Quando A Paixão Cega A Razão escrita por Leloty


Capítulo 32
De Volta ao Olimpo


Notas iniciais do capítulo

Voces vao me matar depois desse capítulo, é ¬¬



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Atena acordou com o sol batendo em seus olhos, para que então ela sentisse as lágrimas secas em seu próprio rosto. Sem qualquer animação, ela apenas foi ao banheiro para tomar um banho, escovar os dentes e principalmente se manter ocupada, ela não queria pensar em nada.

Quando ela terminou tudo isso e voltou para o quarto, deu de cara com a mulher mais linda que já havia visto.

A mulher estava sentada na cama, encarando a loira com seus lindos olhos cor de amêndoa. Mas para surpresa de Atena, ela não sorria, e não estava usando maquiagem. Ela estava sentada ali com um ar fúnebre, como se alguém tivesse morrido.

-Afrodite – suspirou Atena.

-Hora de voltar para casa, Atena – a deusa do amor deu um sorriso fraco, estalando os dedos e arrumando instantaneamente as malas em cima da cama.

-E... Poseidon?

-Ele dormiu aí na porta do quarto mesmo, – ela falou baixinho, e aquilo fez Atena sentir um aperto no coração – depois Apolo o levará para o Olimpo. Vamos logo?

-Ok – a deusa da sabedoria falou antes que Afrodite estalasse os dedos e elas aparecessem no Olimpo.

*.*

-Atena! Vocês não se mataram então – comentou Ares, meio decepcionado – E cadê Poseidon?

-Como foi a semana, Atena? – indagou Hermes, poupando Atena de responder a pergunta de Ares. Todos os Olimpianos estavam lá, exceto Apolo, Poseidon e Ártemis, e o barulho ali era enorme. Todos os deuses queriam detalhes sobre a semana que eles passaram na praia, e Atena mal conseguia responder algumas perguntas, especialmente quando envolviam Poseidon.

-Foi razoável, Hermes – ela respondeu. – Mas e o Nirad? Vocês o encontraram?

Com essa pergunta, todos ali se calaram.

-Esse é um assunto para você e Poseidon tratarem com Afrodite – falou Zeus, deixando Atena confusa – ela tem algo a lhes dizer.

Todos os olhares se voltaram para a deusa do amor, que deu de ombros e disse:

-Quando Poseidon chegar nós conversamos, Atena.

*.*

Quando o deus dos mares chegou acompanhado de Apolo, Afrodite chamou ele e Atena para um dos corredores do enorme palácio, para que os três pudessem conversar em paz. Quando estavam sozinhos, ela disse:

-Eu tenho algo a dizer, ou melhor, a confessar – Poseidon e Atena nada disseram, então Afrodite prosseguiu, evitando olhar para os dois – o Nirad nunca escapou.

-O quê?! – Atena perguntou.

-Foi uma ideia minha, eu e Apolo escondemos o monstro para que eu pudesse ter um motivo para isolar vocês na praia.

-Mas por que isso? Por que você queria nos isolar do resto do Olimpo? – perguntou Poseidon, ao que Atena apenas pensava, provavelmente já deduzindo os motivos de Afrodite.

-Para dar a vocês a oportunidade de se apaixonar – Afrodite falou, finalmente olhando para Poseidon. O rosto dele estava indecifrável, mas ela tinha certeza que ele não estava nem um pouco feliz com isso. – Vocês sempre... Eu pensei que uma semana juntos, quem sabe, fizesse vocês perceberem que podia dar certo.

-Droga, Afrodite! – Poseidon bufou, tentando controlar a voz – Eu não precisava disso, muito obrigado – e ele saiu, furioso.

-Desculpe, Atena – Afrodite falou, olhando pela primeira vez nos olhos da deusa – eu não pensei que fosse acabar assim.

-Você não pensou em nada além do que você queria, Afrodite – a loira falou, olhando com um certo desprezo para a deusa do amor e se retirando dali.

*.*

Já à noite, Poseidon andava em círculos pelo próprio quarto, amaldiçoando Afrodite. Ele estava bem, quase esquecendo o que passou com Anfitrite, daí Afrodite resolve colocar Atena em sua vida, e Apolo ainda ajudou! (N/A: São muitos deuses com A, por Zeus) Resultado: Agora ele estava apaixonado pela deusa da sabedoria, que pelo visto não o amava de volta.

Ao constatar isso, ele deixou a raiva se esvair e deitou-se na cama, perguntando mentalmente:

E o que eu faço agora, Afrodite?

