Estou Cansado de me embebedar De trevas como se fosse vinho,

Eu nem consigo mais ver o chão onde piso,

As correntes da tristeza e do arrependimento tornaram minha vida uma luta vazia.

Se Desejos podem se tornar realidade,

Eu desejo que estas flores floresçam uma vez mais

Porque, agora, sinto como se eu pudesse curar até minhas próprias feridas.

Rookiez is Punk´D(Song for You)

Em sua longa vida foram poucas as pessoas que Loki conheceu capazes de fazê-lo mudar de ideia sobre algo, uma delas se encontrava com ele nesse exato momento era a jovem Dríade Irisviel. Ele não sentia necessidade real de ariscar-se para salvar crianças que mal conhecia, porem por motivos desconhecidos as palavras da menina ainda martelavam em sua mente.

“– Todas essas crianças veem em você esperança, não deve decepciona-las, deve fazer o que todo Deus faz por seus súditos.

– O que?

– Promover Milagres!”

Dirigindo-se para fora da mística caverna na companhia da jovem, passaram por uma espécie de espelho de luz azulada que servia como portal e saíram nas ruinas do que Irisviel agora sabia ser o Templo de Honra ao Deus Lothur ou Loki para os íntimos. Já era noite e o céu estava especialmente escuro no momento, com nuvens negras ocultando o brilho prateado da Lua, ventos frios sopravam com força criando sons tenebrosos no ar o que indicava que a qualquer momento uma chuva se abateria no lugar. Loki pediu para Irisviel lhe mostrar o caminho que ambos deveriam seguir e assentindo com a cabeça a moça começou a caminhar para fora das ruinas seguindo floresta adentro. Loki mantinha-se a certa distancia da menina, afinal em sua mente calculista, se algo ou alguém estivesse na espreita a Dríade serviria de distração para que ele atacasse furtivamente. Depois de andarem por quase meia hora e saírem da paisagem florestal eles se depararam com um enorme buraco no solo cercado por formações rochosas gigantescas, uma espécie de pedreira, de onde viram ao longe varias luzes em tom alaranjado, provavelmente fogueiras. Loki fez um sinal para que a Dríade se abaixasse e ambos seguiram agachados até finalmente encostarem-se a uma enorme pedra que os ocultou por completo. Loki deu uma espiada rápida e notou que o lugar se tratava de um acampamento de guerra. Na intenção de ter uma melhor perspectiva do ambiente o feiticeiro arrancou um fio de cabelo de Irisviel, que se assustou de leve com o gesto, transformou-o em uma mosca e em seguida recitou alguns mantras em élfico soltando o animal no ar. A mosca começou a sobrevoar o acampamento observando cada detalhe do local passando as imagens diretas para os olhos de Loki que assistia a tudo como se ele mesmo fosse a diminuta criatura. Havia cerca de vinte Trolls das montanhas e das cavernas no ambiente dividindo espaço com um total de dez Orcs cinzentos, havia apenas uma tenda bem no centro do local, que Loki deduziu pertencer a quem quer que estivesse no comando daquela pequena tropa. Havia também um total de vinte fogueiras enormes ao redor do acampamento, provavelmente para iluminar e aquecer o lugar que era bem úmido e um animal morto sendo assado bem perto da tenda em uma fogueira bem menor que as demais. O Príncipe pode ver que as crianças que procuravam estavam em uma cela móvel feita de metal Uru perto da misteriosa tenda e que pareciam todas adormecidas. O acampamento estava bem calmo, como se as criaturas soubessem que ninguém naquele lugar iria se atrever a enfrenta-las. A mosca estava quase entrando na tenda por uma pequena brecha no pano que a envolvia para satisfazer a curiosidade de Loki quando um Orc que saia de dentro da mesma esmagou a pequena criatura com uma tapa. Loki sentiu uma dor leve na cabeça com o corte abrupto da conexão e logo em seguida uma pontada aguda no peito onde se encontrava seu selo amaldiçoado. Com uma das mãos Loki apertou os olhos que agora ardiam um pouco e em seguida virou-se para a Dríade a encarando sério de cima a baixo, Irisviel o encarou de volta fazendo o mesmo gesto.

– O que foi? Perguntou com irritação na voz.

– Tenho certeza que você não sabe lutar e provavelmente não conhece nenhuma magia ofensiva que possa nos auxiliar certo?

