– Edward,acorda. - ouvi uma voz suave me chamando.- Edward,vamos, desse jeito vamos perder o voo - a vos melosa falou e senti alguem passando as mãos no meu cabelo. Só podia ser uma pessoa.

– Hmmm... Mamãe? - falei abrindo os olhos a tempo de ver o rosto de Rosalie mudar de expressão.

– Ahhh! Vai a merda Edward! - gritou ela se levantando e saindo bufando do meu quarto.

– Também te amo, e obrigada por me acordar! - Gritei alta para ela ouvir e recebi um rosnado em resposta. Vai entender as mulheres... ou melhor, vai entender Rosalie Hale.

Sai da cama ainda rindo da cara hilária que Rosie havia feito. Sério, tinha que ter tirado uma foto. Segui para o banheiro, fiz minha higiene pessoal e quando sai dei de cara com Jasper arrumando minha cama.

– Não acredito no que estou vendo... Jasper porque diabos você está fazendo minha cama? Pensei que já tivesse superado esse... hã... seu problema com arrumação. - falei olhando quase incrédulo a cena. sim, quase, estaria incrédulo mesmo se essa fosse a primeira vez que ele faz isso.

– Não enche cara, eu só to fazendo a cama, qual problema há nisso? - respondei ele.

– Porque isso de arrumar as coisas é coisa de mulher primo , nós não costumamos fazer essas coisas. - falei da forma mias compreensível do mundo. Não era de hoje que Jasper tinha essa tara louca por arrumar coisas. Na verdade ele faz isso desde de moleque, e era estranho, cheguei até a suspeitar que ele tinha TOC, mas depois de um tempo ele parou. Simplesmente parou, de uma hora para outra. Fiquei confuso na época com a mudança repentina, mas hoje vejo que não tocar no assunto foi minha melhor escolha. Acho que um dia desses ele ainda me conta o motivo...

– A cara, sabe, é poque nós estamos indo embora, e vai ser a última vez, certo? A última vez que arrumo sua cama, que a vovó manda a Rosie te acordar e depois a Rosie sai feito um furacão do seu quarto... Em falar nisso o que que houve? Tava saindo do meu quarto e fui atropelado pela rosie resmungando "Como ele me ousa chamar de mãe!!". - ele começou a falar com um semblante bem triste, como o de uma criança sem chocolate na páscoa, eu sei como isso é triste, ok? Quando tinha 11 fiquei sem chocolate porque diziam que dava espinhas, então a Rosie obrigou eu e o Jasper a ficar sem chocolate porque não queria parentes feios, pois é então.... voltando a história Jasper não tinha aceitado bem o fato de irmos embora ainda. Ele fora praticamente criado pelos nossos avós depois da morte dos pais e imagino como deve estar sendo difícil para ele, mas admito que que me deu uma vontade imensa de rir quando ele imitou a Rosie.

– Não fica assim Jass, eu sei como deve estar sendo difícil para você ir embora e acredite para mim também, primo. Passei praticamente toda minha adolescencia aqui, vou embora e deixarei muitos momentos bons e ruins para trás. E é isso que você devia fazer, cara. Pode confiar vai ser melhor para você. - falei com uma convicção que nem um tinha.

– Eu sei, e eu queria te agradecer por todos esses anos me ajudando, cara. Sem você eu seria um nerd excluído e sem amigos. Obrigada por me aturar, cara, eu sei que sou chato. - falou e sério pode parecer coisa de gay, mas me emocionou. Mas só um pouquinho!!

– Que isso cara! Nós estamos juntos nessa, lembra? - mostrei a mão para ele onde havia uma cicatriz quase apagada. É uma história maluca. Quando eu cheguei aqui não conhecia ninguém, nem meus primos. Jasper foi o primeiro contato vivo que eu tive em Londres e logo de cara nos tornamos amigos, num dia nós fizemos a loucura de fazer um pacto de sangue (eu sei, isso soa meio satanista) e juramos nos ajudar e ser amigos para sempre. Claro que isso deu uma merda e fomos até parar no hospital, agora tenho orgulho de te-la.

