Noites do Passado

Capítulo 2 - Lembranças

POV’s Ulquiorra:

Menina tola! Eu aceitei esse posto para proteger e vigiar ela! Não para ficar falando sobre mentiras humanas ou famílias! Família... Eu já tive uma. Há muito tempo... Quando eu era pequeno... Eu tinha uma irmã... Mitsuko...

Flashback de Ulquiorra on:

Era um lugar muito escuro. Era um deserto que todos da minha espécie chamam de Mundo Hueco. Lá, havia uma casa. Eu e Mitsuko morávamos sozinhos nessa casa. Eu fui encontrado por ela quando eu era bebê. E ela morava sozinha, apesar de ser menor de idade. Ela cuidava de mim. Ela era igual a mim, mas sua pele não era pálida. Era um pouco amarela, mas seus olhos eram verdes iguais aos meus e seu cabelo era tão preto quanto o meu. Quando eu fiz 15 anos, ela tinha 24. Ela adoeceu meses depois e me fez um último pedido antes de morrer:

‘’Ulquiorra, meu irmão, prometa-me que vai seguir em frente. Prometa-me que nunca irá desistir daquilo que você mais quer.’’

Após ela me dizer isso, ela morreu e eu nunca mais queria sentir novamente a mesma dor. E fui para Karakura, onde havia lugares que eu podia viver, como Mitsuko pediu.

Flashback de Ulquiorra off:

Eu cheguei até onde eu queria. Estou trabalhando em um castelo como eu queria. Sinto como se eu tivesse realizado os desejos de Mitsuko.

- Hei, Ulquiorra! Está aí?! – E para concluir o meu dia... Szayel vem me atormentar!

- O que você quer, Aporro? – Perguntei tentando me acalmar para não me estressar com ele também.

- A princesa está te procurando! Eu vim fazer um favor a ela e te chamar! – Aporro nunca soube mentir. Eu sei que ele pediu algo para a Inoue em troca da minha busca.

 Fazer o que? Eu tinha que ir. Eram ordens do rei em proteger a princesa. E quando o rei der as ordens, os servos obedecem. E eu sou mais um de seus servos e preciso obedecer.

 Saí do quarto e fui procurar a princesa. Fui para o quarto dela, mas ela não estava lá. Fui para a sala do trono para ver se ela estava com o pai dela, mas não novamente. Saí do castelo e fui para o jardim. Esse jardim me lembrou o campo que Mitsuko havia me levado quando eu era criança. Vi uma flor muito bonita e me lembrei dela. Mas aconteceu uma coisa que atrapalhou meus pensamentos...

- ULQUIORRA! – Inoue apareceu por trás de mim e em um salto conseguiu se agarrar no meu pescoço. – Você é muito mau comigo, Ulquiorra! Por que você me deixou sozinha no quarto de repente?!

- Inoue Orihime... Está machucando... – Eu tinha que admitir. Ela é um pouco forte nisso. Ela se soltou de mim e correu para ficar de frente a frente comigo. – Você devia estar no seu quarto.

- Você é um chato, Ulquiorra! – Após ela dizer isso, ela saiu correndo. Fui atrás dela. Usei o sonido para aparecer na frente dela. – Me pega, Ulquiorra! Quero ver se você vai conseguir me alcançar! – Ela saiu correndo de novo. Eu estou aqui para cuidar dela. Não para brincar.

- Agora chega, sua tola. – Eu disse sério, enquanto a pegava no colo. – Sabe muito bem que pode ser punida por... – Eu ia ameaça-la, mas fui interrompido pelo abraço que ela me deu. Ela me abraçava forte e isso me paralisou como da última vez.

- Você se sente sozinho, não é? Não percebeu que eu só quero ser a sua amiga, Ulquiorra? – Ela disse ainda me abraçando. Uma parte de mim me dizia para repreende-la e outra dizia para eu retribuir o abraço. Foi mais forte que eu. Eu a abracei também, pois me lembra quando Mitsuko me abraçava quando eu realmente me sentia só.