I Found You escrita por Songwriters


Capítulo 11
Capítulo XI - Shouldn't Come Back.


Notas iniciais do capítulo

Título dedicado a musica Shouldn't Come Back da Demi Lovato.



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**

Summers, Savannah

***

A pergunta poderia ter uma resposta obvia, mas eu não sabia ao certo o que dizer. Talvez eu simplesmente me sentisse bem ao lado de ambos, mas não posso negar que James faz com que minha vida se torne uma musica da Katy Parry. Por isso, preferi ficar calada e aguentar os olhos decepcionados de Nathan me julgarem. Mas o silêncio não durou muito tempo.

– Vou te levar para casa. – Juntou sua jaqueta e deu as costas, seguindo para fora do quarto me deixando sozinha.

Tentei acompanhar seus passos rápidos. Parei por alguns segundos para admirar o gesto de Nathan ao falar com seus tios... Não consegui me acostumar com o brilho de seu sorriso em total respeito a eles. Quando me olharam, acenei para me despedir, eles sorriram como resposta.

Nathan então prosseguiu com seu caminho em direção a saída, eu o segui. Subimos na moto ainda em total silêncio, que por sinal, me matava mais, mas eu ainda não tinha nada para falar e não queria tentar iniciar uma conversa naquele momento. Abracei-me nele antes mesmo da moto começar a correr. Encostei minha cabeça coberta com o capacete sobre suas costas como se de algum jeito, eu estivesse tentando mantê-lo perto... Não queria perdê-lo apesar de tudo.

Quando chegamos, eu pulei para fora da moto esperando que ele fizesse o mesmo, mas não fez. Tentou ligar sua moto outra vez, mas eu segurei sua mão, fazendo-o olhar para mim.

– Não me coloque contra a parede.

– Então para de me colocar como segunda opção! - Com seu tom de voz, era notável a raiva que sentia.

– Mas eu não o coloco... – Não tinha mais como argumentar. – Eu tenho que rir. – Ele segurou em meu braço, me impedindo de virar as costas.

– Quando você estiver com ele, lembre que sou eu quem sabe como você realmente é, e sou eu quem te ama de qualquer jeito. – Me largou e ligou sua moto, parindo rápido o suficiente para me deixar completamente paralisada no fio da calçada.

Entrei em total hipnose. Meu corpo fazia seus movimentos mecânicos, eu nem ao menos lembro como cheguei dentro do quarto, só sei que passei muito tempo jogada na cama pensando no jeito como Nathan me encarou e como suas palavras mexeram completamente comigo.

Eu queria comparar James e Nathan, mas não parecia certo. De qualquer maneira, eu estava agindo como uma completa vadia por sair com dois garotos ao mesmo tempo, mas como desculpa, eu poderia usar essa tamanha dúvida que, de fato, é verdade, mas não ajudaria em nada, pelo contrário, só me causaria mais problemas.

Poderia ser bem mais simples escolher apenas um e também James, mas não se trata de simplicidade. A verdade, é que meus sentimos por Nathan são fortes e insanos, mesmo não o conhecendo tão bem, sei que ele me conhece! Na noite em que mais precisei de amparo, ele estava comigo, posso afirmar com toda certeza que a noite do hospital deu grande crédito a ele. Então porque não simplesmente dizer o que sinto?

Levantei da cama em um pulo e corri para frente do espelho. Olhei meu reflexo de vários ângulos para descobrir qual o melhor.

– Nathan, eu escolho você! – Ensaiei. – Claro que não, isso parece Pokémon. - Nathan, eu realmente gosto de você. – Desisti quando percebi o quão ridícula estava.

O celular tocou e eu o tirei rapidamente do bolso para atender, era Mery.

– Conte tudo agora! – Ela falou no mesmo instante em que ouviu minha respiração.

– Deu tudo errado.

– Como assim? O que você fez Savannah? Eu disse para falar... – A interrompi.

– James me ligou bem na hora, isso me deixou completamente atrapalhada e agora eu não sei mais o que fazer.

– Diz para Nathan que você o ama, é simples!

– Não é tão simples. Porque eu também tenho sentimentos por James... E do jeito que Nathan ficou bravo comigo, não sei quando vai querer me ver outra de novo.

– Quer saber? Chega de concelhos! Faça simplesmente o que seu coração mandar, mas faça amanhã na aula para eu poder ouvir. – Apesar de falar com seriedade, terminou sua frase rindo e desligou o telefone.

–-

No outro dia, tentei me arrumar o máximo possível para enfim ter coragem para dizer algo. Estava tão aflita que nem ao menos tomei café, apenas desci para esperar a corona chegar, o que não demorou muito tempo.

Durante o caminho, Mery apenas me encarava com seu olhar suspeito através do espelho retrovisor. Ela sabia que aquele assunto todo deveria ficar em baixo dos panos, mas eu pude notar sua aflição por causa do silêncio.

