Eu Não Mudaria Nada Em Você. escrita por Amanda Suellen


Capítulo 11
Capítulo 11




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Green Day - 21 Guns

Seu peso se levantou de mim por uma fração de segundo ele tinha mudado de ideia, ou ele estava se reposicionando, eu não esperei para descobrir qual deles. Torcendo e puxando minhas pernas para cima, me impulsionei para cima e me arrastei para longe. O sangue antecipou-se em meus ouvidos enquanto o meu corpo se refazia para um completo lutar ou fugir. E então eu parei, por que o cara já não estava mais do meu lado.

No inicio, eu não conseguia entender por que ele estava de pé lá, de costas para mim. E então sua cabeça se voltou. Duas vezes. Ele balançou loucamente para alguma coisa, mas seus punhos acertaram em nada. Não até que ele tropeçou de volta contra mim e eu fui automaticamente para trás, me encolhendo, e eu vi contra o que, ou quem, ele estava lutando.

Travis nunca tirou os olhos do cara enquanto ele dava mais dois socos afiados em seu rosto, balançando para o lado enquanto eles circularam e o cara lançou murros fúteis, sangue jorrando de seu nariz. Finalmente, o cara abaixou a cabeça e correu para frente como um touro, mas esse esforço foi a sua destruição quando Travis deu um fácil golpe no queixo, acertando sua mandíbula. Quando a cabeça do cara estalou, um cotovelo rachou em sua têmpora com um ruído surdo. Ele colidiu com a lateral do muro, empurrando e correndo contra o Travis mais uma vez. Como se toda a luta tivesse sido coreografada, Travis agarrou os ombros do cara e puxou-o para frente, com força, dando joelhadas nele debaixo do queixo. O cara caiu no chão, gemendo e se encolhendo.

Travis olhou para baixo, punhos fechados, cotovelos ligeiramente dobrados, prestes a dar mais um golpe, se necessário. Não havia necessidade. O cara estava quase inconsciente. Eu me encolhi em uma bola quando o choque substituiu o pânico, devo ter choramingado, porque seus olhos se voltaram para os meus. Ele rolou o cara para o lado com o pé e se aproximou de mim.

Travis: Você está bem? – Seu tom era baixo, cuidadoso.

Eu queria dizer que sim. Eu queria concordar, mas eu não podia. Eu não estava nada bem.

Travis: Eu vou ligar para a emergência. Você precisa de assistência médica, ou só da policia?

Eu imaginava a policia chegando ao local, a preocupação que causaria para minha tia. Meus pais viriam no mesmo instante e me obrigariam a voltar com eles. Seria culpa minha se tudo isso s tornasse o foco da policia.

Balancei a cabeça.

Juliana: Não chame. – minha voz estava rouca.

Travis: Não chame uma ambulância?

Juliana: Não chame ninguém. Não chame a policia.

Sua mandíbula estava entreaberta e ele olhou em toda a extensão do espaço em que estava encolhida.

Travis: Estou errado, ou esse cara simplesmente tentou estuprar você? – Eu vacilei com a palavra horrível que ele usou. – E você está me dizendo para não chamar a policia? – ele fechou a boca bruscamente, balançou a cabeça uma vez e me olhou novamente. – Ou eu interrompi algo que eu não deveria?

Engoli em seco, os meus olhos irrompendo em lágrimas.

Juliana: N-não. Mas eu só quero ir para casa.

O cara gemeu e rolou de costas.

XxX: Pooorra! – ele disse, sem abrir os olhos, um dos quais estava provavelmente fechado de tão inchado, de qualquer maneira.

Travis olhou para ele, sua mandíbula estremeceu. Ele virou o pescoço para um lado e depois para trás, rolou seus ombros.

Travis: Tudo bem. Eu levo você.

Meus olhos viraram para a minha bolsa derrubada no chão, o seu conteúdo derramado no chão ao lado do cara. Travis olhou para baixo, inclinando-se para pegar meu celular.

Travis: Eu acredito que você deva ligar para alguém. – ele estendeu o celular em minha direção.

