I Found You escrita por Songwriters


Capítulo 5
Capítulo V - I Know You Want Me.


Notas iniciais do capítulo

Título do capítulo dedicado à música I Know You Want Me de Pitbull.



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Summers, Savannah.

Despertei de um sono leve sentindo algo gelado apertar firme minha mão. Abri os olhos lentamente para conseguir ver o que era, e por alguns segundos acreditei que fosse Nathan novamente, mas era apenas minha mãe encarando-me com um sorriso largo como eu nunca havia visto antes.

– O que aconteceu? – Perguntei assustada com sua reação.

– Recebi uma ligação de Alicia quando você estava no hospital e vim o mais rápido que pude. – Respondeu enquanto acariciava meus cabelos como se realmente se importasse.

– Isso foi a dois dias atrás mãe. – revirei-me na cama e fechei os olhos novamente.

– Eu estava muito ocupada, você sabe como eu trabalho muito Savannah. – Levantou-se e falou enquanto admirava-se no espelho com aquele terninho acinzentado.

– Eu sei disso, mas não precisa fingir que se preocupa comigo. – Pela primeira vez, falei o que sempre tive vontade de falar.

– Por que está falando deste jeito, Savannah? Achei que meu trabalho nunca fosse um problema para você, afinal, é onde eu consigo o dinheiro para suas roupas e festas. – Desviou sua atenção de si mesmo e aparentou ficar brava com minhas palavras.

– Você tem razão. – Levantei-me da cama e segui até o caminho do banheiro. – Eu não me importo. – Bati a porta com força, a deixando sozinha.

Respirei fundo algumas vezes para conseguir me acalmar. Joguei um pouco de água em meu rosto e admirei os pingos deslizando pela minha pele. Sorri em frente ao espelho.

O relógio do meu celular mostrava o quanto eu estava atrasada para a aula. Meu braço estava enfaixado ainda e a dor de cabeça as vezes me atormentava, mas minha vontade de finalmente voltar para a escola era maior que qualquer coisa.

Entrei em meu closet e coloquei a primeira roupa que encontrei por perto. Uma blusa um pouco decotada, uma saia não tão curta e uma sandália.

Desci as escadas e em silêncio, tirei uma maça da fruteira que ficava no centro da mesa onde meu pai lia seu jornal e minha mãe tomava seu café. Segui meu caminho em direção ao carro de Marry que já estava a minha espera.

– Amiga, como você está se sentindo? Eu senti tanta falta sua no colégio. – Gritou literalmente Ali.

– Eu fiquei fora apenas dois dias Ali. - Rimos. – Mas estou melhor sim, apenas com essa faixa no braço que me impedirá de dançar no grande jogo, mas talvez eu me livre dela mais cedo. – Completei.

– Você fez falta no colégio. – Marry disse enquanto ligava o carro. – Temos algumas fofocas para te contar, alias. – Sorriu maliciosamente.

– Eu tenho uma pergunta para fazer. – A interrompi. – O que Nathan estava fazendo no hospital comigo? – Eis a pergunta que realmente não me deixava em paz.

– Ele estava nos olhando dançar aquele dia...

– Acho que ele estava ME olhando dançar naquele dia. – Interrompeu Ali.

– Enfim, ele estava lá quando você caiu e ajudou a te levar para o hospital, apenas isso. – Completou Marry. – Acho que ele gosta de você, Savannah. – Sorriu para mim através do espelho retrovisor.

– Isso porque você não viu o jeito que ele olhava para mim. Acho que ele está totalmente na minha. – Ali falou enquanto retocava a maquiagem.

Permaneci em silencio até chegarmos ao colégio. Alicia não escondia o quanto estava querendo Nathan, não achei que seria uma boa ideia falar o que aconteceu na noite do hospital.

– Amiga, você vai vestida como na festa hoje? – Perguntou Marry enquanto caminhávamos pelo corredor do colégio em busca do meu armário.

– Que festa? – Franzi a testa.

– Não sei ao certo quem é o dono, mas isso não importa. – Gargalhou. – Não vá com nada que possa tapar essas lindas pernas e seu incrível busto.