– Eu soube de uma noticia fortíssima! – Berrou Alicia virando-se para trás para me olhar enquanto falava com animação. – Eu soube que o Nathan Gostoso Parker está tendo um relacionamento escondido com alguma garota colégio!

Gelei completamente. Minha respiração ficou ofegante e minhas pernas começaram a tremer.

– Quem disso isso? – Tentei parecer calma ao perguntar. Eu precisava de mais informação.

– Eu sei que esse assunto já está rolando na boca do povo há algum tempo, mas parece que alguém viu os dois passeando de moto na tarde de ontem.

– Merda! – Pensei alto, sem querer alto o suficiente para Alicia ouvir.

– Alguma de vocês sabe quem é essa garota? Estou super curiosa para saber quem é, por que afinal, ele me trocou por ela!

Mery não aguentou e soltou uma gargalhada do banco da frente, levando a atenção de Alicia. Chutei com força o banco para fazê-la se calar.

– Não faço nem ideia. – Respondeu Mery com tom irônico, mas nada suspeita.

Quando chegamos ao colégio, como normalmente, nos separamos para começar mais um dia de aulas chatas. Parti para a aula de biologia, cuja encontrei James sentado com os fones de ouvido em uma cadeira quase no meio da sala.

– Só pode ser brincadeira. – Pensei alto.

Quando me viu entrando, sorriu e tirou seus fones. Fez sinal para que eu sentasse a seu lado e eu sentei. Era incrível como sua pele parecia tão esplêndida até mesmo naquela hora da manhã. Ficamos quietos apenas sorrindo um para o outro.

Não demorou muito para que os demais alunos chegassem, e como aquele parecia ser meu dia de sorte, Nathan também chegou. Seus olhos me fitaram da maneira mais assustadora e indiscreta possível, perdi completamente o foco quando o vi sentando logo atrás de nós dois.

– Bom dia alunos. – Entrou uma professora desconhecida por todos. – Me chamo senhora Clarker e sou professora de teatro. Estou aqui hoje para substituir o professor de vocês que não pode comparecer.

Pode-se ouvir toda a sala comemorando pela falta dele. A professora riu. Parecia ser bem legal, apesar da aula chata que lecionava.

– Vou separa-los em trios.

Apontou seu dedo para o canto e começou a contar exatamente três pessoas próximas: Duas sentadas juntas e uma logo atrás. Quando chegou nossa vez, meu grupo estava composto por James e Nathan.

– Com licença professora, posso trocar de grupo? Não me sinto muito confortável com dois garotos. – Menti para me livrar daquela agonia. Sabia que acabaria em briga.

– É para isso que serve o teatro senhorita...?

– Summers.

– Senhorita Summers. – Chamou atenção de todos os alunos. – Quero um improviso de vocês aqui na frente. Escolham um tema e vamos começar.

E a vontade de morrer tomou conta de toda a minha mente. Nathan se levantou e caminhou parando em nossa frente com um sorriso falso e assustador.

– E então coleguinhas, escolham um tema. – Seu tom irônico deixava James mais irritado.

– O que você acha de falarmos sobre inveja? – Implicou James levantando de sua cadeira para medir altura.

– O que você acha de falarmos como é fácil quebrar um maxilar? – Nathan se aproximou.

– Então vamos falar sobre um filme! – Me meti no meio dos dois, empurrando Nathan para trás.

– Jogos mortais. – Disse James.

– Que os jogos comecem. – Nathan novamente se aproximou.

– Sexta feira muito louca. Eu adoro esse filme. – O empurrei novamente.

– Ei, a graça é ser improvisado garotos. – Disse à professora que se aproximou. – Vamos, vocês já podem começar.

Nós três caminhamos para frente da sala. Nathan não desviava seus olhos enfurecidos de James e eu mantinha meus pés presos no chão entre os dois, para evitar qualquer tipo de contato.

– Qual o tem... – Perguntou a professora.

– Não escolhemos. – Respondi rápido sem dar chance para eles começarem a discussão outra vez.

– Falem sobre... Amor.

Ri debochadamente.

– Não, definitivamente não. – Empurrei James que estava muito perto de mim.

– O tempo está passando, comecem! – A professora ordenou, fazendo todos focaram em nós.

– Que dia bonito! – Exclamei começando a apresentação. Não conseguia esconder minha aflição por segurar dois cães selvagens atrás de mim.

– Porque não diz a ele para ficar longe? – James virou seu corpo para enfrentar Nathan, que fez o mesmo. – Você não é homem o suficiente para ela. – Se aproximou me ignorando completamente no meio dos dois.

– Agora não é hora. – Sussurrei sorridente, mas com os olhos arregalados para James.

– Pode ter certeza que ela nunca reclamou do homem aqui. – O tom malicioso como Nathan falou deixou James mais bravo do que estava. Empurrou-me para o lado e ficou frente a frente com ele.

