Eu Não Mudaria Nada Em Você. escrita por Amanda Suellen


Capítulo 20
Capítulo 20




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Saímos e os três me mandaram ir chamar os garotos. Suspirei alto e fui até lá.

Toquei a campainha e o Rafa atendeu.

Rafael: Jú, você está sexy – eu ri e entrei.

Juliana: Estão prontos?

Rafael: O Gui ta lá no quarto ainda com a Pietra, então não sei eles. Já o Travis ta na cozinha.

Juliana: Vou chamar os dois – revirei os olhos – E você vai chamar seu amigo.

Fui até o quarto do Gui e bati na porta.

Pietra: Bebê, já vamos? – ela perguntou me olhando.

Juliana: Já sim, estão prontos?

Guilherme: Sim. Só estávamos conversando – ele lançou um olhar sério para a Pietra e pegou na sua mão.

x

A praia estava encantadoramente linda, tinha fogueira, música, comida. Tudo estava muito bem enfeitado e organizado. Sentamos-nos em volta da fogueira e o Lucas me ofereceu um marshmallow, sorri agradecida e o peguei.

Matheus: Sabe acho que chegamos na hora certa – ele falou apontando pra cima do enorme palco que havia montado lá.

Alice parecia discutir com uma garota qualquer, mais se eu tivesse reparado um pouco melhor teria descoberto que essa era a Megan, a tal garota que o Travis dispensou no almoço. Mas só cheguei a reparar mesmo quando vi a Natália metendo a mão na cara dela e uma outra garota ruiva aparecer e empurrar a mesma.

Juliana: Elas vão brigar em cima do palco mesmo? – perguntei as olhando.

Travis: Não acredito – murmurou bravo e soltou um suspiro.

Pietra: A culpa é toda sua, Trav.

Travis: Minha? – ele a olhou incrédulo e ela deu de ombros.

Pietra: Sim, sua. Ninguém mandou catar à escola inteira.

Juliana: A escola inteira uma vírgula, em exceção de mim e da Nanda.

Guilherme: Ele também nunca catou a Pietra. – ele falou a defendendo.

Juliana: Não importa, afinal, você vai fazer algo ou vai deixá-las se matarem? – perguntei para o Travis.

Travis: Por que eu teria que fazer alguma coisa?

Juliana: Não é obvio?

Travis: Não. Eu não tenho nada com nenhuma delas.

Juliana: Você é mesmo inacreditável garoto – rosnei brava.

Travis: Bem, sinta-se a vontade de ir lá separá-las.

Juliana: Talvez eu vá mesmo, porque você...

Fernanda: Ah nem vem Jú – ela falou me cortando – deixa elas se matarem, o que te importa? Você não gosta da Alice mesmo.

Pietra: Verdade e tem mais, provavelmente a Megan e a Lexie não vão deixar barato para aquelas duas mal-amadas.

Ah! Então essa é a tal de “Lex”? Olhei novamente para o palco, onde a tal de Lexie agora ferozmente apontava o dedo na cara da Alice e gritava algo.

Juliana: Que elas se matem, então! – falei agora prestando atenção no meu marshmallow.

Lucas: Está gostoso? – ele me perguntou docemente.

Juliana: Ahn. – falei com a boca cheia e sorrindo.

Lucas: Nojenta – ele falou rindo.

Juliana: Ah me beija vai. – revirei os olhos e dei mais uma mordida.

Lucas: Com todo prazer – ele sorriu malicioso e veio pra cima de mim.

Juliana: Sai daqui – o empurrei rindo e ele fez beicinho.

Rafael: Não sei como ainda não conseguiu catar a Jú. – ele falou para o Lucas.

Lucas: Se algum dia rolar entre eu e a Jú, vou ficar com ela e não catar. Ela não é dessas minas. – ele falou sério e eu senti que devia dizer algo também.

Juliana: E outra você também não conseguiu. – sorri docemente para o Rafa o provocando.

Rafael: Ainda! – ele piscou e eu ri.

Fernanda: Cuidado Jú, todos te querem.

x

O Guilherme pegou o violão e entregou na minha mão, o olhei confusa.

Juliana: O quê?

Guilherme: Fiquei sabendo que você toca muito bem, toca uma ai pra gente.

Juliana: Ah não! Nem vem.

Lucas: Qual é Jú? Você é muito boa.

Matheus: Apenas uma, por favor. – ele pediu fazendo carinha de cachorro pidão.

Suspirei rendida e arrumei o violão no meu colo.

Juliana: O que querem que eu toque?

Pietra: Que tal aquela musica que está escrita na capa de seu caderno? – ela perguntou animada.

Senti uma dor forte no peito, ela queria que eu tocasse a música do Josh. Bom, não exatamente do Josh, mais é a Música que eu sempre toco para ele.

Lucas: Que música é?

Juliana: Little House – Amanda Seyfried.

Nanda, Math e Lucas me olharam boquiabertos.

Fernanda: Você não precisa tocá-la se não quiser.

Pietra: Por que não? Acho ela tão linda – ela sorriu.

Olhei para o violão e depois levantei os olhos, Travis me olhava fixamente, esperando pacientemente eu escolher o que iria tocar. Mais um aperto forte no coração e então respirei fundo.

Juliana: Tudo bem, quero tocá-la.

Tentei um sorriso e então passei os dedos pelas cordas do violão, iniciando a canção. Eu sentia Travis me queimando com seus olhos, mais não me atrevi levantar a cabeça para verificar, no entanto quanto mais à música saia por minha boca mais minha voz tremia, eu queria chorar. “Claro que quer, afinal, você matou seu irmão e não pode fazer nada a não ser tocar uma música idiota para tê-lo perto, não é?” Meu subconsciente rosnou pra mim e eu senti uma lágrima descendo pelo meu rosto.

Assim que terminei a canção me levantei entregando o violão de volta para o Gui e sai correndo.

Travis narrando

Pietra: Aonde ela foi? E por que ficou tão mal?

Fernanda: É coisa dela.

Lucas: Vou ver como ela está – ele disse se levantando mais o Matheus segurou seu braço.

Matheus: Ela precisa de espaço.

Lucas: Tem certeza?

Matheus: Não, mas é o melhor a se fazer, no entanto.

Ele voltou a se sentar e suspirou.

Rafael: A Jú não veio pra cá só por causa da separação dos pais dela não é? – ele disse e o Math trocou um olhar com a Nanda e depois com o Lucas antes de responder.

Matheus: Não. – ele falou cauteloso.

Rafael: E vocês não podem nos falar o porquê não é?

Matheus: Não, sinto muito. É coisa dela.

Travis: Ela vai ficar bem? – falei antes mesmo de me dar conta da preocupação que minha voz carregou.

Fernanda: Ela é forte. Só... precisa se acostumar.

Travis: Se acostumar com o quê? – falei exigente.

Ela suspirou e me olhou nos olhos.

Fernanda: Com a vida. – ela então sorriu um triste sorriso e aquilo me doeu, por que naquele momento eu sabia que a Jú não ficaria bem, não tão cedo.

Levantei-me e todos me olharam.

Pietra: E você vai aonde?

Travis: Atrás da Jú. – me virei em direção aonde ela havia ido.

Fernanda: Não seja grosso com ela! – ela gritou enquanto eu me afastava.


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