Minha Vida Fora De Casa! escrita por Jade Potter


Capítulo 10
Capítulo 10




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de não conseguir sair.

Saí do avião e peguei ás minhas malas. Peguei o taxe.

Eu não tinha contado pra ninguém ainda da minha família que eu ia voltar pra casa, eles iam ter um choque e tanto.

Bom... Eu tive. Eles vão ter também;

Acabei cochilando no taxe.

Quando cheguei em casa, o homem falou:

---Acho que é aqui, senhorita. ---disse. Eu dei o dinheiro, e sai do taxe. Enfim estava em casa. E isso era assustador. Bate na porta. Esperava ver a porta logo se abrindo e Seline atendendo, bem eficiente e me dando um grande abraço. A porta se abriu, sim. Mais foi fechada na minha cara, quando seline me viu de novo.

---Seline! Abre a porta. Sou eu. ---falei batendo na porta. Ela atendeu, agora cautelosa.

---Bella? É você? ---falou ela. Em outros casos eu teria dito “Não! é o papai Noel. É claro que sou eu” mais como eu não estava me sentindo bem. Nem piadas eu conseguia fazer.

---Sou eu. ---falei e por algum motivo eu comecei a chorar, eu acho que era por eu estar enfim em casa, revendo a minha família, e todos que eu mais amava.

Ela já com lagrimas nos olhos, veio ate mim, e me abraçou. Eu entrei e foi como eu nunca tivesse saído de casa, meu pai e Estevão estavam assistindo filme de terror, esse parecia novo, por que eu nunca tinha visto esse filme em casa, minha mãe parecia alheia ao mundo, estava olhando a janela, como se estivesse esperando eu voltar. Eu voltei!

--Oi gente! ---falei e todos olharam pra mim. Estevão que estava com uma garrafa de cerveja na mão, olhou pra mim e a garrafa caiu no chão. Meu pai olhava pra mim, com os olhos cheios de lagrimas. E minha mãe me olhava como se de repente estivesse vendo um fantasma;

---Bella! Eu não acredito você voltou pra casa! ---falou meu pai, pulando do sofá pra me abraçar.

---É!

Estevão veio me abraçar e ele estava parecendo um cachaceiro e eu dei risada por isso.

---Iai tapinha! Voltou.

---sim.

Minha mãe estava alheia, me olhando como se eu não fosse real, então e resolvi esclarecer pra ela.

---Mãe. Eu sou real! Eu to aqui. ---falei.

Ela estava chorando.

---Minha filhinha está de volta? Ai meu deus!

---graças a deus! ---corrigiu meu pai.

E todos me abraçaram, e eu fiquei feliz por isso.

Depois de todos os abraços e eu te amo. Enfim eu pude botar ás coisas no meu quarto, eu dei graças a deus por estarem tão azuados que nem ao menos perguntaram por que eu voltei.

Deitei na cama e a porta se abriu, minha mãe saiu dela.

---Filha. Eu preciso conversar com você. ---falou ela sentando do meu lado. Eu ainda estava deitada.

---fique a vontade. ---e eu ainda nem estava acreditando que eu estava falando com minha mãe naquele momento.

---Sabe que eu te amo, não sabe? E que eu estou muito feliz que esteja aqui.

---claro mãe! Você é a Jane sincera.

---Enfim... Eu quero saber por que você largou a faculdade.

Eu me sentei.

---Como soube disso?

---A Alex me contou. Disse que está em apuros. E que você saiu sem dizer a ninguém. ---falou minha mãe estressada.

---Como assim sem dizer a ninguém? Eu disse ao Vitor, eu disse a ela principalmente.

---Não importa! Por que largou a faculdade? Destruiu o seu sonho. Sabe quantas pessoas gostariam de estar no seu lugar? Em Stanford?

---Mãe! Eu não larguei exatamente. Só dei um tempo, ta legal? ---falei.

---Um tempo? Não se pode dar um tempo em uma coisa dessas. Isso é importante filha.

---Eu sei mãe! Mais eu precisava de um tempo! ---falei levantando.

---Por quê? Por que, filha?

---O Miguel me traiu. ---falei com lagrimas nos olhos.

---O Miguel te traiu? Quem é o Miguel? ---falou minha mãe.

