Doze Passos Para Esconder Um Amor escrita por Lizzie-chan


Capítulo 7
Atividades de cooperação são um problema


Notas iniciais do capítulo

Bem... Eu tenho lição pra fazer, então nem vou enrolar dessa vez xD
~
Boa leitura!!!



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Atividades de cooperação, ah, graças a essas maravilhas da natureza nossa história começou e graças a elas a vida de Elesis se tornava mais difícil a cada segundo que passava. Pobre, pobre ruiva.

Quer dizer, ótimo, atividades de cooperação são somente atividades normais, afinal, é muito comum ter de fazer coisas em grupo. Mas não quando a sua comandante insiste que você deve fazê-las com a pessoa de quem você está tentando desesperadamente esconder o seu amor.

Então se você não quer que alguém descubra, recuse qualquer atividade de cooperação antes mesmo de saber quem serão seus parceiros, será um risco a menos na sua listinha de possibilidades.

Mas Elesis não podia fazer isso, considerando que era o seu trabalho, e dizer que não faria descaradamente seria uma ofensa direta a comandante. Então concordou, como sempre fazia, esperando pacientemente para ouvir o que teria de fazer.

- Você e Lass vão... – parou de escutar a partir daí, estática como sempre ficava quando ouvia os nomes dela e do albino na mesma frase. Quer dizer, como era possível, parecia que ultimamente eles eram o assunto principal de todas as conversas. Desconfiou se a comandante não estava fazendo aquilo com ela para descobrir algo sobre as fofocas, mas não podia ter certeza, uma vez que a loira era uma oficial treinada para descobrir as coisas em completo silêncio, e obviamente não a deixaria sequer desconfiar de suas intenções, se fosse o caso.

Imaginou, então, que desastre seria se alguém descobrisse sobre seus sentimentos. Ia ser muito mais difícil de fingir se a verdade vazasse, e pior ainda era que todos desconfiavam dela e do ninja.

A cena que haviam feito no baile da rainha deixara muito para a imaginação das testemunhas. Quer dizer, lá estivera a ruiva, dançando alegremente com um nobre que, diga-se de passagem, era um partido e tanto, e então de repente Lass aparecera, sua expressão de poucos amigos espantando o pobre rapaz, e a convidara – lê-se obrigara, considerando que só pediu permissão para o acompanhante dela – para dançar.

Os dois se perderam nos olhos um do outro, ela se aproximou e descansou o rosto no peito dele e dançaram algumas músicas, perdidos demais um no outro para prestar atenção no ritmo mais animado que havia substituído a melodia lenta em que tinham começado.

E então, quando se separaram e a ruiva se afastou, corada como nunca, todos pareciam ter certeza que os dois estavam vivendo algum tipo de romântico amor impossível. De onde haviam tirado essa ideia a líder da Caçada nem podia imaginar, mas ficava cada vez mais nervosa ao perceber os olhares e cochichos que provocava ao andar pelos corredores da base da Caçada.

Se ela já era um tanto desesperada normalmente, nem se fala com toda aquela pressão.

Graças aos deuses a área onde a Grande Caçada original, ou seja, a parte dela e seus amigos, se acomodava era restrita, então ela podia aproveitar as refeições e o lazer sem os olhares estranhos que a seguiam na área pública. Era a única coisa que tornava tudo aquilo melhor.

Só que então sua comandante, nada empática em relação ao seu problema, a mandava avaliar os novatos junto de ninguém menos do que o albino. Quer dizer, por que ela não chamava outra pessoa? Todo mundo sabia que Lass não era do tipo sociável, muito menos paciente, quem diria o que faria com os pobres novatos se cansasse das falhas contínuas. Não que ela fosse muito paciente também, de qualquer jeito, mas preferia ignorar esse detalhe.

E então, só para tornar tudo bem mais terrível e infernal, o albino sorriu ao ouvir as instruções que Elesis nem se preocupava em escutar, muito ocupada com seus pensamentos, e disse, a voz satisfeita:

- Parece bom. Vamos começar, então.

Virou-se e puxou a garota pelo pulso, e os dois deixaram rapidamente a sala, seguindo pelos corredores. Os olhares instantaneamente se voltaram para o par, e Elesis, que não sabia exatamente o que fazer, apenas abaixou o rosto, corada.

Até parece que Lass não tinha consciência dos boatos, considerando que era um ninja. Ele estava tentando torturá-la ou algo assim?

