I Found You escrita por Songwriters


Capítulo 6
Capítulo VI - I Knew You Were Trouble.


Notas iniciais do capítulo

Título do capítulo dedicado à música I Knew You Were Trouble de Taylor Swift.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341839/chapter/6

Parker, Nathan.

As horas passavam e a cada segundo, Savannah se entregava mais ao calor do momento em que estávamos.

- Vamos sair daqui? – Ela cochichou em meu ouvido, desceu da mesa onde estava sentada e sorriu maliciosamente.

Apenas a acompanhei para fora da casa. Nós entramos em meu carro e mesmo a lei obrigando-me a não dirigir, pisei firme no acelerador. Savannah ligou o rádio e pôs o volume no máximo. Ela gritava de alegria e gargalhava sem motivo... Literalmente estava fora de si.

- Aonde vamos? – Perguntei baixando o volume da música para que me escutasse.

- Para a minha casa. – Disse enquanto cruzava lentamente as pernas... E que pernas!

- Seus pais estão em casa, princesa? – Tentei manter meus olhos apenas em seu rosto sorridente.

- Eu não sei. – Ela riu.

Acelerei ainda mais o carro e segui em caminho de sua casa, que por sorte não ficava tão longe de onde estávamos. Quando chegamos, Savannah demorou alguns minutos para acertar a chave no buraco da fechadura, e depois que finalmente conseguiu, nós entramos em silêncio e ela segurou minha mão, levando-me até seu quarto no andar de cima.

Summers fechou a porta e eu me aproximei, a prendendo por completo na parede e a beijando outra vez. Senti suas mãos passarem por dentro da minha blusa, o que me fazia cócegas , a segurei em meu colo e caminhei até a cama, onde literalmente a joguei. Ela se ajoelhou e se aproximou de mim já tirando minha camiseta e a jogando no chão. Fiz o mesmo com a dela.

Enquanto toda a primeira emoção acontecia, um sentimento de culpa tomava conta de minha mente, impedindo minha total concentração.

- Princesa. – A afastei. – Eu sei que você não quer fazer isso... Agora.

- É claro que eu quero! – Puxou-me para cima da cama e beijou-me já colocando as mãos no cinto da minha calça.

- Você quer mesmo perder sua virgindade bêbada? E comigo? E bêbada? – Perguntei tentando focar no jeito que suas mãos deslizavam pelo meu corpo.

- Eu não sou virgem. – Sussurrou em meu ouvido.

Foi então que toda a culpa que eu sentia simplesmente havia sumido e o grande Bily voltado à ação.

A tirei de cima de mim e joguei seu corpo para o outro lado. Ela sorriu e novamente tentou tirar meu cinto, desta vez, conseguindo abrir a fivela. Levantei da cama e corri até o seu banheiro, onde procurei de maneira rápida por preservativos... E acabei encontrando um pequeno pote rosa cheio deles.

- Que safada! – Pensei alto.

Voltei correndo para a cama, mas deparei-me com Savannah já dormindo em um sono profundo.

- FALA SÉRIO! – Gritei para que ela acordasse, mas não deu muito certo.

Retirei meu celular do bolso, o relógio nele marcava 04h37min. Pensei em ir para casa, mas resolvi deitar junto com Summers e tentar dormir daquele jeito mesmo.

Não demorou muito para que ela me agarrasse como um ursinho em sua cama, mas sentindo aquele seu perfume e a maciezes de seus cabelos fui impedido de ficar bravo com ela por adormecer. Logo, adormeci também.

Summers, Savannah.

**

Uma dor forte em minha cabeça me fez despertar. Eu estava extremamente confusa sobre tudo, literalmente era a pior ressaca que já tive em minha curta vida.

Me assustei com a presença de Nathan ao meu lado, sem camisa e com as calças abertas, mas o pior é que eu estava praticamente do mesmo jeito.

-NATHAN! – Gritei alto o suficiente para acorda-lo em um pulo. – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NA MINHA CAMA DESSE JEITO? – Levantei-me e me cobri com uma camiseta que encontrei no chão.

- Me diga você. – Falou indignado enquanto sentava o copo na cama. – Era para estarmos pelados, mas graças a você...