---O meu namorado. Quer dizer, o meu ex-namorado.

---Por que ele te traiu? Por que todos os seus namorados te traem? ---falou minha mãe chorando.

---EU NÃO SEI MAE! ---gritei sem querer. Eu estava me afundando e ninguém conseguia me ver.

Ficamos em silencio por um tempo e ela falou:

---Tudo bem. Você precisa de um tempo. É normal. Eu te amo, ok? Vem cá. ---falou ela e eu fui aos seus braços, ela me abraçou apertado, e só aí eu pude ver quanta saudade eu estava sentindo deles.

*

Assim que minha mãe saiu do meu quarto, me deixando sozinha, eu olhei pra todos os meus cômodos e moveis, era tudo tão adolescente. Eu já me achava adulta.

E então sem perceber eu já estava dormindo.

**

Eu acordei de manha cedo, sentindo uma coisa que em Nova York quase eu não sentia: frio. Eu estava sentindo tanto frio, que ate me estranhei eu não sou frienta, geralmente só aqui, mas sentia calor nessa parte de casa. Mais eu estava com frio, em Londres tudo é bem deferente.

Desce pra tomar café, e vi meu pai na cozinha queimando alguma coisa.

---Quer ajuda pai? ---falei. Eu, em meus dias normais diria: ‘’Alguém ta queimando a casa!!!! ‘’ mais eu não estou muito bem.

Ele olhou pra mim e franziu a testa, como se tivesse processando a minha sutileza.

---Obrigado, mas eu estou bem. ---falou, e eu pude sentir que ele estava distante.

---Deu pra perceber, quer dizer, quando tudo tiver pegando fogo você me avisa. ---falei dando meia volta.

---Eu preciso de ajuda. ---disse por fim.

---Já tava na hora. ---falei e sorri. Ele me olhou e deu m sorriso murcho.

Assim que eu organizei a cozinha, e nós estávamos sentados comendo eu falei:

---Que foi pai?

Ele pareceu que tinha acabado de acordar de um sono profundo, me olhou surpreso.

---Que foi?

---Qual é o seu problema hoje?

---Eu não gostei do que fez. Filha, você arruinou o seu futuro. Uma coisa eu não entendo, você sempre sonhou em ir pra Stanford e de repente...

---Pai! Você Sabe por que eu saí?

---Sei! E achei bem insignificante. ---falou. ---pra alguém que tem um futuro pela frente...

Eu olhei pro lado, já me estressando.

---Você é homem, acha normal o que ele fez.

 Então eu saí pela porta deixando meu pai com a boca aberta.

Me sentei no balanço que tinha no quintal e olhei todo o lugar. Vi meu pai do meu lado.

---Desculpe. Eu sei que está magoada, eu só quero o seu bem. ---falou ele, eu comecei a chorar, não pelo fato do que meu pai falou e sim por ele estar aqui, falando elas pra mim. Eu me levantei olhei pra trás e o abracei com todas ás forças. Eu, por mais irritada que eu possa ter ficado, eu estava feliz por ter o meu pai ali pra me consolar. 

*

UMA SEMANA DEPOIS...

---Eu quero matar você! ---falou Kathy uma amiga distante do colégio. Eu estava sentada no banco do parque, olhando ela e Vivian conversando dos ídolos delas.

---Eu não posso fazer nada se eu acho Robert pattinson mais bonito que Taylor no sei que lá. ---falou Vivian. --- eu não sou obrigada a gostar de tudo que você gosta Kathy.

---Como assim? Eu só estou dizendo que... ---eu pigarreei. Elas olharam pra mim como se tivessem me notado agora.

  ---Desculpe Bella, você quer dar a sua opinião? ---falou Kathy.

---Não. Só quero que parem de falar sobre eles. ---falei irritada, já tinha se passado uma semana e meu humor nunca mudava.

---Nossa Bella! Quer conversar do que, então? ---falou Vivian.

---De nada. Apenas parem de falar. ---falei, elas me olharam como se eu tivesse lhes dado um murro.

---Você não é o centro do universo, Bella! ---falou Kathy balançando os seus cabelos pretos.

---Também acho. ---concordou Vivian com uma cara feia, depois como se tivesse dupla personalidade, apareceu um sorriso no rosto dela. ---Que tal irmos pro shopping? Estou louca pra fazer compras.