Na verdade não era bem isso. O albino não planejava fazê-la sofrer, estava claro para ele que seu único objetivo com tudo o que fazia era encontrar as respostas de suas perguntas. Mas suas atitudes pareciam tornar aquilo cada vez mais difícil.

Ultimamente ela tentara evitá-lo, mas ele andava atrás dela por todos os lugares, atento e silencioso como uma raposa. Começara a atitude paranoica após a cena do bar de três semanas antes, na qual a líder da Caçada acenara alegremente para um grupo de tarados alcoolizados.

Só ficara pior depois da festa da rainha. Por mais que não entendesse suas próprias atitudes, a ousadia dos rapazes para com a garota o estava irritando. Talvez fosse porque sabia que ela o amava, e que o que eles faziam a machucava e confundia, afinal, tinha plena ciência de que Elesis era uma completa novata em tudo relacionado a sentimentos.

Fosse o que fosse, ele não queria mais ver pessoas como aqueles caras se aproximando dela, e então de repente os dois ficaram famosos, boatos de que tinham um caso se espalhando como fogo na mata, impossíveis de parar. Todos passaram a olhá-los com uma visão crítica mais aguçada, e ele tinha a impressão de que o interesse pela ruiva estava aumentando gradativamente.

Da líder mandona e agressiva ela passara para a misteriosa garota apaixonada de irresistíveis olhos carmim.

Lass definitivamente não gostava da imagem que estava se formando sobre ela, apesar de não se incomodar com os boatos sobre os dois que rondavam a seu redor. Estranho. Muito estranho mesmo.

Não demorou para que chegassem ao campo de treinamento doze, onde os novatos da temporada estavam esperando pelas instruções. A maioria estava aqui e acolá, conversando, se divertindo como os adolescentes que eram.

Parou, então, soltando o pulso da ruiva, e tossiu para chamar a atenção do grupo. Todos viraram e aproximaram-se, saudando-os calmamente.

- Eu sou Lass, e essa é Elesis. Nós estamos aqui para ajudar nos exercícios de hoje – explicou o albino, curto e direto.

O grupo assentiu e a ruiva inclinou-se um pouco em saudação, ainda nervosa.

- Por onde deveríamos começar? – perguntou, temerosa. Não queria mostrar uma imagem frágil aos novatos, mas também nem sonhava em parecer a pessoa firme que normalmente era com o albino por perto. Ele a deixava desestabilizada demais para isso.

- Que tal pelo modo correto de segurar a sua arma? – sugeriu um dos novatos, e os outros reclamaram, dizendo que já sabiam fazer isso.

- Básico demais – suspirou a ruiva, parando um pouco para pensar, tentando ao máximo ignorar o albino a seu lado. – Hm... Que tal dividirmo-nos em grupos para tentar pequenos duelos?

Os novatos assentiram, animados com a ideia. Então aquela era Elesis, a garota que sempre arrumava um jeito de colocar uma luta no meio de seu dia. Não podiam esperar menos dela.

- Ótimo – o ninja suspirou, levantando uma mão e gesticulando distraidamente. – Façam duplas dependendo de seus desempenhos nas atividades anteriores. Isso vai ser bom para avaliarmos como estão indo – bateu palmas e todos começaram a se organizar.

De repente, uma mão levantou-se em meio à multidão e uma voz de garota encheu o ambiente.

- Senhor, é verdade que o senhor e Elesis estão namorando?

Todos pararam o que estavam fazendo e olharam para o par. Lass levantou uma sobrancelha, cínico, e a ruiva ficou mais vermelha do que seus cabelos, pega de surpresa pela pergunta inesperada.

- N-não! Como pode perguntar algo assim? – a voz dela fraquejava conforme falou.

- Ah, só pra saber. Prazer, eu sou Holy – a garota saiu do meio do grupo e deu um sorriso largo. Elesis não pode deixar de notar que não olhava para ela.

A menina só encarava Lass, parecia bem feliz em fazer isso pelo restante do dia.

- Hm – a albino fez pouco caso, batendo palmas outra vez. – Vamos lá, duplas, duplas, quem mandou vocês pararem?

O alvoroço recomeçou, e logo vários grupos foram formados. Enquanto todos discutiam, a menina de cabelos verdes que descobrimos chamar-se Holy se aproximou da líder da Caçada, sorridente, seus olhos brilhantes chamando a atenção da ruiva.