– Errado! Ela falou parecendo ofendida.

– Me dê um sabre e eu te mostro quem não sabe lutar.

Os olhos de Loki deram um brilho sutil com a revelação.

– E sobre a magia? Também tem alguma relação a fazer? Ele perguntou em tom de deboche.

– Posso paralisar os Trolls por um curto espaço de tempo, mas só cinco de cada vez.

– Muito bem então! Loki respondeu dando um leve sorriso.

Ambos caminharam agachados até bem perto de uma das fogueiras de onde puderam ver um Troll tentando cochilar no local. Num movimento rápido o príncipe quebrou o pescoço da criatura que morreu sem nem notar quem o atingiu, logo em seguida Loki retirou cuidadosamente os pedaços da estranha armadura que o monstro usava e mandou Irisviel coloca-las. Enquanto a Dríade se encouraçava Loki vasculhou uma pequena trouxa que havia perto do cadáver e encontrou uma adaga, a deu para a menina que a pegou sem hesitar.

– Nos temos um plano? A jovem perguntou curiosa apertando o último pedaço da armadura ao corpo.

– Mas é claro, acha que eu viria até aqui sem ter algo planejado? O príncipe perguntou com um tom irônico na voz.

– Então qual é? Ela perguntou se aproximando mais dele, a voz baixa e os grandes olhos azuis atentos.

– O mais simples de Todos. Ele respondeu dando um sorriso malicioso.

Irisviel não soube bem o que aconteceu nem como aconteceu, mas num piscar de olhos a Dríade estava no meio do acampamento e os pedaços de armadura que vestia brilhavam como diamantes no sol. Todos os olhos do lugar foram de encontro à figura feminina exposta no ambiente, alguns Orcs sorriram como se tivessem vendo algo muito engraçado. Já os Trolls em sua maioria rosnaram de forma ameaçadora, Irisviel empunhou a adaga com ares de quem estava preparada para um combate e recebeu um urro em resposta de um Orc que se aproximava com uma clava nas mãos. O monstro era o dobro do tamanho da garota, tinha a pele muito cinza quase negra, olhos amarelos e caninos inferiores que saltavam para fora da enorme boca. Naquele momento tudo que Irisviel conseguiu pensar foi em correr, porem quando se virou para fazê-lo percebeu que estava totalmente cercada, ou lutava para sair dali ou se deixava abater. Entrementes Loki sorria para si mesmo achando graça da maldade que acabara de fazer com a menina enquanto se dirigia furtivamente até a cela das crianças se aproveitando da distração que a Dríade estava a proporcionar. Seu peito ardia devido aos pequenos encantamentos que usará a pouco, um para teleportar a Dríade para o centro do acampamento e o outro para fazer sua armadura brilhar como diamante. Chegando ao local que desejará percebeu um Troll de pé perto da cela a vigiando atento, não pensou muito e avançou contra a criatura que mesmo notando a investida de Loki não teve tempo suficiente de se defender. Um soco e a besta foi ao chão e com um pisam forte em sua cabeça o que restou foi um cadáver com o crânio espatifado. Loki notou que as crianças estavam sobre o efeito de um feitiço de sono e que a cela estava magicamente trancada, pois ao toca-la runas místicas apareceram e o repeliram. Deduziu rapidamente que não conseguiria abri-la com facilidade e por não dispor de muito tempo para pensar em algo Loki achou melhor ser objetivo e não criativo. Conjurou dois garanhões feitos de sombras atrelados magicamente a cela que lembrava uma carroça de transportar escravos e em seguida ordenou que os mesmo voltassem para Gíte da forma mais segura que lhes fosse possível. Quando os mágicos animais relincharam e começaram a galopar para fora do lugar o barulho chamou a atenção da criatura que se encontrava dentro da solitária tenda do acampamento, Loki ouviu um rosnado familiar e a curiosidade não o permitiu fugir. Quando a cortina da tenda se abriu Loki se deparou com um dos seus piores pesadelos, o General de Armas do Exército de Jurvetheim, o Poderoso Orc Negro Thallos.