---Nem me diga!Se botarem dinheiro na minha mão eu compro o shopping todo ---falou Kathy sorrindo. Não me pergunte como eu virei amiga delas duas.

---Quem não compraria! ---falou Vivian, mas depois olhou pra mim e mudou de assunto. ---Vai Bella?

---Eu não sei...

---Quê isso, Bella! Você parece que acabou de voltar do Japão. ---falou Kathy.

---Você viu o que aconteceu? Graças a deus não foi com agente.

Eu já estava ficando irritada. Como elas podiam brincar com uma coisa dessas?

---Nossa... Eu não sabia que vocês viam noticiário. ---falei. ---Isso não é coisa pra se brincar, mais de mil pessoas morreram e estão morrendo agora. Então calem essas bocas imundas e digam alguma coisa que vale a pena ser ouvida!

Eu me levantei do balanço e fui pra minha casa, eu estava completamente pasma com como elas tinham mudado.

Fechei a porta com força e vi meu pai assistindo ‘’O chamado’’ outra vez. Me sentei do seu lado e ele falou:

---Foi pro...

---Pai! Por favor, não fale Japão. ---falei, ele me olhou e sorriu.

---Eu ia falar se você foi comprar aquilo que sua mãe pediu. Se você tinha passado na farmácia.

---Não. Me esquece completamente, se quiser eu posso ir agora... ---depois parei. ---Por que a mamãe precisa de remédios? Ta tudo bem?

---Ela está se sentindo estranha... ---falou meu pai, depois completou quando viu minha cara. ---Ela não está. Fizemos o exame e deu negativo. É até melhor, sabe filha! Antes eu tinha ficado bastante magoado por não poder ter mais filhos, mas eu era novo, naquela época eu queria ter uns dez filhos. Agora eu sei, que se foi assim era pra ser;

---Eu sinto muito. Por ser á única...

---Eu não sinto nada. Nunca se desculpe por isso. Você foi um milagre que aconteceu na vida da sua mãe e da minha. Ela não está triste por isso, ela só não está se sentindo muito bem, com tudo que está acontecendo. É normal.

---“tudo que está acontecendo” significa eu ter saído da faculdade?

---É. Mais não se preocupe, á sua mãe só está preocupada.

---Entendo... ---falei meio que não entendendo, quer dizer, é minha decisão se eu quis ou não sair da faculdade, minha mãe não tem nada haver com isso.

---E qual foi o motivo da cara emburrada? ---falou meu pai, tirando o DVD do chamado e botando uma musica rápida, que parecia mais musica de macumba.

---Kathy, Vivian... Elas não têm um pingo de solidariedade ou compaixão. Elas falam do Japão como se fosse uma coisa normal que aconteceu em um dia normal. ---falei. ---eu sinto tanta pena daquelas pessoas.

---Filha, o Japão é cheio disso... ---eu olhei pra ele pasma; --- cheio de terremotos e mortes, é normal.

---pai! Você é igual á elas. Será que ninguém se importa com alguém nesse mundo?

---Eu só tenho que me importa com você. Pra quê eu tenho que se importa com os japonesinhos?

---Pai, eu prefiro nem comentar o quanto eu acho isso rude e egoísta. ---falei irritada. ---Vou falar com á mamãe.

---Eu te amo! ---falou rindo.

---Eu também! E por favor, tira essa musica de macumba.

*

Assim que entrei no quarto da minha mãe, vi ela assistindo alguma coisa bem triste, por que ela estava chorando.

---Mãe? ---falei. ---Tudo bem?

---Oi meu amor, eu to assistindo Titanic. Sabe como é! Choro na certa.

---Eu nunca chorei nesse filme. Acho que não me machucava...

---Você sempre foi uma menina muito forte. E ficou ainda mais, quando aquilo aconteceu. ---falou ela, olhando pra mim significante.

---Eu quero conversar com você, mãe! ---falei decidida.

---o que foi?

Eu sentei na beirada da cama, e ela se sentou também.

---Não tem motivo pra senhora ficar desse jeito por causa da minha faculdade. ---falei.

Ela me olhou surpresa.