– É a ultima vez que eu digo, fique longe dela!

– Quem vai me impedir? Você e sua mamãe? – Nathan conseguiu chegar ao limite de James que, fechou sua mão em punho e posicionou contra o rosto de Nathan, mas felizmente, eu consegui segurar seu braço antes que o arremessasse.

– Vocês não vão começar outra briga. – Ainda segurando o braço de James, fiquei no meio dos dois outra vez. – Eu estou de saco cheio de ser o motivo de brigas estúpidas como essa. Parem de me disputar como um pedaço de carne, eu já fiz minha escolha! – Minha voz e meu olhar mostravam que havia algo errado.

– Princesa...? – Nathan diminuiu o tom de voz e segurou minha mão com delicadeza.

– Eu achava que você realmente pudesse me entender, que sempre tivesse as palavras certas para me dizer e, apesar de todas as provocações, eu sabia que sempre estaria comigo. – Virei-me para James. – Eu não posso evitar a tamanha tranquilidade e paz que sinto quanto estamos juntos, mas a verdade é que eu não preciso de nada disso... Eu sinto muito, realmente sinto.

– Então é isso? Eu realmente perdi você para ele? – A feição triste de James tornava tudo mais difícil ainda. Estava irritado, mas a decepção era o sentimento que predominava.

– Não. – Virei novamente para encontrar os olhos de Nathan. – Ele também me perdeu.

A cabeça de Nathan balançava lentamente de um lado para o outro, estava triste com si mesmo, isso era notável em seus olhos que pararam de brilhar para se molharem com lágrimas. Foi a primeira vez que o vi chorar, foi a primeira vez que o vi envergonhado e pela primeira vez, senti da maneira mais forte possível que o sentimento que dizia sentir por mim era verdadeiro.

Com o silêncio que fizemos, a turma começou a bater palma e assoviar com animação. De alguma maneira, eles realmente acreditaram que tudo havia sido apenas teatro. Nathan saiu da sala, James caminhou até sua classe e eu fiquei parada ali na frente, refletindo tudo o que havia acabado de acontecer.

Eu tenho essa mania, de parar para pensar depois que a ação já foi feita. Apesar de uma grande parte da minha mente achar que foi uma tamanha burrice, a prova do meu coração partido naquele instante me mostrou que eu estava certa. Um pouco difícil de entender, eu sei, mas depois de todo esse tempo que eu havia passado com Nathan, eu não sabia mais quem eu era, pois eu realmente achava que a imagem que ele pintava sobre mim mesma era a certa, pois em alguns pontos, ele estava errado. Eu não sou uma garota delicada, eu tenho poder sobre minhas ações e eu odeio quando me tratam como objeto.

Enquanto todos ainda aplaudiam e comentavam sobre a apresentação, as lagrimas que derramei foram o suficiente para que a senhora Clarker soubesse que nada se tratava de teatro.

– Alunos, estão dispensados da minha aula, podem ir. – Todos demonstraram mais felicidade quando a professora deu sua ordem.

Olhei todos saírem felizes da sala, alguns até me elogiaram, mas James manteve sua cabeça baixa e saiu. Permaneci parada em pé, até a professora se aproximar com um lenço que tirou de sua bolsa. Entregou-me para secar minhas lágrimas.

– Não sei nem metade da história, mas pude sentir a grande emoção que vocês três vivenciaram.

– Não era para acontecer dessa maneira, eu só queria que as coisas acabasse bem, só isso. – Não consegui olha-la. Estava com medo de julgamentos naquela hora de fragilidade.

– Senhorita Summers, é como sempre dizem: Se não acabou bem, é porque ainda não acabou.


Refleti a frase da senhora Clarker durante o dia inteiro. Saí mais cedo da aula para me trancar no quarto como sempre fazia. Eu não estava procurando por um fim, naquele momento, eu só queria descansar de todas essas semanas de sentimentos confusos e tristezas.

Nathan não parava de ligar para meu celular, eu apenas apertava no botão para silenciar as chamadas... Ele estava me ligando outra vez, mas eu não queria atender.

– Eu estive deitada na cama pensando muito. Desculpe, eu não me arrependo das vezes que não atendi.

–Savannah, Eu sinto muito! Me deixe fazer parte da sua vida outra vez. Eu sei que posso mudar... – O interrompi.

– Talvez você não devesse voltar para mim. Estou tão cansada de ficar triste, cansada de ficar tão enlouquecida.

– Savannah, por favor, você sabe dos meus sentimentos, sabe que e... – Interrompi novamente.

– Pare, você só vai me decepcionar mais... – Suspirei fundo. – O Erro foi meu por ter me alienado tanto a você. Preciso de um tempo para pensar e realmente descobrir o que eu quero.

– Eu vou esperar por você.

– Não quero que me espere!


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora e o tamanho deste capítulo, mas espero que tenham gostado!! xox/ Thais



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