– Então devo ir pelada? – Ironizei.

– Ótima ideia. – Ali riu.

O sinal tocou nos alertando do inicio das aulas. Nos despedimos e seguimos em rumo a nossas salas.

Sentei-me no mesmo lugar de sempre, como se nada tivesse acontecido. Tirei meu celular da bolsa e o segurei em minhas mãos para continuar a atualização rotineira, mas confesso que minha cabeça estava longe. Em todo o lugar que eu olhava, procurava por Nathan.

Suas palavras não saiam de minha cabeça. Ainda consegui sentir seu cheiro maravilhosamente inesquecível. Eu estava realmente pirando com isso tudo. Ainda tinha muitas perguntas para fazer a ele, mas ao mesmo tempo, só queria poder abraça-lo e permanecer em silêncio, apenas ouvindo a batido de seu coração... Quando besteira.

– Hey Summers. – Senti alguém cutucar meu ombro.

Virei para trás. Era um garoto estranho.

– Oi? – Aparentei confusão. – Quem é você?

– Quem sou eu? – Ele riu baixo. – Sou seu colega a mais ou menos, 4 anos. – Sussurrou para que o professor não nos mandasse para a detenção.

– Sério? Porque nunca notei você antes? – Percebi o quanto o garoto era lindo. Seu cabelo bem escuro e um pouco maior na frente. Seu olhos que brilhavam com o reflexo da luz. As covinhas que se formavam com seu sorriso largo ao olhar-me daquele jeito hipnotizador. Suas mãos entrelaçadas como se estivesse esperando alguma resposta... Como nunca havia notado aquele garoto?

– Ta aí uma boa pergunta. – Riu novamente. – Enfim, eu posso sentar do seu lado, esqueci meus óculos em casa e não enxergo muito bem daqui. – Completou.

Confirmei com um sorriso e enquanto levantava de seu lugar e sentava-se em uma cadeira bem ao lado da minha.

– Qual o seu nome? – Perguntei mais interessada.

– James Masters. – Respondeu enquanto mordia o lábio inferior ao buscar sua caneta que havia deixado cair no chão.

Durante a aula, apesar de meus olhos estarem totalmente em direção a frente, pude notar que o garoto me olhava de maneira sorridente. Virei meu rosto para olha-lo, mas seus olhos viraram rapidamente para outro lugar, mas seu sorriso largo continuou a lhe entregar.

– O que foi? – Sussurrei.

– O que foi o que? – Se fingiu de desentendido.

– Você estava me olhando. – Empurrei seu ombro levemente para trás.

– Não sei do que você está falando. – Gargalhou baixo.

– Não tente mentir, seu sorriso te entrega fácil. – Cruzei os braços.

– Então você gosta do meu sorriso? – Perguntou.

– Eu não falei isso. – Afastei-me do garoto.

– Mas pensou. – Ele se aproximou.

O sinal novamente tocou e nossos olhos continuaram presos uns nos outros.

– Qual sua próxima aula? – Perguntei enquanto todos já se retiravam da sala.

– Acho que matemática. – Respondeu levantando-se, mas sem desviar seus olhos.

– Vamos juntos? – Seguimos nosso caminho até a sala no andar de baixo.

James sabia exatamente como me fazer rir. Durante nossa pequena conversa no corredor, agimos como se já nos conhecêssemos a longos anos e de fato nos conhecemos, mas descobri que tínhamos mais coisas em comuns do que imaginava.

Fomos uns dos primeiros a chegar na sala de aula. Alguns já estavam sentados em seu lugares, outros sentados em cima de mesa e muitos ainda fora da sala de aula. Sentei em meu lugar de sempre, bem ao meio da sala e James sentou ao meu lado direito.

– Você sentava atrás de mim, como nunca reparei em você? – Ainda não entendia isso.

– Talvez estivesse só esperando o momento certo para reparar. – Apoiou-se na mesa e se aproximou.

– Eaí princesa! – Gritou Nathan que sentou ao meu outro lado e desviou minha atenção do charme do garoto novo.

– O que faz aqui? – Me virei em sua direção.

– Vim para aula, esqueceu que também frequento a escola? – Usou tom irônico.