- Elesis, eu posso fazer dupla com você? Nesse grupo não tem mais ninguém do meu nível – disse, dando uma risadinha.

A ruiva franziu a testa, surpresa, mas não contestou ao ver que todas as duplas estavam formadas. Seria um bom modo de se distrair e esquecer que Lass estava lá, com ela. No fim das contas, os dois não estavam sozinhos, então nem era tão ruim.

- Claro – respondeu, dando um sorriso provocativo. – Mas juro que não pegarei leve.

- Sim, é melhor que não pegue mesmo – e por um segundo a face inocente dela pareceu um pouco perturbadora.

Piscando, Elesis notou que voltara a ser apenas um sorriso simpático. Devia estar vendo coisas, mesmo.

As duas começaram a lutar, e a ruiva procurava não usar nenhum golpe que possivelmente danificaria o campo de batalha, considerando que Lothos não ia gostar nada de ouvir que grama voara por aí.

E também, aliás, principalmente pelo fato de que como o ninja estava por perto, ela não ia conseguir se concentrar o suficiente para fazer uma atrocidade daquelas.

- Hey, Elesis – chamou a garota de cabelos verdes, conforme lutavam.

A líder da Caçada não pode deixar de notar que ela tratava Lass como uma autoridade e ela mais como uma pessoa qualquer, o que era estranho considerando que os dois estavam no mesmo nível hierárquico.

- Sim? – perguntou, por fim, estreitando os olhos minimamente.

Notou pela visão periférica que o ninja, que estivera observando as batalhas, vinha na direção onde a delas acontecia.

- Eu não vou perder pra você, ok? – disse Holy, sorrindo maliciosamente.

- Oh, eu também não pretendo perder – a ruiva empunhou a espada melhor, defendendo um golpe da garota.

- Não é dessa batalha que estou falando – rebateu a menina de cabelos verdes, estreitando os olhos, o sorriso sumindo de sua face.

- Hm? – Elesis não sabia se olhava o albino se aproximando por cima do ombro da garota ou se prestava atenção à batalha, mais nervosa a cada segundo que passava.

- Estou falando de Lass – e o nome do ninja a fez ganhar a atenção da líder da Caçada. – Eu vou ganhá-lo. Pode ter certeza disso.

Elesis arregalou os olhos, surpresa, e por um instante Holy foi capaz de fazê-la perder o equilíbrio. A ruiva caiu no chão aos pés da paladina, e ela levantou o martelo, preparando-se para dar um doloroso golpe de cima.

A líder da Caçada fechou os olhos por instinto, se encolhendo e procurando com os dedos a espada que parecia ter deixado sua mão na queda.

Preparou-se, então, para um impacto que não veio.

Abriu os orbes vermelhos novamente, surpresa ao perceber que em um instante já não estava mais no chão. Olhando para cima, encontrou com os oceanos do albino, que a observava calmamente, parecendo procurar por algum machucado ou coisas do gênero.

Depois de algum tempo ele desviou o olhar para a garota de cabelos verdes, que se encolheu um pouco diante da desaprovação contida naqueles olhos tão azuis.

- Eu disse para lutarem, e não para matarem uns aos outros, muito menos à Elesis – vociferou, a voz irritada. – Nós temos mais trabalho a fazer, ela não pode se machucar num treino, ainda mais quando está pegando leve – e suspirou, assoviando para chamar a atenção de todo o grupo. – O treino de hoje acabou, podem praticar à vontade, mas eu e ela estamos indo – indicou a ruiva com a cabeça.

Ele parecia relativamente calmo, considerando a situação em que se encontravam. Elesis, por outro lado, estava muito nervosa. Quer dizer, lá estava ela, encostada ao peito do rapaz que amava. Era tão bom e assustador, ela tinha certeza de que sua expressão estava dedurando seu amor para o mundo naquele momento.

Engoliu em seco, decidindo que deveria falar algo conforme os novatos iam embora, ignorando o olhar feio que Holy lhe dedicava vez ou outra enquanto saía.

- L-lass... – sussurrou, tentando manter a voz estável.

O albino desviou o olhar para ela quase que imediatamente.

- Sim? – perguntou, e ela podia notar a expressão preocupada que lhe dedicava.

- Pode me colocar no chão, estou bem – disse, feliz de que dessa vez não havia gaguejado.

Ele parou para pensar por um segundo, parecendo decidir se devia acreditar nela ou não. Logo pareceu escolher a primeira opção, inclinando-se e colocando-a de pé sobre a grama novamente.

