Orihime não conseguiu mais ficar ali. Saiu correndo e foi para seu quarto. Pensou, pensou, mas não obteve resposta. Contaria para Ulquiorra? Ficaria quieta? E a Yoko? Falaria com ela? Tantas perguntas sem respostas. A cabeça de Orihime fervia. Então ela pegou o desenho que estava em sua mesa e ficou observando. Até que ela olhou para a Mitsuko, no desenho, e percebeu que ela e Yoko são muito parecidas. Chamava-se de tola por não ter percebido.

Então ela ouviu alguém entrar em seu quarto. Escondeu a foto no bolso de seu vestido. Era Ulquiorra.

- O rei quer saber se você irá comer. Disse ele sério e tranqüilo.

- A-Acho que não vou jantar hoje... Respondeu a menina, tentando esconder a aflição que sentia.

- Não vai? Sabe que o rei não quer que você esteja mal alimentada.

- Eu não estou com fome. Concluiu Inoue, que caminhou até os corredores. Percebeu que estava sendo seguida por Ulquiorra.

- Alguma coisa a incomoda? Perguntou o guardião.

- Não! É que eu... Ela pensava em distraí-lo com alguma desculpa, mas sabia que seria difícil. É que eu ouvi uma explosão na cozinha e estou assustada!

- Não me diga que Szayel está cuidando da cozinha outra vez. -Disse Ulquiorra, fazendo uma expressão discreta de preocupação o que fez Orihime rir baixinho.

- Mais ou menos! Respondeu Orihime.

Eles foram para a cozinha, mas estava tudo em ordem. Yoko estava preparando uma deliciosa sopa de cogumelos. Szayel, Grimmjow e Nnoitra encaravam enquanto estavam maravilhados com o cheiro da comida.

- Oi olá, Ulquiorra e princesa Inoue! Finalmente eu consegui achar um livro de receitas ótimas para o jantar! Acredita que o Szayel estava lendo o livro de poções? É por isso que sempre explodia! Enquanto Yoko explicava ás gargalhadas, Ulquiorra ouvia desinteressado e Inoue nem conseguia prestar atenção. Estava lembrando da conversa entre Yoko e Mitsuko, que falou sobre o Ulquiorra ser dela por bem ou por mal. Ela estava tendo vários pensamentos ruins sobre isso.

- O que foi, princesa? Perguntou Szayel.

- Nada! Não é nada! Gritou Inoue, nervosa.

- Ah! Lembrei! Ulquiorra, será que podíamos conversar? A princesa pode ficar sob os cuidados do Szayel, do Grimmjow e do Nnoitra! Pediu Yoko, sorridente.

- Acha mesmo que deixarei essa menina sob os cuidados desses lixos? Perguntou Ulquiorra.

- Claro! São só uns minutinhos! Insistiu Yoko.

- EU NÃO POSSO DEIXÁ-LO FICAR SOZINHO COM ELA! Pensou Inoue desesperadamente.

- Ulquiorra! Para falar a verdade... Acabei de senti uma fome e será que poderia me acompanhar durante o jantar? Perguntou Inoue.

- Tudo bem. Quando estavam indo, uma faca acertou a parede. Ulquiorra e Inoue olharam pra trás e viram Yoko com um sorriso malicioso.

- Só para você saber, Ulquiorra... Eu não pedi... Disse Yoko enquanto estranhas faixas brancas saíam de suas costas como se fossem tentáculos. Eu MANDEI você falar comigo!

Um dos tentáculos empurrou Inoue, que foi jogada pro lado mas foi salva rapidamente por Grimmjow, e se enrolou em Ulquiorra, que se debatia tentando sair.

- Eu sabia que eu iria pega-lo de qualquer jeito! E nem um rei ou princesa vai me impedir de recuperar anos perdidos! E ela fez um buraco na parede e sumiu com Ulquiorra. Inoue ficou desesperada.

- Eu sabia... Murmurava Inoue enquanto lágrimas caíam -Como pude ser tão tola e não comparar a foto da Mitsuko com a Yoko!

- Como assim?! A Yoko é irmã do Ulquiorra?! Perguntava Szayel.

- É quase isso! Temos que salvar ele! Disse Inoue, decidida.

- O emo se achando todo poderoso e agora precisa da minha ajuda! Mas é claro que vou! Quero esfregar isso na cara dele! Disse Grimmjow em tom de diversão.

- E só de pensar que nós fomos obrigados a contar nossos passados para essa mulher! Lembrou Nnoitra. Eu só vou se puder bater nela só um pouco!

- Se me ajudarem a trazer o Ulquiorra de volta, então tá! Decidiu Inoue.

- Mas lá fora está escuro e será mais perigoso atravessar! Legal! Mais emoção! Divertiu-se Grimmjow.

- Mas antes... Disse Szayel. Então cada um ficou com uma forma diferente. Nnoitra estava com seis braços e cada braço tinha uma foice parecida como a sua original e dois chifres na cabeça. As roupas de Szayel ficaram diferentes, porém, tem asas e tentáculos pelo corpo. E Grimmjow se assemelha a uma pantera branca. Orihime observava surpreendida.

- Vocês... Estão diferentes! Disse Inoue, ainda encantada.

- Pois é... GENTE! Gritou Szayel ao olhar para Nnoitra. E eu achei que o Grimmjow ficasse mais feio com a transformação...

- HEI! Gritou Grimmjow.

- Eu posso bater nele?! Perguntou Nnoitra, enquanto apontava uma das foices para o rosto de Szayel.

- Não! Temos que trabalhar juntos e salvar o Ulquiorra! Disse Inoue. E eles saíram.

Enquanto isso, Ulquiorra acordou e percebeu que estava em uma sala escura. Não havia portas ou janelas. Estava muito escuro. Na mesma hora que ele se levantou, a porta se abriu e Yoko entrou.

- Dormiu bem, irmãozinho? Perguntou Yoko ironicamente.

- Onde eu estou, Yoko? Perguntou enquanto encarava a mulher com expressão irritada.

- Está em uma torre abandonada. O rei antigo não gostou dessa torre e mandou seus servos se livrarem dela. Mas... Infelizmente estamos perto do castelo daquela princesa mimada. Ela é criança e seus companheiros são inúteis demais para vir até aqui vivos, não é? Disse Yoko.

- Sabe que eu posso derrubar essa torre em um minuto. Prender-me aqui é o verdadeiro fato inútil dessa história. Disse Ulquiorra indo em direção á parede para socá-la e quebra-la em mil pedaços. Mas, após um soco, nada aconteceu. Ele olhou para suas mãos e seus dedos estavam com pequenos cortes. Yoko observava e sorria maliciosa.

- Ah! Esqueci de dizer! Tirei os seus poderes. Disse Yoko. Ulquiorra arregalou os olhos. Yoko aproximou-se e pegou a mão machucada de Ulquiorra. Ela pegou sua própria faixa que amarrava seu longo cabelo negro. Depois de fazer um curativo na mão do guardião, Yoko o encarou. Ele olhou com expressão assustada para a dona da pele quase amarela.

- Mit... Suko...?