- O que aconteceu exatamente? – Interrompi.

- Você achou que não daria conta e dormiu. – Falou em tom irônico enquanto fechava o cinto da calça.

- Merda. – Pensei alto enquanto lembrava de tudo que havia acontecido. – Merda! – Repeti.

- Essa camiseta é minha. – Ajoelhou-se na cama e estendeu a mão para que eu a entregasse.

Me aproximei da cama ainda em estado de choque. Entreguei a camisa para Nathan e sentei-me logo ao lado onde estava ainda tentando compreender os motivos das besteiras que tinha feito.

- Eu disse que até o final da festa te beijaria. – Sussurrou por trás em meu ouvido.

- Nathan, Não acredito que você fez isso comigo! – Virei-me para ele e o encarei desapontada.

- Você me disse que não era mais virgem. Se você pode dar para um, pode dar para outro também. – Sentou-se.

- Eu não suporto sua indelicadeza! – Me irritei com jeito que falou de mim.

- Vem aqui e fala isso de pertinho. – Me desafiou junto a um sorriso largo acompanhado de uma mordida de leve em seu lábio.

- Eu... – Me aproximei um pouco. – Não Suporto você! – Cochichei bem em sua frente.

Notei seu sorriso aumentar junto a uma pena gargalhada. Nathan me puxou fortemente, fazendo-me deitar na cama por baixo dele.

- Ta com soninho agora, princesa?- Segurou firme meus braços, os prendendo.

- Eu vou gritar se você não sair de cima de mim. - Ameacei.

- Eu vou te fazer gritar até perder a voz.

- Isso é estupro, Nathan. Saí de cima de mim! – Me sacudi de um lado para o outro, tentando me soltar. – Seu Gordo! – Completei.

- Hey, que dia é hoje? – Ele mudou de assunto.

- Acho que quinta ou sexta, mas o que isso importa? – Franzi a testa. – Sai de cima! – Insisti.

- Nós temos aulas hoje. – Lembrou. – Quem foi o idiota que fez uma festa no meio da semana?

- Acontece que ninguém vai à aula hoje. – Parei de tentar me soltar. – Nathan, o que eu tenho que fazer para você sair de cima de mim e ir embora? - Percebi que minha frase não saiu como o planejado.

- Se você soubesse cada coisa que eu pensei... – Maliciou.

- Cala a boca.

Escutei meu celular tocando. Nathan finalmente saiu de cima de mim e eu corri até a mesa do meu quarto onde estava. Era um numero desconhecido, mas mesmo assim resolvi atender.

- Alô?

- Savannah? É James Masters.

- James! Como conseguiu meu número? – Nathan debochava do jeito como falava com ele.

- Sua amiga me deu ontem a noite, espero que não se importe.

- Sem problemas. E sobre ontem à noite...

- Eu sinto muito por ter dormido naquela cadeira. – Me interrompeu.

- Eu que sinto muito pelo que aconteceu entre você e Nathan. – Me senti envergonhada.

- Apesar de o meu olho estar totalmente inchado, está tudo bem. – Riu. – Eu estava pensando, você quer sair comigo talvez, essa noite?

- Sair com você? E-Eu adoraria! – Gaguejei entusiasmada. 

- HEY PRINCESA, VOLTA PARA CAMA! – Nathan gritou para que James o escutasse.

- Tem alguém com você aí? – Ele perguntou do outro lado da linha.

- Não, é apenas a Tv. – Corri para o banheiro e me tranquei lá. – Você pode vir me buscar as 19h.

- Ótimo, estarei aí. Até mais tarde! – Se despediu e desligou o telefone.

Eu estava incrivelmente animada para este encontro. Finalmente daria a chance que James merece e nesta vez, não teria Nathan para atrapalhar. Será apenas James e eu em um momento de filme romântico.

Saí do banheiro com um sorriso estampado em meu rosto. Larguei meu celular em cima da mesa, vesti minha camiseta e pulei para cima da cama, sentando-me.

- Não acredito que vai bancar a animadinha logo para mim. – Disse Nathan de maneira rude.

