Circo Do Meio-dia escrita por Keroro


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Depois de quase um ano eu dou as caras por aqui com um capítulo novo. AEEEEE BDALKSDMADAS É pra glorificar de pé igreja DHSADSA hue
Enfim, se ainda tiver alguém lendo, tenha uma boa leitura c:



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Naquela noite, antes de dormir, Dante vomitou tudo o que tinha comido no jantar. Maria reclamou achando que foi porque ele tinha comido demais, já que não comia há dias. Mas, na verdade, Dante vomitou porque não conseguia tirar da cabeça todas as imagens que viu naquele dia.

Elas continuavam voltando, passando por sua cabeça como um filme de terror antigo. Tudo isso acontecia involuntariamente, é claro. Quem ia querer reviver tudo àquilo por pura e espontânea vontade?

Dante pensava nas famílias das vitimas. Como elas estariam nesse momento? Será que sabiam que seus familiares tinham ido assistir a um show no circo e então tinham sido mortas?

Ele não tinha essa informação, é claro. Como também não sabia o que foi feito dos corpos das pessoas assassinadas durante o show. Mas essa era uma informação que ele definitivamente não queria saber.

Dante “acordou” no dia seguinte. Acordou é apenas um modo de dizer, é claro. Já que o jovem não tinha dormido nem por um segundo na noite anterior.

Ele acordou mais indisposto do que quando trabalhava durante todo o dia, limpando todos os animais que participavam do show no circo. O dia anterior tinha sido realmente agitado, e ele queria que aquilo não passasse de um sonho. Um sonho realmente ruim.

Para sua infelicidade, aquilo tinha sido real. E ele teve a prova disso quando Maria entrou em seu pequeno quarto, gritando.

- Meu jovem! Vejo que já está melhor, olhe só para essa aparência, essas bochechas já rosadas! – Disse ela.

Dante olhou para o pequeno espelho que ficava ao lado de sua colcha no chão. Para ele sua palidez continuava tão ruim quanto no dia anterior. No seu rosto não tinha nenhum sinal de que sangue corria por suas veias.

- Se a senhora diz dona. – Respondeu, se levantando e começando a arrumar suas coisas.

- Não, não não. Deixe isso tudo ai, você não precisa mais arrumar isso. – Disse Maria – Você foi promovido de seu emprego, se lembra?

- Como que eu ia esquecer dona?

- Sem gracinhas Daniel.

- Meu nome é Dante.

- Tanto faz. Como eu ia dizendo, você foi promovido e agora terá um quarto melhor, para descansar bem durante a noite e fazer um bom show. Sem bem que eu acho que seria uma má ideia se você descansasse, porque assim perderia todas as olheiras que tem. – Falou, segurando o rosto do jovem pelo queixo e analisando a face do rapaz.

- Pode me soltar senhora? – Perguntou.

- Ah, sim Daniel. Como eu ia dizendo, você não precisa mais trabalhar cuidando dos animais. Aquele meu filho imprestável fara isso por você.

- Mais eu gosto de cuidar dos animais dona.

- A sua opinião aqui não importa. Você trabalha para mim e fara o que eu lhe disser. Agora, vamos. Você tem que ensaiar o show dessa noite.

Maria saiu arrastando Dante até o local do ensaio. Todos os outros participantes já estavam lá – incluindo a pequena Julie -. Eles estavam esperando por ele.

- Nhaa, é o nosso pequeno novo astro. – disse Serapine.

- Ei, bom dia, bom dia. – falou Julie, pulando em seu lugar.

- Bom dia – respondeu Dante.

- Você está muito apático, nhaa.

- É bom que ele continue assim. – disse Maria – Estou pensando seriamente se continuo te alimentando bem ou não.

Maria tratava Dante como se tratava um animal para o abate, isso já era obvio.

- Bom, chega de conversa porque tempo é dinheiro. Então vamos ensaiar. – disse Maria – Daniel, você começa...