– Eu nem ao menos sabia que você frequentava a escola. – Usei seu mesmo tom.

– Ui, adoro quando fica brava deste jeito. – Falou baixo enquanto se aproximava. – Quem é esse? – Se referiu ao James.

– Me chamo James Masters e você? – Esticou a mão para cumprimenta-lo.

– Entra na fila James, a princesa aqui gosta de se fazer de difícil. – Jogou seu braço para trás dos meus ombros.

– Cala boca, Nathan. – Tirei seu braço e belisquei sua mão.

– Quanta maturidade princesa, quanta maturidade. – Debochou.

– Você me irrita Nathan.

– Fica quietinha princesa, a aula já começou. – Piscou para mim e virou-se para frente.

– Desculpe por isso, Nathan é um completo idiota. – Me virei para James.

– Seu namorando parece te irritar bastante. – Sorriu envergonhado.

Nathan colocou outra vez seu braço em meus ombros e se aproximou de nós dois.

– A culpa não é minha, ela que me irrita. – Respondeu Nathan.

– Você só pode estar brincando comigo. – Retirei mais uma vez o braço dele. – Ele não é meu namorado. – Respondi.

– Assim você me machuca, princesa. – Sussurrou em meu ouvido.

– Nathan, eu não sou sua e também não sou princesa. – Empurrei seu rosto para longe de mim. – Enfim. Você vai a festa hoje James? – Voltei a sorrir quando fixei meus olhos novamente nele.

– Se você for eu estarei lá. – Pôs sua mão sobre da minha que estava em cima da mesa.

– Nossa cara, que romântico, vem aqui me beijar. – Nathan se meteu novamente na nossa conversa.

– Será que você pode calar a porcaria da sua boca por apena um segundo? – Minha raiva por Nathan só aumentava a cada palavra que saia de sua boca.

– Não falei com você princesa. – Ele sorriu debochadamente.

O encarei em total desprezo e meu punho de fechou totalmente, mas o sinal que tocou livrou Nathan de levar outro soco.

– Te vejo depois James. – Sorri para ele já me levantando.

– A mesma hora no mesmo corredor. – Gritou Nathan que permaneceu na sala.

Durante a hora do almoço, me reuni com as garotas em nossa mesa e contei que havia conhecido James. Não citei o nome de Nathan para que Ali não ficasse desapontada, mas só a história do garoto novo foi suficiente para a alegria daquela mesa.

– O-M-G. Você precisa ficar com ele esta noite. – Marry aparentava estar mais animada do que nunca.

– Claro que não, eu acabei de conhecer ele. – Mas isso não havia sido um problema quando se tratava de Nathan.

– Amiga, se você não segurar esse gato, alguém vai chegar primeiro. – Ali disse enquanto ria de seu comentário.

– Vocês vão passar que horas na minha casa? – Tentei acabar com o assunto referente a garotos.

– Meia noite em ponto, não se atrase. – Marry avisou entre goles de seu leite.

O dia em diante passou de maneira rápida. No inicio da tarde, fui até o shopping onde comprei uma cropped top e uma saia menor ainda para a festa à noite. Apesar de não me sentir confortável em roupas curtas, Ali tinha dito que eu ficava bem nelas e Marry disse que precisava ficar com James, nada como uma roupinha para seduzir um garoto em uma festa.

Normalmente sou mais segura em relação a roupas e de fato, sou mais difícil, mas Nathan havia me deixado extremamente brava, eu queria muito deixa-lo quase tão bravo quanto eu. Queria provoca-lo do jeito como ele me provoca. Meus planos para aquela noite estavam já prontos, eu não iria usar James, eu iria apenas dar uma chance para ele, o que consequentemente irritaria Nathan. Seria ótimo.

Arrumei minhas roupas em cima da cama e fui para o banho. Com música alta, desliguei-me de tudo apenas por alguns segundo e relaxei ao máximo, deixando todo o meu estresse de lado.

Enrolei-me apenas na toalha, desliguei a música e sai do banheiro.

– Será que devo tirar minha roupa também? – Assustei-me com Nathan sentado em minha cama, apenas me esperando.

