Nicki Minaj Feat Cassie - The Boys

Acordei com o despertador tocando, me estiquei para desligá-lo. Abri os olhos e vi que o Lucas já não estava mais na cama. Levantei-me e fui para o banheiro, tomei banho e sai enrolada na toalha.

Lucas: Você dorme hein. – ele disse sentado na cama.

Juliana: Se fode, Lucas.

Lucas: Demonstrações de amor logo cedo? – ele disse levantando uma sobrancelha.

Juliana: Pode me dizer por que o senhor não está vestido pra ir à escola hoje?

Lucas: Porque nós não vamos à escola hoje.

Juliana: Como é?

Lucas: Jú... É aniversário do Josh amanhã e o combinado era que iríamos à igreja hoje, se esqueceu?

Isso era verdade, semana passada havíamos combinado com minha mãe que eu não voltaria para São Paulo, mas iria a igreja, nada de homenagens esse ano.

Suspirei rendida e o olhei.

Juliana: Não, não esqueci. Apenas não achei que precisaríamos ir.

Lucas: A quem você quer enganar, Jú? – ele falou se levantando e vindo para perto de mim – Você achou mesmo que eu iria esquecer, e te deixar chorando escondida por ai?

Juliana: Eu não ia...

Lucas: O quê? – ele me cortou – Não ia ficar chorando por ai? Ah Juliana, sai dessa cara. Já disse, você é uma péssima mentirosa.

Juliana: Eu queria esquecer... Começar de novo.

Lucas: Não estou falando disso Jú e você sabe. Eu sou o que mais quero que você esqueça essa merda toda, mas não quero que você o esqueça. Porque realmente não seria justo e decente de sua parte.

Juliana: E você acha que eu conseguiria esquecê-lo? Nunca. Isso é impossível. A cada passo praticamente que eu dou, eu o vejo.

Lucas: Eu sei Jú. Apenas não quero que você sofra. Quero que você supere tudo isso.

Juliana: Que droga, Lucas! Você diz que quer que eu supere, mas que não quer que eu esqueça o Josh. Não te entendo, não mesmo.

Ele segurou meu rosto e lágrimas escorriam por minha face já, eu estava tremendo e respirando com dificuldade.

Lucas: Olha, eu quero que você supere tudo isso sim, mas sem apagar Josh de sua memória sabe? Quero que você não se sinta culpada pelo que houve... Porque a culpa não foi sua. Você tem que apenas que se lembrar dos bons momentos com ele, do que ele significou na sua vida e seguir em frente. Passado é passado, Juliana.

Juliana: Estou tentando, Lucas. Não é tão fácil como você pensa. – disse me rendendo as lágrimas e ele me abraçou forte.

Lucas: Eu sei amor, eu sei.

Ficamos uns 15 minutos ali, até que Lucas se lembrou que eu estava só de toalha e ficou preocupado de eu pegar um resfriado. Fui até meu closet e peguei essa roupa, voltei para o banheiro e me troquei.

Sequei meu cabelo com o secador e deixei-o solto mesmo, passei maquiagem pra cobrir as olheiras de ter chorado e voltei para o quarto.

Lucas: Quer passar em um lugar antes? – ele perguntou sorrindo.

Juliana: Quê? – disse sem entender o porquê do sorriso.

Lucas: Estava pensando... Acho que preciso de um cappuccino duplo, antes de me colocar dentro de uma igreja, sabe?

Juliana: Cappuccino, sim! Seria ótimo – disse sorrindo também. Lucas sabia que eu me acalmava muito quando tinha cappuccino por perto.

Ele me pegou pela mão e nós descemos, Math estava saindo para buscar a Nanda.

Juliana: Bom dia, primo. – falei passando por ele.

Matheus: Não vão pra escola? – ele perguntou confuso.

Lucas: Temos de ir à igreja hoje. – ele disse como se fosse esclarecer algo.

Matheus: Ah sim... Por causa de... Hum... Amanhã né? – ele perguntou sem jeito.

Lucas: Isso mesmo.

Matheus: Tudo bem. – ele sorriu caloroso pra mim.

Juliana: Você pode avisar a Pietra que não vamos hoje?

Matheus: Claro. Depois da escola a Nanda vai vir pra cá, ela quer falar com você ainda.

Juliana: Oh! Tinha me esquecido que ela queria falar comigo.

Lucas: Bem, ela vem depois da escola. Agora temos que ir. – ele disse me puxando para seu carro.