***

- Meu nome é Dante e eu serei seu anfitrião está noite! O que vocês estão para presenciar é o melhor show de horror de todos os tempos! Sentem-se, pois, o show já vai começar!

Seis anos haviam se passado desde que Dante começará a apresentar o show O outro lado do Circo. Agora com 23 anos Dante já tinha se acostumado a ver todo tipo de morte e tortura. Já não era mais aquele garoto que passara noites seguidas sem dormir graças aos pesadelos.

Com a entrada de Dante a frente da apresentação dos shows o Circo do Meio-dia ficou conhecido mundialmente. Pessoas viajavam de vários lugares do mundo somente para ter o prazer de assistir aos shows.

O outro lado do Circo continuava a ser apresentado, às escuras. Tinha perdidos alguns dos integrantes originais, como a querida Separine.

Esta, tinha se ferido acidentalmente em um dos ensaios. Ela se recusara a ir para o hospital, dizendo que aquele ferimento lhe traria mais uma bela cicatriz, e assim ela meteria mais medo no publico. Foi totalmente ao contrario.

O ferimento acabou infeccionando, e a infecção acabou passando para todo o corpo de Separine, que se machucava com frequência. Ela morreu antes de chegar ao hospital.

Apesar de muitas perdas o lucro ainda era bastante alto e Maria sempre arrumava alguém novo para substituir o anterior.

***

- Você já pode ir agora, não preciso mais dos seus serviços. – disse Dante.

- Mas amorzinho, eu te faço feliz, não é? – disse Inocence – Volte para a cama, sim?

- Não, Inocence! Você tem que sair daqui! Agora, sua vadia!

- Mas Dante...

- Mais nada. Eu preciso trabalhar e você também, outra hora a gente continua com isso. – disse Dante, saindo do quarto e batendo a porta com força.

Inocence ainda não conseguia acreditar que Dante pudesse agir dessa maneira com ela.
Desde que ela começara a trabalhar no show – substituindo Separine - ele sempre tinha a respeitado. Mas de uns tempos para cá ele tinha ficado diferente.

Não ligava para os sentimentos dela. O sexo era sempre muito brutal, e às vezes ela ficava muito machucada. Não importava o quanto ela implorasse para que Dante diminuísse sua força, ele não escutava e continuava a aumentando.

Inocence se levantou, procurando sua roupa – ou o que sobrara dela – pelo quarto. Ela ouviu a porta sendo aberta e virou sorrindo, achando que Dante tinha se arrependido e agora voltava para lhe pedir desculpas. Ela estava enganada.

- Oh, Julie! O que faz aqui?

- Eu que pergunto. O que está fazendo no quarto do Dante?

- Ah, isso... Bem...

- Alias, não precisa responder. Eu sei o que vocês estavam fazendo. Eu ouvi tudo. – falou Julie.

- Você ouviu? O que você ouviu exatamente, Julie? – perguntou Inocence.

- Os seus gritos de vadia. Mas agora você não vai mais gritar. – disse Julie, sorrindo. A pequena garota colocou a mão no bolso do casaco, tirando um canivete de lá.

- Julie, o que pensa que vai fazer?

- Você sabe o que eu vou fazer Inocence. Alias, de inocente você não tem nada. Porque o Dante gosta tanto de você, hm? – perguntou, se aproximando.

- Eu não faço ideia, larga essa droga e sai daqui Julie! – gritou Inocente.

- Eu não vou sair! Cala a boca! - gritou de volta, pulando na direção de Inocence.

Inocence desviou, fazendo com que Julie caísse em cima da cama. A mulher correu para a porta, mas esta estava trancada. Virou, voltando a encarar Julie, que já tinha levantando e corria novamente na direção dela. A menina era mais jovem e mais magra que ela, consequentemente sendo mais rápida. Julie passou com o canivete de raspão na bochecha de Inocence, deixando um pequeno corte, não muito profundo.

A mulher conseguiu segurar as mãos de Julie, mas não por muito tempo, porque a pequena garota tinha lhe mordido. Aproveitando o momento de distração da mais velha, Julie enfiou o canivete no estomago da mulher, repetidas vezes, até que a mesma caiu no chão.