---Quem te disse isso? ---falou. Depois pensou melhor. ---O seu pai não tem jeito. Eu só acho que você perdeu uma grande chance...

---Mãe... Eu não ia te dizer agora, mas... Eu não larguei completamente a faculdade, eu dei um tempo. Voltarei no próximo semestre. Não precisa ficar na depressão por isso.

Ela me olhou e sorriu.

---Eu tenho 44 anos, estou velha. Eu te conheço o bastante pra dizer que você não seria louca de largar a faculdade por nenhum homem. ---disse minha mãe.

---Então por que...

---Por que eu estou me sentindo culpada. ---falou. ---Você sempre foi criada sozinha, sem nenhuma criança pra brincar, á única realmente era Alex. Você gostava de ficar lendo livro, e eu achava isso normal. Eu estava errada. Ler não é errado, o errado é você não se misturar com outras pessoas enquanto isso. Só agora que eu fui perceber que eu te criei na realidade. Na realidade demais...

---mãe! Você não é culpada. Eu... Gostava de ficar sozinha, me sentia bem lendo. Me divertia.

---Pode ser, mas você nunca experimentou o que ás outras pessoas experimentavam. Nunca, enquanto era pequena, teve outras expectativas. ---falou. ---quando você tinha quatro anos, todas ás crianças diziam que queriam ser fada, super herói, bruxa, princesa... Mas você... Quando eu perguntei pra você, você disse que queria ser arquiteta. Ou... Escritora. Você sempre foi muito pé no chão.

---E é errado?

---Não. Eu achava brilhante! Minha filha é mais desenvolvida do que ás dos outros. Pois é! Você era. Mais eu devia ter te misturado com outras formas de vida, outras brincadeiras. Você viveu só com adultos dentro de casa. Estevão, Derek, eu, seline. Sempre foi assim.

---Agora não dá mais pra chorar pelo leite derramado, se eu sou assim, fazer o quê! Eu sou quem você é. ---falei e me deitei perto dela. --- Estou feliz por estar aqui. Só não pelo motivo que eu vim pra cá.

---Eu sei! Mais vai passar. Tudo passa, a vida é como um relógio, quando a gente menos espera o tempo já voou. ---e ela riu e eu a acompanhei, deixando aquelas palavras penetrarem na minha mente.

DUAS SEMANAS DEPOIS.

Eu estava sentada com o namorado de Kathy, que pelo jeito estava sofrendo mais que eu. Nós estávamos esperando ela chegar, no shopping, eu não queria ir no começo mais... Ficaram me perturbando demais, então eu cedi.

Ele tinha uma cara de ter uns trinta anos. Isso é pedofilia.

Mais nós dois estávamos muito sem graça, eu via no rosto dele que ele estava achando seriamente que ela o tinha dado bolo, eu estava feliz os homens tinham que sofrer um pouco. Eu estou sendo tão má. Vou falar alguma coisa pra animar.

---Ela com certeza já ta vindo. Sabe como é a Kathy né? Ela deve ter parado em alguma loja, pra comprar roupas... ---ele me olhou agradecido e sem mais nem menos ele falou:

---Alguém te traiu. ---falou simplesmente, eu fiquei surpresa e ao mesmo tempo pasma.

---Como é que é?

---Não precisa negar, eu tenho trinta anos, e já só formado na faculdade e sabe o que eu faço? Psicologia, sei o que está sentindo, dá pra ver pelos seus olhos.

---É? ---falei, eu estava tão pasma que nem negar eu conseguia.

---Uhum. Eu sei que ela me deu bolo. Mais só estou aqui por causa de você. ---falou e eu o olhei.

---Por mim?

---Você é uma pessoa impressionante. Eu posso só estar com você por quarenta minutos, mas eu te conheço muito bem. ---falou.

---Como assim?

---Alem de você ter sido traída? ---falou, e eu me senti desconfortável, ele falava de um jeito tão normal, um assunto tão horrível. ---você tenta ser forte, pra não sofrer, mas eu tenho que te dizer: o sofrimento vai aonde você vai. Mais é claro que esse sofrimento são conseqüências do que você viveu, ou cometeu. Ninguém nunca sabe ao certo o que fez pra merecer isso, mas o sofrimento é um acumulo de mentiras, de ciúmes, de magoas e de coisas ruins que você não separa do seu dia-a-dia e por isso ela sempre anda com você.

