Minha Vida Fora De Casa! escrita por Jade Potter


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Acordei assustada, tinha acabado de levar um balde de água fria, digo... Literalmente falando.

---Por que fez isso? ---perguntei pra Alex que tinha um sorriso estampado no rosto.

---Vai sair com o Miguel! Eu não acredito. ---falou ela, eu me engasguei com a minha saliva. ---Eu pensava que você odiasse ele.

---O QUE! Você enlouqueceu? ---falei. ---Eu o odeio.

--Então por que vai sair com ele? ---falou ela.

---Não assim, Desse jeito. Como... Colegas. Ele me deve um jantar. ---falei, ela pereceu que ainda não tinha entendido. ---Não é um encontro.

---Ata. ---falou ela. ---pode não ser um encontro, mas com certeza é estranho, quer dizer, vocês vivem brigando.

---Eu sei! Eu não quero ficar com ele, na verdade eu não quero ficar com ninguém.

---Ainda não superou? ---falou Alex.

---Você acha que eu superei? ---falei. ---Mas, enfim... Nós ontem, conversamos, e pela primeira vez, eu vi que podíamos nos entender. Ele me consolou quando eu estava triste, por não estar com os meus pais.

---Ele te consolou? ---falou ela parecendo abismada.

---Não exatamente, eu não sei ta legal? ---falei irritada. ---Então... Você acha que é melhor eu não ir?

---Sei lá! Se você tem certeza que não senti nada por ele, então não tem nada de mais. ---falou.

---É. Eu vou. ---falei, depois mudei de assunto. ---Hoje eu estou tão feliz, afinal... Ultimo dia de detenção.

---Isso aí! ---falou Alex. E aporta se abriu aparecendo Vitor.

---Minha gente... Vamos, estamos atrasados.

---vamos, antes que nós quatro fique em detenção. ---disse Alex. Eu a puxei.

---espere! Como soube que íamos sair? ---falei.

---Ele falou pra todo mundo. Disse que iam ter um encontro. ---falou rindo.

---COMO ASSIM? ---gritei sem querer. ---ele falou isso?

---sim, agora vamos. ---falou e fomos para a faculdade.

*

Assim que chegamos na faculdade, entramos para a aula. Sentei e escrevi logo uma carta pra ele.

Você é psicopata?

Por que disse que íamos ter um encontro?

NÃO VAMOS.

Se falar isso pra mais alguém eu te mato.

Escrevi com tanta raiva, que podia ter saído fumaça da minha boca.

Joguei na cabeça dele, ele me olhou assustado, e pegou o papel.

Depois de três minutos já estava na minha mesa.

Eu não sou psicopata.

Como assim, eu disse? Eu só falei que íamos sair. Não é nada de mais.

Afinal você não está saindo com o diabo e sim COMIGO.

Devia dizer aleluia.

Queria dar um murro na cara dele, como ele podia dizer isso?

Escrevi de volta, jogando, é claro, na cabeça dele.

Eu preferiria sair com o diabo (Deus me livre).

E pare de dizer pra todo mundo isso.

Eu te odeio.

Ele olhou pra mim assustado.

Eu sei que você me ama afinal quem não amaria?

E sobre o negocio do Diabo, eu não gostei, Quer dizer, quem ia querer sair com o Diabo?

Não responda.

O professor ta olhando pra mim, ELE é que parece com o diabo, sai com ele, então.

Nossa, eu vou sai com esse cara?

O professor não tem cara de diabo. E se ele pegar você escrevendo isso, Adeus ano que vem.

E eu não te amo.

Vamos parar de escrever por que agora o Diabo... Quer dizer, o professor está olhando pra mim.

Olha o que você fez com a minha cabeça?

Quando ele terminou de ler, olhou pra mim com um sorriso, não entende.

Quando as aulas acabaram, nós fomos para nossa ultima Detenção.

Assim que chegamos, colocamos ás luvas e vestimos nossa roupa de gari, eu devia reclamar com á policia isso é abuso de menores.

---Sabia que depois de tanto tempo, você continua a mesma? ---falou Miguel no seu famoso tom de pirraça.

---Como assim? ---falei limpando o gramado.

---Você ainda gosta de Harry Potter? ---falou ele, eu o olhei estática.

---Claro... Mas como você se lembra disso? ---depois me lembrei. ---Ah... Você jogou o meu segundo livro de Harry Potter no lago. Mais um motivo, pra eu te detestar.

---Você não me detesta. ---falou ele.

---E você se acha demais.

