Logo o taxi chegou para buscar os dois deuses. Poseidon abriu a porta para Atena entrar, aproveitando para admirar mais uma vez o quanto ela ficava linda naquele vestido preto. E para olhar para as coxas alvas dela, claro.

O taxista perguntou:

-Aonde vão?

-Hum... – fez Poseidon – nós queremos jantar. Sabe de algum restaurante bom na cidade?

-Tem um de comida japonesa que é muito bom, pode deixar que eu os levo até lá.

E não falou mais nada. Atena, no entanto, se aproximou de Poseidon e sussurrou:

-Se nos perguntarem os nossos nomes, o que diremos?

Poseidon se arrepiou ao sentir o hálito quente dela em seu pescoço, e sua mente começou a trabalhar a mil ao ouvir a voz dela tão doce na orelha dele. E mais uma vez ele se surpreendeu, já tinha feito tanta coisa, experimentado tantas sensações, que não pensava que um gesto tão simples como esse que Atena acabara de fazer ainda poderia provocar essas sensações nele. O que ela está fazendo comigo?

-Bem... Nós podemos dizer que eu sou Nelson e você é Sarah, minha esposa.

Ela arqueou uma sobrancelha.

-Esposa? E por que Nelson e Sarah?

-Sim, a menos que você queira dizer que eu sou seu namorado, ou sexfriend, já que seria estranho jantarmos a dois e sermos piores inimigos. E eu gosto de Nelson porque me lembra o major Nelson de Jeannie é um Gênio – ela sorriu à menção do seriado antigo – e Sarah porque é um nome legal, que eu acho que combina com você.

-Zeus me livre de ser sua sexfriend, Poseidon. Não sabia que você gostava de seriados como Jeannie é um Gênio.

-Quem desdenha quer comprar, Atena – os dois riram – Gosto sim, pessoalmente eu acho que é mais comédia do que muitos seriados que passam hoje em dia.

-É verdade... – ela franziu o cenho –Ei, por que você disse que Sarah combinava comigo? Eu não tenho cara de Sarah.

-Não é pela cara, é pelo significado. Me lembrou você – ele sorriu, meio encabulado.

-E o que quer dizer o nome Sarah?

Ele passou uma mão pelo cabelo, meio nervoso, pensando que deveria ter ficado calado. Como ele não respondeu, Atena insistiu

-O que quer dizer, Poseidon?

-Bom, só pra constar, eu não lembrei de você porque quis, foi involuntário, você mesma sabe que às vezes nós não podemos controlar os pensament-

-Desembucha logo e para de enrolar. O que significa? – ela o cortou.

-É... Significa princesa.

Não se sabe quem corou mais, Poseidon ao dizer aquilo ou Atena ao ouvir o elogio indireto.

-Isso... foi fofo.

-Não foi minha intenção.

-Ainda assim, sinto que devo agradecer pelo elogio, ou perguntar porque você associou a minha pessoa com a imagem de uma princesa.

-Pode agradecer mesmo, já tá ótimo – ele riu, nervoso.

-Então obrigada, Poseidon – ela riu junto, uma risada sincera, que quebrou o clima tenso que por um segundo se estabeleceu.

*.*

Quando o Taxi parou em frente ao restaurante Poseidon pagou o taxista e entrou com Atena no lugar. Estava muito cheio, e o deus pôde notar vários olhares masculinos sobre Atena, que pareceu não perceber. Irritado, ele passou um braço em volta da cintura da loira, deixando vários homens desapontados. A deusa, entretanto, estranhou:

- O que foi?

-Você não viu aqueles mortais te comendo com os olhos? – perguntou ele.

-Na verdade não, mas você faz isso o tempo todo, não é muito diferente.

-Tá, mas eu posso, eles não – resmungou Poseidon, finalmente encontrando uma mesa desocupada.

-E posso saber porquê você supostamente tem essa liberdade e eles não? – ela deu um leve sorriso. Ele estava com ciúmes?

-Porque... – começou ele, se aproximando para sussurrar no ouvido dela – sou seu marido, Sarah – e sorriu, estalando um beijo na bochecha de Atena.

Atena (óbvio) ficou vermelha com o gesto inesperado, mas ria disso enquanto se sentava à mesa. Poseidon sorriu satisfeito por tê-la feito rir.

-Seu sorriso é lindo quando não está rindo de mim, sabe? – Ele comentou, ao que ela ficou ainda mais vermelha.

-Obrigada, eu acho – ela sorriu – você não cansa de me elogiar, Poseidon?