Irisviel se esquivou como pode do golpe da clava do cinzento Orc, porem assim mesmo feriu um dos braços com os espinhos da arma, rolando e se levantando o mais rápido que pode a menina tentou correr, mas acabou trombando em um Troll que fechava seu caminho. Com uma machadinha em punho o Troll tentou acerta-la, porem se aproveitando da baixa estatura a Dríade abaixou-se passando por debaixo do golpe sem problemas, ela rodopiou se esquivando de mais dois Trolls conseguindo quase que por sorte sair do flanqueamento em que se encontrava. Ela virou-se e num piscar de olhos cinco dos doze monstros que a perseguiam simplesmente ficaram paralisados, porem três dos cinco monstros em questão eram Trolls que logo se transformaram em pedra. As demais criaturas a olharam com um misto de curiosidade e temor, Irisviel aproveitando-se da hesitação delas juntou toda força e golpeou a cabeça de um dos Trolls petrificados a arrancando fora. O corpo se estilhaçou em seguida deixando milhares de pedaços caírem no chão, os demais monstros urram de ódio com a cena e avançaram na menina sem dó, a Dríade correu e golpeou um Orc que se pois em sua frente cravando sua adaga no peito da besta. Em seguida Irisviel aproveitou-se do corpo caindo da fera para usa-lo como alavanca criando impulso suficiente para pular por cima do Troll que se aproximava para ataca-la. A besta tentou pega-la, mas não conseguiu. A Dríade correu freneticamente sem nem olhar para trás, precisava sair dali o mais rápido possível, a marca em seu pescoço doía e seu corpo estava ficando pesado. Enquanto passava os olhos desesperadamente pelo local se esquivando de golpes a avulso dos inimigos presentes e tentando achar uma brecha para fugir de volta para a floresta, Irisviel se amaldiçoava por ter salvado Loki, o maldito trapaceiro que a havia jogado como um cordeiro para o abate no meio daquele acampamento. Quando chegou perto da tenda no centro do ambiente se deparou com uma das bestas mais perigosas dos nove reinos, o Temível Thallos.

Os olhos do monstro eram grandes e vermelhos como sangue, sua pele era negra e brilhosa como piche, sua boca lembrava a de um felino com dentes pontudos e afiados quase saltando para fora dela, tinha no mínimo três metros e músculos espalhados pelo corpo todo, uma verdadeira aberração.

– LOOOOKIIII! A fera berrou fazendo o lugar todo estremecer.

Tanto a Dríade quanto as demais criaturas no local se arrepiaram da cabeça aos pés, o som da voz do monstro lembrava os gritos aterradores dos seres abissais de Hellheim. Loki sorriu, mais de nervoso do que de deboche e automaticamente se preparou para o golpe, que veio, porem veio mais forte do que esse esperava o arremessando a metros de distancia. Loki protegeu-se bem não se machucando muito com a queda, porem os braceletes que usava se amassaram com o golpe, principalmente o do braço direito que suportou a maior parte do golpe, fato que surpreendeu o príncipe, já que os braceletes eram feitos de Uru e a fera estava desarmada. Irisviel estava a poucos metros do monstro e apavorada com a cena, a presença daquela criatura lhe trazia lembranças ruins, tão ruins que ela simplesmente paralisou de pavor, só voltando a si quando sentiu o ar faltar nos pulmões e percebeu que tinha sido derrubada no chão pelas feras que se aproveitaram de sua distração para rendê-la. Havia um bolo de Trolls se glomerando por sobre ela a impedindo de sequer se mover. A Dríade não gostava de usar suas habilidades naturais, isso a fazia sofrer, porem naquela situação era matar ou morrer. Os olhos azuis brilhantes da menina se tornaram brancos e sem vida, logo em seguida cada monstro que a tocava, mesmo que levemente, começou a agonizar. As veias das criaturas ficaram sobressaltadas, os olhos ficaram negros e mesmo que quisessem já não conseguiam mais solta-la. Quando todos estavam brancos como papéis simplesmente se desfizeram no ar virando pó. A Dríade havia drenado lhes a energia até a alma, os demais que viram tudo acontecer ficaram assustados e se afastaram da menina como se essa agora fosse o pior monstro ali presente. Ela se levantou ainda com os olhos brancos e ergueu as mãos na direção das feras, algumas se viraram e correram na intenção de fugir ou simplesmente se esconder, outras avançaram querendo mata-la, mas era tarde. Um vento soturno soprou, uma nuvem verde tomou conta do ambiente e cada monstro no campo de visão da menina pereceu, os Trolls se transformaram em arvores deformadas e medonhas, porem os Orcs viraram bizarras estatuas de pedra. Irisviel olhou rapidamente ao redor e percebeu que o acampamento havia sido destruído, ainda existiam alguns Orcs vivos, porem ela sabia que esses não se atreveriam a tentar nada contra ela. Deu dois passos lentos para trás analisando bem a cena e em seguida se virou correndo em direção da floresta, na sua mente a ideia fixa de ajudar Loki, mesmo sabendo que esse não merecia tal ajuda.