– O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? – Gritei enquanto corria para dentro do banheiro novamente.

– Vim te visitar, ué. – Respondeu do lado de fora.

– VAI EMBORA DA MINHA CASA, NATHAN. – Continuei a gritar de dentro do banheiro.

– Você precisa se acalmar, princesa. – Foi irônico.

– E você precisa sair do meu quarto! – Respirei fundo. – Eu Preciso me vestir! – Abri uma fresta da porta e o encarei sentado na minha cama.

– Não estou te impedindo de nada. – Sorriu maliciosamente.

Notei que ele realmente não iria sair do meu quarto então eu mesma saí do banheiro de maneira bem lenta e um pouco envergonhada.

– Não acredito que você sentou em cima da minha roupa. – Me aproximei da cama, bem ao lado onde ele estava sentado.

– Esse resto de tecido é sua roupa? – Segurou minha saia. – Pode ir procurar algo para cobrir suas pernas, princesa. - Completou.

– É uma pena que você não manda em mim, não é mesmo? – Arranquei a saia de sua mão.

– Qual o seu problema? – Falou em tom sério e puxou-me para sua frente.

– Quem deixou você entrar na minha casa? – Tentei soltar sua mão de meu braço, mas precisava segurar a toalha.

– Uma moça muito simpática. Deveria aprender a ser tão simpática quanto ela. – Olhou-me de cima para baixo.

– Será que você pode, por favor, levantar a bunda da minha cama e sair de cima das minhas roupas antes que acabe as amassando toda? – Ironizei. – Viu, eu pedi por favor.

– Essa mini roupa é para o seu novo amiguinho? – Ele levantou da cama e caminhou para o outro lado do quarto.

– Acho que isso não te interessa, meu querido. – Juntei minhas roupas e voltei para o banheiro.

– É assim que você fala com quem cuidou de você?

– Falando nisso Nathan, qual foi o real motivo de você ter ficado comigo lá? – Perguntei enquanto me vestia no banheiro.

– Ficado lá? Do que está falando? – Aparentou confuso.

– Eu acordei a noite e você está lá, dormindo. Não se faça de idiota.

Calou-se por alguns minutos.

– Acho que você sonhou comigo, princesa. – Falou perto da porta.

– Não foi um sonho. – A abri para olha-lo. – Eu tenho certeza.

Ele se aproximou encostando-me na porta e colocando suas mãos em meu rosto. Olhou-me de cima a baixo outra vez.

– Prefiro você só de toalha. – Sussurrou.

O empurrei para longe e me afastei dele.

– Porque mesmo está aqui? – Admirei-me no espelho com aquela roupa.

– Nenhum motivo em especial. – Atirou-se na cama e se aconchegou. – Onde estão seus pais? – Perguntou

– Não faço a mínima ideia.

Busquei no closet um salto alto e alguns acessórios para complementar a roupa. Sentei-me na penteadeira e ao som da playlist do meu ipod, comecei a fazer minha maquiagem.

– Quero ver você dançando outra vez. – Ele disse em tom baixo enquanto me olhava pelo espelho em que me maquiava.

– Eu estou usando uma faixa no braço, você não me verá dançar tão cedo. – Levantei meu braço para mostrar como estava.

– É uma pena princesa, você fica tão sexy quando dança.

Terminei de me arrumar e levantei-me da cadeira. Parei em frente a cama e cruzei os braços seriamente.

– Você já pode ir para casa agora. – Segurei seu braço e tentei puxa-lo para fora da cama, mas ele era muito pesado, mal consegui o arrastar um pouco.

Nathan segurou meu braço e puxou-me com força, me fazendo cair por cima dele.

– Eu sei que você prefere ficar aqui comigo. – Sussurrou olhando fixamente e de maneira hipnotizante.

– Eu odeio você, Nathan.

Ele riu.

– Eu sei que odeia. – Aproximou seu rosto do meu.

Pude sentir meu coração disparar. Seus olhos já estavam se fechando e pude sentir a ponta de seu nariz gelado, mas antes que eu me entregasse ao momento, meu celular tocou.