- Vai ser perfeito! Exatamente o encontro como eu sempre sonhei. – Suspirei fundo como uma garotinha apaixonada.

- Não minta para mim. Eu sei que você não gosta dessa babaquice. – Falou vestindo sua camiseta.

- E do que você acha que eu gosto, Nathan? – Me virei para sua direção.

- Eu sei que você prefere alguém que te irrite ao máximo ao invés de alguém que só queira conversar. Prefere alguém que não tenha medo de se arriscar quando está com você ao invés de alguém que siga um roteiro de filme romântico... Alguém que tenha atitude para te beijar quando quer e passar a mão pela sua perna ou invés de ficar apenas segurando sua mão... Ou seja, você prefere a mim ao invés do James.

Gargalhei de maneira alta e exagerada.

- Acho que está na hora de você ir para casa. – Fiquei séria novamente.

- Eu vou se você me prometer uma coisa. – Levantou da cama e esticou sua mão para que eu a segurasse.

- O que você quer? – Permaneci sentada e ignorei seu gesto.

Natha sorriu e puxou minha mão com força para perto dele.

- Me promete que não vai beijar aquele cara esta noite! – Tirou seu sorriso do rosto e ficou extremamente sério.

- Acho que você não tem poder nenhum sobre mim. – Respondi enquanto tentara tirar sua mão que apertava meu braço. – Eu ainda vou ficar cheia de hematomas nos braços. – Completei minha frase indignada. 

- Posso fazer alguns hematomas no seu pescoço. – Voltou a sorrir.

- Prefiro você sem esse sorriso de estuprador.

- Prefiro você sem roupa. – Mordeu o lábio de maneira mais maliciosa possível. – Então, você promete? – Voltou ao assunto.

- Eu faço o que eu quiser, não fique com ciúmes. – Cruzei os braços.

- Se você não me prometer eu vou te trancar no banheiro e você não vai ter como ir encontrar seu galã babaca.

- Você não teria esta audácia! – Apertei os olhos e prendi meus pés no chão.

- Pensando bem. – Respirou fundo. – Se eu te prender, não terei vantagem nenhuma, então é o seguinte. – Se aproximou para falar em meu ouvido. – Se você não prometer, eu vou te beijar do mesmo jeito que ontem a noite, talvez seja até melhor se você não dormir outra vez. – Completou.

- Tá bom. – Afastei meu rosto. – Eu prometo. – Falei o mais rápido possível.

- É uma pena. – Largou meu braço e jogou seu corpo na minha cama outra vez. – O que vamos almoçar?

- Você vai ir para casa agora mesmo! – Caminhei até a porta do quarto e a abri. Lá estava minha mãe, pronta para falar comigo até perceber a presença de Nathan.

- Quem é esse, Savanna? – Franziu a testa.

Fiquei em silêncio apenas a encarando. Gelei inteiramente por dentro. Não sabia qual reação esperar dela, realmente não sabia.

- Olá senhora, me chamo Nathan Parker. – Ele se aproximou e estendeu a mão para cumprimenta-la.

- O que faz aqui no quarto de minha filha está hora, Senhor Parker? – Ela o cumprimentou e desviou sua atenção do celular para olha-lo melhor.

- Eu a trouxe para casa esta manhã e acabamos nos perdendo no tempo enquanto conversávamos, Senhora Summers.- Nathan estava sento extremamente educado e mentiroso. – Espero não tê-la incomodado. – Completou.

Por mais incrível que pareça, minha mãe abriu um breve sorriso para ele como resposta.

- O almoço está pronto e eu estou indo trabalhar novamente. – Avisou-me e saiu mexendo em seu celular como normalmente.

- Não acredito que minha mãe gostou de você! – Me virei para Nathan completamente boquiaberta.

- Todos gostam de mim, princesa, inclusive você. – Ironizou. – Vamos? – Começou andar para fora do quarto, mas eu o segurei antes que continuasse o caminho.

- Não, você vai para casa agora.

- Quer saber? Eu vou mesmo. – Se aproximou. – Te vejo amanhã, princesa. – Colocou suas mãos na minha cintura e puxou-me para próximo dele, beijou meus lábios rapidamente e desceu as escadas sem olhar para trás.

