Psico escrita por hwon keith
Notas iniciais do capítulo
Estou postando esse capítulo rapidamente, então ainda não respondi os reviews. Pretendo responder sem muito tardar :) Boa leitura!
Kougami deixou cair o trago da boca. Assustado, olhou para a porta, imaginando por um momento que a ouvira tocar. Porém, imediatamente após ter esse pensamento, ela retomou o som.
Levantou-se num pulo. Pegou um revólver, tomou uma postura defensiva e aproximou-se lentamente na soleira, preparando-se. Como um tigre espreitando sua caça.
Abriu-a sem demora. Imediatamente apontou sua arma para o visitante.
Akane exclamou. Surpreso, Kougami abaixou a arma e afastou-se, deixando a mulher entrar, que teve o bom senso de se afastar alguns centímetros a mais do homem.
– O que faz aqui? - indagou o outro, confuso, recolocando a arma em seu local de origem, a mesa de centro da sala, e rapidamente olhando-a - É cedo ainda.
– Eu sei - retrucou a mulher, calmamente (não tentando denunciar seu nervosismo crescente, por vê-lo apenas de calça, deixando a mostra seu peito desnudo) - Mas eu precisava encontrá-lo.
Kougami indicou o sofá atrás da mulher para ela sentar. Assim que ela o fez, o homem sentou-se defronte, não encarando seus olhos.
– Então, já que me encontrou, diga o que veio fazer.
E, sem demora, Akane levantou-se, percorreu a mesa e parou na frente do homem, onde abaixou seu rosto e olhou-o. Tentou memorizar todos os detalhes de sua face, seus cabelos rebeldes, seus olhos claros, sua pele branca, sua expressão de choque. Riu com o último, e constatou o que viera buscar naquela visita.
Antes que pudesse se afastar, porém, seu braço foi pego.
Kougami a encarava de tal modo que o rosto da mulher corou furiosamente. Não conseguindo manter contato visual, ela desviou o olhar e tentou pregá-lo numa parede sem graça do local. Sua pele parecia estar cozinhando, e sua língua, que de todo modo tentava produzir algum som que soasse normal, não conseguia se mexer.
Kougami a puxou mais para perto, mas Akane ainda não o olhou. Entretanto, ele pegou seu rosto entre as mãos e o virou em sua direção, e ela não pode mais relutar.
Kougami a beijou.
Puxando-a ainda mais, com os lábios colados nos seus, ele passou um braço por seu pescoço, outro por sua cintura e a abraçou fortemente. Com as pernas bambas, Akane quase caiu de joelhos, mas Kougami a levantou em um momento e ela acabou sentando em seu colo. Sem poder interromper aquele contato, e estando em dúvidas se o queria mesmo, Akane retribuiu o beijo, não na mesma intensidade em demasia que o outro a beijava, mas com emoção o suficiente, passando um braço por seu ombro e uma mão por sua nuca.
Por vários segundos eles se beijaram. Então, num momento, Kougami se afastou. Encarou os olhos castanho claro da outra, e seus próprios olhos estavam num azul tão quente que Akane sentiu seu corpo queimar.
Ergueu os olhos para o teto. Começou a formar um sorriso em seus rosto quando foi bruscamente empurrada.
Em pé e com as mãos na cabeça, Kougami afastou-se dela e virou de costas.
– Vá embora.
Akane, sentada no chão, abriu a boca.
– VÁ EMBORA!
– M-mas... Mas... - gaguejou, levantando-se e olhando para as costas de Kougami.
Kougami girou nos calcanhares. Seu rosto agora exposto estava vermelho e inchado de ódio.
– VÁ EMBORA, INSPETORA TSUNEMORI! - urrou.
Lágrimas desceram em seus olhos quando Akane saiu correndo pela porta, soluçando, desaparecendo de vista.
Quando ela se foi, metros de distância, Kougami caiu no sofá, sentando-se com o rosto apoiado nas mãos e encarou seus pés. O gosto dos lábios de Akane ainda estava em seu paladar, mas ele tentava esquecê-lo de todo modo, assim como seu rosto magoado e coberto de lágrimas.
Pegou o cigarro esquecido e apagado no chão e o esmagou com os pés. Tirou outro, colocou-o na boca e acendeu-o, tragando lentamente e soltando a fumaça com mais lerdeza ainda.
Não iria permitir nutrir algum sentimento pela Inspetora. Ela era livre, de um caminho sem empecilhos e ele não possuía direito de interferi-lo. Era apenas um homem sujo, resignado em sua pobreza de espíritos e seu Psycho-Pass sujo e sempre decaindo. Por que haveria de estragar a vida da pobre moça? Não seria egoísta.
O gosto dos lábios dela ainda permanecia. Kougami tacou o cigarro fora, ainda na metade, e buscou alguma bebida forte para poder tirar aquele gosto. Procurou tomar um banho para retirar todo o perfume daquela pele.
E foi nu, com a água correndo por suas costas e aliviando seus sentimentos que ele sentiu um líquido quente, diferente da temperatura gélida do banho descendo por sua pele.
Chorava porque não queria ser egoísta. Não queria estragar a vida da moça, mas queria estar nela. Não queria ter um Psycho-Pass sujo e não queria ser um homem ainda mais podre. Não queria estar sozinho, como estava agora, e não queria jamais vê-la chorar e desejava sempre ter seu gosto em seu corpo.
Pela primeira vez em anos, esqueceu por um bom tempo de Makishima.
–
Yayoi caminhava com tranquilidade por sua casa, tentando localizar uma revista de instrumentos musicais muito antiga, mas que por um certo motivo, a adorava. O certo objeto desaparecera completamente de vista, e ela realmente não fazia ideia do último local que o vira.
Sentindo-se a cada segundo mais frustada, foi com um pulo que deixou escapar sua surpresa quando sua campainha tocou. Pensando por um momento que poderia ser apenas um vizinho incomodo, ela suspirou.
A porta foi arremessada completamente dos trincos, e com um estrondo de estourar os tímpanos sua casa foi invadida. Em curtos momentos apenas, o local explodiu, e o cheiro de algo tóxico e a fumaça impregnaram todo o ar, e os gritos da Yayoi se perderam quando algo metálico acertou com força vertiginosa sua cabeça.
Filetes rasos, mas em quantidade assombrosa de sangue correram por seu rosto, e o pavor em seu belo rosto feminino acentuou-se quando ela caiu para trás, numa mesa de centro de vidro, e em pedaços ela se desfez, cravando seus pequenos pedaços gelados e cruéis profundamente em carne.
Um bastão comprido de metal com tachas pontiagudas em seu redor ergueu-se acima da mulher. Ela arregalou os olhos, mas nada muito pode ver pois um deles foi perfurado, assim como parte de seu rosto pelas esferas cortantes do bastão. O sangue jorrou para qualquer lado, sujando a mulher, o chão, o vidro, o bastão e seu manuseador e o berro horrendo de agonia e desespero gerou um sorriso no rosto daquele que divertia-se imensamente com qualquer demonstração de dor humana.
A revista de instrumentos musicais, aberta em uma página qualquer, foi inundada com o líquido viscoso que agora saía profusamente. Seu desaparecimento não importava mais para Yayoi, já que ela, agora, restava caída com a boca aberta num grito surdo de horror e seus antigos dois olhos claros e belos estavam amassados e desfigurados.
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