Sorri falsamente e bati não muito forte, em seu rosto. Levantei-me e fui a busca do meu celular, onde continha uma mensagem que avisava que Marry e Ali já estavam a caminho.

– Agora é sério Nathan, você precisa ir, agora! – Corri até sua direção e o puxei de maneira tão forte que o fez realmente levantar da cama.

Estava preocupada, não poderia deixar com que Ali o visse saindo da minha casa. O apressei para que fosse embora e o empurrei até que saísse da minha casa.

Permaneci lá na frente, onde não demorou muito tempo para que as garotas chegassem. Joguei meu cabelo para o lado e para trás, bati a porta e caminhei até o carro.

– Savannah, você está linda! – Ali elogiou-me enquanto entrava no carro.

– Obrigada Ali. – Sorri respirando ofegante por manter aquele segredo.

Seguimos o caminho até a festa. Quando chegamos, já pudemos perceber o grande movimento que estava dentro de casa. O volume alto, algumas pessoas no quintal, copos já espalhados pelo chão, música alta... Tudo que eu menos queria aquela noite.

Logo que entramos, avistei James apoiado em uma parede, com um copo vermelho na mão que combinava com sua flanela também da mesma cor. Seus olhos ao me avistarem, brilharam com o reflexo da luz e um grande sorriso surgiu em seus lábios.

Caminhei até seu encontro, deixando as garotas seguirem por outros caminhos.

– Você está linda! – Elogiou-me enquanto passava os olhos sobre mim.

Sorri de maneira envergonhada e tirei o copo de sua mão, para tomar o que lá estava. Era forte e desceu rasgando minha garganta, mas tentei não demostrar a agonia.

Ele pôs o braço sobre meus ombros e caminhamos até o sofá que ficava no centro de uma pequena sala não muito movimentada. Ficamos em silêncio por alguns instantes, mas nossos sorrisos envergonhados não escondiam o quanto era bom aquele momento.

– O que aconteceu com seu braço? – apoiou-se no braço do sofá e fixou seus olhos em mim.

– Eu tive um acidente enquanto ensaiava. – Disse sorridente.

– Ensaiava para o que? – Perguntou.

– Eu sou líder de torcida. Estava ensaiando uma dança.

– Será que um dia vou te ver dançar? – Suas palavras lembraram-me imediatamente de Nathan, levando meu sorriso para longe.

– Talvez. – Tentei focar-me apenas naquele momento.

– Finalmente achei você! – Escutei alguém gritar da porta. Vire-me para olhar, era Nathan.

– Não acredito! – Baixei a cabeça e resmunguei baixo.

– Eu preciso falar com você. – Falou enquanto tentava me levantar do sofá com sua delicadeza de sempre.

– Pode me soltar? – Levantei e tirei sua mão que segurava meu braço. – Eu estou ocupada agora, depois você me fala. – Completei.

– Não, eu quero falar agora. – Respondeu.

– Mas nem tudo é como você quer! – Alterei meu tom de voz e cruzei os braços em desaprovação.

– Hey cara. – James levantou-se também. – Deixa a garota. – Pôs-se em minha frente e encarou Nathan que era um pouco mais alto.

– Não fica com ciúmes não, cara. – Disse irônico e voltou para minha frente. – Deixa de ser fresca, vamos logo. – Segurou meu braço mais uma vez.

– Eu disse para você deixar ela em paz! – James empurrou Nathan.

* * *

Parker, Nathan.

Aquele cara realmente havia conseguido me deixar irritado.

– E o que você vai fazer? – Aproximei-me dele já fechando o punho.

– Eu vou quebrar sua cara. – Ele respondeu bravo.

Joguei minha cabeça para trás e soltei uma breve gargalhada. Olhei para trás onde Savannah estava e vire-me rapidamente acertando o rosto de James com um soco forte que o fez cair para trás.

– O QUE VOCÊ FEZ! – Gritou Savannah correndo até o chão para levantar o garoto.

Minha mão já ficou vermelha e o lábio dele já estava sangrando. Ele levantou, limpou o canto de sua boca e acertou um soco direto em meu estômago que me fez sentir mais raiva ainda.