Thallos viu Loki distante, porem vivo, de pé, com um sorriso cínico na face. Aquilo o deixou ainda mais raivoso. O general havia abandonado seu Reino com seus melhores homens a pedido de seu Rei para auxiliar na invasão de Asgard e assim garantir um pedaço daquela preciosa terra para seu povo, todavia o que obteve foi à derrota vergonhosa depois que Loki traiu a todos e fugiu do campo de batalha. Naquele dia enquanto fugia humilhado por um portal improvisado feito por um dos Bruxos do grupo, ele prometeu matar o Deus trapaceiro da forma mais dolorosa e violenta possível, pois só assim sua honra seria restaurada e seus companheiros mortos seriam vingados. Thallos correu na direção de Loki numa investida brutal, o Orc lembrava um touro enlouquecido enquanto Loki um habilidoso toureiro. O príncipe se esquivou lindamente fazendo a fera bater com tudo em uma árvore que foi ao chão junto com ele. Loki percebeu que se Thallos o acertasse uma única vez ele teria sérios prejuízos, sendo assim lhe restava apenas uma alternativa, fugir. O Orc se ergueu do chão e viu a sombra de Loki correndo para dentro da floresta, Thallos não permitiria sua fuga, não sem uma boa briga. Correu atrás de Loki com toda sua velocidade e o alcançou fácil, porem quando socou as costas do Jotun notou que era apenas uma ilusão, pois a figura se desfez no ar como fumaça. O Orc urrou de ódio e logo depois de dor, pois teve seu joelho acertado por um golpe do cetro de Loki, a criatura caiu ajoelhada e logo em seguida sentiu um chute forte em sua face lhe arrancando um pouco de sangue, porem se aproveitou do movimento do príncipe e agarrou em sua perna esquerda o derrubando. Loki chutou o rosto do monstro com a perna direita, mas esse nem pareceu sentir o golpe, pois se levantou tirando o Jotun do chão e o deixando de cabeça para baixo. Thallos chutou Loki certeiro no estômago o que fez o mesmo cuspir sangue, logo em seguida sacudiu e arremessou o príncipe contra uma árvore que se espatifou com o choque do corpo do Jotun. Ainda no chão Loki viu o vulto de uma arvore vindo em sua direção, rolou com agilidade evitando por pouco ser esmagado pela mesma, pois a fera Orquica havia arrancado uma arvore do chão com raiz e tudo e a estava usando como porrete tentando a todo custo acertar o Jotun que ainda não tinha conseguido se levantar. Num movimento quase felino Loki rodou as pernas conseguiu bandar Thallos e ainda se por de pé, se aproveitando da queda da criatura para cravar uma adaga de gelo em seu peito.

Trovões rasgavam o céu e a chuva finalmente havia encontrado seu caminho para o solo do lugar, a Dríade finalmente avistou a figura da fera gigantesca que agora mesmo com uma adaga de gelo cravada em seu peito socava Loki com toda sua força como se esse fosse uma espécie de saco de pancadas. O Príncipe tentava se livrar dos golpes da besta, mas simplesmente não conseguia, parecia estar meio tonto devido a tantos golpes certeiros consecutivos, em verdade Thallos era demasiadamente forte, um golpe de seus poderosos punhos na mente de Loki era equivalente a uma martelada do poderoso Mjolnir de Thor. A Dríade notou que as árvores do ambiente tinham muitos cipós o que considerou útil para ajudar Loki naquela situação. Ergueu as mãos em direção aos cipós e os fez se enrolarem no corpo de Thallos que foi pego totalmente de surpresa pelo ato. Loki mais que depressa aproveitou-se da distração desvencilhando-se das poderosas mãos do Orc, rapidamente usou as duas pernas para chutar o corpo da fera que cambaleou e caiu no chão.

– Corre Dríade! Ele berrou já se afastando.

