Enquanto isso, no Olimpo, Zeus anunciava:

-Começa agora o 5484972136º conselho Olimpiano, com o intuito de elaborar alguma estratégia para a derrota do Nirad e consequentemente a agilização no processo de retorno de Atena e Poseidon.

-Não sei porque ele insiste em falar formalmente nos monólogos Zeusianos – cochichou Apolo para Ares, debochado.

-Tenho certeza que ele não fala assim com as mortais com que ele fica por aí – Ares riu baixinho – imagina só, Zeus lá falando: “oh Kendra, não agilize o processo de liberação de fluidos, oh, isso, exclame ruidosamente o meu vocativo, ooh” – os dois deuses riram imaginando a cena, para logo depois se depararem com o olhar ameaçador de Hera, que os fitava como uma professora chata repreende dois alunos que passam a aula conversando. Envergonhados, mas ainda rindo, eles se calaram e prestaram atenção no que Ártemis agora falava:

-Minhas caçadoras ainda não conseguiram encontrar o tal monstro.

-Eu teria adorado lutar com ele, mas também não o encontrei – suspirou Ares.

-Hermes, você encontrou vestígios do exército do Nirad em suas andanças por aí? – Perguntou Zeus, ao que Hermes negou e ninguém mais disse nada por um longo tempo. Um longo tempo, até a deusa do amor se manifestar.

-Bom... Eu preciso informar vocês de algo – ela falou, olhando para Apolo, que entendeu o recado.

-Mas vocês precisam jurar pelo Estige que não informarão Poseidon e Atena sobre isso até que Afrodite os traga de volta – falou o deus do sol, ao que os deuses suspiraram, para que logo depois o som de trovões ecoasse no Olimpo.

Como os olimpianos juraram, Afrodite disse o que tinha que dizer, deixando Zeus furioso, mas incapaz de falar qualquer coisa a Poseidon e Atena, pois tinha um voto a cumprir. Sem nada para fazer a respeito, Zeus encerrou o conselho e os deuses foram sumindo, aparatando.

Um a um, os deuses deixaram o salão, restando lá apenas Apolo e sua irmã Ártemis, pensativa. Ele chegou mais perto dela e perguntou:

-O que houve, irmãzinha?

-Não me chame assim, você sabe que eu sou mais velha do que você.

-Tanto faz, por que você está aí tão quieta? 

-Eu só não entendo... Por que você está nessa com Afrodite? – ela indagou, confusa.

Ele passou uma mão pelos cachos dourados, pensando em uma resposta.

-É complicado.

-Só espero que a deusa do amor cumpra o que lhe prometeu – ela falou, fazendo ele se perguntar como ela sabia que Afrodite tinha feito um acordo com ele – E espero que valha a pena, pois Atena passará os próximos séculos furiosa com você se isso acabar mal. – ela falou, dando as costas ao deus e saindo, ao que ele murmurou para si mesmo:

-Se der certo... Vai valer e muito a pena, irmãzinha.