Summers começou a gritar algo que não consegui prestar atenção, estava muito ocupado acertando a cara de James com socos.

– Eu esqueci minha toca na sua casa, princesa. – Virei-me para Summers enquanto Nathan estava caído no chão.

– Você é um idiota, Nathan. – Ela se afastou de mim e correu para levantar James que estava bem mais machucado que eu.

Ela o ajudou a levantar e os dois saíram daquela sala devagar, me deixando completamente sozinho.

– Mas eu só queria minha toca. – Resmunguei baixo.

Deitei-me no sofá porque não aguentava mais de tanta dor no estomago. Aquele garoto havia mesmo me acertado em cheio, mas tenho certeza que ele saiu mais ferido que eu, o que resultou na ajuda de Summers.

– Na próxima vez, eu me jogo no chão primeiro! – Gritei sozinho na sala em meio a gemidos de dor.

Meus olhos se fecharam e apesar de tanta dor, acabei ficando por lá para esperar a volta de Savannah.

* * *

Summers, Savannah.

Carreguei James até o pátio vazio e o coloquei em uma cadeira. Seu olho direito estava começando a ficar um pouco roxo devido ao soco de Nathan.

– Vocês dois são tão idiotas. – Falei enquanto puxava uma cadeira para sentar ao seu lado.

– Eu ainda não entendi. – Respirou fundo demonstrando dor. – Eu ainda não entendi o que vocês dois tem. – Completou.

– Nós não temos nada! – Exclamei.

– Ele falou que a toca dele ficou na sua casa. O que ele estava fazendo lá? – Segurou minha mão e olhou-me seriamente.

Tentei encontrar motivos rápidos para explicar, mas não tinha explicação, nem eu sabia o que Nathan estava fazendo na minha casa essa tarde.

– E-Eu não sei. – Gaguejei. – Mas isso não importa. Não quero mais falar daquele idiota. – Mudei de assunto.

James abriu um leve sorriso e abriu os braços para que eu me apoiasse nele e assim fiz. Tentei parecer confortável, mas na verdade eu não estava. Resolvi levantar-me, mas ele estava dormindo de maneira profunda, o que era estranho porque a música estava bem alta.

Levantei-me e caminhei até a sala grande onde estava realmente acontecendo a festa. Alicia estava em um canto agarrada em um garoto. Marry no sofá, com dois garotos... Peguei na mesa um copo vermelho com bebida e tomei tudo em um gole só.

– Vai com calma ai, gata. – Disse um garoto desconhecido que segurava uma garrafa cheia daquela bebida.

– Calado! – Arranquei a garrafa de sua mão e sentei-me na cadeira que estava ali.

– Que bravinha. – Ele riu e se aproximou maliciosamente.

– Se encostar, eu corto seu pinto fora! - Cochichei e virei a garrafa na minha boca.

– A gente pode ir ali pro quarto para ver se você consegue mesmo. – Passou a mão no meu rosto. Pude sentir seu cheiro de álcool forte e repugnante.

– Ou eu posso quebrar essa garrafa aqui e usar um caco de vidro grande o suficiente para deixar seu orifício anal bem machucado, gato. – Tomei até quase a metade e o admirei enquanto ficava assustado com minhas palavras tão lindas e delicadas.

Ele soltou uma risada e caminhou até o outro lado da sala, onde ficou me encarando enquanto colocava um copo vermelho na boca, tentando parecer sexy, mas apenas tentando.

Minha garrafa não demorou muito para ficar quase vazia e minha cabeça já voando. Levantei-me e percebi o quão tonta já estava. A música estava mais alta e as garotas mais bêbadas, praticamente todas estavam dançando conforme a batida do som... Resolvi juntar-me a elas.

Fechei meus olhos e deixei que meu corpo balançasse como se tivesse vida própria. O garoto estranho novamente se aproximou. Ele estava com o mesmo sorriso malicioso e também dançando. Caminhou até minha direção e colocou suas mãos em minha cintura, para acompanhar o ritmo da minha dança. Eu estava tão zonza que permiti a aproximação e dancei de maneira sensual em sua frente, mas comecei a sentir um embrulho no estômago que não me permitia continuar.

