I Found You escrita por Songwriters


Capítulo 4
Capítulo IV - I'll Be Your Strength.


Notas iniciais do capítulo

Título do capítulo dedicado à música I'll Be Your Strength da banda The Wanted.



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Summers, Savannah.

Confesso que minhas pernas ficaram bambas e as palavras de Nathan me acertaram como um soco forte no estômago.

Senti suas mãos deslizarem lentamente até pousarem na minha cintura. Seus olhos estavam tão fixos nos meus que consegui acreditar durante alguns minutos que o tempo havia parado de vez. Tentei me afastar, mas a parede onde eu estava encostada não me permitia fazer nenhum movimento a não ser encara-lo também. Nathan levou sua mão até meu rosto e pôs a pequena mecha do meu cabelo para trás da orelha. Eu simplesmente fechei os olhos e entreguei-me as suas caricias.

O sinal tocou mais uma vez assustando-nos pelo barulho alto em meio ao silêncio que já estávamos acostumados. Não demorou muito para que as pessoas voltassem a perambular pelo corredor em busca de suas próximas aulas, não tínhamos outra escolha a não ser nos afastar e disfarçar o clima que estava acontecendo.

– Eu vou para aula agora. – Foi o que consegui dizer naquele momento.

Novamente os braços de Nathan me impediram de seguir meu caminho, mas desta vez, foi um pouco menos rude e de maneira discreta, ele se aproximou.

– Te vejo depois, princesa. – Sussurrou em meu ouvido acompanhado de um curto beijo em meus lábios.

Acompanhei sua saída com os olhos até que desaparecesse por completo em meio a multidão que ainda estava no corredor.

Mesmo ainda estando em choque por tudo que havia ocorrido, segui também meu caminho até o ginásio, onde tínhamos um pequeno tempo para ensaiar uma dança nova para um grande jogo que teríamos em breve.

Normalmente os ensaios de líder de torcida ficam no turno da tarde, logo após o término das aulas, mas era uma ocasião especial, o diretor do colégio é extremamente competitivo e teríamos que mostrar que somos melhores para o colégio adversário. O bom de toda essa competitividade é que ao invés de estar em uma aula chata de química, eu iria fazer o que mais gosto e me focaria na dança.

Quando cheguei ao ginásio, as garotas já estavam reunidas em um pequeno circulo apenas a minha espera.

– Amiga! – Ali correu ao meu encontro. – Estávamos te esperando para começar. – Completou enquanto seguíamos o caminho até o centro do local. Permaneci em silêncio e sorridente, para que ninguém notasse a minha aflição.

Joguei minha bolsa no chão e retirei o pequeno Ipod que lá estava e o conectei ao pequeno rádio. Começamos o breve alongamento que estava me deixando mais aflita ainda.

Minha boca estava calada, mas meus pensamentos estavam à milhão. Eu ainda estava tentando compreender aquelas palavras que Nathan havia dito. O que me coroia não era as meras palavras, mas sim o jeito como as foi ditas, carregadas de sentimentos e mistérios. Como ele poderia me dizer que estava apaixonado se mal nos conhecemos, afinal, nós ainda somos dois completos desconhecidos... Mas e se esse for o destino? E se desde o inicio nossas vidas foram traçadas para ficarmos juntos? Se essa história clichê de filmes de romance realmente existisse e se encaixasse nas nossas vidas, não seria estranho já sentirmos paixão um pelo outro, porque talvez o tempo apenas estivesse ao nosso favor... Mas se o tempo está ao nosso favor, se meu destino seja ficar junto com ele, porque eu me silenciei naquele momento? Eu deveria ter respondido algo, não deveria?

Quando me dei conta, as garotas já estavam nas posições iniciais para a dança e a música já havia sido trocada. Só restava eu ainda no chão segurando meus pés para alonga-los.

Nem mesmo aquela música alta, aquela dança que havia demorado a montar e estava tão orgulhosa podiam me fazer ter concentração, meu pensamento estava tão longe, que durante a dança, meus passos foram completamente robóticos.

Era a hora do momento mais importante, meu duplo twist carpado. – Uma pirueta de giro em torno de si seguido de um mortal duplo. Eu era a única que conseguia fazer um salto como esse, pois desde que me conheço, sou uma ótima ginasta.

Eu já estava pronta para fazer, mas meu foco mais uma vez desapareceu quando comecei a escutar o cochicho de algumas garotas que falavam sobre a presença de Nathan. Ele estava lá, sentado na arquibancada e aquele pequeno sorriso foi o suficiente para me fazer perder a força. Tentei olhar para frente e enxergar apenas o vazio que estava, mas não foi o suficiente. Durante o mortal, minhas pernas amoleceram e cai batendo minhas costas e minha cabeça no chão.