Minha barriga estava doente muito, resolvi não ir almoçar e permanecer em meu quarto.

Peguei meu celular em cima da mesa e joguei-me outra vez para cima da cama completamente desarrumada e olhei as atualizações das pessoas no Facebook. Haviam algumas solicitações de amizades para mim, uma delas, era de James. Em seu perfil mostrava que não estava em um relacionamento e em suas fotos mostrava o quanto era lindo... Uma foto mais bonita que a outra.

Outra solicitação de amizade foi de um garoto que logo achei familiar... Era o tal idiota com quem dancei noite passada, descobri que se chama Jake.

- Amiga! – Me assustei com o grito de Ali que estava parada em frente a minha porta.

Como as pessoas conseguem entrar de um jeito tão fácil aqui?” – Pensei indignada por mais uma visita inesperada.

- O que faz aqui esta hora? – Sentei na cama enquanto ela se aproximava e sentava ao meu lado.

- Vim te ajudar com seu encontro. - Disse animada como sempre.

- Como sabe disso? – Franzi a testa.

- Fui eu quem passei seu numero pra ele e era obvio que ele iria te chamar para sair. – Levantou e caminhou até meu closet onde procurava por roupas. – Encontrei o Nathan Parker aqui na sua rua. – Gritou de lá.

- É? – Me preocupei. – E vocês conversaram? – Queria descobrir mais.

- Claro né. – Ela se aproximou de mim rapidamente. – Ele pediu meu numero do celular. – Gritou como uma garotinha animada.

Filho-da-puta” – Pensei enquanto sorria falsamente.

- Ele disse que vai me ligar para a gente sair. – Falou enquanto voltava para o closet.

Não acreditei nas palavras de Ali. Eu já esperava por isso, mas não tão rápido assim, afinal, ele estava na minha casa há poucas horas atrás. Talvez ele estivesse fazendo isso apenas por ciúmes já que vou sair com James. Não posso deixar que ele use minha amiga desse jeito, mas também não posso contar o que aconteceu.

- Achei a roupa perfeita para você! – Ela trouxe nas mãos uma calça justa com uma blusa preta brilhosa.

- Eu não quero ver isso agora. – Deitei-me na cama. – Preciso dormir um pouco. – Aconcheguei-me.

- Você não pode dormir.

A ignorei, mas seu celular a distraiu da minha falta de interesse.

- OMG. O Nathan Parker que sair comigo esta noite! – Começou a pular na cama.

Foi então que tive total certeza de que isso tudo era apenas ele tentando me incomodar, tentando me fazer ficar tão enciumada quanto ele, mas é obvio que isso não irá acontecer, afinal, eu vou sair com um gato essa noite e eu não me importo com “Nathan Parker”.

- Aonde vocês vão? – Perguntei sonolenta por ter uma noite bem agitada.

- Espero que para a casa dele. – Falou baixo e riu de sua própria resposta.

Alicia continuou falando sobre suas expectativas para seu e meu encontro, mas não dei atenção, apenas fechei os meus olhos e abracei um travesseiro ao meu lado. O cheiro que ali estava lembrou-me outra vez de Nathan junto a mim... Fez-me companhia até eu adormecer.

[...]

Acordei-me e olhei o relógio em meu celular: 17h14min.

Olhei ao redor, o quarto estava vazio. Esfreguei meus olhos, me espreguicei e levantei da cama arrastando-me até o banheiro. Meu rosto estava um lixo total e meu ânimo pior ainda. 

- Savannah. – Era minha mãe parada na porta do banheiro muito bem arrumada, como sempre. – Eu terei que fazer uma viagem de negócios de ultima hora. Só voltarei em dois dias. – Disse.

- Ok. – Respondi apenas.

- As empregadas tomaram conta de você. Nada de festas! – Caminhou até meu encontro e me abraçou.

- Mas e o papai? – Não correspondi ao seu abraço.

- Seu pai irá comigo. – Afastou-se. – Adeus querida. – Saiu fazendo barulho com seus sapatos de salto.