– Eu vou ao banheiro. – Cochichei no ouvido do garoto que apenas balançou a cabeça em forma de afirmação.

Desviei das pessoas que estavam dançando e corri até a sala ao lado onde enxerguei uma porta que levava até ao banheiro.

– Que bom que a princesa se preocupa comigo! – Ouvi as palavras irônicas que me impediram de continuar a atravessar a sala para chegar ao banheiro. Era Nathan jogado no sofá acompanhado de uma garrafa parecida com a que eu havia tomado.

– Idiota! – Falei o mais séria que conseguia estando naquele estado.

– Onde está aquele Justin Bieber com defeito de fabricação? – Ele perguntou sentando-se e me encarando.

– Não fala assim dele! – Aumentei o tom de voz e me aproximei um pouco.

– Não me leve a mal, eu acho o Bieber foda até. – Riu.

– Eu me referi ao James, idiota. – Aproximei-me dele e tirei sua garrafa da mão. Caminhei um pouco para trás e esperei sua reação.

– Então é agora que você vai dançar para mim, princesa? – Abriu um sorriso malicioso, jogou o corpo para trás e mordeu levemente o lábio inferior.

– Eu posso vomitar em você, se quiser. – Disse enquanto virava a garrafa na minha boca.

Percebi sua aproximação lenta e sua parada exatamente na minha frente.

– Aposto que até o final desta festa, eu beijo você. – Sussurrou colocando as mãos no bolso e encarando-me de maneira maliciosa.

– Nathan, eu definitivamente odeio você, não precisa ficar tentando me seduzir com esse estilo de badboy rebaixado. – Usei o mesmo tom que ele, porém com menos delicadeza nas palavras.

– A culpa não é minha se eu deixo você louquinha, princesa. – Deu mais um passo para frente e olhou-me fixamente.

– A Alicia quer ficar com você, vai lá ser um idiota com ela e me deixa em paz! – Tomei mais um gole e me sentei no sofá logo atrás dele.

Minha barriga doía tanto e minha cabeça estava latejando. Por mais que eu quisesse me preocupar ou me irritar com Nathan, não tinha forças e nem vontade para isso.

– Eu não quero brigar com você, acho que estou passando mal. – Joguei meu corpo para trás e coloquei a mão sobre a barriga demonstrando dor.

Ele se aproximou e sentou ao meu lado, onde ficamos nos olhando durante alguns segundos que pareceram horas.

– Meu estômago também dói, mas foi por causa de uma pequena briga que eu tive há pouco tempo atrás com o pequeno Zayn. – Nós rimos.

– Acho que Joe Jonas combina mais com ele... Você faz o estilo do Zayn Malik. – Brinquei.

– Eu sou mais bonito e mais forte, claro. – Jogou seu corpo mais perto do meu.

– É verdade. – Abri um sorriso largo – Não sabia que gostava de One Direction. – Franzi a testa.

– Não gosto, eu vi uma foto desse cara no seu quarto. – Nós rimos outra vez.

Ficamos um tempo em silêncio. Meus olhos deslizavam ao redor daquela pequena sala. Deixei-me esquecer do mal-estar e coloquei minha cabeça no ombro de Nathan.

– Você estava no hospital àquela noite... Não precisava. – Segurei sua mão e a acariciei novamente.

– Eu nunca vou te deixar sozinha, princesa. – Pôs o braço em meus ombros para que me encostasse melhor nele como James havia feito, mas desta vez, senti-me extremamente confortável.

Ai. – Gemi de dor. – Estou passando mal. – Fechei meu olhos e senti o mal-estar voltar.

– Ninguém mandou ser burrinha e encher a cara. – Resmungou.

– Cala a boca. – Levantei em um pulo. – Esqueci do James!

– Quem é James? – Ele perguntou deitando completamente no sofá.

– O outro idiota que você espancou.

Ele soltou uma gargalhada e ficou sério novamente.

– Hey. – Levantou rápido e parou na minha frente. – Eu sou seu único idiota! – Completou com seu sorriso de sempre.

– Esqueci do outro garoto também! – Lembrei-me do desconhecido com quem dançava antes.

