adeus, querida.
De repente, Fred puxou um arco dourado e uma flecha gigante de ponta afiadíssima das suas costas e acertou a empousai no peito. No mesmo instante, o monstro virou pó dourado. O arco e a flecha desapareceram e Fred voltou-se para nós.
– Pattie...
Empousai. Semideusa. Apolo. Tártaro. Arco e flecha. Tudo isso era demais para mim e só o que enxerguei foi escuridão.



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Notas finais do capítulo

É isso, semideuses! Ainda tem muito mais por vir, e pode ter certeza que vocês vão gostar da Pattie tanto quanto gostam do Percy. Tentaremos postar um capítulo por dia, e caso isso não seja possível, nós avisaremos com antecedência. Ficaram curiosos para o próximo capítulo? Deixem reviews para nós sabermos e nos conte o que acharam do começo! Até o capítulo 2 :) Let e Taty xx



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