Minha Vida Fora De Casa! escrita por Jade Potter


Capítulo 11
Capítulo 11




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UMA SEMANA DEPOIS...

Eu estava indo para a minha terapia, e já estava me sentindo melhor a cada dia. Não sabia que só o que eu precisava era de um ombro amigo, não que minha família não seja um ombro amigo, mas ele me entendia enquanto os outros eu apenas via pena.

Já estava subindo para o consultório, quando eu vejo uma menina chorando descendo ás escadas, dou espaço pra ela passar.

Assim que entrei, vi Rony sentado olhando uns papeis.

---Oi! ---falei sentando na cadeira, ele me olhou e sorriu. ---O que foi aquilo? Quem era aquela menina que saiu correndo chorando?

---O namorado morreu. ---falou olhando para o papeis, no mesmo momento que ele falou eu senti um aperto no peito, como será que Miguel estava?

---Coitada! ---falei sem perceber.

---Certamente. Mais eu não pude fazer nada pra ela, já que ela não quis ser ajudada.

---Ás vezes é difícil conversar com alguém que perdeu outra pessoa, eu nunca tive essa experiência. ---Certo! Eu estava mentindo. O Miguel perdeu a mãe, e eu conversei com ele. Mais eu nem quero pensar nele.

---Enfim... O que quer conversar hoje? ---falou olhando pra mim, eu queria perguntar como eu faço pra esquecer o Miguel, mas eu estava com medo da resposta.

---Como eu faço pra esquecer o Miguel? ---falei soltando ás palavras como chumbo.

Ele me olhou como se quisesse me estudar e não soubesse como.

---Pensava que já tivesse esquecido. ---falou. ---Ele te traiu, não foi?

---Sim!

---Como? ---falou ele. ---por que sempre quando eu toco no assunto você foge.

---Ele... Eu vi ele beijando outra mulher. ---falei e sem querer lagrimas caíram do meu rosto. ---Não posso fingir que é mentira.

---Eu sei que dói. Mais você vai superar, eu sei que muitas pessoas falam isso pra você mais elas tem razão, Você vai ter que superar, não pode ser fraca, tem que mostrar que é mais forte que ele, tem que mostrar que não se importa. Tem de voltar.

---O QUE? ---gritei sem querer. ---Eu não posso voltar! Isso iria acabar comigo, eu só passei aqui um mês e meio. Não é suficiente. Eu não posso voltar.

---Calma! Se o que ele quer é te ferir, você tem que provar que não. Tem que saber a verdade e saber jogar se for. Não pode se esconder dele pra sempre, isso só te fará ficar pior. Você não é mais uma criança, é adulta. Eu quero que você seja forte.

---Eu não posso. ---falei em um sussurro. ---Ver ele todo dia, sem poder dar um tapa na cara dele, ou dizer que ele não presta por ter falado que me amava o tempo todo e depois ter beijado outra é quase impossível.

---Você tem que ser centrada. E se focar no seu objetivo.

---e qual é?

---fazer ele perceber que você não liga, e que não vai se rebaixar por ele. ---falou ele.

Eu não falei nada.

---Eu quero que você vá pro meu aniversario de19 anos. ---falei de uma hora pra outra, ele abriu um sorriso grande e falou:

---Eu estou surpreso! Se me convidou deve ser por que gosta da minha aula.

---Ta brincando? Eu amo ela. Ela é incrível como você. Você vai?

---Com todo prazer! Alias... Eu vou levar o bolo. ---falou ele depois percebeu. ---que dia é o seu aniversario?

---Semana que vem. ---falei com um sorriso. Estava muito feliz que ele tenha concordado.

---Sabe? Eu sempre pensei que quem fazia terapia era maluco. ---falei.

---Eu não acredito! ---falou com um sorriso, mas este se apagou em um segundo. ---Eu posso te contar uma coisa?

---O que? ---falei já preocupada.

---Você vai ficar chocada e pode nunca mais querer falar comigo, mas...

---Por que eu nunca iria querer falar com você?

---Promete que vai? ---falou ele.

---Fala.

