Quando já estava escurecendo, começou a esfriar.

-Que horas são? – perguntou Poseidon.

-Hum... sete e pouco. – ela olhou o relógio no pulso – Está friozinho, vamos tomar alguma coisa quente?

-Sei de algo bem quente e muito gostoso, Atena – ele sorriu como um perfeito tarado, ao que Atena rolou os olhos.

-Espero que você esteja falando de chá, café ou chocolate quente. Se não for nada do gênero, pode guardar para você.

-Você fazendo um strip tease pra mim seria muito mais quente do que qualquer uma dessas coisas que você falou aí. – ele riu, deixando Atena corada de novo.

-Só em sonhos que eu faria isso, ainda mais para você. – ela virrou-se e foi até a cozinha.

-Nos seus sonhos ou nos meus?

-Argh, Poseidon! – ela bufou, colocando água para ferver, ao que ele gargalhava.

-Ora, Atena. Eu preciso saber, porque se você também sonhar com isso seria bem interessante realizar esse sonho.

-Não, claro que... – ela se interrompeu, prestando atenção no que ele tinha dito – “também”? Como assim “também”? Você... sonha com isso?

-É, não posso negar que já sonhei algo do gênero. Tipo strip tease, pole dance...

-Argh, seu tarado – ela estava tão vermelha quanto um tomate.

-O que você esperava? Você é gostosa demais pra minha testosterona divina não perceber – ele deu de ombros.

-Cala a boca, Poseidon. E bebe logo esse chá. – ela falou, entregando a ele uma xícara de chá de hortelã e um prato com rosquinhas. Ele pegou, sentou-se à mesa e falou rindo:

-Tá ok, só digo que você ainda vai fazer um strip pra mim.

-Nunca, Poseidon. Nunca. – ela falou, sentando-se ao lado dele e tomando o chá.

*.*

Em algumas horas o friozinho se tornou um friozão, e antes que fosse meia noite Atena já estava debaixo dos lençóis da cama. Ela tinha procurado uma roupa mais quente na mala de Afrodite, mas as roupas de lá mal lhe cobriam o corpo, quanto mais a aqueceriam. Poseidon tinha se oferecido para dormir no sofá novamente e deixar os lençóis da cama todos para ela, pois ele tinha levado algumas roupas quentes. No entanto, mesmo com todos aqueles lençóis, ela não conseguia dormir e ainda sentia muito frio. Atena apagou as luzes do cômodo e ficou olhando para o céu escuro pela janela, até ouvir a porta do quarto se abrindo.

-O que foi? – ela perguntou para Poseidon, que ela mal conseguia ver por causa da escuridão.

-Não consigo dormir, está muito frio lá embaixo.

-Nem eu, aqui também está congelando. O que você sugere?

Ela viu o sorriso “tenho-32-dentes” dele no breu enquanto ele se aproximava, deitava ao lado dela e sussurrava em seu ouvido:

-Calor humano.

Ela sorriu e até corou um pouco ao se lembrar do que tinha acontecido da última vez que ele dissera aquilo, mas se aninhou nos braços dele enquanto ele se ajeitava debaixo dos cobertores. Atena imediatamente sentiu-se bem ali com ele, mas negou-se a pensar que era do calor dele que ela sentia falta, e falou:

-Boa noite, Poseidon.

-Boa noite, Atena – ele murmurou, e ela adormeceu ali mesmo, confortavelmente abraçada ao deus do mar.