I Found You escrita por Songwriters


Capítulo 10
Capítulo X - You're The One I Want


Notas iniciais do capítulo

Título do capítulo dedicado a música Chloe (You're The One I Want) do Emblem3.



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Summers, Savannah

***

- Mas o que está acontecendo aqui? - Acordei-me assustada ao ouvir uma voz estranhada aos berros logo a nossa frente. James acordou em um pulo e se afastou de mim ao se sentar na cama.

- Mãe, achei que você só voltasse mais tarde para casa. -Tentou explicar para sua mãe o motivo de estarmos ali, dividindo a mesma cama.

- Então é só seu pai e eu sairmos um pouco que você já trás uma... Uma messalina para deitar junto à você na minha casa? - Suas palavras rudes me deixaram levaram do nível envergonhada para revoltada. “Quem acha que é para me chamar de messalina?”

Ignorei completamente a briga de James com sua mãe. Levantei-me, calcei meus sapatos e fui embora as presas antes que acabasse falando algo que poderia me caracterizar com o meu novo “apelido”.

Estava quase na hora do almoço, havia poucas pessoas na rua e minha barriga gritava por comida, mas não tinha nenhuma intenção de voltar para casa, pelo menos não agora.

Tirei o telefone do bolso e liguei imediatamente para Marry.

- Amiga, você está muito ocupada? - Perguntei enquanto sentava no cordão da calçada.

- Não, precisa de alguma ajuda?

- Aconteceu algo constrangedor comigo, pode vir me buscar e me levar para sua casa?

- Claro, me mande um sms com o endereço.

- Ok, estou te esperando, não demore!

Passei o endereço da casa de James para Mery que não demorou muito à chegar. Logo que entrei no carro, sentei no banco do passageiro e tentei arrumar meu cabelo através do pequeno espelho retrovisor.

- De quem é esta casa e o que estava fazendo aqui? - Perguntou enquanto arrumava novamente o espelho.

- É do James. - Olhei uma ultima vez para porta da frente e começamos nosso caminho.

- Não acredito que você passou todo esse tempo na casa dele! - Exclamou expondo um sorriso de orelha à orelha.

- Esse tempo todo? Na verdade não. - Respirei fundo e fixei meus olhos na estrada a nossa frente.

- Ok, pelo visto você tem muita coisa para me contar. Pode ir começando.

- Eu estava com um garoto que não posso dizer o nome. Ele meio que me seqüestrou e eu odiei isso, mas depois eu amei, depois odiei novamente, amei e odiei. Cheguei ontem em casa e meus pais vieram com um papo de “nós nos preocupamos com você” , e eu acabei ficando brava e fugindo para encontrar James. Nós nos divertidos, nos beijamos, mas a mãe dele nos acordou esta manhã e me chamou de Messalina. - Suspirei fundo novamente, ofegante por ter falado tão rápido.

- Espera, espera! Quem é este garoto? - Abriu novamente aquele sorrido entusiasmado enquanto dirigia.

- Eu disse que não posso dizer o nome dele. - Virei meu rosto para a janela, olhando enquanto estacionava o carro em sua garagem.

- Eu estou morrendo de fome, você vai me contar detalhes sobre isso depois do almoço. - Disse enquanto saíamos do carro e entrávamos em casa.

Caminhamos direto para a cozinha, onde sentamos-nos à mesa já posta e esperamos a mãe de Mery colocar as panelas.

- Oi Savannah, quanto tempo. - Abriu um sorriso carinhoso a me ver.

- Oi Tia. Faz muito tempo mesmo que não nos vimos. Como à senhora está? - Perguntei enquanto atacava aquelas panelas na minha frente. A mãe de Mery é cozinheira no centro da cidade, ela faz a melhor comida do mundo.


- Está tudo ótimo comigo. - Tirou seu avental e pendurou na parede. - Eu tenho que ir trabalhar, bom estudo garotas. - Se despediu e deu as costas.

- “Bom estudo”? - Sussurrei para Mery.

- O que você queria? Não fomos para a aula hoje e você veio para a minha casa, tive que dizer que íamos estudar durante a tarde. - Respondeu baixo.

- Falando nisso, porque você não foi para a escola hoje? - Lembrei que era uma adolescente que freqüentava a escola.


- Você passou o final de semana inteiro sem noticias, precisava me aproveitar disso para matar aula. - Rimos juntas de seu comentário enquanto comíamos.

Após o rápido almoço, jogamos os pratos e talheres na pia e corremos até o quarto de Mery onde, me joguei na cama e me aconcheguei em suas cobertas macias.