---Eu tenho câncer no pulmão. ---falou e eu o olhei sem saber o que dizer ou como reagir. ---Eu tenho isso a minha vida toda. Tentei fazer exames... Mas não tem cura.

---Como assim não tem cura? Você não deve ter feito tudo... ---falei.

---Eu fiz! Mais ate o que poderia me curar, o medico falou que foi tarde demais, eu não tenho mais idade pra fazer o tratamento. Eu vou morrer. ---falou e eu comecei a chorar, eu não podia perder outra pessoa importante pra mim.

---Eu não quero te perder. ---falei sem me controlar, ele era meu melhor amigo.

---Eu sei. É por isso que eu te contei logo, não queria que quando acontecesse você ficasse achando que...

Eu o abracei. Depois de um tempo, eu falei:

---Sabe quando...

---Não. O medico falou que pode ser a qualquer hora, ninguém sabe ao certo.

---Não pode ser. ---falei. ---Quer ir pra minha casa? Eu posso arranjar um quarto pra você, não pode ficar sozinho.

---Não se preocupe. Eu vou ficar com o meu filho Bruno. Ele sempre cuidou de mim. pode ficar tranqüila.

---Eu tenho medo de te deixar sozinho e você morrer.

---Eu prometo que eu não vou morrer ate você fazer 19 anos. E isso é uma promessa de verdade! ---falou.

---Você podia morrer só quando eu me casasse, e isso quer dizer que você nunca iria morrer, por que eu tenho certeza de que eu não vou me casar.

---Se promessa mantesse vivo, muitas pessoas não morreriam.

---É. Eu não quero que você morra. ---falei ele me olhou com pena.

---É por isso que eu sou sozinho, quando eu faço amizade eu a perco. Não quero fazer você sofrer.

---Nem pense em me tirar da sua vida, eu só vou sair quando ela sair!

---Então você vai sair dela muito cedo. ---falou ele.

---Quer parar? Isso ta me deixando irritada.

---Desculpe! Eu prometo nunca mais falar desse assunto. ---falou com um sorriso, pra um homem de 34 anos, ele parecia muito com o Miguel. E um pouco com meu pai.

---Eu tenho que ir. Mais qualquer coisa você liga. Se você não me ligar, eu...

---Certo! Eu juro te ligar se houver algum problema.

---bom... Tchau! E se cuida. ---falei e bate a porta da casa do meu melhor amigo...

*

No outro dia eu podia jurar que eu tinha sonhado com uma velha sorrindo, não era um sonho ruim, mas o que deixava ele assombroso era que a velha não tinha dentes, e ela ainda nem tinha vergonha de mostrar toda aquela gengiva, eu só sei que foi de dar medo.

Eu me arrumei, por que eu iria de novo para a minha terapia VIP, encontrei o meu pai tomando café na cozinha.

---Bom dia, pai! Cadê todo mundo? ---falei, ele me olhou e eu pude ver que ele estava triste.

---Todo mundo você quer dizer sua mãe?

---Como assim? E o tio Estevão? ---falei.

---Nós brigamos na noite passada, e ele arrumou ás coisas e foi embora.

---Como assim ele foi embora? Ele não pode me deixar, eu sou... Ele é o meu padrinho! Eu vou lá falar com ele. ---falei determinada, o meu pai se levantou e me olhou preocupado.

---Filha! Eu não quero problemas, se ele não me compreende, eu não vou discutir.

---Pai, me explica.

---Ele queria que eu aceitasse uma proposta de trabalho muito boa.

---E o que é que tem de mais?

---Eu teria de sair do país. Teria de deixar vocês. Eu já estou coroa. Não quero ficar indo de lugar em lugar, eu só quero ficar com vocês, e a sua mãe nunca iria aceitar. ---falou.

---A mamãe aceitaria. Pai você não pode recusar uma proposta dessas!

---Posso sim, e vou!

---Para de ser teimoso, você viveu pra minha mãe a vida toda! Se quer, vai.

---Eu não quero filha! ---Falou. ---Só quero ficar com vocês. Olha! Eu já recebi mais de dez convites para fora do país, eu não aceitei nenhuma. Não me interesso.