Juliana: Tchau Math! Boa aula! – gritei entrando no carro.

Math apenas sorriu e acenou, enquanto o Lucas dava partida no carro em direção a padaria.

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Eu e o Lucas passamos a manhã na padaria, conversando e tomando cappuccino, com ele nem vi as horas passar. Acabou que fomos para a igreja e ficamos até as 15:00 horas da tarde fora de casa.

Subi para meu quarto e o Lucas foi pra casa dele, resolvi ligar pra minha mãe, ela deveria estar preocupada comigo.

Inicio da ligação.

Lucia: Jú? Minha filha? – ela atendeu no segundo toque, sua voz era de choro.

Juliana: Oi, mamãe.

Lucia: Como você está?

Juliana: Bem... E você? – perguntei mesmo já sabendo a resposta.

Lucia: Estou com saudades querida – ela disse ignorando minha pergunta – Queria que você estivesse aqui.

Juliana: Oh, mamãe. Eu logo estarei ai. Como vão as coisas com o papai?

Lucia: Não vão – ela bufou – seu pai é teimoso demais, nunca está de acordo comigo.

Juliana: Estou com saudades de vocês dois. – disse sentindo as lágrimas.

Lucia: Minha querida, eu também estou. Você poderia... Voltar não é? – murmurou ela e agora eu tinha certeza de que ela estava chorando.

Juliana: Eu... Não sei.

Lucia: Meu amor eu não vou te pressionar, quando você achar que é hora de voltar... Eu estarei aqui te esperando de braços abertos, assim como estive esse tempo todo. Eu só quero o seu bem.

Juliana: Obrigado, mamãe. Eu te amo.

Lucia: Eu te amo muito também minha querida, fique bem.

Juliana: Você também, mamãe.

Fim da ligação.

Sentei na cama e comecei a chorar, no final o Lucas estava certo, eu iria mesmo acabar chorando pelos cantos.

Fiquei a tarde toda chorando e tentando tirar o pensamento de me cortar da cabeça, eu não podia fazer isso. Não, eu não podia. Não podia decepcionar o Lucas novamente, nem meus pais... Math, Nanda, Tia Patty, meus novos amigos. Não, eu não podia. De jeito nenhum.

Finalmente consegue parar de chorar, me arrastei para o banheiro e tomei um banho demorado e refrescante, me sequei e coloquei essa roupa. Penteei meu cabelo e peguei meus cadernos, havia um monte de tarefas que eu tinha que fazer ontem, que eu teria que fazer agora para não ficar sem nota.

Passei a tarde toda estudando e adiantando as tarefas e trabalhos, decidi então descansar um pouco. Guardei meu material e alguém bate na porta.

Juliana: Entra!

Fernanda: Ei, amor. – ela sorriu e entrou – Podemos conversar agora?

Juliana: Claro. – sorri de lado.

Fernanda: Você está bem? – ela perguntou desconfiada – Andou chorando?

Juliana: Estou bem. – respondi tentando parecer firme e ela entendeu que eu não queria falar disso.

Fernanda: Certo. Bom, eu vim aqui pra conversar contigo sobre a noite no clube.

Juliana: Ahn, o que foi tudo aquilo? Digo... Todos ficaram atordoados quando você apareceu.

Fernanda: Jú... Assim como você, eu tenho um passado. Depois que Math entrou na minha vida, eu mudei muito, não sou mais a mesma de antes. Só que... No passado, eu fiz coisas horríveis às pessoas. E não me orgulho disso. O que você viu no clube aquele dia... Não foi nem metade do que eu podia fazer.

Juliana: Como assim? – perguntei confusa.

Fernanda: Sabe o grupinho do Gabe? Eu já participei dele. Acho que você não sabe, mas o Apolo é meu irmão... E eu cresci naquele meio, eles são perigosos Jú. Eu era perigosa. Acho que nunca me perdoaria se algo acontecesse com você, por causa deles. Nem o Math. Os meninos – ela disse se referindo ao Caíque, Travis, Gui e Rafa – Conhecem meu passado, Pietra também. Mas você não, você não sabe do que eles são capazes... Sinceramente eu não acho que vale a pena andar com eles. Mais essa é uma decisão sua. Se quer ser amiga deles, tudo bem, só... Tome cuidado ok?

Juliana: Tudo bem. – disse automaticamente, ainda tentando organizar tudo que ela acabou de falar.