- Vamos jogar um jogo. - Entrou no quarto e fechou a porta atrás de você. - Você me dá dicas de como esse tal garoto é e eu tento adivinhar. - Sentou na beirada da cama.

- Não acho que seja uma boa ide... - Interrompeu-me.

- Ok, pode começar. - Rimos novamente.

- Bom. - Suspirei fundo. - Ele é alto, é bonitinho, é moreno e... - Me interrompeu outra vez.

- Nathan Parker. - Arregalei meus olhos e fiquei sem expressão - Eu sabia que era ele, sempre soube na verdade. - Deitou ao meu lado. - Eu sou o máximo. - Riu debochada.

- Eu não disse que se era ele na verdade. - Tentei fazê-la mudar de ideia.


- O que ele fez que te fez odiá-lo? - Virou para meu lado e me encarou com curiosidade.

- Várias coisas na verdade. - Desisti de esconder de Marry. - Mas a ultima coisa foi na verdade por minha culpa... Eu acabei olhando as mensagens novas dele, tinha várias de uma tal de Haley que parecia ter um romance com ele. - Minha garganta começava a apertar enquanto lembrava.

- Por que você fez isso Savannah? - Se levantou se sentou na minha frente.

- Ele mentiu para mim! - Exclamei tentando me defender.

- Você perguntou quem era a garota? Não! - Respondeu por mim. - Pode ser apenas uma ex- namorada.

- Mas tinha foto dos dois no celular dele, fotos com datas de pouco tempo atrás. - Não pude evitar, as lágrimas simplesmente escorreram pelo meu rosto e a dor que sentia era inexplicável.

- Você deveria ter falado com ele, perguntado... - A interrompi.

- Eu não tenho direito nenhum de perguntar com quem ele anda, não sou namorada dele e agora, nem amiga. - Troquei meu sentimento por raiva. Sequei as lágrimas e fixei meus olhos na parede logo atrás.

- E o James sabe do seu amor por Nathan? - Segurou em minha mão.

- Amor? Eu não o amo! - Voltei meus olhos para ela e exclamei.

- Você não respondeu minha pergunta. - Era impossível mentir para Mery, ela conseguia entender tudo o que eu sentia, até mesmo o que eu não entedia.

- Acho que estou tentado me apaixonar por James ou algo do tipo. - Suspirei.- Ele é o cara perfeito, é tudo o que eu sempre sonhei e seria tudo tão mais fácil com ele, ou seria, porque agora a mãe dele me odeia. - Abri um breve sorriso e voltei a ficar séria.

- A gente não escolhe por quem se apaixona.

- O que eu devo fazer então? - Levantei da cama e comecei a andar de um lado para o outro. - Me desculpar? Porque eu nunca vou fazer isso. Eu não estou errada.

- Eu sei que não está. - Parei para olhá-la . - Acho que você deve dizer tudo o que sente. Se ele te levou para passar o final de semana inteiro em “não sei aonde”, ele deve sentir o mesmo que você. - Senti um frio na barriga quando ouvi as palavras de Marry.

- Quando eu devo fazer isso? - Me aproximei.

- Agora mesmo! - Abriu um sorriso malicioso.

A idéia não era não ruim. Eu poderia acabar com toda essa aflição, mas agora? Ficaria muito estranho depois de tudo o que aconteceu.

- Acho que deve ir para casa e ligar para ele. - Levantou, segurou na mão e puxou-me para fora do quarto.

- Onde vamos? - Perguntei tentando acompanhar seus passos apressados.

- Vou te deixar em casa.

Entramos no carro e seguimos o caminho todo em silêncio. Eu estava virada em uma pilha de nervos, toda vez que pensava no que ia dizer, minha barriga doía. Minha vontade era de gritar toda essa aflição, mas ao mesmo tempo, queria apenas pegar um avião para o lugar mais longe possível e nunca mais voltar. “O que ele iria dizer?”, “E se ele rir de mim?”, “E se ele não sentir o mesmo?” Eram perguntas que me amedrontavam muito. Tentei ao máximo não pensar no que estaria por vir, mas era impossível.

- Chegamos. - Estacionou. - Assim que terminar de falar com ele, me liga e conta todos os detalhes. - Sorriu ansiosamente e abriu a minha porta, quase me jogando para fora. - Boa sorte. - Gritou enquanto começava a dirigir novamente.

Suspirei fundo várias vezes enquanto caminhava até a porta. Tirei a chave que ficava escondida logo à frente e entrei. Tirei meu celular do bolso e comecei a digitar enquanto subia as escadas, mas parei em no meio de uma palavra quando ouvi uma voz masculina e, infelizmente, família vinda do quarto de Annie. Me aproximei silenciosamente e abri a porta que estava praticamente fechada, encontrando Annie deitada coberta com seu lençol e aparentemente nua e Nathan em pé, logo na frente da cama.