Eu lambi meu lábio e experimentei sangue pela segunda vez naquela noite. Deslizei rapidamente para perto dele, tive o cuidado de manter o vestido puxado para baixo. Uma onda de tontura caiu em cima de mim quando fiquei plenamente consciente do que quase tinha acontecido, e minha mão tremia quando a estendi para pegar meu celular.

Franzindo a testa, ele fechou a mão em torno de meu celular e deixou cair o braço de volta para seu lado.

Travis: Eu não posso deixar você ligar assim. – a julgar por sua expressão, meu rosto estava um desastre.

Eu pisquei, minha mão ainda estendida para o celular que ele tinha acabado de confiscar.

Juliana: Eu não iria ligar para ninguém. Por que faria tal coisa?

Ele enumerou três razões em seus dedos.

Travis: Você está tremendo, provavelmente por consequência do ataque. Eu não tenho ideia se você não está realmente ferida. E você provavelmente bebeu mais vinho do que pensei.

Juliana: Eu não bebi nem um copo direito! Sou uma pessoa responsável.

Ele levantou uma sobrancelha e olhou ao redor.

Travis: Responsável exatamente por quem? Se fosse realmente responsável não teria tido a ideia de andar por ai sozinha, se alguém estivesse com você, a propósito, você talvez estivesse segura esta noite. Em vez disso, você saiu andando por ai no escuro, sozinha. Realmente muito responsável!

De repente, eu estava além da raiva. Com raiva por ter escolhido vir embora sozinha, com raiva por não ter deixado ninguém me acompanhar. Furiosa com o babaca semiconsciente, babando e sangrando no concreto a poucos metros de distância. E fervendo com o Travis por me estar acusando de ser desmiolada e descuidada.

Juliana: Então é minha culpa que ele me atacou? – minha garganta estava ferida, mas prossegui sobre a dor. – É minha culpa que eu não possa andar de uma casa até outra sem que um de vocês tente me estuprar? – eu atirei a palavra de volta nele para deixá-lo ver que eu poderia suportar.

Travis: Um de vocês? Você vai me juntar com aquele pedaço de merda? – ele apontou para o cara, mas seus olhos nunca deixaram os meus– Eu não sou nada parecido com ele!

Ótimo. Eu estava sozinha no meio do nada, sozinha, com Travis que se sentia insultado e que ainda tinha meu celular nas mãos. Eu não aguentaria mais nada nessa noite. Um soluço veio na minha garganta enquanto eu tentava manter a compostura.

Juliana: Posso ter meu celular de volta, por favor? – eu estendi minha mão, desejando que os tremores diminuíssem.

Ele engoliu em seco, olhando para mim, e eu olhei para dentro de seus olhos claros. Sua voz era mais suave, menos hostil.

Travis: Vou te levar pra casa.

Não havia mais luta em mim e eu concordei, estendendo a mão para pegar minha bolsa do chão. Ele ajudou a recolher o brilho labial, carteira, absorventes internos, laços de cabelo, canetas e lápis espalhados pelo chão e devolve-los a minha bolsa. O último item que ele pegou foi um pacote de preservativos. Ele limpou a garganta e o estendeu para mim.

Juliana: Isso não é meu. – eu disse, recuando.

Ele franziu a testa.

Travis: Tem certeza?

Apertei meu maxilar, tentando não ficar furiosa de novo.

Juliana: Tenho.

Ele olhou para o cara.

Travis: Bastardo. Ele estava provavelmente... – ele olhou nos meus olhos e de volta para o cara, carrancudo. – Uh...ocultando as evidencias.

Eu não podia sequer considerar isso. Ele empurrou o pacote quadrado no bolso da frente de seu jeans.

Travis: Eu vou jogar isso fora. – Sobrancelha ainda franzida, ele virou seu olhar para mim de novo enquanto estendia a mão para mim. – Tem certeza que você não quer que eu chame a policia?

Juliana: Eu tenho certeza.

Segurei em sua mão e ele me guiou para seu carro, que até então não tira reparado que estava ali. Os faróis iluminaram o cara quando nos afastamos. Jogando uma mão na frente de seus olhos, ele tentou rolar numa posição sentada. Eu podia ver seu lábio partido, nariz deformado e olho inchado, mesmo naquela distância.

Foi melhor que eu não fosse à pessoa por trás do volante. Eu provavelmente o teria atropelado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado amores (:



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