Eu só fiquei olhando pra ele. Meu pai sempre foi muito caseiro, mas eu sei que ele só ficou assim depois que conheceu a minha mãe. Só queria que ele se preocupasse mais com ele.

---Pai! Eu não quero que você seja forçado a nada.

---E não estou sendo. Eu gosto dessa vida, me acostumei a ela.

---Tudo bem! Só não deixa mamãe descobrir que você pensou em ir.

---Com certeza. Ela me mataria se soubesse ---falou rindo. E eu me despedi com um abraço.

*

UMA SEMANA DEPOIS.

Certo! Eu to ficando velha, nesse momento especial da minha vida eu vou fazer 19 anos, não é a toa que eu sonhei com a minha avó.

Já tinha se passado tanto tempo desde que eu era uma criancinha indefesa procurando um lugar pra ler, agora o único lugar que eu tinha que procurar era um lugar pra morar.

Eu estava tomando banho, quando eu ouço um barulho vindo da sala. Termino e boto um vestido laranja e saiu, encontro uma coisa impressionante. Meu pai estava no chão com laços e enfeites em cima. Eu esperava sinceramente que não fosse pra mim.

---O que está acontecendo aqui? ---falei. Minha mãe estava tentando ajudá-lo a se levantar e o meu tio de parte de mãe, o Matheus, estava fumando alguma coisa identificável. Minha avó de parte de mãe estava sentada e se virou pra me olhar, todos estavam ali, menos o tio Estevão.

---Filha! Você acordou. Íamos fazer uma surpresa. ---falou minha mãe.

---Certamente foi. Eu to chocada ate agora. ---falei, e minha avó falou:

---Querida, eu sabia que você iria ficar assim, que tipo de pessoa que vai fazer 19 anos quer uma festa de aniversario?

---Pará de ser estraga prazeres, mamãe! ---falou minha mãe.

---Alguém pode me ajudar? ---falou meu pai ainda presos entre os laços.

---Gente eu não queria uma festa, não precisavam se preocupar.

--- mais agente não se importa, filha! ---falou minha mãe terminando de levantar meu pai.

---BELLS! Você era tão pequena quando eu te vi. ---falou Matheus. ---Agora eu me sinto um vovô.

Meu pai olhou pra cara dele e falou ja em pé:

---Não se preocupe o vovô aqui sou eu. ---falou meu pai. Minha mãe olhou pra mim e sorriu com todo o afeto.

---Eu estou tão emocionada vendo a minha pequena Bells enfim virando uma mocinha. ---falou minha mãe, e eu me senti muito envergonhada, quer dizer, quem é que gosta de ser chamada de mocinha aos 19 anos?

---Mãe!

---Era pra você dormir mais tempo, agora você viu a surpresa antes de ela estar pronta. ---falou Matheus. Minha mãe olhou pra ele com irritação.

---Matheus! A surpresa era a noticia que íamos fazer a festa. Se quiser, minha filha, pode sair um pouco enquanto nós arrumamos o resto...

---Eu ajudo vocês... ---falei.

---Nada disso! Esses bandos de preguiçosos ficaram em uma agonia pra arrumar essa festa, e nem conseguiram termina-lá. Você não vai ajudar! --- falou minha avó pra mim.

---O que, que tem ela ajudar mãe? Agente não vai terminar hoje! ---falou Matheus.

---Matheus... ---ele olhou pra minha mãe. ---Pare de fumar essa coisa! Ta me deixando asfixiada.

---é Matheus! O quarto de hospedes ta cheirando a mosca morta. Trate de dar uma limpada antes de ir embora! ---falou meu pai pra ele.

---Gente! Eu to aqui. E eu gostaria que não fizessem uma festa. ---falei.

 ---Filha... Agente nunca fez uma festa assim pra você. ---falou minha mãe.

---Por que eu nunca pedi. Mãe! Não é a festa que me deixa feliz, é vocês. Eu quero ir pra um restaurante e... Comer comida mexicana! ---falei rindo.

Todos riram menos Matheus que falou:

---Eu não gosto de comida mexicana, podemos comer em outro lugar? ---falou.

---Você não tem jeito mesmo, né menino? ---falou minha avó sorrindo, e nós fomos alugar um restaurante.


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Notas finais do capítulo

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