A menina não pensou só obedeceu e correu na mesma direção do príncipe. Ambos ouviram os rosnados de Thallos que se misturaram aos sons dos trovões que retumbavam no firmamento e fora Loki quem olhara para trás e se deparou com uma besta Orquica furiosa vindo na direção deles a todo vapor, literalmente destruindo tudo que estava em seu caminho no processo. O Jotun só teve tempo de empurrar a Dríade para o lado antes de se virar e receber um golpe que o arremessou contra uma parede de pedras que havia ali perto. O som da imensa rocha se partindo se confundiu nos ouvidos de Irisviel com o som dos ossos de Loki se quebrando. O monstro liberou um rosnado que parecia uma espécie de risada e logo em seguida levou suas grandes e poderosas mãos ao pescoço do príncipe. Loki chutou as costelas do Orc, porem esse apenas respirou mais fundo, a pele de Thallos era dura como uma carapaça o que parecia evitar que ele tomasse todo o potencial de um golpe. O General bateu com a cabeça de Loki contra a enorme pedra e uma marca de sangue espirado se formou na mesma. Irisviel avançou contra a besta o acertando com uma pedra na cabeça, a criatura apenas se virou e agarrou a cabeça da Dríade a erguendo do chão. Loki cravou as unhas no braço de Thallos na tentativa inútil de causar dor na fera e se libertar, porem só conseguiu perder algumas unhas no processo. Irisviel se agarrou no braço do monstro e começou a esquentar o local, em questão de segundos a besta a soltou, pois acabara de ser queimado. Ao perceber tal reação por parte de Thallos Loki criou uma espera de fogo e a espalmou no rosto do monstro que o soltou dando gritos de agonia levando as duas mãos ao rosto. A Dríade saiu engatinhando para longe da fera e Loki caiu ajoelhado no chão tossindo sangue. Thallos havia acabado de perder seus olhos mais ainda ouvia o barulho da tossi de Loki, chutou na direção correta, porem errou, pois Loki se desviou a tempo de evitar o chute. Loki estava cansado, machucado, sangrando, sua visão estava turva, seus músculos doíam, seu peito ardia, mas ele não iria se entregar, não ali, não naquela noite. O príncipe então se levantou com dificuldade, invocou seu cetro e o aqueceu até o limite que a arma suportava, logo em seguida deu uma investida precisa cravando a arma em chamas no pescoço do Orc que tentou resistir, porem a pele do monstro era extremamente fraca contra o fogo. Thallos viu sua vingança se tornar apenas um sonho inalcançável e antes que sua cabeça se desprendesse de seu corpo ele jurou para si que mesmo na morte teria sua vingança custasse o que custasse. Loki ficou ali parado por alguns minutos observando o corpo morto do General Orc com um olhar melancólico, mesmo tendo matado uma das criaturas mais poderosas e perigosas dos Nove Reinos não se sentia feliz ou vitorioso, pelo contrario se sentia apenas vazio. A Dríade que observava a tudo de certa distancia viu quando o cetro de Loki foi ao chão acompanhado do mesmo que simplesmente desmaiou. Aparentemente a batalha havia custado ao Jotun mais do ele tinha para oferecer. A menina não via outra saída a não ser tentar levar Loki de volta para o vilarejo, porem ela também estava muito fraca e machucada, a chuva estava cada vez mais forte e o chão começava a ficar demasiadamente fofo dificultando a locomoção. A Dríade agarrou Loki por debaixo dos braços e o arrastou o mais longe que suas pernas os levaram, por um momento pensou estar na direção certa, mas depois percebeu que estava perdida, soltou o corpo do príncipe e ajoelhou-se ao seu lado com lagrimas nos olhos e a respiração ofegante, o selo em seu pescoço ardia e todo o seu corpo doía, também estava no seu limite. Mais uma vez ela se encontrava em uma floresta, em uma noite chuvosa comtemplando a face ferida daquele homem tão mal quisto. Sabia que Loki não tinha bom coração, mas não podia deixa-lo morrer, afinal dependia dele para se livrar futuramente de sua maldição. Com esse pensamento em mente a Dríade desistiu de achar o caminho de volta para Gíte e simplesmente se deitou ao lado do Jotun o abraçando ternamente como uma mãe que deseja proteger seu filho do mal adormecendo logo em seguida tendo apenas a chuva como testemunha.