– Pode crer, cara - ele falou mostrando a sua mão como uma cicatriz mais forte que a minha.

– Pode crer.

Nós apertamos as mãos e demos um abraço de companheiros. Levei um susto ao me separar de Jass e dar de cara com Rosie nos olhando com uma cara que era um misto de sarcasmo e espanto. Sim, é possivel aguém fazer uma cara assim.

– olha... Eu não tenho nada contra homosexualismo , para falar a verdade eu super apoio, mas incesto gay já é sacanagem, né gente? - falou ela rindo das nossas caras.

– Vai te catar Rosalie, e quem é vc para falar de incesto, hein?! Você e o Edward vivem se pegando pelos cantos - falou Jas que parecia bem irritado mesmo.

– Mas é diferente maninho, eu sou mulher e bem gostosa,tá? - respondei Rosie toda convencida. Esse lance de pegar Rosie era só curtição, ela era legal e tal, mas não fazia meu tipo. Ela é futil demais para mim.

– Gostosa... Pra mim o que vc é tem outro nome! - Jass praticamente gritou. O relacionamento deles não era nada bom, na realidade nem um pouco bom, os dois eram muitos diferentes. Jasper parace te puxado a minha tia, que segundo mamãe era uma amor de pessoa e Rosie o pai, que pelo que sei era bem ambicioso...

– Nem ouse terminar essa frase seu gay! - Se alguem achar um tímpano por ai, é meu tá?

– Ei, ei, ei vamo parando com a quebração de pau no meu quarto, ok galera? Qualé gente nós estamos indo embora! Nem hoje vcs conseguem ficar sem se arranhar?! - Gritei com eles. Sei que posso ter sido grosso, mas sou assim com as coisas que me deixam sem paciencia. E aqui estavam duas coisas : Jass e Rosie brigando e Rosie gritando.

Eles se entreolharam, mas não falaram nada.

[...]

Já estava tudo pronto. Estavamos na sala de embarque do aeroporto de Londres. eu estava sentado ouvindo uma música que nem sei o nome.

O que eu estava fazendo mesmo era pensando. Como seria minha vida agora? Teria que repetir o ano, levar um esporro do meu pai, voltar para Forks, rever minha mãe e minha irmã... Era difícil, para mim voltar para Forks. Lá eu era só um garotinho sem muitos pontos incomuns e aqui, em Londres, eu virei um home atraente, pegador e bad boy que só se preocupava com as garotas e a diversão momentanea. Eu não sabia como seria voltar para um lugar em que eu sai sendo um garoto e voltar um homem completamente diferente.

– Ed vamos nosso voo acabou de ser anunciado. - Rosie me catucou e saiu andando na frente para a porta de embarque. Jasper permanecia parado ao meu lado.

– Eai, pronto para uma nova vida primo? - perguntei a ele a pergunta que eu mesmo fazia nesse momento.

– Não sei cara, e você, pronto? - perguntou ele olhando para o portão de embarque.

– Sinceramente, não faço a mínima ideia, Jasper - respondi quando paramos na frente do portão de embarque - Mas pronto ou não, ai vou eu! - falei tentando descontrair o ambiente.

Jasper riu um pouco e passou na minha frente e entregou sua passagem a atendente.

Olhei para trás e tive um pequeno flashback da cena que vi quando cheguei aqui. Pessoas calmas esperando seus voos outras apressadas para pegar os seus, a movimentação que na época foi assustadora para mim. Agora era tudo tão normal, era como se eu estivesse passado 50 anos naquele mesmo lugar, parado, olhando o estranho e calma movimento de Londres. Me virei para trás e andei até a atendente, entreguei a passagem e segui pelo corredor de embarque. Avistei a proximo a porta do avião Jasper que também parecia ter um momento de reflexão. Parei ao seu lado, ele levantou olhar, Sorriu e falou:

– Eu to pronto!

– É eu também - falei olhando para a porta, onde se encontravam o piloto e as aeromoças do avião, dando boas vindas aos passageiros. De fato eu me sentia pronto, mas não sabia se Forks estaria pronta para mim.