*.*

Sentados à mesa para o café da manhã seguinte, os deuses só comentavam sobre Atena e Poseidon. Eles haviam voltado estranhos da praia, e não apareceram para tomar o café junto com os outros, o que raramente acontecia. Algo estava errado.

Ártemis, preocupada, resolveu ir falar com sua amiga e irmã Atena, mas parou ao se deparar com uma cena inesperada na porta do quarto da mesma.

*.*

A deusa da sabedoria acordou com batidas na porta. Murmurou um Já vou e se levantou.

Se arrastando até a porta, ela a abriu, apenas para encontrar aqueles olhos verdes que vinham atormentando seus sonhos.

-Poseidon.

-Atena... eu estive pensando, e preciso de respostas – ela suspirou enquanto ele falava – sobre o que eu disse na praia... Diga algo, por favor.

Ela se preparou emocionalmente para o que teria que dizer:

-Não, Poseidon. Não dá pra nós. Eu e você... Não daria certo.

-Nós poderíamos fazer dar certo, Atena! – ele falava, com um leve desespero na voz – Eu faria de tudo...

-Não dá – ela mantinha uma expressão fria no rosto – Foi tudo uma manipulação de Afrodite, Poseidon.  Quem sabe essa sua paixonite nem seja real, seja só Afrodite brincando com sua mente. Era esse o objetivo dela desde o começo, afinal.

-Paixonite? – Ele a fitou, incrédulo – Não é uma paixonite, Atena. Não é nem mesmo uma paixão, eu tenho certeza do que sinto, e é mais que isso. Eu amo você – ele ficou calado por um tempo, olhando nos olhos inexpressivos de Atena.

-Poseidon – ela suspirou, voltando os olhos para o chão – eu não quero. Sinto muito em lhe dizer isso, mas eu não quero nem mesmo tentar. Esse amor que você fala que sente... ele não é recíproco.

O coração dele pareceu ir parar no estômago. De todas as brigas, em tudo que ela disse nos milênios em que eles se odiaram... nada foi pior do que aquilo.

-Então... tudo aquilo durante a semana... os beijos, abraços, tudo – ele mal conseguia falar – não significaram nada? Eu não acredito, Atena. Eu não acredito nisso, você nem ao menos consegue olhar para mim quando diz isso.

Então ela levantou o rosto, olhando naqueles olhos verdes e a princípio não disse nada. Mas o olhar dela estava frio quando ela falou, sem desviar os olhos dos dele:

-Foi algo físico, Poseidon. Não foi mais que atração física, e foi um erro. Eu não te amo.

Aquilo foi como um tapa na cara dele. Ele... ele foi nada mais do que um erro na vida dela, um erro do qual ela se arrependia.

Em outra época, Poseidon nem estaria ali. Ele sempre foi orgulhoso, não teria ficado ali insistindo pelo amor de uma mulher. Para ele, nunca tinha sido importante, até ele conhecer Atena e se apaixonar por ela. E foi por isso que ele se humilhou um pouco mais quando perguntou:

-Posso pedir só mais uma coisa?

-Pode.

-Me dá um último beijo?

Ela suspirou, para depois caminhar até ele, beijando os lábios do deus. Um último beijo, apenas para deixar Poseidon ainda mais quebrado. Ele a abraçou forte contra o próprio peito, enquanto ela mantinha as mãos no tórax dele.

Aquele beijo foi doce, ácido, frio, quente... e molhado. Quando ela percebeu que as lágrimas salgadas não vinham dela, Atena parou o beijo e olhou para Poseidon, que chorava.

-Poseidon... – ela murmurou, sem continuar a frase.

-Eu te amo, Atena. Só não esqueça disso... – ele falou e saiu, deixando a deusa parada na porta do quarto.

*.*

Nessa hora, Ártemis saiu de onde estava, ainda perplexa pela cena que tinha presenciado, e bateu na porta de Atena logo que esta se fechou.

A loira abriu novamente, exibindo um sorriso triste para Ártemis.

-Você viu, não foi? – ela perguntou, ao que Ártemis só assentiu – Entra.

A deusa da lua entrou no quarto, para que Atena fechasse a porta mais uma vez. Elas se olharam por alguns segundos antes que Atena não aguentasse mais e desse um abraço na amiga, de quem tanto sentiu falta, e chorasse ali no ombro dela.


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Notas finais do capítulo

Enfim, reviews?



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