- O que está fazendo aqui pirralha? - Perguntou Annie franzindo a testa e com o mesmo tom ignorante de sempre.

Não conseguia disfarçar minha decepção para Nathan que, parecia assustado com a minha presença. Permaneci em silêncio por alguns segundos, tempo o suficiente para me fazer acreditar que eu iria me declarar para o garoto mais idiota desse mundo.

- Desculpe. - Falei baixo tentando esconder minhas lágrimas e dei as costas.

- Savannah, espera! - Ouvi Nathan gritar e seguir até meu quarto onde, tentei fechar a porta, mas ele acabou entrando.

- Eu quero ficar sozinha. - Permaneci de costas para ele, tentando ao máximo não demonstrar que estava chorando.

- Eu vim aqui para falar com você. - Tentou se explicar.

- Claro, eu percebi isso. - Debochei fechando a mão em forma de punho e tentando controlar minha raiva.

Ouvi ele fechando a porta com força e suspirando ofegante, como se estivesse a ponto de me bater.

- Eu estou cansado desse jogo. - Caminhou até minha direção, segurou meu braço e me virou para que olhasse em seus olhos. Seu tom mudou no mesmo instante que viu meus olhos e bochechas vermelhas de tanto chorar. - Por favor Savannah, eu não agüento mais isso. - Largou lentamente meu braço, mas manteve seus olhos fixos nos meus.

Desviei meu olhar para o chão e sequei a ultima lágrima que escorreu. Levantei a cabeça novamente e acertei um tapa em seu rosto, forte o suficiente para deixar vermelho sua bochecha, mas não o suficiente para deixá-lo bravo como sempre.

- Eu odeio você! - Exclamei com raiva.

- Não. - Falou baixo e direcionou seu olhar para o chão. - Não odeia.

- Eu deveria odiar você! - Não consegui controlar minhas lágrimas.

- Eu gostaria muito que conseguisse se isso te fizesse parar de chorar. - Voltou seu olhar triste ao meu.

- Eu dormi com o James. - Tentei demonstrar força.

- Isso fez você se sentir melhor?

- Deveria?

- Deveria.

Permaneci calada por alguns segundos, mas antes mesmo de voltar a chorar, abracei Nathan com toda a força que tinha naquele momento, mesmo sabendo como era errado. Seus braços me apertaram com força contra seu corpo, novamente me senti segura, totalmente protegida, mas machucada.

- O que está acontecendo aqui? - Annie parou na em frente a porta ao nos avistar abraçados.

- Você pode ir com ela. - Soltei-me de seus braços e sequei minhas lágrimas.

- De jeito nenhum. - Ele segurou em minha mão e sorriu carinhosamente.

- Então vamos embora. - Respondi á seu sorriso e ignoramos completamente Annie. Corremos para fora de casa e subimos na moto de Nathan.

Corremos em alta velocidade. Abracei Nathan com força e deixei com que me levasse para qualquer lugar que quisesse. Não demorou muito para que chegássemos em uma casa branca, pequena e com uma aparência aconchegante. Nós descemos da moto, ele segurou novamente em minha mão e entramos.

Logo na sala, encontramos um casal de idosos, ela estava em uma cadeira de rodas e ele, sentado em uma poltrona a seu lado. Apesar da cena um pouco triste, os dois estavam de mãos dadas assistindo televisão, era emocionante.

- Pessoal, essa é Savannah. - Levou-me até a frente dos dois velinhos.

- Como ela é linda, Nathan. - Disse com esforço a senhora.

- Muito prazer querida, Nathan fala muito de você. É bom finalmente conhecê-la. - Falou baixo o senhor que me admirava com um sorriso.

- Savannah, esses são meus tios: Rose e Pablo. - Apresentou-me.

- É um prazer conhecer vocês! - Abri um sorriso espontaneamente grande.

- Nós vamos para o quarto, vocês precisam de alguma coisa? - Ele perguntou aos seus tios que apenas negaram com a cabeça enquanto sorriam.

Nathan levou-me até seu quarto e fechou a porta. Era incrível ver como ele era diferente em casa, como era atencioso com seus tios, uma qualidade que nunca achei que fosse reparar em Nathan.

- Acho que precisamos conversar agora. - Voltou a ficar sério e se aproximou. - Precisamos resolver tudo.

- Eu sei que não tenho direito nenhum em mexer no seu celular e muito menos questionar com quem você dorme, mas nas fotos você parecia estar tão feliz ao lado daquela Haley... Pelo menos eu acho que seja ela... - Fui interrompida.