---E você não negou... ---falou ele olhando pra mim, profundamente.

---Você devia pagar outro pra mim. ---falei.

---O que? Duvido que você não tenha no mesmo dia comprado outro. ---falou.

---É verdade. Eu comprei outro. ---falei, ele me conhecia demais.

---Então não tem o que reclamar. ---falou sorrindo.

---Eu ficava lendo no meu canto, e você chegava e pegava minhas coisas. ---falei.

---E o mais impressionante é que você nunca chorou, e eu tentava de todo jeito fazer você chorar. ---falou ele pensando.

---Um garoto legal, você era. ---falei ironicamente.

---Eu melhorei bastante. ---falou, eu tosse. ---É verdade! Ontem eu fiz você rir, e ainda vou pagar o jantar.

---realmente... ---falei, mas ainda senti uma pontada de ironia na frase dele.

---Então... Aonde vamos comer?

---Eu não sei. Eu gostaria de ir a um lugar, mas não é certo.

---Como assim?

---é o lugar onde meu pai e minha mãe, foram no primeiro encontro.

---Você acha que não é certo? É só um lugar, por que não seria certo?

---seria estranho...

---Eu acho que seria perfeito. ---falou ele sorrindo pra mim, senti as minhas bochechas queimando. ---qual é?

---A praia.

---viu? É um lugar muito comum. ---falou rindo

---Certo. Ahm... Acho melhor, continuarmos. ---falei tentando mudar de assunto, estava tão acostumada com as nossas brigas que nem imaginava que um dia teríamos uma conversa civilizada.

***

Uma coisa engraçada me aconteceu na volta pra casa, advinha o que? Um menino me paquerou, serio! Me paquerou, e uma coisa ainda mais surpreendente aconteceu, mas vou mostrar:

Duas horas atrás...

Eu e Miguel resolvemos ir andando, pois alguém roubou a moto dele... O que foi engraçado.

Estávamos andando quando um menino chegou perto de mim e falou:

---gatinha! Você brilha como o sol. ---falou ele piscando pra mim, eu o olhei com raiva. Mais sem nem mais uma palavra, Miguel voou pra cima dele e deu um murro em sua cara.

---Seu Idiota! ---gritou ele com o menino, que saiu correndo assustado, eu o olhei com as sobrancelhas erguidas. ---como é que pode paquerar alguém acompanhada?

Eu fiquei pasma.

---Eu não estava acompanhada. ---falei.

---E eu sou o quê? ---falou ele.

---Você é o Miguel, que resolveu dar um murro em alguém, só por ter me paquerado, eu fiz uma discrição correta? ---falei irritada.

---Agente pode não ser, mas parecemos ser, e se fossemos, ele estaria fazendo uma coisa errada.

---Mas não somos...

---Mas se fossemos...

---Quer parar?---falei. ---está obvio que não somos, pois se fossemos, nós estaríamos de mãos dadas.

---Então tá, eu só achei que isso era errado.

---pois achou errado. Todos tem direito de me paquerar...

---COMO ASSIM?

---EU SOU SOLTEIRA! CASO VOCÊ NÃO TENHA PERCEBIDO.

---mas... É mesmo, vamos embora. Eu estou com fome. ---falou e andou na minha frente, eu ainda estava chocada demais pra falar.

***

E é isso! Uma maluquice.

Chegamos em casa, e ouvimos alguém falando com outra pessoa, parecia... O Vitor.

Alex não estava em casa, Miguel olhou pra mim confuso, e assustado.

---O quê que aquele gay, ta fazendo no quarto... Com outra pessoa...

---Para, Miguel! ---falei. ---vamos falar pra ele que chegamos.

---Eu não! Vou me arrumar.

---Pra quê?

---Pra sairmos. ---falou ele e depois sorriu, subindo ás escadas para o seu quarto.

Eu olhei com medo para a porta, depois pensei: O quê que ele poderia estar fazendo?

Não quero nem pensar.

Bate na porta:

---QUEM É? ---gritou a voz afeminada de Vitor.

---ALGUÉM! ---gritei. Ele abriu a porta e falou, e eu percebi que ele estava escondendo alguma coisa.

---Ô garota purpurina! Me deixa viver. –falou parecendo ofendido.

---O problema é que infelizmente eu não posso. ---falei tentando ver por cima de sua cabeça.

---Eu sei que você me ama. Mas, eu não posso conversar com você agora.

---Não me deixa aqui! ---falei rápido, antes que ele fechasse a porta na minha cara. ---O que é que você está escondendo?

---Nada, fofa!

