Quando A Paixão Cega A Razão escrita por Leloty


Capítulo 20
Confusão e Remorso (5º dia, parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está um pouquinho maior, aproveitem ;)



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Atena acordou, mas não abriu os olhos. Suas mãos tatearam a cama, à procura de algo, ou melhor, de alguém. Ela então abriu os olhos, mas não o viu. Onde estava Poseidon? Ela se lembrou da briga da noite anterior, e que ele também não estava em casa quando ela chegou. Uma vozinha Afroditiana na cabeça de Atena disse que estava com medo de ele não voltar, mas a voz da razão insistia em dizer que pouco se importava com o que aquele verme do mar fazia.

Desceu as escadas, a casa estava silenciosa. A deusa caminhou até a sala, soltando um suspiro involuntário de alívio ao ver Poseidon adormecido no sofá. Ela se aproximou dele e se ajoelhou para ficar cara a cara com o deus.

Poseidon tinha marcas visíveis de cansaço no rosto, como quem tinha passado a noite em claro. Ela resistiu ao impulso de tocar no rosto dele, pois não entendia porque se sentia tão bem sabendo que ele não tinha ido embora.

“Como se ele pudesse ir embora pra algum lugar, estamos presos aqui.” Falou a voz da razão na cabeça dela, a estraga-prazeres.

*.*

Quando Poseidon abriu os olhos, sentiu uma horrível dor nas costas. Isso acontece quando você dorme no sofá, mas o deus não sabia disso, pois aquela era a primeira vez que fazia algo assim. Aconteceu que quando ele chegou a casa, Atena já dormia no quarto, e ele não quis acordá-la. Até porque ela estava com raiva dele, ele achou melhor ficar a distância.

Atena.

Será que ele já tinha acordado?

Ele se levantou e foi até a cozinha, onde viu seu café prontinho sobre a mesa. O deus sorriu de canto e foi comer.

Terminado o café, Poseidon quis procurar Atena onde já sabia que ela estaria, mas decidiu tomar um banho frio para acordar de vez e clarear os pensamentos. Tirou então a camisa, saiu da casa e entrou na água quase congelante do mar. Estava muito cedo, ou seja, a água estava um gelo.

Ele mergulhou um pouco, lavando o rosto, para depois deitar sobre a água e boiar, olhando para o céu e pensando em Atena.

Admitir para si mesmo que estava apaixonado por ela eliminou todos aqueles “porquês” na mente dele, mas trouxe uma série de desafios, sendo o maior deles conquistar Atena, uma deusa casta que por acaso tinha seu juramento à prova de homens.

Que não fazia sentido ela ter feito aquele juramento, por sinal. Ela não tinha nojo dos homens como Ártemis, e isso era um fato.

Mas não tinha jeito, ou ele conquistava a deusa da sabedoria ou teria que viver a eternidade sem ela, e àquela altura do campeonato ele tinha certeza de que mais difícil do que conquistá-la seria ter que viver sem ela.

*.*

Atena tinha abandonado “O Conde de Monte Cristo” num canto qualquer da biblioteca, e agora estava bobamente parada na janela observando Poseidon naquele mergulho matinal, enquanto amaldiçoava mentalmente a hora em que ouviu o barulho dele na água. Graças a isso, ela não conseguia mais ler e estava ali parada observando Poseidon.

Ela, Atena, sem conseguir ler! Por Zeus, Hades e todos os deuses juntos, o que estava acontecendo?

Ela o viu deitado tranquilamente na água, com os olhos fechados e um leve sorriso no rosto, como se estivesse na cama mais confortável do mundo. Ali, ele não se parecia em nada com o Poseidon zangado da noite anterior. E como ela se sentia mal por aquela briga! O cérebro da deusa já estava para se fundir de tanta confusão. Por que ela estava se sentindo mal por brigar com ele agora depois de milênios de brigas? Por que ela estava se sentindo estranhamente só longe dele? E, por Zeus, por que ela estava sentindo o estômago dar voltas enquanto olhava para o tórax musculoso dele, ou para o abdômen dem-definido, ou para os cabelos molhados, ou para os lábios dele, onde agora brincava um sorriso? Céus, só de pensar naqueles lábios... dos beijos dele... céus.

Então a deusa recorreu à sua técnica para organizar os pensamentos, coisa que ela vinha utilizando muito nos últimos dias. Começou pelo mais simples, as coisas que tinha certeza, e seguiu ao mais complicado:

Meu nome é Atena. Eu sou a deusa da sabedoria, da justiça e da estratégia em batalha. Eu tenho um juramento que exige virgindade eterna. Ah, e estou presa aqui com meu maior inimigo, Poseidon, o deus do Olimpo que eu mais odeio.

“Eu o odeio?” Pensou Atena. “Ele é meu inimigo? Eu... eu não o odeio.”

A deusa balançou a cabeça, confusa, tentando fugir desses pensamentos. Foi quando ela voltou a olhar para ele e seus olhares se encontraram. Ele não desviou o olhar, nem ela, apesar de estar envergonhada por ter sido pega observando. No entanto ele logo saiu do mar, se secando com uma toalha e sumindo do campo de visão dela.


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Notas finais do capítulo

Entediante, né?? Eu sei, mas precisava colocar aqui os pensamentos deles sobre a situação kk Não se preocupem, porque o próximo capítulo... ah, tem coisinhas dignas da deusa das preliminares :p



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