- Que fotos você está falando? - Ele tirou o celular do bolso e começou a mexer.

- Nathan, eu não consigo suportar suas mentiras, eu odeio que mintam para mim e você vive fazendo isso como se fosse certo. - Novamente fiquei alterada.

- Eu nem sabia dessas fotos! - Sorriu enquanto as via. - Haley, essa foi a única noite em que eu fiquei com ela e depois disso ela virou um chiclet na minha vida. - Jogou o celular na cama quando terminou de olhar. - Eu conheci ela em uma festa que eu fui logo após uma discussão que tive com você. - Se aproximou lentamente.

- E a Annie? Você saiu com ela só para me provocar, mas eu não te culpo, afinal, ela é linda, é inteligente, tem um corpo lindo, todos querem ela e é mil vezes melhor que eu... - Ele se aproximou mais e ficou me encarando com um sorriso em seus lábios. - O que foi? - Não entendi o motivo do riso.

- Savannah, eu sei que sua irmã deixa todos loucos, mas você é aquela que eu quero, e eu só queria uma chance de te mostrar isso. - Segurou em minha mão. - Se você pudesse apenas acreditar em si mesmo do jeito que eu acredito em você e visse, todas as coisas bonitas que eu vejo em você, acreditaria em mim. - Abaixei minha cabeça para sorrir envergonhada, mas ele lentamente a levantou. - Você pode achar que ela tem tudo, mas isso não a torna melhor, afinal, você tem meu coração, e isso é a única coisa que importa. - Completou.

- Eu quero acreditar em você Nathan. Quero acreditar que vai sentir a mesma coisa quando amanhecer. - Soltei sua mão e o admirei lembrando de todas as vezes que me deixou triste.

- Só tem um jeito de você descobrir isso: Você vai ter que arriscar. - Caminhou rapidamente em minha direção, segurou meu queixo e encostou seus lábios nos meus.

Deslizei minhas mãos pela sua cintura enquanto o beijo ficava mais profundo e rápido. Carícias nos mantinham animados, suas mãos deslizaram para minha cintura e depois para minhas pernas, me erguendo e colocando em seu colo. Apoiou-me na parede e deixou meus lábios para beijar meu pescoço. Joguei meus braços em seus ombros enquanto acariciava seus cabelos arrepiados. Estava tudo indo tão bem, até ouvirmos uma musica de celular começar a tocar, era o meu celular.

- Você não vai atender agora. – Sussurrou no meu ouvido e tirou sua camiseta. Não consegui desviar meus olhos da boa forma de Nathan, mesmo já sabendo de como era forte, aquela cena me convenceu completamente em ignorar o celular.

- Desculpe. – Escorreguei para o lado, me libertando de seus braços.

- Savannha! – Não reconheci a voz masculina.

- Quem é?

- James. Eu só queria me desculpar pela minha mãe, mas eu já expliquei tudo e ela compreendeu.

- Não se preocupe James. – Conseguir ver a feição de ódio em Nathan quando ouviu o nome.

- Tem algum jeito que eu possa lhe recompensar?

- James, eu estou um pouco ocupada agora, eu te ligo mais tarde. – Desliguei sem ao menos ouvir sua resposta.

- “um pouco ocupada”? Já me disseram várias coisas, mas “pouco” é uma novidade. – Sentou em sua cama e tentou não demonstrar o ciúme que sentia.

- Eu acho que vou para casa. – Arrastei o celular para meu bolso e o encarei enquanto colocava sua camiseta.

Apesar de finalmente ter começado a me entender com Nathan, o sentimento de vergonha me consumia. Como eu poderia ter quase dormido com James noite passada e já estar essa tarde com Nathan? Além do mais, apesar de não sentir a mesma forte atração como sinto por Nathan, eu gosto de James, gosto de um jeito que me assusta às vezes, mas não é certo brincar com eles, por mais que -um deles- mereça bastante, nunca foi meu estilo usar garotos dessa forma!

- Por favor, não me diga que vamos entrar em um triangulo amoroso. – Ele se levantou com um pequeno sorriso nos lábios e me puxou para perto.

- Que vença o melhor. – Brinquei.

- Não brinque com isso Savannah. Não vou deixar aquele cara chegar perto de você outra vez, não será um problema deixa-lo cego se for necessário.

- Ei, na ultima vez você também se machucou, lembra? – Apesar da minha brincadeira, ele se manteve sério.

- Você precisa escolher princesa. Ele ou eu?


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Notas finais do capítulo

E então, quem você escolheria?? Espero que tenham gostado! / xo Thais



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