The Neuro-SHAMY-cal Equation Of Love escrita por Fabs


Capítulo 5
The Wild Physicist Displacement


Notas iniciais do capítulo

Quinto, gente! ♥ Esse cap era para ter saído há dias, mas minha semana foi meio punk! Peço desculpas pela demora. ;)
Acho que o lance do término súbito do capítulo anterior ficou meio confuso, mas na hora julguei que fosse necessário. Explico melhor nesse o que aconteceu com o louva-deus sexy... quer dizer, Dr. Cooper!
Estou tão envolvida com tudo que é relativo a Shamy nos ultimos dias, ai ai... Será que é só eu ou o fangirlismo também atinge vocês? ♥
Live long and prosper.



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Você está perto demais, Amy. Muito perto.



Ofensivamente perto.


Você está violando a subseção quatro do décimo parágrafo do acordo de relacionamento, o que pode ocasionar em ruptura do contrato e punição para a parte infratora.

Eu posso ver cada poro do seu rosto. Eu posso calcular a distância entre cada cílio seu.

O que você pretende fazer, Amy Farrah Fowler?

Que sensação claustrofóbica. Eu a proíbo de se aproximar mais.

Posso sentir seus lábios tocando os meus agora, posso sentir sua língua. Você usou antisséptico bucal hoje?

É engraçado como sinto a pele do seu pescoço arrepiar-se enquanto eu passo a minha boca por ela, inspirando o seu perfume. Que grosseria, não sabe que sou alérgico a essas fragrâncias?

E aqui estão suas clavículas pálidas e ligeiramente curvadas devido ao peso dos livros que carrega há anos. Desculpe-me por mordê-las. Acho que eu sou quem estou violando as regras do acordo agora.

Aqui estão alguns Cupons do Cooper para reparar tais danos. Este aqui vale uma partida de contrafatuais, aproveite bem. Que tal esse: uma bebida fria enquanto me ouve dissertar sobre

Esse aqui vale uma noite interminável de Por For, onde meu sangue vai ferver de luxúria em meio ao êxtase da febre vulcano. Oh.

Agora, vamos testar sua capacidade de concentração: será que você é capaz de nomear todas as estruturas do hemisfério direito cerebral enquanto eu dispo seu cardigan de lã?

Um sutiã de rendas com fecho frontal? Amy, sua vixen. E eu achando que o seu material de escolha seria o algodão. Vou tirá-lo, para seu conforto e segurança.

E o que temos aqui? Ah claro, a clássica calcinha vermelha. Escolha memorável, Dra. Fowler. Acho que era assim que o Dr. Spock se sentia quando estava com a Tenente Uhura.

“Sheldon?” — soou uma voz distante.

Sheldon? Quem é Sheldon?

Sheldon?” — repetiu a voz, com insistência.

Eu sou Sheldor, o conquistador!


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— “Cuidado com a audição vulcana, ele pode se assustar” Audição vulcana uma ova! — esbravejou Penny, cutucando o peito magro do amigo — Isso aqui é pior do que sono de ressaca! Acorda, Sheldon!

— Perigo! Perigo! — alertou Sheldon erguendo-se na cama e sobressaltando todos ao passar do sono profundo ao estado de vigília tão repentinamente.

— Eu disse a você que era melhor ter deixado o maluco dormindo — murmurou Raj com um olhar significativo para Penny.

Era final da tarde e o sol poente atravessava a persiana da janela do quarto onde os amigos se reuniam, ao redor do leito de Sheldon. Embora a condição clínica do cientista fosse estável, permitindo-o perfeitamente dividir uma enfermaria coletiva com outros pacientes, o médico de plantão concordou em deixar o rapaz em um quarto privativo, talvez pelos privilégios que o título de doutor o concedia, ou talvez porque Leonard fizera um breve resumo de internações anteriores de Sheldon, bem como seu comportamento no ambiente hospitalar, de modo que o plantonista em questão tenha achado mais seguro destinar um quarto isolado a ele.

— O que está acontecendo? — perguntou Sheldon, com dificuldade em focalizar os rostos preocupados à sua frente — pessoas não podem entrar no meu quarto, o que eles estão fazendo aqui Leonard...? Ai, céus! — intercortou, levando a mão à cabeça quando uma pontada particularmente forte lhe informou que embora o sentido da visão estivesse lentificado, a percepção dolorosa continuava funcionando excepcionalmente bem.

— Calminha aí, amigo — tranquilizou Leonard, impelindo Sheldon de volta ao travesseiro — Eu que te pergunto: você parecia muito agitado durante o sono, aí a Penny achou melhor acordá-lo.

— Eu não via alguém se debater e gemer tanto assim enquanto dorme desde que eu coloquei folhas de urtiga no colchão do Bob “tetas de vaca” Tyler, lá no Nebraska — constatou Penny, pensativa — a única diferença é que você parecia estar gostando, beeem ao contrário do Bob, é claro.