-Eu não me canso de falar a verdade, Atena. – ele sorriu, aquele sorriso que conseguia conquistar qualquer mulher e que involuntariamente deixou as pernas de Atena bambas.

Pelo menos ela não teve que se dar ao trabalho de responder, já que uma mulher alta com um batom de um tom muito forte de vermelho veio atender os dois, perguntando o que iriam querer e lançando olhares nada discretos a Poseidon.

-Eu vou querer um Yakisoba, por favor. E o mesmo para você, não é , Sarah? – Poseidon falou, ignorando os olhares, ao que Atena assentiu.

-Okay. E... hum... se o senhor quiser a sobremesa depois pode procurar por mim na recepção, basta perguntar por Shelby Skinder – a moça falou, fazendo Atena rolar os olhos.

Quando ela finalmente foi embora, Poseidon riu da cara de Atena:

-Você está andando comigo, querida Sarah. Vai ter que se acostumar com isso, assim como eu.

-O quê elas vêem em você afinal? – Atena sorriu.

-Me diga você.

-Não sei, Nelson. Dotada da inteligência, como eu fui, não sei explicar essas coisas ilógicas...

-Ah, Sarah, admita logo que me acha irresistível.

Ela rolou os olhos, mas ainda sorria.

*.*

Acabado o jantar, Poseidon quis caminhar pela cidade, e Atena não reclamou. Enquanto andavam a deusa parou para observar a vitrine de uma livraria, ao que Poseidon continuou a andar, deixando a deusa para trás. Para não se afastar muito dela ele a esperou mais na frente enquanto olhava a vitrine de uma loja de lingeries. Enquanto Poseidon olhava, uma das funcionárias veio atendê-lo:

-Deseja algo, senhor? – ela sorriu. A moça era alta e muito branca, com cabelos negros e sedosos caindo pelos ombros. Ah, isso sem falar da roupa colada que destacava as muitas curvas da jovem.

Ela é bonita e gostosa – ele pensou – mas não tanto quanto Atena.

-Não, estou só olhando, obrigado.

-Hum... -fez a moça, aproximando-se dele para sussurrar em seu ouvido – Quem sabe eu poderia experimentar alguns modelos para o senhor poder olhar melhor...

Atena viu a cena de longe: Uma garota branca de cabelos muito escuros se atirando para cima de Poseidon. Até aí, normal. Entretanto, quando o deus murmurou algo em resposta no ouvido da moça e ela pôs as mãos na cintura do deus, Atena, por alguma razão estranha, se irritou, se perguntando o que ele tinha sussurrado para a vendedora.

O que ele havia dito era:

-Não estou interessado.

-Eu poderia encerrar meu expediente mais cedo... – começou ela, sendo, porém interrompida por uma certa deusa da sabedoria, que chegou perto de Poseidon e entrelaçou seus dedos aos dele, ambos ignorando a corrente elétrica que pareceu se espalhar pela pele deles ao se tocarem.

-Vamos, querido? – ela falou docemente para Poseidon, enquanto olhava furiosamente para a mortal. Um olhar de fúria que só a deusa da guerra sabia fazer.

Poseidon demorou um pouco para perceber que ela falava com ele, e concordou, segurando a mão dela com mais firmeza:

-É, vamos logo.

A moça deu de ombros e retornou para dentro da lojinha, ao que Poseidon e Atena seguiram andando, ainda com as mãos entrelaçadas.

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*Spoiler do próximo capítulo*

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[...]

-Por que fez isso? – indagou Atena, olhando para as mãos deles juntas e se perguntando de onde vinham aqueles impulsos elétricos toda vez que ele encostava nela.

-Porque eu gostei da sensação. – ele disse, aproximando-se mais da deusa, que não conseguiu recuar.

-Como assim? – ela perguntou franzindo o cenho, ao que ele riu.

-Eu dei a explicação mais simples possível, Atena – ele ainda ria – eu fiz isso porque gostei de sentir a sua mão na minha. Não sei como te deixaram ser deusa da sabedoria. Ninguém viu que você era loira?

Ela rolou os olhos, mas sorriu.

-Poseidon, isso é só um mito, e não tem nenhum fundamento para dizerem que loiras não são inteligentes.

-Mas as piadas são antigas, e algumas até são engraçadas – ele sorriu, e estranhamente aquele sorriso fez um calor passar pelo corpo da deusa.

-Pode até ser, mas ainda assim você prefere as loiras – Atena sorriu.

-Mas no momento só estou interessado em uma – ele falou, tão perto dela que ela podia sentir o hálito quente dele em seu rosto.

[...]

"