Quase que imediatamente após tocar a sola do pé esquerdo sobre a terra ela perdeu o equilíbrio, caindo sobre o albino e soltando um grito assustado.

Ele a pegou novamente, tomando-a em seu colo como estivera anteriormente e estreitando os olhos.

- Sabia. Você machucou a perna na queda, certo? – e parecia que nem se importava com a resposta dela conforme dava um jeito de pegar a espada vermelha caída e começava a caminhar em direção à base com ela nos braços.

- Ah... Acho que sim... – a ruiva olhou para sua roupa, nervosa demais para encará-lo.

Se estivesse tentando conquistá-lo, seria a hora perfeita, mas não era isso que ela queria fazer, então estava realmente insatisfeita com a situação.

Ele seguiu silenciosamente e ela fechou os olhos quando entraram na base, temerosa de perceber os olhos que provavelmente os acompanhariam até a enfermaria. Abriu-os novamente quando Lass colocou-a sentada sobre uma maca e puxou sua bota sem qualquer cerimônia a fim de ver o machucado.

Para a sorte de Elesis, não havia mais ninguém além dos dois lá naquele momento, então só tinha de se preocupar com a vergonha de estar sozinha com Lass novamente.

O ninja silenciosamente pegou bandagens em um dos armários do local e voltou para perto do tornozelo roxo da jovem, abaixando-se e levantando seu pé delicadamente para que pudesse enfaixá-lo.

Era estranho. Ninguém podia vê-los, apesar de apostar que havia várias pessoas do lado de fora da porta escutando, mas ele sentia uma alegria interna extrema com o que estava fazendo, ajudando-a. Claro, era uma companheira e sua amiga no fim das contas, devia sentir-se feliz por socorrê-la.

Mas era estranho demais... Quando levantou o olhar após acabar seu trabalho, deixando o rolo de bandagem sobre o lençol branco da maca, cometeu o erro de encontrar com os orbes ígneos dela.

A garota o observava, vermelha como seus cabelos, estática e envergonhada, linda demais para ser real. Ele não sabia como podia pensar algo assim, era assustador, realmente assustador.

Quando piscou novamente, havia se aproximado dela, e agora a ruiva se encostava ao dossel frio de metal da maca, corada e sem fôlego. Colocou uma mão na bochecha dela e continuou a se aproximar, perdido demais para pensar no que realmente estava fazendo.

Os olhos dela eram tão lindos, seu jeito envergonhado era tão fofo, sua voz era tão doce, ele quase a podia ouvir novamente, sussurrando que o amava.

Uma batida na porta o fez voltar a realidade e ele se separou dela em um segundo, surpreso. Levantou-se de um pulo e seguiu, abrindo a porta. Mal viu Arme direito conforme ela começava a falar e seguiu pelo corredor, confuso e ao mesmo tempo encantado.

Ele tentara beijá-la. Ele tentara beijá-la. Por que parecia que metade de suas perguntas internas haviam sido respondidas com apenas uma ação involuntária?

E por que parecia que as coisas só ficariam mais complicadas dali em diante?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Odiaram? Amaria ouvir opiniões!
Eu adorei esse capítulo, especialmente esse finalsinho lindo xD Mas sempre sou culpada pra falar mesmo, então façam a voz do povo e julguem vocês!
Ah sim, eu não tenho absolutamente nada contra a Holy, exceto o fato de que a voz dela me irrita, mas eu precisava de alguém pra fazer o papel da vadia má, e acho que fica mais legal com uma personagem da estória mesmo do que com um inventado por mim, como no último capítulo. Desculpe para os fãs dela, não foi por mal, sério!
*
Enfim, muitíssimo obrigada por lerem e comentarem, e favoritarem ou wharever vocês puderem ter feito -Nyah! e suas opções infinitas - nessa fanfic! Adoro demais todos vocês!
Espero conseguir postar algo no feriado, prometo tentar, mas não prometo conseguir!!

Beijitinhoooooooos
*
PS: não vo revisar o cap, to com pressa, o word vai fazer isso por mim, mas às vezes a palavra tá certa e o sentido errado e isso o word não acha, então perdoem algumas falhas... Eventualmente posso dar uma olhada mais minuciosa no capítulo... Se puderem me avisar os erros que vocês perceberam, ia poupar um trabalhão! Muito obrigada aos lindos que tentarem!