— Foi só um sonho — murmurou Sheldon, levando as mãos aos olhos e esfregando-os. Sabia que por mais que se esforçasse, sua memória eidética jamais o deixaria esquecer-se do que acabara de vislumbrar em sua própria mente — você ainda não me disse o que está havendo, Leonard! — pediu o físico, com urgência em seu tom de voz — Fui sequestrado por uma raça alienígena superior que apoderou-se da minha inteligência privilegiada e de devolveu a terra mais mentalmente incapacitado do que um funcionário da Fábrica do Cheesecake, ou...?

— Ah não, isso seria bom demais para ser verdade. Você não foi sequestrado, nem nada parecido, estamos no hospital. — explicou Leonard, com um suspiro cansado — Você sofreu um pequeno acidente na Caltech e foi trazido para cá há dois dias. Não se preocupe, os exames indicaram apenas uma pequena concussão causada por um protótipo de mini-transportador aéreo que perdeu a rota para o laboratório de engenharia experimental e colidiu com você.

— Minha nossa, não sei se o que me perturba mais é o fato de permitirem esses selvagens denominados engenheiros robóticos utilizarem sua pseudo-ciência contra gente inocente, ou se eu estou há dois dias sem seguir meu cronograma de troca de pijamas — bufou Sheldon, irritado, mantendo os olhos semicerrados.

— Eu disse que ele iria se lembrar do pijama primeiro — sussurrou Raj para Penny, esticando a mão para receber dez dólares do que parecia uma bizarra aposta travada pelos dois.

— Se está se sentindo bem, Sheldon, só precisará de algumas horas de observação e poderemos ir — informou Leonard, observando o amigo com perspicácia — segundo o médico você está bem para receber alta, só permaneceu nesse estado de sonolência devido à fadiga física que você vinha se submetendo ao trabalhar tanto, e o estresse emocional por ter dado o fora na...

Leonard trocou um olhar rápido com os amigos e permaneceu num silêncio profundo e embaraçoso, até este ser rompido por Sheldon, que não parecia ter notado nada de anormal na interrupção brusca.

— Onde estão Howard e Amy? — indagou em tom confuso, agora olhando melhor para os visitantes — Wolowitz me deve desculpas formais em nome de toda a corja de engenheiros que correm livremente em nosso país, e Amy... — pela primeira vez um ligeiro tom róseo surgiu nas feições pálidas do físico. Ainda era longe do rubor observado nas “pessoas normais” quando coram, mas muito mais do que qualquer reação fisiológica de timidez experimentada pelo Homo Novus — bem... Ela é minha namorada, temos uma seção específica para apoio moral nos casos de machucados e dodóis em nosso acordo de relacionamento. Ela deveria estar aqui cuidando de mim!

Mais uma vez os amigos se entreolharam, o silêncio crescente transbordando significância.

— O Howard está vindo, Sheldon! — disse Raj, numa corajosa tentativa de elevar o astral do ambiente — ele vai se atrasar um pouco porque o carro dele está no conserto, mas ele tem consciência do malefício que todo o bando...

— Corja — corrigiu Sheldon, depressa.

— ... Corja a qual ele pertence infringiu a você, e está na loja de quadrinhos comprando um presente especial de desculpas para o melhor físico teórico do pedaço! — bajulou o indiano.

— Mais um gesto vazio e materialista ditado pelo protocolo social — ponderou Sheldon, laconicamente — eu gosto. E Amy, ela está vindo? — questionou os amigos, sem deixar-se desviar do assunto — Por que ela não está aqui... Por que vocês...?

Uma sensação desagradável percorreu-lhe todo o corpo ao ver os amigos desviarem o olhar dele. Naturalmente não era nenhum especialista no tedioso estudo do comportamento humano, mas tinha certeza que estava tocando num assunto que eles todos esperavam que fosse levantado bem mais tarde. Ou talvez nunca.

— Onde está Amy? — dirigiu-se dessa vez a única mulher do recinto, a primeira a fraquejar diante do seu olhar incomunmente penetrante — onde ela está, Penny? Por que ela não veio me visitar?

— Ela veio sim, lindinho, enquanto você estava dormindo...

— Mas e agora? — Tornou ele, pressionando a garçonete — por que ela não está agora aqui comigo?

— Porque... porque... — gaguejou ela olhando súplice para Leonard, como se pedisse socorro — Ah, Sheldon! Ela não vai vir... ela só, quer dizer, infelizmente... se foi.

— SE FOI?! — disparou Sheldon, com os olhos arregalados de pavor — como assim “se foi”? Aquele lince avistado na vizinhança de Amy há mais de um ano tornou a escapar do zoológico de Glendale e a devorou? Ou os macacos fumantes do laboratório de estudo do vício rebelaram-se contra seus captores e estão usando como refém até que...?

— Calma, Sheldon, não é nada disso! — interrompeu Leonard depressa, tentando conter o amigo — o que a Penny quis dizer é que ela não vai vir porque... viajou, entende? Ela simplesmente...