---Se não me disser eu... Não falo mais com você. ---eu não pensava que isso ia colar, mas ele olhou pra mim serio, e abriu a porta. E eu pude ver que tinha um rato em cima de sua cama. ---AAAAAHHHHHHH

---NÃO grite! ---falou ele, me botando pra dentro do quarto. ---Se o bonitão souber que tem um HAMISTER dentro dessa casa, ele me mata.

---Isso é um hamister? Parece um rato de esgoto. ---falei com nojo.

---Não fale assim! O Kevin é um bom animal.

---Como é? ---falei, mas resolvi deixar pra lá. ---enfim... Á Alex sabe disso?

---Não. Por favor, não conte pra ela. Me ajuda a cuidar do Kevin?

---O que? Não. Eu não vou me meter em suas loucuras.

---E o quê que eu vou fazer?

---Como é que é? Você compra o animal e não sabe o que fazer com ele? ---falei indignada.

---Eu não comprei ele, animal! Eu ganhei de um amigo, na verdade ele estava morrendo e...

Eu o olhei de sobrancelhas erguidas.

---Tá! Ele não estava morrendo. Eu resolvi fazer um ato de caridade, é isso!

---o que?

---Eu vi em uma loja e ele estava sozinho, e como eu estava com dinheiro... EU AGI SEM PENSAR!

---Ótimo! ---falei sarcasticamente. ---Agora vamos ficar com um rato. E como você acha que vamos conseguir esconder isso?

---Escondendo. Você controla o Miguel e eu a Alex.

---Como assim eu controlo o Miguel?

---Minha filha, ele está na palma de sua mão. ---falou. ---Vocês vão sair hoje, não é?

---Sim, mas...

---Não é um encontro, eu já sei! ---completou ele. ---Agora sai daqui, que eu tenho mais o que fazer.

---Tá bom...

E então bateu a porta na minha cara, eu não sabia por que, mas eu estava constrangida.

Subi ás escadas para o meu quarto e fechei a porta.

Olhei para o espelho e me senti bem, como se dentro de mim estivesse á melhor felicidade.

No final eu botei uma calça jeans e uma blusa rosa bebê, com uma bota camurça.

Assim que desce encontrei Miguel sentado comendo pipoca.

Eu desci ás escadas fazendo muito barulho pra que ele percebesse que eu estava perto. Ele olhou pra mim e sorriu.

---Bella? É você mesmo? ---falou ele rindo.

---Não! É o papa. ---falei revirando os olhos. ---não pareço ser eu?

---Sim, mas você está com um ar diferente. ---falou ele vindo até mim. ---É só eu, ou isso parece um encontro?

---NÃO É UM ENCONTRO! ---gritei sem querer.

---Calma rainha do gelo. ---falou ele.

---Podemos ir? ---falei irritada, por que ele tinha que fazer isso?

---certo.

Assim que saímos, eu entrei no carro dele, e nós fomos para o restaurante.

***

Nós estávamos sentados esperando a comida, falávamos ás vezes de crepúsculo, que eu não gostei nem um pouco do jeito que ele falou de Robert pattinson, e de Harry Potter, que ele se retou por que eu falei o final da serie. O quê que eu posso fazer? Escapou!

Comemos e por incrível que pareça não brigamos muito, claro que brigamos algumas vezes, ele é realmente muito chato.

---Você disse que queria que nós fossemos á praia. ---lembrou ele. ---Vamo então?

---Sério? ---falei. ---ótimo, então vamos.

Assim que paramos na frente do mar, eu me arrepiei tudo era tão bonito e eu comecei a perceber por que minha mãe queria ficar aqui, eu era igual á ela.

Ele olhou pra mim, como se eu tivesse a obrigação de dizer obrigado á ele.

---Qual é a palavra... ---falou, eu o olhei. ---Aquela palavra bonita que se diz aquela pessoa que...

---Eu não vou dizer obrigado. Fui eu que dei a idéia, então não tem lógica. ---falei olhando pra frente.

---Mas você tinha se esquecido, e isso quer dizer que se não fosse eu, nós não estaríamos...

---Tá... Obrigado... ---falei. Ele me olhou com um sorriso cheio de orgulho e eu completei: ---Não merecido!

Ele me olhou como se eu o tivesse ferido, eu ri. Ele me jogou no chão e me fez cócegas, ele estava em cima de mim, e eu fazia de tudo pra que ele saísse.

---Você ta me esmagando. ---falei, o que foi uma mentira, por que ele não pesava nada.

---Você também! ---falou ele.