Esse tipo de viagem nunca foi um problema para mim, na verdade, me admira ela ainda me avisar quando parti... Não que eu realmente me importe.

Entrei em meu closet e lá encontrei uma cadeira com uma roupa dobrada e um pequeno bilhete, “Separei sua roupa. Boa sorte. Xoxo Ali.”. A roupa era completamente horrível. Tudo tão rosa, tudo tão decotado, tudo tão... Horrível, mas nunca fui de me rebelar, sempre sigo os padrões de moda que Ali impõem. Aquela roupa era um exemplo perfeito do que eu havia virado por conta disso.

Fiz todo o ritual de sempre: Banho, roupas e acessórios, cabelo e maquiagem. Demorei tempo o suficiente para estar exatamente pronta no horário em que meu celular tocou avisando-me de uma mensagem de James. Avisei a uma empregada que iria sair e não tinha hora para voltar. Tentei parecer mais animada possível até a chegada dele.

De dentro de um conversível preto, ele saiu com seu embalo enquanto caminhava e muito, muito, muito swag.

- Oi. – Sorriu tímido, pôs a mão quente em meu rosto e beijou minha bochecha rosada. – Podemos ir? – Segurou minha mão e levou-me até seu carro.

Enquanto o via abrir a porta para mim e entrar no carro, senti toda a animação voltar. Era meio que impossível não se animar com um garoto tão lindo ao lado.

- Aonde vamos? – Perguntei enquanto atravessava o cinto de segurança em meu peito.

- A um lugar especial. – Sem tirar seu sorriso do rosto, ele piscou e ligou o carro.

Liguei o rádio que tocava “Let Me Love You – Neyo”. James tirou uma mão do volante e segurou a minha. Não consegui deixar de olha-lo. Eu realmente estava vivendo um romance como de filmes, aqueles que toda a garota sonha em ter um dia.

Após alguns minutos, ele parou em um lugar escuro repleto de árvores. Descemos os dois do carro e ele novamente segurou minha mão.

- Feche os olhos. – Cochichou em minha frente.

Com um sorriso largo e borboletas em minha barriga, fechei os olhos e deixei que ele me levasse até o tal lugar especial.

- Pode abrir.

Sua mão soltou da minha e me deparei com uma imagem inacreditável. Onde estávamos era possível ver toda a cidade, todas as suas luzes, mas sem nenhum barulho. Sentamos em um banco logo à frente. Meus olhos ainda estavam vidrados no brilho que aquela união de luzes faziam, completamente inacreditável.          

- Por que me trouxe aqui? – Voltei-me para ele.

- Eu gosto deste lugar. – Falou enquanto admirava a paisagem a frente. – Gosto de vir aqui e aproveitar esse silêncio e esta paisagem. – Riu tímido. – Eu sou meio careta, eu sei.

- Claro que não. – Segurei em sua mão, fazendo-o olhar para mim. – É perfeito... O lugar é perfeito. – Confundi-me nas palavras. – Mas você também é bonito. – Brinquei fazendo-o rir.

- Você é linda. – Levou sua mão até meu rosto novamente, colocando uma pequena mecha do meu cabelo para trás da orelha e começou a se aproximar.

Minha barriga estava sendo invadida por mais borboletas, daquelas que te fazem ficar até enjoada, mas minha mente estava sendo invadida por Nathan, aquele que me fez prometer não beijar James nesta noite.

Durante aqueles poucos segundos em que se aproximava, tentei arranjar coragem para me afastar... Mas eu não tinha que cumprir aquela promessa, pois do jeito que Nathan e Alicia são, os dois já estariam na terceira transa, não tinha porque fazer o que aquele idiota pediu.

Aproximei-me mais rápido de James e o beijei tentando fazer aquele encontro mais mágico ainda. O jeito como me beijava era totalmente romântico, apaixonado e intenso. Suas mãos ficaram apenas em meu rosto e seus olhos permaneceram fechados durante todo o tempo... Mas eu não deveria saber deste ultimo detalhe.

- Desculpe. – Sussurrou em meio a escuridão ainda com seu rosto encostado no meu. – Não quero apressar nada com você, acho que temos tempo para qualquer coisa. – Completou se afastando um pouco.