– Savannah! – Ouvi algumas garotas gritarem meu nome até que todas se uniram a minha volta.

– Amiga você está bem? – Alicia estava em pânico enquanto tentava me abanar com suas mãos para fazer o ar voltar a correr.

Eu queria responder que sim, mas não tive força para falar e nem para me levantar. A dor na minha cabeça estava forte o suficiente para me cegar até eu simplesmente apagar.

Parker, Nathan.

Passei os primeiros minutos totalmente inquieto na sala de aula, até eu finalmente decidir sair. Juntei minhas coisas e deixei o lugar sem ao menos dar explicações ao professor que já iniciava sua aula.

Estava totalmente convencido de que estava apaixonado por Savannah, também pelo simples fato, porém inexplicável, de como eu gosto de mexer com ela. Eu até admito que sou um pouco intrometido as vezes, mas eu sei que ela gosta, na verdade, eu consigo sentir o nervosismo dela quando eu me aproximo ou quando seguro sua mão e por mais que ela tente negar, seus olhos mostram o quanto envergonhada ela fica... Eu adoro isso.

Enquanto caminha até o banheiro, escutei uma música alta vinda do ginásio e como não tinha mais nada para fazer, resolvi ir conferir o que estava acontecendo. Para minha total surpresa, era Savannah e outras garotas gostosas usando calças justas enquanto se alongavam. Resolvi me aproximar lentamente para assistir.

Fiquei um tempo quieto, apenas olhando elas, mas especificamente uma que se destacava entre todas. Realmente não conseguia entender o porquê de toda aquela fixação pela única garota que me rejeita, talvez seja até por esse motivo que ela chame tanto minha atenção, ou eu simplesmente estava passando por um momento de carência, mas eu nunca fui homem de uma mulher só e não seria desta vez que deixaria de olhar as bundas das outras garotas para cuidar do sorriso de uma.

Não demorou muito tempo para que minha presença fosse notada. Summers que parecia concentrada, ela olhou para mim durante poucos segundos e foi o suficiente para perceber sua mudança de humor repentina.

Já que minha discrição não havia funcionado, sentei-me na arquibancada para assistir ao seu próximo passo, mas um descuido rápido fez com que ela acabasse caindo brutalmente no chão.

Todas as garotas se uniram em sua volta, bloqueando totalmente minha visão. Pulei da cadeira onde estava sentado e corri até lá, mas Savannah já estava desfalecida. Sem pensar muito, a segurei em meus braços e caminhei até o lado de fora do ginásio acompanhado de algumas outras garotas que também pareciam preocupadas.

– Para onde eu a levo? – Perguntei nervoso por ela ainda estar inconsciente.

– Para a enfermaria. – Respondeu-me uma das garotas apontando para uma porta que ficava no fim do longo corredor.

– Não. – Alicia segurou em meu braço me impedindo de leva-la até lá. – Vamos ir direto ao hospital, lá eles saberão exatamente o que fazer e cuidarão melhor dela. – Completou já caminho até uma porta de saída que ficava ao nosso lado.

– Eu dirijo. – Gritou Marry correndo na frente para abrir o carro.

Alicia, Marry e eu seguimos até o carro, onde coloquei Summers com cuidado no bando de trás e sentei ao seu lado. Todos nós estávamos nervosos o suficiente para não trocar nenhuma palavra, mas não estávamos em silêncio, pois Alicia estava chorando baixo logo à frente e também consegui ver o espelho que refletia seu rosto borrado de maquiagem.

Ao virar-me para ver se Savannah já havia acordado, notei que sua cabeça estava deitada sobre meu ombro, como se nós dois estivéssemos apenas dormindo juntos outra vez e completamente conscientes disso, mas apesar de sua beleza me encantar completamente, não havia nada de romântico naquela cena, afinal, ela estava desmaiada!

A cada minuto que passava, meu nervosismo só aumentava. Segurei sua mão de maneira discreta para que Marry e Alicia não vissem e a coloquei em meu colo, como se estivéssemos apenas nós dois naquele local.

Quando chegamos, retirei-a cuidadosamente do carro e entramos no hospital. As garotas passaram na frente para conseguirem atendimento rápido, mas nós estávamos em um hospital particular, atendimento imediato era o mínimo de se esperar.

Savannah foi rapidamente colocada em uma maca acompanhada por dois enfermeiros que a levaram para dentro, e nós três ficamos do lado de fora tentando ainda nos recuperar do grande susto e rezando para que não fosse nada grave.

Summers, Savannah.