Julie arrastou Inocence até perto da cama, colocando-a lá com dificuldade já que a mulher ainda estava meio viva e ficava se debatendo, mesmo respirando com dificuldade. Julie sentou ao lado de Inocence, analisando a mulher.

- Você era bonita, sabia? É realmente uma pena que tenha mexido com o homem errado. – disse Julie.

- Eu tinha dito a ele que você era louca! – falou Inocence.

- Dante nunca iria acreditar em você. Ele me conhece há mais tempo, nem sei por que ele ainda procurar essas vagabundas... Sabe, durante esses seis anos Dante teve cinco namoradas. Eu matei todas elas, é claro.

- Você é doente!

- Não sou não! Eu apenas tenho que cuidar do que é meu! E o Dante é meu! – gritou Julie – E é por isso que eu tenho que acabar com você, porque se eu não fizer isso ele não vai te deixar. Eu acho que vou começar contando a sua boca, assim você ficará igual à Serapine.

- Então foi você... Você matou a Serapine!

- Claro que sim. – falou, rindo – Ela estava tendo um caso com meu querido Dante.

- Eu sabia que tinha algo errado. Ela estava quase curada, estava bem. Mas de uma hora para outra ela ficou doente, com aquela infecção!

- Fui eu. Eu peguei o sangue de um dos animais do estabulo, que estava doente e depois o injetei na Serapine enquanto ela dormia. Já que ela tinha um sono muito profundo, nem percebeu. E agora, chega de conversa.

Julie afundou o canivete de uma única vez na garganta de Inocence, puxando-o para o lado direito. Da garganta da moça jorra o sangue vermelho vivo. A menina pega o canivete e o enfia no baixo ventre da mais velha. Uma, duas, por três vezes seguidas.

Inocence já não respira. Já não se mexe.

Julie se levantou, olhando para o corpo já sem vida. Ela olha para o canivete, que está em sua mão. O sangue de Inocence ainda no objeto. Ela pega um lenço no bolso, mas para antes de limpar o objeto.

Ela leva o canivete até a boca e limpa todo o sangue com a língua. Quando termina ela sorri. Anda até a porta, abre e vai embora. Como se nada tivesse acontecido.

Ela deixa o corpo de Inocence lá, como um presente e um aviso para Dante.

***

O homem estava escondido no quarto ao lado. Ele escutara toda a discussão das duas mulheres.

Ainda não podia acreditar em tudo que tinha escutado. Como a pequena Julie que ele conhecera tinha se tornado a assassina que era hoje.

Ele esperou até que a menina saísse do local para poder ir até o escritório de Maria. Entrou sem bater.

- Maria, temos um problema. – disse Dante.

- O que foi dessa vez, Daniel?

- Julie acaba de assassinar a Inocence.

- O que você disse? – perguntou Maria, se levantando.

- Ela acabou de sair do meu quarto, Inocence estava lá. Eu ouvi uns gritos, Julie disse que também tinha matado a Serapine, e outras mulheres que já trabalharam aqui.

- Você mimou demais essa garota Daniel. A culpa é sua dela ser o que é hoje! – falou, batendo com a mão na mesa.

- Você a criou nesse ambiente! Quando a conheci ela já era assim, só ficou pior. – disse Dante.

- O que vamos fazer agora? Ela não pode continuar matando toda mulher que trabalhe aqui e que você resolva ter um casinho de uma noite. – disse Maria, voltando a se sentar.

- O único jeito de para-la é se ela estiver morta. – falou Vernon, entrando na sala, usando sua tradicional capa preta.

Vernon não era mais tão jovem como quando Dante o conhecerá. Ele tinha uma barba por fazer, e no meio dos seus cabelos ruivos já começavam a aparecer fios brancos.

Ele era o homem em quem Dante se inspirava. Ele faria o que Vernon mandasse.


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Notas finais do capítulo

Reviews? c: E sim, Julie é o kpta



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