Ao saírem da loja, Poseidon disse a Atena que tinha algo para resolver e voltava em poucos minutos. Ela deu de ombros e viu o deus entrar numa loja qualquer. Enquanto ele estava lá, ela resolveu olhar a vitrine de uma livraria e foi andando até lá, até ser quase atropelada por um menino que passava correndo. Envergonhado, ele se desculpou:

-Ahn, me desculpe, eu só est- ele se interrompeu ao olhar para Atena e se encantar com a beleza dela. A deusa riu.

-Tudo bem.

-Hã... me desculpe a pergunta, mas você tem quantos anos?

-21, e você? – respondeu Atena,  que estava em sua forma mais jovem.

-19, e eu gostaria de lhe pedir um favor – ele pediu, explicando a Atena o favor. Ela, divertida com o rapaz, concordou.

*.*

Poseidon saiu da loja com tudo pronto para a surpresa que tinha planejado, mas não encontrou Atena. Preocupado, ele passou os olhos por toda a praça de alimentação, até que encontrou aqueles inconfundíveis cachos loiros do outro lado do salão. Andando até lá, Poseidon viu que era realmente Atena, conversando com uns moleques que estavam numa mesa e a comiam com os olhos. Isso sem contar um pirralho qualquer que a abraçava pela cintura. O que era aquilo, afinal? Chagando lá, ele a cutucou.

-Sarah?

-Ah, oi, Nelson! – ela virou-se para ele, sorrindo, sem se afastar o abraço que o rapaz lhe dava – Esses são Leo, Joni, Jeremy e Tyler – ela falou, apresentando os meninos que estavam na mesa e por último o que tinha a mão em volta de sua cintura.

-Oi, – falou Poseidon, ríspido – Eu sou Nelson, o ma–

-Meu querido e ciumento irmão – ela cortou.

Irmão? Ele olhava para ela sem entender, mas que Hades estava acontecendo ali?

-Enfim, Agora que ele chegou, eu preciso ir. Tchau, meninos! E tchau, Tyler – Atena, se despediu, dando um beijo estalado na bochecha do garoto, que sorriu e sussurrou um “obrigado” para ela, enquanto os outros garotos na mesa suspiravam de inveja, fazendo Poseidon perder a cabeça.

Antes que Poseidon explodisse, Atena o puxou dali e foram andando até a saída do shopping.

-Irmão? Que diabo foi isso, Ate... Sarah? – ele explodiu quando saíram de perto da praça de alimentação – E por que aquele pirralho tava te agarrando? E por que raios você beijou ele? – ele esbravejou, ao que a loira simplesmente riu.

-Calma, ô ciumento! – ela ria, e ele não estava entendendo nada – Eu esbarrei com o Tyler perto da livraria, e ele me falou que tinha marcado um encontro com uma garota hoje, mas ela não veio e nem avisou. Como os amigos dele iam rir muito da cara dele por isso, ele me pediu que eu me passasse por ela, e eu fui. Foi só um favor.

-Eu vi o favor ali, ele te agarrando enquanto aqueles moleques safados olhavam para o seu corpo. Ainda bem que eu não leio mentes, ou então aqueles pirralhos já estariam decapitados a essa altura – Atena corou.

-Ele não estava me agarrando, Poseidon. Você está vendo coisas onde não tem.

Poseidon não respondeu, mas já estava mais calmo. Foram andando até a saída (ou entrada, é a mesma coisa) do shopping, onde ele caminhou até uma moto preta estacionada ali, e subiu no veículo.

-Essa é sua ideia? – ela arqueou uma sobrancelha enquanto ele ligava a ignição, fazendo o motor roncar.

-Não, é só o começo – ele riu – vem ou não?

Sem responder, Atena apenas sentou-se atrás dele e o abraçou pela cintura. Deliciado com aquela situação, Poseidon acelerou e eles saíram dali.

*.*

No caminho predominou um silêncio confortável, Atena apenas apreciava a sensação do vento batendo em seu rosto e balançando seu cabelo, era uma estranha sensação de paz, de liberdade. Enquanto isso, Poseidon tentava se concentrar em dirigir e não se distrair com aquele corpo frágil abraçando-o por trás.

-Poseidon? – ela murmurou, ao que ele sorriu por cima do ombro, adorando ouvir seu nome na voz melodiosa dela.

-Eu.

-Quando retornarmos ao Olimpo, isso...

-Não. – ele a interrompeu – Não pense nisso, só... aproveite o dia, certo?

Ele a ouviu suspirando.

-É... como dizem: “Carpe Diem” – ela sorriu, encostando a cabeça nas costas dele.