---Mas é você que está em cima de mim. ---falei entre risos.

---Aé! ---falou ele, depois caiu pro lado ficando do meu lado, nós dois estávamos no chão olhando o nada.

---Sabe o que ia ser engraçado? ---falei olhando pra ele, ele olhou pra mim.

---o quê?

---Um ladrão nos roubar agora. ---falei, ele me olhou assustado, depois riu.

---Por que isso aconteceria? ---falou ele.

---Primeiro por que estamos no meio da praia vazia, e sem ninguém por perto, e de noite. ---falei, ele me olhou pensando no assunto. ---mas é a melhor hora pra ir á praia, á hora onde não tem ninguém, onde só tem você e a lua, quando você pode ouvir o barulho das ondas, senti o cheiro da água salgada.

Ele me olhou atentamente, e sorriu como se a minha imaginação fosse fértil demais.

---É incrível como você vê ás coisas. É como se tudo fosse ruim e ao mesmo tempo maravilhoso.

--- Eu sou assim. ---falei depois sentei, ele sentou na mesma hora e me olhou, nós ficamos em silencio por um bom tempo até que eu falei: ---Eu realmente não quero ser roubada.

---Tem razão, vamos sair daqui. ---falou sorrindo, e então entramos no carro.

***

Assim que entramos em casa, depois da tempestade que pegamos no caminho, nós dois fomos no banheiro e ele pegou a toalha e começou a secar o meu cabelo, eu estava sentada em cima da pia e ele estava entre uma perna e outra, enxugando o meu rosto, eu só conseguia olhar pra ele, sem se mexer. Depois ele me deu a toalha, provavelmente era pra eu guardar, mas eu peguei a toalha e aproximei de seu rosto, para enxugar o seu cabelo e seu rosto, ele pareceu surpreso. Mas sem eu perceber ele já tinha tirado das minhas mãos e colocou-o em cima da pia, ele me tirou dela, e me carregou para o sofá, onde eu me deixei levar e fiquei lá, vi que ele ia para a cozinha. E esperei, depois de uns dez minutos ele voltou com um dois copos que pareciam, pelo cheiro, chocolate quente.

---Não acredito. ---falei. ---Você já fez isso antes?

---Por quê? Acha que eu não sei fazer chocolate quente?

---Quem sabe?

---Você vai saber... ---falou ele e me deu o copo, eu hesitei um pouco antes de provar, mas aí quando eu experimentei quase fui pro céu e voltei, estava com tanto frio que parecia ainda mais gostoso.

---Uau! ---falei. Ele sorriu gentil. ---Sabe fazer mais alguma coisa que eu não saiba, senhor cozinheiro?

---Só isso! ---falou rindo. ---Quer dizer, eu sei fazer pudim de chocolate...

---Você é chocólatra? ---falei surpresa.

---Eu cresci vendo minha ‘’mãe’’ cozinhar.

---Que bom... ---falei, e vi no meu relógio, já era quase meia noite, virei pra ele. ---vou dormir, amanha tem aula.

---Sempre a primeira da sala.

---Eu acho que não, já que no primeiro dia de aula eu fui pra detenção. ---falei.

---Ainda com isso, não é culpa minha se você não quis entrar no carro.

---OK. Eu já vou. ---falei mesmo não querendo muito ir, e eu não sabia por que.

Ele olhou pra mim, me estudando e falou:

---Gostou?

---Do quê? ---falei confusa.

---Do jantar. ---falou ele.

---Sim, claro! Eu amei. ---falei, ele olhou pra mim mais ainda e sorriu, depois chegou mais perto e me beijou.

Eu já estava gostando, quando eu me vi na minha realidade, eu me separei rapidamente e me levantei. Ele se levantou também e me olhou triste, como se já soubesse.

---Desculpe, mas eu não posso. ---falei.

---Eu te amo. ---falou ele de repente.

---Não! Não. ---falei e tentei subir, mas ele segurou no meu braço e falou:

---Você não gosta de mim, é isso? ---falou ele.

---Não é isso! É que eu não quero me machucar. ---falei sofrendo por dentro, como se naquela hora toda a magia tivesse acabado.

---Eu iria te machucar? Como alguém machucaria você? ---falou ele me olhando apaixonadamente.

---Não é isso, eu só... Não consigo, por favor, me deixa ir. ---falei com os olhos fechados, não sei o que eu queria, não sei se era o beijo ou uma saída.

Ele apenas me soltou e subiu ás escadas me deixando sozinha na sala escura.


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Notas finais do capítulo

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