Meus olhos se abriram lentamente e uma pequena luz ao meu lado me cegava por completo. Não consegui reconhecer o lugar que estava, mas sabia que não era comum e já era noite.

Após alguns minutos, finalmente consegui enxergar as coisas ao meu redor com clareza, como a pequena luz que na verdade se tratava de uma televisão e logo ao lado, havia uma porta aberta que dava para o banheiro e também tinha um pequeno móvel, aparentemente de ferro, que continha três gavetas. Por causa de uma enorme enxaqueca, não consegui virar minha cabeça, mas logo descobrir estar em um hospital por causa da cama onde estava deitada.

Minha boca estava extremamente seca. Pensei em apertar o pequeno botão para chamar alguma enfermeira, foi então que me dei conta de não estar segurando o controle e sim a mão de alguém, a mão de Nathan.

Ele estava ali, sentado em uma cadeira ao lado da minha cama, segurando minha mão com firmeza, aparentemente desconfortável e coberto pela sua jaqueta velha. Foi difícil de acreditar naquela cena. Deixei-me esquecer da dor que sentia e da sede enquanto o admirava dormindo. Sua mão estava extremamente gelada por conta do frio que fazia naquele quarto de hospital, a apertei lentamente para ter certeza de que Nathan Parker estava realmente ali, não era Alicia, nem Marry e muito menos meus pais, era o garoto mais idiota, mais metido, mais irritante do mundo, simplesmente cuidando de mim... Nossos dedos entrelaçados, o calor da minha pele junto à pele fria dele, nada fazia sentido!

– Está se sentindo melhor? – Ele sussurrou ao acordar com meus toques em sua mão.

– Você deve estar morrendo de frio. – Disse apenas.

– Não se preocupe comigo, princesa. – Piscou acompanhado de um sorriso.

– Se quiser pode deitar aqui comigo, mas só se você quiser. – Arrastei-me um pouco para o lado da cama e mostrei o espaço que tinha.

– Nem mesmo doente você consegue resistir aos meus charmes, não é?! – Riu debochadamente enquanto espreguiçava-se.

– Então fique ai nessa cadeira desconfortável. – Me virei para o lado contrário. – Ou pode ir para sua casa se quiser. – Fingi dormir.

Escutei sua risada e logo se deitou junto comigo.

– Se quiser pode abraçar meu braço de novo, mas só se quiser. – Repetiu minhas palavras em tom mais debochado ainda.

Vire-me para seu lado outra vez e realmente o abracei.

– Porque você está aqui, Nathan? – Perguntei quase sussurrando.

– Ah, você sabe... – Aparentou estar confuso. – Suas amigas não puderam ficar e seus pais, eles estão viajando e...

– E você ficou com pena de mim. – O interrompi. – Já entendi. Você descobriu que na verdade eu sou uma garotinha rica que é rejeitada pelos pais e que tem duas amigas que se preocupam mais com a pele delas do que comigo. Que história clichê, não acha? – Completei ironizando minhas palavras.

Riu jogando sua cabeça para trás.

– Do que está rindo? – O encarei sem entender.

– Na realidade, de ontem para hoje, eu descobri várias coisa. A primeira é que, você não pode me ver que cai literalmente de cara no chão. A Segunda é que a Alicia é uma pessoa extremamente sensível. – Rimos juntos. – E a terceira é que você é uma garota quase tão forte quanto eu. – Completou já sério.

– O que você quer dizer com isso? – Perguntei.

– Eu consigo ver que você demonstra ser uma garota totalmente dependente dos outros, uma garota que ocupa a mente apenas com filmes de romance, festas e coisas cor de rosa. – Respirou fundo. – Mas na verdade, você é totalmente o contrário só que ainda não descobriu isso. Summers, você não precisa fingir ser uma pessoa que não é, e se seu problema for apenas medo do que os outros vão pensar ou até mesmo medo do que você possa se tornar, eu quero te avisar que eu estou aqui e sei que nós podemos passar por tudo isso junto... Toda vez que precisar, eu serei sua força!

Tirei meus olhos fixados no chão e o admirei ao terminar de falar. Suas palavras estavam mais uma vez carregas de sentimentos e mais mistérios, mas desta vez, permaneci em silêncio propositalmente, não queria estragar aquele momento.

Deitei minha cabeça em seu peito e apertei firme sua mão.

Pela primeira vez em muito tempo, não me senti como uma intrusa na vida de alguém, eu apenas encontrei alguém tão desconhecido quanto eu, e talvez as coisas não sejam para simplesmente serem entendidas como simples respostas, mas sentidas de todos os jeitos possíveis!



















































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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora para postar, mas espero que tenham gostado!!/ Thais.