— Foi embora da Califórnia, é isso — arrematou a loira, evitando o contato visual com Sheldon, sua voz embargada pelo pesar — ela me mandou uma mensagem hoje de manhã que tinha recebido um convite para uma pesquisa na Europa e resolveu aceitar... e bem... ela avisou de última hora porque não queria ninguém no aeroporto, sabe, para não dificultar as coisas. O voo dela era no final da tarde, deve estar perto de embarcar agora.

— Ela não pode ter feito isso — rosnou Sheldon, em voz baixa e amargurada. Olhava com tanta intensidade para Penny que parecia ter esquecido que os dois amigos ainda continuavam no quarto — me explique porque ela partiu dessa forma. Por que ela fez isso conosco...? — Engoliu em seco, antes de acrescentar — comigo?

— Será que você não vê? — argumentou ela, infeliz — acho que ela cansou de esperar e de se decepcionar. Às vezes, querido, quando a vida nos dá um limão que não conseguimos transformar em limonada, temos que fugir dele, porque é melhor não ter suco nenhum do que ter um suco azedo.

A repercussão da tocante, porém confusa, lição de moral dada por Penny era visível em todos, incluindo ela. O indiano chegou até a considerar se todos os anos que dedicou a aprender a cultura dos americanos teriam sido em vão.

O único cujos neurônios pareciam estar trabalhando com força total, porém em direções de pensamento opostas era Sheldon. Sem dizer palavra e com uma expressão indecifrável no rosto, o físico simplesmente saltou da cama e começou a vestir-se, substituindo a camisola hospitalar pela calça xadrez habitual e uma camiseta do Superman.

— Espera, você já está bem para caminhar? — sobressaltou-se Leonard, cercando o amigo em alerta, temendo um episódio de tontura ou algo similar — eu sei que o médico já o liberou, mas temos que assinar os papéis da sua alta e você precisa de observação para...

— Estou bem, Leonard — interrompeu Sheldon, com a voz dura— por favor, saia do meu caminho.

Com um gesto de agradecimento cortez, ele agarrou os demais pertences, enfiou-os na bolsa à tiracolo e começou a caminhar para fora do quarto. Era a primeira vez que o hipocondríaco Dr. Cooper ignorava uma condição que pudesse, ainda que minimamente, afetar a sua saúde. Insensível ao latejar constante de sua testa e ao hematoma que sabia estar lá, venceu à rápidos passos a distância entre a ala de internação e a recepção do hospital, fingindo-se de surdo para os questionamentos dos amigos. Não saiu de seu caminho nem quando Raj ameaçou chamar uma enfermeira que circulava o local (e teria conseguido se não fosse pelo fato de ela ser uma mulher estonteantemente bonita e ele não estar suficientemente embriagado para falar com ela), parou apenas no estacionamento do hospital, quando ouviu uma voz conhecida chamando-o.

— Ei pessoal, aqui! — disse Howard, reduzindo a velocidade da Scooter a fim de posicioná-la numa vaga próxima do grupo — Sheldon, que bom ver que você já teve alta! Olha, eu sinto mesmo pelo que houve, trouxe aqui um pequeno...

— Poupe-me dos esclarecimentos, Howard, agora estou com pressa, mas você pode encaminhar um arquivo em PDF com suas desculpas formais para o meu email — cortou Sheldon, erguendo uma mão — mas saiba que custou-lhe um strike a falta cometida por toda a...

— Corja! — interrompeu Raj, animado.

— Eu ia falar cambada dessa vez... enfim, custou-lhe um strike a situação deplorável em que me encontro graças ao seu envolvimento indireto em meu acidente, contudo estou disposto a perdoá-lo devido à gentileza que você irá me fazer em instantes.

— Gentileza...? — admirou-se Howard, saltando da Vespa, confuso — o que você... EI!

Afastando o judeu com um gesto firme, Sheldon passou uma perna comprida por trás do banco e montou decidido o veículo.

— Nos quadrinhos, o herói sempre utiliza o meio menos ortodoxo para o resgate — afirmou Sheldon, nervoso, pensando já com saudosismo no confortável e seguro interior do carro de Leonard — caso aconteça o pior, lembrem-se que eu já arquivei em um pendrive o epitáfio que deve constar em minha lápide. Tentem encaixar “feroz e destemido” algum lugar entre “gênio incontestável” e “filho exemplar”.

Girando a chave de ignição ainda conectada ao painel da moto, o físico selvagem arrancou com o veículo aos trancos, em meio aos gritos (dele próprio) a poeira que se levantou e a perplexidade dos colegas.

— Bom, espero que mais uma vez a culpa de ter dado palpites ruins e potencialmente perigosos ao Sheldon não caia em cima de mim — anunciou Howard assustado, vários minutos depois — afinal, como ele ia saber que eu estava trazendo para ele justamente o quadrinho que o Superman vai ao resgate da Lois Lene antes de se reconciliarem?


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Notas finais do capítulo

Quem gostou do sonho do Sheldon levanta a mão! o/ Hahaha! Sofri MUITO pra conseguir terminar ele, preciso treinar mais escrever em primeira pessoa!
PS: onde eu posso conseguir alguns Cupons do Cooper? Pago bem! :~