Eu estava pasma, ele sabia tanto sobre a vida, e ele só tinha trinta anos.

---Mas como você soube que eu... ---não consegui terminar.

---foi traída? Simples... Você está aqui esperando uma amiga no encontro dela. De vez de está com outros amigos em uma boate com o seu namorado. Você quer esquecer mais não consegue, é totalmente normal.

---E o quê que eu faço pra esquecer?

---Essa parte ninguém pode fazer nada, o tempo é encarregado de lidar com á traição, e ás magoas, logo isso irá passar e você vai rir de tudo isso. ---falou, mas eu estava achando seriamente que eu nunca iria seguir em frente, que eu nunca iria sentir por ninguém o que naquele dia eu sentia por Miguel.

---E se eu não esquecer?

---Eu estudei tudo nesse mundo. Menos essa parte. Eu acho que o tempo dirá o que vai acontecer. Se amar mesmo ele, vai, sim, demorar um bom tempo para tirá-lo da cabeça, mas não podemos nos esquecer de um membro muito importante, do futuro do passado e do presente, é ele que irá te dizer se você irá esquecer ou não.

---Quem é?

---Deus. Deus. Ele é o todo poderoso, e é ele mesmo que decide se iremos viver ou morrer amanha, mas graças á Ele, estamos vivos hoje. Portanto nunca se esqueça disso.

Eu balancei a cabeça, aquelas palavras eram tão sabias que faziam eu pensar em tudo da minha vida, mas depois percebi uma coisa:

---Mas você é um psicólogo.

---Eu sei!

--Um psicólogo tem de ser realista com tudo. Você, se me permite dizer, é meio poético, e isso chega me assusta. ---falei, ele me olhou e sorriu.

---Todos falam que ser psicólogo é ser realista, eu acho exatamente o contrario. Você tem de saber um pouquinho de tudo. De coisas que não podemos ver, mas acreditamos, e outras que podemos ver e estudamos. ---ele riu. --- Eu sempre fui muito religioso. Sempre falei o que meu conhecimento transmitia para o meu cliente. Desde pequeno, eu sempre achava que se eu estava vivo, não era por que eu comi bem ou bebi a água que eu tinha de beber, ou qualquer outra coisa cientifica. Eu tinha certeza de que se eu tava vivo naquela hora, era por que Deus quis que eu tivesse ali naquela hora. Todos têm um motivo pra viver, e por incrível que pareça eu acho que eu vivi pra isso. Pra te ajudar.

---Serio?

---Eu não posso ficar mais. ---falou e depois pensou mais um pouco e sorriu. ---Eu acho que eu devo lhe contar que eu e sua amiga não estávamos em um encontro. Eu sabia que ela ia me dar ‘’bolo’’ mais ela disse que eu tinha que conhecer você. Então como eu não tinha nada pra fazer resolvi vir. Você está chateada?

---De jeito nenhum, eu nunca gostei tanto de conversar com alguém, como eu gostei de conversar com você. Obrigado. ---falei. Ele me olhou e sorriu.

---Toma! ---ele me entregou um cartão. ---esse é o meu numero, se quiser conselhos ou qualquer coisa, pode me ligar. Ou se preferir, venha toda quarta conversar ás tardes, vai ser uma terapia grátis...

---Grátis? É serio? ---falei.

---Com certeza. Se eu estou vivo pra te ajudar, eu acho que eu devo fazer isso sem cobrar nada. ---falou ele e saiu. Eu estava completamente aliviada, eu tenho alguém que me entende pra conversar, e ele fala de um jeito tão anti-culpaçao. Eu devo muito á ele.

*

Assim que eu cheguei em casa, já estava anoitecendo. Meu pai estava deitado no sofá com a minha mãe, e eles, milagrosamente, estavam assistindo comedia.

---Filha, onde esteve? ---falou minha mãe.

---Em uma terapia! ---falei simplesmente. Meu pai ficou alerta.

Estevão olhou pra mim e falou:

---Quanto você pagou pra ir nesse terapeuta?

---Nada! ---falei e ri da minha própria piada. Depois entrei no quarto e fechei a porta, deixando todos completamente confusos.


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Notas finais do capítulo

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