Permanecemos em silêncio. Sorrisos estampados em nossas faces mostravam o quão felizes estávamos. Aproximei-me e deitei minha cabeça em seu ombro, ficamos olhando aquele lugar maravilhoso que nos fazia refletir sobre tudo que estava acontecendo.

Confesso que foi difícil pensar em coisas boas, porque na verdade eu não sei se estavam acontecendo muitas coisas boas, eu nem sei  ao menos se um dia eu pude dizer que era completamente feliz, mas mesmo assim, permaneci pensando sobre tudo, incluindo Nathan Parker que foi o principal a passar pela minha cabeça. Por mais que eu não quisesse e tentasse realmente imaginar sobre alguma outra coisa, a dúvida sobre o que Ali e ele estavam fazendo estava me corroendo. Não quero que ele machuque minha amiga para tentar me machucar, não quero que ele a use... Apenas isso.

O tempo passou rápido. Nossas mãos se alisavam da maneira mais carinhosa possível. Algumas luzes já estavam se apagando nos prédios principais da cidade. A escuridão total estava se aproximando.

- Acho melhor eu te levar para casa. – James falou enquanto levantava do banco e esperava a minha reação.

- Eu não sei nada sobre você. – Levantei-me também.

- O que exatamente você quer saber? – Começamos a caminha até o carro que não estava longe.

- Não sei. Me fale sobre coisas que você gosta. – Passei minhas mãos rapidamente sobre meus braços demonstrando frio. Quando percebeu, colocou seu casaco em meus ombros e me abraçou enquanto caminhávamos.

- Hum. – Respirou fundo. – Eu gosto de tudo. Apesar do meu estilo moderno, eu prefiro coisas mais antigas, histórias antigas, lugares antigos, tudo que tiver um pouco de mistério eu me entrego completamente. Digamos que eu goste do que me faz pensar, refletir. E você? – Entramos no carro.

- Eu gosto de tudo. - Sorri tímida. – Eu sou super moderna, mas não gosto de coisas fáceis. - Completei.

- Ainda bem que eu sou um cara muito difícil. – Ele brincou me fazendo rir. – Savannah, posso te fazer uma pergunta? – Se aproximou um pouco. – O que exatamente você tem com o Nathan?

Aquele nome caiu como uma pedra sobre minha cabeça... Quando eu finalmente havia parado de pensar nele, James fez questão me lembrar.

- Eu não tenho absolutamente nada com ele! – Exclamei.

- Eu sei que isso não é verdade, eu posso ver em seus olhos. – Respirou fundo enquanto rolava os olhos para os lados. – Eu sei que na noite da festa você foi procurar por ele.

- Eu não fui. Eu estava procurando um banheiro e encontrei com ele. – Tentei explicar o que de fato, era verdade.

- Durante quase um ano, eu olhava para você na minha frente durante a aula. Todo o dia fazendo praticamente os mesmos movimentos, sempre com o celular na mão. – Riu das lembranças. – E eu nunca tive coragem de ir falar com você porque achava que era apenas mais uma garota hipócrita, mas eu estava errado sobre isso. – Voltou seu olhar para mim. – Se eu apenas tivesse cutucado seu ombro antes dele aparecer...

- Nathan e eu nunca vamos poder ficar juntos. – O interrompi. – Somos tão diferentes um do outro, tão incompatíveis. Ele só sabe me irritar e nós só conseguimos conversar quando estou bêbada e ele me deixa tão brava e agoniada... – Respirei fundo e fixei meus olhos em minhas mãos. –E ele é o problema. – Dei-me conta da verdade que talvez, sempre soubera.

- Mas você o ama. – Disse em tom baixo.

- Não! – Respondi o mais rápido que pude e o encarei.

- Eu posso te fazer esquecer ele. – Tocou em minha mão.

- Não tenho o que esquecer, James. 

- Então eu posso te fazer pensar apenas em mim se você me der à chance de invadir sua mente toda hora... Assim como ele faz.

                


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem a demora. Espero que tenham gostado deste novo garoto tanto quanto eu. xoxo/ Thais.