– Tá bom. Esse eu não conheço, tem mais alguém que queira me apresentar? – Ironizou.

– Nathan, a Alicia queria ficar você, você quer ficar com ela? – Perguntei temendo a resposta.

– Queria tanto que sua pergunta fosse: Você quer ficar comigo? – Tentou imitar minha voz.

– Eu falo sério! – Empurrei seu ombro.

– Eu também, princesa. – Se aproximou ao máximo de mim e acariciou lentamente meu rosto.

– Finalmente te encontrei, gata! – Gritou garoto desconhecido entrando na sala e nos interrompendo.

– Que cheiro horrível. – Falei quando ele se aproximou.

– Vamos voltar a dançar, minha gata. – Parou entre Nathan e eu.

– Você estava dançando com ele? – Nathan sentou-se novamente no sofá.

– Cara, essa garota é uma delicia! – O bêbado respondeu virando-se para ele. – Então, vamos voltar a dançar? – Virou-se para mim novamente.

– Não vai dar. – Nathan disse enquanto caminhava até mim. – Agora ela vai dançar comigo! – Puxou minha mão me levando para a sala e deixando o garoto sozinho.

– Eu não quero dançar com você. – Tentei soltar minha mão da dele.

– Você não tem mais escolha, princesa. – Levou-me até onde todos dançavam e se aproximou. – Você dançou com um otário que nem conhece e não quer dançar comigo, inacreditável. – Sussurrou em meu ouvido enquanto começava a dançar.

– A Alicia está aqui na sala Nathan, ela não vai gostar de nos ver desse jeito.- Tentei procura-la com meus olhos.

– Acho que ela está um pouco ocupada entrando em um quarto com outro cara. – Nathan estava certo, ela estava fazendo exatamente isso.

Nós dois rimos juntos daquela situação. Peguei o copo de um garoto que também dançava e tomei tudo em um gole só. Fiz isso com mais alguns copos até finalmente conseguir encarar o momento e dançar com ele.

Deixei-me levar pelo calor do momento e dancei como se nada pudesse me impedir. Nathan ali, mais me observando do que dançando junto, mas isso não foi um problema e não me impediu de fazer o que tem de melhor quando se está sobre efeito de álcool. Aproveitei seus olhos fixados em mim e tentei dançar da forma mais sensual que poderia naquele momento. Talvez meus movimentos nem combinassem com a música que estava tocando, mas foi o suficiente para fazê-lo perder o controle sobre suas calças.

– Obrigada Nathan! – Sussurrei em seu ouvido e gargalhei.

Ele olhou para baixo e logo percebeu sobre o que se tratava. Pôs às mãos sobre o seu zíper e baixou a cabeça para rir junto.

Peguei sua mão e o levei até o canto da sala onde não estava tão animado. Encontrei uma garrafa com mais bebida e tomei até quase a metade,o resto Nathan tomou.

– Você deve estar constrangido. – Sussurrei no seu ouvido para que me escutasse, pois a música estava muito alta.

– Não mesmo. Nunca neguei o quanto você me excita. – respondeu malicioso.

– Seria legal se você fosse mais delicado com as palavras. – Sentei-me em cima da mesa que estava logo atrás de mim.

– Seria legal se você calasse a boca.

Antes que eu tivesse a chance de começar uma nova briga, Nathan afastou minhas pernas uma da outra, se aproximou de maneira rápida, segurou minha nuca e beijou-me de maneira intensa. Minhas mãos pararam no bolso de trás de sua calça, que gerou um sorriso dele em meio ao beijo, minhas pernas o prenderam completamente em minha frente.

Tirei minhas mãos de seus bolsos e o afastei.

Eu sei que você me quer.– Sorriu ofegante.

Joguei meu cabelo para o lado e depois para trás. Sorri enquanto mordia o lábio inferior, que confirmava a minha vontade. Novamente ele se aproximou e o beijo continuou ainda mais intenso... Ainda melhor.


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Notas finais do capítulo

HEEY. Espero que tenham gostado deste capítulo ♥ Encontro vocês no próximo, xoxo / Thais.